Parto

NADA acontecia naqueles dias, nenhum dos 4 meses seguintes foi um pouco interessante. Que saco! Gessi continuava fazendo seu trabalho, quer dizer, o MEU trabalho, e Lucas continuava todo serelepe pensando no bebê... Credo.
Comecei á sentir uma forte dor na minha barriga. Eu não estava com fome, não queria ir no banheiro, mas a barriga continuava doendo.
_Lucas!_Gritei com os olhos fortemente fechados.
Senti algo molhado na minha calça. Eu estava fazendo xixi ou era impressão minha?
_Droga, a bolsa estourou!
Gritei de novo. Doía muito, era como se algo estivesse espetando minha barriga e o que estivesse nela quisesse sair por... Bem, melhor não comentar. Enfim, doía demais. Lucas me pegou no colo e me levou pro carro. Assentei-me. Se eu me deitasse, o bebê iria sair!
Lucas me levou no hospital e me colocou no colo. Ele fez alguma mágica, porque a mulher deixou que eu entrasse. Entrei em uma cadeira de rodas e me puseram na maca.
_Faça força.
Há. Tá. Mais força que eu estou fazendo é impossível!
               
               “Seja forte, eu estou aqui...”

Droga, essa voz de novo... Onde está Andy? Eu quero ele... Agora! Fiz muita força, já sentia o suor no meu pescoço, colo e rosto. Fiz mais força, eu queria que acabasse rápido, doía muito, doía... Era como se uma coisa prensasse a minha barriga e o meu estômago saísse pela vagina... Doía assim mesmo.
Depois de alguns minutos eu finalmente escutei o choro do meu bebê. Joguei a cabeça para trás e descansei. Finalmente minha barriga não tinha peso, finalmente não estava doendo mais. Ouvi alguma coisa cortando o cordão ambilical.
Respirei fortemente, com alivio. Fechei meus olhos e dormi. Acordei um tempo depois. Lucas estava do meu lado, com Luna no colo. Ele olhava para a garotinha com tanto amor e carinho, parecia até que o filho era dele. Lucas olhou para mim e sorriu.
_Ela é um bebê saudável. Pesa 2,45 e mede 0, 75 cm.
_Ótimo..._Coloquei a mão na minha cabeça._Pode dá-la para mim?
Ele assentiu e me deu o bebê. Vou ser sincera, era o bebê mais lindo que eu já havia visto. Ele já havia aberto os olhos, o que não era muito comum. Olhos azuis, os mais azuis que eu já havia visto, brilhantes... Como os do pai. Sorri, era o que eu queria. A menininha parecia estar com sono, mas não dormiu. Ela pegou na minha blusa e puxou um pouco. Depois pôs na boca e tentou comer.
_Calminha aí._Eu disse rindo e tirei a blusa da boca dela.
Olhei para Lucas e ele assentiu, saindo. Seria constrangedor se ele estivesse ali. Olhei para meu bebê e o dei meu leite. Balnçando e fazendo carinho no ralo cabelo dela. Olhei com carinho e amor para minha pequena Luna. Ela tinha as maçãs do rosto como as minhas. Coradas e redondinhas. Meus lábios... O nariz do pai. Perfeitinho e pequeno. O formato dos olhos também era de Andy. Eles eram médios, muito lindinhos. Ela tinha cílios muito ralinhos e negros, mas já eram bem feitos, eram como os meus. Era uma mistura muito peculiar, mas que dava um resultado fantástico.
Parei de dar meu leite para ela e coloquei meu seio dentro do sutiã de novo. Uma mulher entrou com roupas de médica e me perguntou.
_Já sabe qual vai ser o nome?
Assenti.
_Luna.
A médica sorriu.
_Que nome bonito... Agora, acho que você já pode ir. Seu marido está assinando os papéis.
Assenti.
_Obrigada.
Levantei-me e vesti minhas roupas de baixo, já que tiveram que ser retiradas. Olhei para a minha barriga e ela estava flácida... Nada que uma boa caçada resolvesse. Sorri com o pensamento. As mulheres normais pensavam no enxoval, nas roupinhas, sapatinhos e eu pensava em caçadas.
Será que ela seria caçadora quando crescesse? Esse pensamento fez meu corpo estremecer. Eu não queria um futuro como esse para ela. Cheguei ao lugar que Lucas estava e ele olhou para mim sorrindo. (n/a: A música Innocence da Avril Lavigne fica bem á partir de agora. Depois você pode ver a tradução, muito boa pra esse caso.) Sorri de volta e fui para o carro. Lucas chegou momentos depois.
_Assinei os papéis, a certidão está aqui.
Ele me deu um papel e eu o li. Luna havia nascido no dia 21/03 (n/a: Dia do meu aniversário, hehehe), em 2008. Eu estava naquele rumo á 1 ano, passava tão rápido. Olhei as assinaturas.
_Seu...!_Brinquei.
No nome do pai estava o nome de Andy, Andy Colt. Eu ainda ia assinar meu nome, então estava em branco. Depois eu assinaria, eu estava com Luna no colo agora.
Chegamos ao hotel e entramos no apartamento e eu dei Luna para Lucas, assinando o papel com meu nome, Taylor Brouster. Troquei de roupa. Coloquei um vestido até um pouco acima do joelho. O vestido era nude e liso, sem nenhuma estampa. Tinha uma gola alta e dois bolsos. Coloquei uma sandália da com do vestido, com um salto médio e peguei uma bolsa marrom.
_Onde vai?
Sorri e peguei Luna do colo dele e coloquei ela no carrinho que Gessi havia providenciado, rosa com babadinhos brancos e uns brinquedos pendurados.
_Vou para o parque, vai ser divertido.
Virei-me e andei em direção á porta. Fui para o parque. Havia crianças brincando nos brinquedos do parque, alguns casais de baixo das árvores, fazendo piquenique.
Olhei em volta e meu sorriso sumiu. Abri levemente minha boca e olhei dos pés á cabeça o homem que estava olhando as crianças brincarem. Ele tinha cabelos negros e olhos incrivelmente azuis... Ele me olhou e sorriu, caminhando até mim. Sentou-se ao meu lado e pegou Luna.
_Senti sua falta..._Andy disse sorrindo para mim._Taylor.
Eu fiquei sem reação.
_O que... É você?
_Deus me deu uma chance... Conforme um anjo enviado por ele disse, eu ajudei muito as pessoas da Terra. Eu ainda estou morto, mas agora... Eu sou um anjo.
Sorri.
_E eu tive um pedido. Que foi realizado pelo Senhor.
_Qual?
_Eu vim te buscar._Ele falou sorrindo._Vou lhes levar para o céu...
Sorri novamente
_É verdade?
Ele assentiu.
_Segure minha mão, se você quiser ir comigo...
Ele tirou uma das mãos de Luna e á estendeu para mim. Eu peguei a mão fria dele e algo me levou, um vento muito forte. Fechei os olhos e quando a ventania parou, eu pude abri-los. Olhei para cima e lá estava o céu. Levantei-me. Eu estava com um vestido branco e delicado, até o joelho e os pés descalços.
Aquele lugar era realmente bonito. Um campo verde, com um cheiro único de orvalho.
_Mamãe, você não vem?_Uma voz feminina e delicada perguntou e eu me virei.
Quem estava ali em minha frente era uma linda garotinha. Com algumas sardinhas no nariz e nas bochechas. Cabelos vermelhos cor de fogo completamente lisos e enrolados nas pontas. Sua pele parecia tão macia que dava vontade de tocar. Seus olhos azuis e brilhantes estavam em mim. Ela tinha aparentemente 4 anos.
_Luna?
_Mamãe, vamos brincar! O papai está chamando!
Ela pegou a minha mão com as duas mãozinhas e me levou até uma árvore ali perto. Lá tinha um balanço e na árvore, Andy estava esperando. Ele sorriu quando me viu e eu retribui. Luna sentou-se no balanço e Andy veio até mim. O abracei e ele retribuiu, me pegando pela cintura. Queria chorar, mas para que chorar em um momento como este? Ele se afastou um pouco e me deu um beijo. Um beijo que somente ele sabia dar. Caloroso, forte e apaixonado... Então eu soube... Que ficaria com ele, para sempre.