Pesadelo sem Fim escrita por Borboleta Negra


Capítulo 28
Capítulo 28




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Final Feliz ás vezes não acontece

(Narrado por Lucas)

Ótimo. Andy veio pra mim essa noite e me avisou aquela babozeira toda de que ele e Taylor foram para o Paraíso, porque Deus deu á ele uma nova chance e ele virou um anjo... Muito conveniente. Enfim, tomei coragem o suficiente para ir na casa de Caroline... Meu anjo, meu amor... Mas, bem, ela não me queria mais, mas eu não tinha sido culpado daquele bebê ter começado á nascer dentro do útero dela. Bem, parte da culpa era minha, mas não toda a culpa.
Fui até aquela casa que ficava no Brasil. Eu era de lá, mas havia me mudado desde que ela me expulsou de casa. Respirei fundo e entrei naquele prédio branco e azul na Barra da Tijuca.
_Com licença._O homem que estava na portaria disse._Quem está procurando?
_Ah... Er, é que..._Tentei lembrar o número do apartamento._Eu preciso falar com Caroline, no apartamento 294.
_Um instante._Ele pegou o interfone e clicou nos números._Bom dia. Olá Gabriel, pode chamar sua mãe? Obrigado._Ao ouvir aquele nome, eu senti meu coração sendo pego por uma mão e apertado... A saudade era muito grande... Muito mesmo._Caroline? O senhor..._Ele olhou para mim.
_Lucas.
_Senhor Lucas quer subir. Obrigado. Ela disse que você pode subir.
_Obrigado.
Fui até o elevador e apertei o botão que indicava o segundo andar. Era tudo muito luxuoso, o elevador era da cor de ouro, em volta dos botões estavam cravados diamantes falsos, mas mesmo assim, era tudo com muito glamour. A porta do elevador se abriu e eu desci no andar. Tudo era branco e as maçanetas eram douradas. Em cada porta um número estava com um número cravado em diamantes falsos. Olhei para o que indicava o número 294 e bati na porta.
Caroline abriu... Ela estava linda, mas com os mesmos traços de quando tínhamos 17 anos. Cabelos até um pouco depois dos ombros, pesados, lisos e castanhos um pouco negros, ela tinha bastante cabelo, o que dava um leve volume neles. Olhos azuis da cor de piscina e lábios fartos, de cor rosa clara. Sua franja, que ia até o meio do rosto liso, branco e macio, estava preso em uma pequena fita vermelha. Ela usava um vestido nude até o meio das coxas, com dois bolsos e uma manga fina nos ombros.
_Eu já ia sair..._Ela disse.
Aquela voz, eu não ouvia á tanto tempo, doce como o som do mar calmo.
_Ah... Eu queria falar com você.
_Tudo bem, entre... Eu só vou ao banco mesmo... Sente-se no sofá..._Ela fechou a porta atrás de mim e foi para a cozinha, parando na porta._E... Obrigada por pagar esse prédio até hoje para nós... Eu adoro... Ele..._Ela falou olhando para o chão, com as mãos na frente do corpo.
_De nada... Eu só queria vê-los confortáveis.
_Mas não viu._Ela olhou para meu rosto._Ele sentiu sua falta..._Ela olhou para o lado.
_E você?
Ela olhou novamente para mim, fixou em meus olhos e não os tirou dali.
_Vou fazer um café..._Ela se virou e entrou completamente na cozinha.
Olhei para o sofá e suspirei, sentando nele. Fixei o teto e alguns minutos depois Caroline chegou. Entregou-me um café e sentou-se ao meu lado, me olhando. Bebeu um pouco e me perguntou.
_O que faz aqui?
_Eu realmente não sei... Mas minha amiga disse que iria até aqui comigo para a gente retomar o namoro... Seu nome era Taylor, disse que depois de ter seu filho... Bem, ela estava grávida do Andy, se lembra dele?_Ela assentiu._Taylor morreu...
_Sinto muito... Mas Andy era meu ex-namorado... Como eu esqueceria? Foi meu primeiro, quando tinha 14 anos... Depois que ele ficou com toda essa maluquice de caça na cabeça nos separamos, ele não me pareceu triste. Então eu te conheci.
_Não se cansa de contar essa história?
_É só pra ter certeza de que você está me ouvindo.
_Por que eu não ouviria? Desde que você me expulsou eu não ouvia a sua voz.
Ela olhou para o chão.
_Senti saudades suas..._Eu completei.
_Eu não._Ela olhou para mim._Você me fez perder meus estudos, minha vida... Eu não queria mais você em minha casa. E toda essa loucura do parto, você não sabe o quanto eu sonhei por aquele momento e você estragou tudo aquilo.
_Desculpe-me, eu faço tudo pra você me perdoar.
_Tudo não é o bastante.
Essa tocou fundo, no coração... Ela nunca iria me perdoar, disso eu sabia, mas...
_Me dê uma segunda chance, não vai doer.
_Vai... E muito.
_Ele cresceu sem um pai, agora...
_Vá embora._Ela disse séria, olhando para a TV desligada.
_O que?
_Vai embora, não quero você na minha casa. Já me fez sofrer demais. Por favor.
Senti as lágrimas se formando em meus olhos e a mão invisível amassando meu coração.
_Eu vou... Tudo bem._Eu disse indo em direção da porta.
(n/a: Coloquem a versão acústica de Times Like These do Foo Fighters)
Ela me acompanhou e á abriu, deixando eu sair. Olhei para ela com as lágrimas incessantes caindo e ela apenas olhou para o lado. Saí e assim que coloquei os pés fora da casa ela bateu a porta.
Olhei para trás, mas andei até o elevador. Abri a porta e desci. Enxuguei minhas lágrimas e coloquei as mãos no bolso. Saí do prédio e olhei para o céu, com certeza iria chover, mas eu não liguei. Sentei-me em frente ao parque, em um banco e fiquei olhando para o prédio, me lamentando.
Se ela desistisse e voltasse para mim, seria bem melhor. Eu seria um bom pai, um bom marido, um bom homem. Na época em que ela havia tido Gabriel eu não era o mesmo garoto, agora eu tenho 24 anos, eu mudei, mas ela não sabia acreditar naquilo e não queria que ninguém á ensinasse... Fechei os olhos e coloquei a cabeça para trás, começando á ver os pingos grandes e pesados caírem em meu rosto, ouvindo o som das trovoadas que aconteciam... Olhei para a frente de novo, a chuva embaçava tudo, tudo estava muito branco.
Levantei-me e comecei á andar no meio da rua, com esperança de que algum carro passasse e me atropelasse. Incrivelmente isso não aconteceu, continuei andando. Vendo o mar agitado, pedi á Deus que aquilo tudo mudasse. Meu pedido foi inútil, nada mudou. Eu não iria mais viver como caçador, não iria mais me envolver com aquelas criaturas, não... Eu iria andar por aí, como um nômade, como uma pessoa solitária, que eu era. Iria vagar por aí mesmo sem ninguém me conhecer, eu só queria voltar para Jericho, minha terra natal, para relembrar os velhos tempos de criança, matar as saudades de meus parentes e fazer novas amizades naquela cidade em que todos se conheciam, naquela cidade pequena... Era tudo o que eu queria, queria ter uma vida simples, boa... Eu apenas queria ter uma vida.

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Notas finais do capítulo

Ultimo capítulo :'( amaram? gotaram? naum gostaram ou odiaram? quero saber sua opnião, oras ¬¬' enfim *peguei a mania d falar enfim por causa da fic LunnaBella O.o sério*, minha nova fic vai se chamar Bela's Clothing



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