O ar de Veneza era leve e fresco. Esses tempos de outono traziam ventos agradáveis. O silêncio da cafeteria que ali se localizava, era tranquilizador e relaxante. A cafeteria tinha poucas pessoas e todas estavam do lado de dentro ocupando três ou quatro mesas. Mas havia uma mesa em especial, do lado de fora, afastada de todas as outras. Estava nela sete pessoas com expressões sérias e quietas.

Para quem passava, eram simples e comuns pessoas. Mas na realidade, eram Meliandra e Henry Ellionder, rainha e rei da Roma. E Anastácia e Christopher Barllon, rainha e rei da Grécia. Mas ainda mais importante, era os acompanhantes desses dois casais. Junto a eles se encontrava os deuses Apolo, Poseidon e Zeus.

– A que honra devemos a presença de três grandes deuses do Olimpo? – Christopher fala após tomar um gole de seu forte café preto. Ele era o único que havia pedido algo da cafeteria.

– Sem bajulações Christopher. – Zeus fala no seu típico tem formal. Ele estava com uma aparência jovem. Como se tivesse apenas 36 anos, em vez dos mais de mil que realmente tinha.

– Então podemos ir direto ao ponto, que tal? – Henry fala. Seu tom de voz deixa nítido o seu desagrado em estar ali.

– Concordo Henry. Vamos direto ao ponto. – Poseidon fala calmamente e com um sorriso tão deslumbrante que faria qualquer uma cair em seus braços. – E o ponto é que Apolo recebeu uma profecia. E... bem, não foi uma das mais agradáveis.

– O que ela dizia? – Christopher pergunta.

– O que ela dizia não vêm ao caso agora. O importante é que encontramos uma solução. – Apolo responde. Ele estava com uma aparência de um jovem de 20 anos com um físico forte e uma beleza descomunal. Os reis e rainhas ficaram aborrecidos pela resposta. Para eles era irritante os deuses ficarem escondendo os fatos para si próprios.

– O que temos a ver com isso então? – Henry pergunta deixando transparecer sua frustação.

– Fique tranquilo Henry. Podem ter certeza de que que vocês tem muito a ver com isso. – o fato de Poseidon estar lhe dando ordens, deixou Henry ainda mais aborrecido.

– O fato é que a Solução tem a ver com Nicholas e Derek. – Apolo intermede.

– Como assim? – Christopher se interessa.

– Queremos que Roma e Grécia façam uma espécie de acordo de união. – o deus explica.

– Ainda não entendo. – Anastácia fala pela primeira vez.

– Nós já não estamos em paz? Sem guerrilhar nem lutar! Para que um acordo de união se já está tudo bem? – Meliandra também se pronuncia.

– Acreditem, esse acordo é de extrema importância. – Apolo murmura.

– Não será um acordo com papeladas e todas essas burocracias. Será simples. Será uma Seleção. – Zeus anuncia.

– Mas como seria essa Seleção?

– Serão selecionadas 10 semideusas gregas e 10 semideusas romanas. Elas ficarão hospedadas num palácio que temos aqui em Veneza. Derek e Nicholas ficarão morando com elas, convivendo com elas. E a cada momento eliminando as que não quiserem, no final apenas uma será escolhida por cada um deles, apenas uma para se casar. Sem se importarem se serão gregas ou romanas. Eles se casarão e o acordo de união será cumprido. Tudo muito simples. – Zeus explica como se realmente fosse tudo muito fácil.

– Mas você falou, “sem se importarem se serão gregas ou romanas”. E se meu filho escolher uma romana? Ele tem que se casar com uma grega! – Christopher exige.

– Primeiramente, Derek é MEU filho, não seu. E eu já falei: é um acordo de união entre Grécia e Roma. Então não importa de qual nação ela seja, a Seleção ocorrerá dessa maneira. Sem diferenças e preconceitos. – Zeus fala com o tom tão autoritário, que o rei da Grécia se encolhe na cadeira.

– Vocês não tem escolha. É pegar ou pegar. – Apolo conclui impassível.

– Por mim tudo bem. – Henry fala sem tanta preocupação.

– Por mim também. – Christopher fala quase como em um sussurro.

– Então está decidido. A Seleção ocorrerá. – Poseidon termina com um sorriso.