Era uma manhã fria como todos os outros dias de inverno em Londres.

Naquela manhã não tinha nada de estranho acontecendo, quer dizer, para todos menos para o nosso querido salvador do mundo mágico, nada mais nada menos que Harry Potter. Ele estava estranho, tudo estava estranho, seus pensamentos estavam estranhos.

 Ele sempre fora um pouco difícil de compreender, mas tinha algo o incomodava desde cedo, uma sensação que não era nova e ainda assim ele não se lembrava de senti-la tão forte quanto hoje.

 Talvez porque há algumas semanas tinha tido sonhos com todos que haviam morrido na guerra e por mais improvável que possa parecer ele não estava triste, estava só melancólico por lembrar-se do quanto cada um merecia estar vivo.
 Sacudiu a cabeça para tentar se livrar de todos esses pensamentos e quem sabe assim ter um tempo para si mesmo, sim porque agora estava noivo de Ginervra sentiu vontade rir, não estava nem um pouco feliz por essa união, nem ao menos gostava da caçula dos Weasleys.

 Não como a forma de família feliz que queriam criar para ele.

Tinha um certo carinho, mas era um carinho fraternal como tinha por Hermione. Nunca tinha sido mais que isso. E duvidava que algum dia seria diferente.

 
  Entretanto ninguém nunca entendia. E olha onde ele tinha se metido, pensou olhando para o dedo onde estava sua aliança.

Era o fim, pelo menos para ele, já que a irmã de seu melhor amigo não tinha a mesma linha de pensamentos que ele.

Suspirou tentando focar no silêncio que estava no seu quarto na Mansão Black, que por acaso era o único lugar que conseguiam deixa-lo em paz. Os momentos onde conseguia relaxar completamente eram cada vez mais raros.

A sua agenda parecia mais apertada do que já estava normalmente.

Havia jornalistas para todos os lados querendo saber mais informações sobre o salvador do mundo bruxo, além de ter seu próprio trabalho. Onde sempre procurava sair para as missões em busca de alguma emoção.

A verdade era que Harry tinha deixado de ter um propósito desde que Tom fora destruído.

Levantou-se calmamente da cama para beber um copo d'água quando algo muito bizarro aconteceu.

Alguma coisa envolta dele que tinha uma forte aura mágica se expandia e fazia sua cabeça girar e girar cada vez mais. Estava enjoado e tonto.

Depois de um tempo, aos poucos a sensação ruim ia embora.

O que Harry desconhecia era o fato que estava caindo, e finalmente quando tudo parou, ele pôde se levantar.

Nunca imaginaria que a primeira coisa que iria ver eram um par de olhos azuis que brilhavam por trás de um óculos meia-lua.

E que eles lhe eram muito familiares, não pôde observar mais nada porque logo estava caído no chão pela tontura repentina.
 Fechando os olhos e entregando-se a escuridão que já tinha cuidado dele tantas e tantas vezes, deixou-se ser levado.

E portanto não reparou que tinha ganhado vários tipos de olhares, curiosos, amedrontados e um desconfiado.