Misery Business escrita por Sadie Gomez


Capítulo 31
Problems and reunions?


Notas iniciais do capítulo

haha' resolvi torturar vocês um pouco mais hehehe' KKKKK Brincadeira, esse capitulo é muito importante (todos são) para o que eu pretendo fazer... Então paciência e sem ódio contra mim e a Poppy ok? Todas vocês pegariam um Logan da vida se tivessem a chance! u.u KKKK
Enfim... Boa Leitura pessoal ... Beijito's ♥



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POV Dorian

Três meses depois*

Eu nem posso começar a dizer como as coisas andaram confusas nesses últimos tempos, não só para mim, mas também para as pessoas a minha volta.

Bom, para começar eu já estou com quase seis meses de gestação e fico cada dia mais impressionada como meu pequeno (a) pode ser tão novinho e tão agitado. Sério, ele acha que minha barriga é alguma boate e faz uma zona dentro da mesma. As coisas entre Tripp e eu estão mais do que melhores. Ele finalmente arranjou um trabalho, está pegando pesado na faculdade e está ao meu lado a todo o momento que posso me lembrar. Eu também arrumei um emprego de meio período em uma boutique perto do meu apartamento. Me deixa um pouco mais próxima do que eu gostava de fazer antes já que tive que trancar a faculdade e deixar meu estagio de estilista na empresa que eu frequentava; Mas graças a Deus tudo estava caminhando bem. O problema agora não era comigo, mas sim com meus amigos.

Para começar a três meses a algumas semanas Jayden foi preso por espancar o pai, isso não foi de tão ruim por que o velho bem que merece. Mas o que chocou todos nós no meio disso, foi o fato de Poppy simplesmente terminar com ele enquanto o mesmo estava preso e dois dias depois anunciar que estava namorando Logan. Vocês podem imaginar que isso não agradou a ninguém certo? Jayden sumiu por cerca de duas semanas e depois reapareceu totalmente renovado. Isso para quem não o conhecia, por que todos nós que estávamos a sua volta víamos o sofrimento em seu olhar quando era comentado algo sobre a Poppy perto do mesmo ou até em vê-la com Logan em alguma revista, já que a mesma além fotografar modelos fazia alguns ensaios também. Mas voltando ao assunto inicial, assim que descobri o namoro, questionei Poppy e a coloquei contra parede imediatamente, mas eu fico triste em dizer que não reconheci a pessoa que eu costumava chamar de melhor amiga.

– Logan? Isso é sério mesmo? E só dois dias depois de terminar com Jayden. Você só pode estar de brincadeira!

Falei para a mesma assim que a encontrei no final da semana em que tudo aconteceu. Ela parecia terrivelmente abatida e estava mais magra também. Confesso que isso me assustou um pouco, mas ela estava bonita mesmo assim. As roupas estavam diferentes e a maquiagem mais forte, cobrindo um pouco da tristeza de seu rosto.

Quando eu toquei no assunto ela bufou e desviou seus olhos dos meus.

– Olha eu não quero mais discutir sobre isso ok? Minha mãe já me xingou, Tripp me xingou, Casey me xingou e olha que eu nem estou falando com ela direito! E até a Izzie resolveu parar de falar comigo!

Por um momento eu me permiti ficar triste por ela. Algo parecia realmente errado e ela parecia muito mais cansada que o normal. Estiquei minha mão e peguei na da mesma a fazendo me olhar e por um segundo eu pude ver o desespero em seus olhos.

– Então por que você não volta logo para ele?

Ela puxou a mão que eu segurava e olhou para os próprios dedos.

– Eu não posso! Eu preciso me concentrar em conseguir ficar com a Izzie e não em me envolver nessa confusão que é a vida dele!

Eu encostei meu corpo na cadeira e suspirei cansada.

– Não vem com essa, você diz isso para todo mundo, mas nem você acredita nas suas palavras!

– Quem não acredita nessa droga são vocês! Jayden e eu não temos mais volta e todos vocês tem que parar de me questionar com isso, por que a vida é minha e não de vocês!

Ela falou me olhando seriamente. Eu revirei os olhos, eu nunca apoiaria isso ou aceitaria.

– Nós falamos isso por que nos preocupamos com você e com ele e vemos que os dois estão mal!

– Eu estou perfeitamente bem e logo ele ficará também, comecem a se preocupar com vocês mesmos.

– É assim então?

– Sim.

Ela falou com piscar e aquilo me encheu, peguei minha bolsa e fui embora sem dizer nem um tchau.

Nós demoramos um mês para nos falarmos normalmente de novo. Eu ainda não aceitava isso, mas ela é minha amiga e estava sempre comigo quando eu precisava, o mínimo que podia fazer era retribuir isso.

Falando um pouco de Jayden. As coisas em relação ao processo de sua mãe estavam mais difíceis a cada dia. Algumas testemunhas sumiram e o pai dele até foi preso novamente, mas como o dinheiro está acima de tudo hoje em dia, ele foi solto logo.

Todos nós estávamos dando o maior apoio possível, não só para ele, mas para sua mãe também que é um amor de pessoa! Outra pessoa que nos surpreendeu nesses últimos meses foi a Sra. Nolan, ela e o Sr. Rodriguez começaram a trabalhar juntos no caso do Jayden e de sua mãe. O julgamento que decidiria o fim de toda essa história aconteceria daqui a um mês e meio. Todos nós contávamos os minutos para aquele velho idiota ser preso e tudo ficar em paz, pelo menos por um tempo.

POV Jayden

As mudanças foram muito drásticas nos últimos meses. Eu evitava cada local que ela frequentava ou simplesmente pudesse aparecer de surpresa, quando eu queria ver Izzie (coisa que ela não proibiu mesmo com nossa separação) quem sempre a pegava ou levava ela de volta eram Casey, Tripp ou até mesmo a Sra. Nolan, mas nós dois, nunca nos encontrávamos. No começo eu pensei que tudo aquilo era algum jogo dela, mas então uma semana depois de vê-la com aquele filho da puta, eles anunciaram para família, amigos e socialmente, já que o cara era famoso, que eles estavam juntos. Depois disso, tudo que eu soube sobre ela ou vi dela, foi o que as revistas ou nossos amigos próximos falavam.

– Eu quase não a reconheci com aquelas roupas e aquele comportamento!

Dorian comentou depois de contar como havia sido o encontro entre as duas no mês passado.

– Eu ainda acho que tem algo errado nisso.

– Eu lavei minhas mãos, não tento dizer mais nada a ela.

Casey comentou e todos pareceram concordar com aquilo. Eu já estava cansado de toda aquela história.

– Nada está errado. Ela só seguiu um caminho diferente do que esperávamos. Não tem mais nada a ser discutido!

Peguei minha garrafa de cerveja e andei com a mesma até a janela deixando-os pasmos e em silencio para trás.

Para falar a verdade, no começo eu achei que tudo isso era um pesadelo. Do nada ela mudou com todos e se afastou de todos, sua vida era toda direcionada a Logan e Izzie agora. Eu pensei, e pensei e depois de um tempo eu vi que não era nenhum pesadelo, era só a vida em sua forma mais real, catastrófica e cruel.

Meu telefone começou a tocar e quando vi quem era, atendi com um sorriso no rosto. Ultimamente, ela era a única pessoa capaz de me fazer sorrir.

– ooooi pãozinho!

– Oi oi parceira! Como você está?

– Entediada. E você?

– Entediado também! Quando você vai querer que eu te pegue essa semana?

Ela ficou uns segundos em silencio e eu dei mais um gole em minha cerveja.

– A Poppy disse que quando eu quiser te ver a tia Cass, Tripp ou a vovó podem me pegar ou até você!

Essa era novidade.

– Ela disse que eu posso?

– Sim, eu pedi para ela e como todo mundo anda ocupado, ela disse que você pode vir.

– Bom, eu estou livre amanhã à tarde. O que você acha de um passeio no parque gatinha?

Falei com a voz “sedutora” que sempre a fazia rir e como sempre a mesma deu uma risada alta me fazendo acompanha-la.

– Estou à disposição amorzinho!

Ela me respondeu com uma voz doce e eu podia jurar que ela estava batendo os cílios enquanto dizia aquilo. O pensamento me fez sorrir.

– IZZIE QUERIDA, SUA COMIDA VAI ESFRIAR!

Meu corpo travou por completo e o sorriso em meu rosto sumiu assim que ouvi a voz dela. Fazia tanto tempo que eu não ouvia aquele som e mesmo assim meu corpo reagiu a isso, por que eu me peguei pensando em como ela estaria no momento. Mesmo que eu estivesse meio extasiado com sua voz, não pude deixar de notar o tom estranho que a mesma estava. Parecia vazio... Sei lá, diferente.

– EU JÁ ESTOU INDO MAMÃE!

Izzie gritou de volta e eu afastei o celular do ouvido por conta disso.

– Jay?

Ela falou em um tom normal dessa vez. Eu tentei me segurar e apenas me despedir dela, mas meus lábios tomaram vida própria e foram mais rápido do que minha mente.

– Izzie, ela está bem?

Praguejei internamente pela minha estupidez, mas quando ela ficou tempo demais em silencio eu comecei a me preocupar.

Izzie?

Eu insisti e depois de um suspiro ela começou a falar aos sussurros.

– Desculpa, eu tive que me esconder no banheiro para a Poppy não ouvir!

– Por quê? O que você vai dizer que ela não pode ouvir?

Perguntei e ouvi o barulho da água caindo.

– Jay, ela está estranha. Nos últimos dois dias ela anda sempre com o rosto vermelho e inchado e mesmo que eu não durma mais com ela, posso ouvi-la chorando às vezes.

– E você não sabe o por quê?

– Não. Eu pensei que era por que eu não estava falando com ela. Mas mesmo depois que voltamos a nos falar, os choros continuaram.

Ficamos em silencio por alguns segundos, nenhum de nós sabia o que dizer, eu não sabia o que dizer para ela. O silencio foi interrompido por uma batida na porta dela.

– Filha... Vem comer logo... Preciso da minha pequena abusada logo!

Senti Izzie sorrir.

Já estou indo mãezinha! Tchau Jay... Até amanhã... Te amo!

Ela falou a ultima parte em um sussurro.

– Também te amo parceira, até amanhã!

Desliguei o celular e fiquei um tempo olhando para o aparelho sem saber direito o que fazer em relação às palavras de Izzie.

POV Dorian

Acordei com um leve enjoou e uma dor fraca nas costas. Olhei para os lados procurando o relógio e o mesmo marcava 5hrs00. Ótimo, madruguei!

Como aquele incômodo idiota não passava, e vomitar não era uma opção já que nada saia daqui eu resolvi levantar para tomar um chá ou algo que me ajudasse a voltar a dormir já que daqui a algumas horas eu teria que levantar novamente para trabalhar.

Cheguei à cozinha e enquanto colocava a água no fogo para ferver, deixei minha atenção cair sobre o livro que Tripp deixou comigo. “Pais de primeira viagem” revirei os olhos e sorri me lembrando como ele corou quando eu ri do mesmo por estar lendo algo daquele tipo, ele me xingou e meia hora depois nós dois já estávamos lendo o livro juntos.

Fiquei lendo enquanto esperava a água ferver. O capitulo dez falava sobre como as mães se sentem no começo e meio da gravidez até que se acostume com a ideia de ter um filho, eu particularmente achava ridículo elas demorarem tanto tempo para aceitarem algo que elas mesmas provocaram. Eu estava tão envolvida na leitura que quando a chaleira apitou avisando que a água já estava boa, eu me assustei e dei um pulo do lugar onde estava. Até ai tudo bem, meu desespero foi quando eu senti o liquido quente escorrer pelas minhas pernas e antes que vocês pensem besteira, não, não era xixi! Eu acho que era a minha bolsa estourando!

– Alô!

Tripp atendeu depois do quarto toque com uma voz sonolenta e carregada, como ele não disse nada, além de alô, achei que o mesmo provavelmente não olhou no identificador.

– Tripp!

– Dorian? Aconteceu alguma coisa? Tá tudo bem?

Ele falou alarmado e eu ouvi o barulho de algo caindo. Eu fechei os olhos e tentei respirar.

– Tripp... Eu não sei, saiu um liquido de mim e eu to tonta. Acho que a bolsa estourou!

– O que? Porra! Mas você só tem seis meses!

Eu sei!

Choraminguei enquanto passava a mão sobre minha barriga e tentava me acalmar, mas o fato do meu filhinho ou filha que geralmente era tão agitado não estar mexendo me deixou mais nervosa ainda.

– Tá tudo bem... Fique sentada que eu estou indo para aí!

– Tá... Só não demora! Nem desliga!

Ouvi quando ele bateu a porta.

– Tudo bem... Você está sentindo alguma dor?

Dor? Eu fiquei tão nervosa com tudo isso quem nem consiga sentir alguma dor, eu só pensava no bebê.

– Não! Sem dores!

Ouvi quando ele respirou fundo e então eu percebi como ele estava tão nervoso quanto eu.

– Tripp?

– Oi? O que foi, está com dor? Tonta?

Ele falava rápido e sem respirar.

– Não, tudo bem! Só... Dirija devagar ok? Com cuidado.

Ouvi o mesmo suspirar.

– Tudo bem!

Ao longo que ele vinha para cá nós ficamos conversando e aos poucos nós dois fomos nos acalmando.

– Já estou dentro do elevador. Abre a porta para mim!

– Tá!

Desliguei o celular e me levantei devagar segurando a barriga como se a mesma pudesse cair ou algo do tipo. Minhas pernas estavam moles e tremendo, mas eu continuei andando devagar até a porta e quando abri a mesma o elevador se abriu. Tripp me olhou e veio rápido até mim. Ele me pegou no colo e andou comigo até o sofá. Eu soltei uma risada.

– Tripp eu ainda posso andar!

– Não quero arriscar!

Não fiz nenhum comentário por que eu também estava com um pouco de medo nesse momento.

– Onde estão seus documentos?

Ele perguntou assim que me deixou sentada no sofá.

– No quarto, na bolsa vermelha.

Ele se virou e saiu do meu campo de visão indo até o quarto e voltando de lá com minha bolsa na mão. Ele pendurou a mesma no braço e eu quase ri ao ver o jeito que o acessório tão feminino ficava engraçado nele. Ele me pegou no colo novamente e andou comigo até o elevador, e enquanto esperávamos chagar até o térreo ele me manteve firme em seus braços.

– Tripp é sério, eu posso ficar de pé!

Ele não disse uma palavra, apenas me lançou um olhar bravo que dizia “cale a boca” coisa que eu fui esperta o bastante em fazer, afinal, ele estava me segurando, vai que eu o irrito e o mesmo me joga no chão! Revirei meus olhos para minha consciência estúpida, é claro que ele nunca faria isso, pelo menos não na situação atual.

Nós fomos o caminho todo até o hospital em silencio, porém Tripp segurou minha mão enquanto dirigia até o mesmo. Eu não me importei em não falar nada, estava até mais tranquila, no estado de nervos em que nós dois estávamos, falar era algo perigoso.

Assim que chegamos ao hospital, paramos na recepção e uma mulher com uma cara fechada e tediosa nos atendeu.

– Boa noite! No que posso ajuda-los?

– Boa noite! Minha mulher está grávida e a bolsa estourou!

Tripp falou e eu fiquei apenas ao seu lado, me deixando viajar feito uma idiota quando o ouvi dizer “minha mulher”. A recepcionista não esboçou muita reação. Apenas acenou para que trouxessem uma cadeira de rodas.

– Ah isso é normal. Preencha a fixa dela que os médicos estão a caminho.

Tripp a encarou por alguns segundos e eu podia ver o rastro de nervosismo e impaciência em seu olhar.

– Minha senhora. A minha mulher está de seis meses e a bolsa dela estourou!

Ele falou de um jeito tão rude e frio que eu e a recepcionista o encaramos um pouco perdidas por alguns segundos. A mulher, no entanto se recuperou mais rápido do que eu e quando me dei conta ela já estava no telefone e alguns enfermeiros ao meu lado me ajudando a sentar. Um deles começou a me empurrar para dentro do elevador e quando Tripp nos seguiu a recepcionista o parou.

– Desculpe senhor, mais terá que preencher a fixa dela antes de subir. Você pode encontra-la logo!

Tripp encarou a mulher e depois me encarou novamente e depois a mulher e depois a mim de novo e eu sorri para ele dessa vez tentando o tranquilizar.

– Tudo bem, eu vejo você logo!

Ele andou até mim e depois de me dar um beijo na testa deixou que me levassem. Eu fiquei o encarando enquanto as portas do elevador se fechavam.

Depois de alguns segundos esperando eu finalmente pude entrar na sala do medico. Ele era um homem de mais ou menos quarenta e poucos anos, com um sorriso simpático e uma aparência cansada.

– Muito bem... Dorian... O que temos aqui, eu li na sua fixa que você tem seis meses e sua bolsa estourou.

Ele disse lendo algo antes de levantar o rosto para me olhar.

– Isso mesmo. Eu estava fazendo um chá quando senti o liquido descer pelas minhas pernas e antes que diga algo, não, não era xixi!

Ele me olhou por alguns segundos e esboçou um sorriso.

– Se você está dizendo que não é quem sou eu parar dizer o contrário?

Ele falou com um pouco de humor enquanto se levantava e saia da sala.

– Espere um segundo, por favor.

Eu apenas assenti e fiquei ali olhando cada detalhe da sala enquanto ele não voltava. Um minuto depois ele voltou com um sorriso no rosto e um avental na mão.

– Coloque isso enquanto eu falo com seu namorado que está quase batendo nos enfermeiros para entrar aqui.

Eu ri e revirei os olhos, Tripp nunca tomava jeito mesmo. Ele me deixou sozinha de novo enquanto eu tirava o vestido/camisola que eu usava para colocar aquele avental azul. Quando acabei de me vestir e ia andar até a porta, ela se abriu e Tripp entrou com o medico e os dois tinham um sorriso no rosto. Eu não falei nada, apenas os encarei. Tripp veio para o meu lado e o Doutor nos encarou por mais uns segundos.

– Muito bem Dorian, agora eu preciso que você se sente nessa cadeira e apoie as pernas aqui em cima.

Ele apontou para a mesa que eu tanto odiava me sentar quando vinha ao ginecologista. Assim que me sentei Tripp ficou do meu lado esquerdo e o doutor se sentou no meu lado direito e pegou o aparelho para fazer a ultrassonografia. Aquilo incomodou um pouco já que não era um ultrassom comum.*

Tripp e eu ficamos observando a imagem do nosso bebê na tela do computador em silencio. Era tão pequeno, eu olhava aquela imagem e meu coração se derretia e quando eu menos esperava as lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Eu só desejava de todo coração que tudo estivesse bem, o que pela expressão do medico, não estava.

– Tudo bem Dorian, pode se vestir e depois voltar aqui para que possamos conversar.

Eu estava nervosa demais e nem tinha falas para perguntar algo, eu apenas me levantei e fui trocar de roupa. Assim que voltei o medico já estava sentado de volta em sua mesa e Tripp sentado na cadeira ao lado da que eu estava. Eu andei até eles e me sentei e encarei o medico. Ele anotou mais alguma coisa antes de nos encarar.

– Dorian, você está de seis semanas pelo que me disse e pelo que eu vi aqui. Você tem feito o pré-natal?

– Sim, faço regularmente, nunca perdi nenhuma consulta.

– E quando você passou pela sua ginecologista, o que ela te disse?

– Ah! Que estava tudo bem, que o bebê estava forte, para eu me alimentar, essas coisas.

Ele já estava me deixando louca com essas perguntas.

– Tem algo errado doutor?

Tripp perguntou impaciente e o medico ficou em silencio de novo, vendo algo em sua mesa. Ele levantou o rosto e então começou a falar, dividindo olhares entre Tripp e eu.

– Bom Dorian, eu sinto em informar que você tem insuficiência no istmo-cervical ou como é mais conhecido insuficiência do colo uterino.

Ele deu mais algumas olhadas nos papeis que eu sabia serem meus exames e então voltou a falar.

– Eu não entendo por que sua medica não lhe avisou isso, já que é possível saber no começo da gestação. Vocês sabem o que isso significa?

Ele perguntou, mas eu não sabia o que falar. Minha voz não saia, então Tripp quem respondeu.

– É quando o útero não tem força para segurar o bebê.

O medico assentiu.

– Isso mesmo. Em uma gravidez normal, o colo do útero permanece firme, forte e fechado até as ultimas semanas de gestação. Quando se tem insuficiência uterina, quer dizer que seu colo do útero é mais fino que o normal, ou que sempre foi menor que o de outra mulher. Isso faz com que ele tenda a dilatar sem que haja contrações, só com o peso do bebê.

– Não precisa nem ser muito esperto para saber que isso é ruim.

Eu comentei e ele me olhou inexpressivamente agora, ele estava com aquela cara de medico que não revelam nada, assim, nós nunca sabemos realmente o quão ruim a situação é.

– O grande problema é que a dilatação pode acontecer rápido demais e o pode bebê nascer antes do tempo, ainda no segundo trimestre onde ele não tem condições de sobreviver fora da barrida, o que infelizmente é o seu caso.

– Você está dizendo que... Que... Ela pode simplesmente perder o bebê

Tripp finalmente se manifestou e quando eu o encarei ele parecia muito mais nervoso do que antes, o que eu não achei ser possível até agora.

– Infelizmente sim, esse tipo de acontecimento é o que chamamos de aborto espontâneo tardio.

– E não há nada que possamos fazer para evitar isso?

– De princípio eu poderia de recomendar injeções de corticosteroide. Ela vai ajudar a amadurecer os pulmões do bebê e assim ele teria mais chances de sobreviver caso ele nasça antes da hora.

– Quando eu começaria a tomar a essa injeção?

– Primeiro, eu faria mais alguns exames para ver como você e o bebê estão e dependendo dos resultados, começaríamos o quanto antes. Porém, mesmo que você não tome a injeção eu recomendo que se você quiser ter esse bebê, que fique de repouso ABSOLUTO para evitar que o útero sofra pressão pelo peso do bebê.

– Entendido!

***

Depois de uma longa e esclarecedora conversa com o médico, eu estava nervosa, ansiosa e preocupada. Eu não queria nem podia perder meu bebê logo agora em que me acostumei com ele e o amava tanto. Ele não era só uma parte de mim, ele era também a representação em vida do amor que eu sentia por Tripp. O irônico nisso é que no começo eu fiquei desesperada por tê-lo dentro de mim e agora eu estou desesperada com a hipótese de ele ser tirado de mim.

Eu segui para varias salas fazendo exames atrás de exames e o tempo todo em que rodei por quase todo o hospital, Tripp ficou ao meu lado. Há meia hora eu havia terminado os exames e agora nós esperávamos os resultados. Como eu fiquei extremamente nervosa, minha pressão abaixou, minhas costas voltaram a doer e eu estava um pouco desidratada eles acharam melhor me colocar no soro. Logo eu estava em um quarto e recebendo visitas.

A porta se abriu e revelou a figura da minha melhor amiga ali, toda atrapalhada e nervosa. Era tão estranho vê-la assim tão diferente, com roupas mais chique e maquiada, a única coisa dela nela mesma era o olhar, o senso de humor e o sorriso que raramente aparecia agora. Poppy andou até mim com um semblante preocupado e me abraçou. Quando nos separamos ela ficou em pé ao meu lado mexendo no meu cabelo.

– Então, como você está? Como meu afilhado ou afilhada está?

Ela perguntou e seu olhar caiu sobre minha barriga e ela deu um sorriso doce.

– Eu estou uma pilha e bom... Essa criancinha aqui dentro resolveu se acalmar por mim e pelo pai dela!

Poppy riu.

– Sim, seu pai está uma pilha de nervos!

Ela falou olhando para a barriga como se conversasse com a mesma. Eu a olhei com um sorriso, aquela era a minha amiga, a que eu conhecia.

– Quando você terá alta? Teve uma pessoa que quase não foi para escola querendo te ver!

Eu sorri me lembrando da Izzie. A primeira vez que a mesma me viu não parou de me olhar um segundo e meia hora depois queria um cabelo azul como o meu o que causou risos em mim e pânico em Poppy.

– Acho que mais tarde. Leve ela no apartamento para nos ver.

– Pode deixar, eu vou levar!

Foi tudo que ela disse antes de ficar em silencio mexendo na minha barriga. Eu a olhei e de repente, vi o quão triste ela parecia estar.

– Você está bem?

Ela me olhou estranhando a pergunta, mas deu um sorriso antes de responder.

– Claro que estou, afinal, não sou eu quem está no hospital, não é?

Ela riu quando eu revirei os olhos.

– Você me entendeu!

– Sim, eu entendi. Estou bem, não se preocupe!

Olhei para ela desconfiada e a mesma quem revirou os olhos agora.

– Estou falando sério, eu estou bem! Só fiquei preocupada com você e o bebê! Mesmo que eu queira ver a sua carinha logo, fique ai dentro por mais alguns meses ok? Estamos entendidos bebê?

Ela levantou o dedo indicador e falava com a barriga com seriedade e humor no olhar ao mesmo tempo e eu assistia a cena sorrindo por que ela fazia exatamente a mesma coisa quando brigava com alguém ou dava uma ordem de verdade.

– Você sabe que parece uma idiota falando com a minha barriga não sabe?

Perguntei e ela me mostrou a língua quando me encarou.

– Não é como se você não falasse com ela também!

– Não com essa cara de louca!

Ela me mostrou o dedo do meio e eu mostrei de volta e então meio segundo depois nós estávamos rindo como idiotas. A porta se abriu chamando nossa atenção e quando viramos para ver quem era Poppy parou de rir e seu corpo travou na hora quando o viu ali.

Eu encarei a cena e me senti uma intrusa nos poucos segundos em que os dois se encararam. Jayden que era mestre em nunca demonstrar o que sentia deixou que seus olhos mostrassem a saudade, o amor e a magoa que ele sentia em encontrar Poppy ali. Ele desviou seu olhar do dela e olhou para mim com um sorriso que se eu não conhecesse diria ser o mais feliz do mundo.

– Como estão minhas pestinhas favoritas do mundo!

Eu sorri para ele.

– Não nos chame assim! E estamos bem.

Eu falei com um sorriso, porem quando percebi que Poppy segurava a respiração ao meu lado e que a mesma apertava o ferro da cama com tanta força que seus dedos ficaram brancos, meu sorriso morreu um pouco. Ela me olhou e sorriu.

– Eu preciso ir. Venho te ver mais tarde!

Ela me deu um beijo no topo da testa e quando se virou e seu olhar encontrou com de Jayden ela travou mais uma vez, porem conseguiu se recompor a rapidamente como se aquilo não fosse nada e então depois de acenar para o mesmo ela saiu do quarto sem olhar para trás.

Jayden e eu nos olhamos em silencio por uns segundos até que ele suspirou e seus ombros caíram e só ai eu percebi que ele prendia a respiração também.

– Quando vocês vão coversar como adultos?

Ele passou a mão pelos cabelos.

– Não temos o que conversar, ela não significa mais nada para mim!

Ele falou com determinação e firmeza e por mais que suas palavras fossem bem claras, seu olhar e seu estado depois de vê-la diziam totalmente o contrario. Ele ainda era louco por ela.


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Notas finais do capítulo

* A ultrassom feita pela Dorian no caso, é a transvaginal, que é um pouco incomoda (não que eu já tenha feito) mas ouvi relatos sobre isso



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