O trânsito estressante de Nova York fazia com que minha cabeça desse pequenas marteladas, a dor era incomoda, mas não era mais incomoda que meus pensamentos alterados. Haviam muitas perguntas, que deviam ser respondidas. Natasha Romanoff ,poderia ela ter um filho com Clint Barton?
Com meus olhos azuis focados no carro a minha frente, permaneci dirigindo na velocidade permitida. A rua estava escorregadia, pois a primeira camada de neve já havia caído, deixando o engarrafamento ainda mais longo, e estressante.
O barulho alto e repentino da buzina me assustou, fazendo meu pensamento se fragmentar.
–Saia do caminho! - Gritou o motorista do carro a minha frente, com a mão na buzina. -Você não enxerga!
Apavorada e preocupada sai do meu carro e fui ver o que estava acontecendo, isso fez com que muitos outros motoristas gritassem.
–Mulher saia da rua...- Gritou um homem com a cabeça para fora da janela. -Alguém tira essa mulher do caminho?
–Clint, Clint Barton... -Chamei ao vê-lo tão desorientado. -Clint... Sou eu a Isabela!

–Isabela... -Resmungou o arqueiro tentando levantar-se do chão. - Isabela!

–Acalme-se eu estou aqui! -Falei segurando o pelos braços ajudando o a levantar da rua. -Vamos... Venha comigo Clint!

Com muita dificuldade e sem receber a ajuda de ninguém. Caminhei na direção do meu carro, levando, guiando, Clint Barton cuidadosamente.

–Você saiu do hospital sozinho? Por quê? -Questionei autoritária colocando o sinto de segurança no homem. - Homem orgulhoso!

–O hospital é a uma quadra daqui. -Disse ele com os olhos fechados, aparentemente aborrecido. - E eu não quero ser um inútil, e não sou orgulhoso!

–Você se parece muito com ela, com nossa filha! -Falei sorrindo, seguindo de volta para casa. - Ela também é muito orgulhosa e teimosa!

–Não quero que Angel me veja assim! -Disse Clint com tom de suplica. -Ela não precisa me ver assim!

–Tarde de mais...-Resmunguei entrando com o carro na garagem do meu apartamento. -Chegamos em casa!

O ronco do motor parou, desliguei o carro, e fui até o banco do carona, para ajudar Clint a sair.

– Bela, desculpe-me por aquilo que aconteceu no hospital, você é uma mulher maravilhosa, mas eu não posso corresponder ao seu amor! -Sussurrou Clint Barton tentando consertar o que havia feito. -E eu acho que não será bom para nós dois ficarmos na mesma casa, isso só irá machucar seu coração!

–Barton, cala a boca! -Resmunguei furiosa com os olhos cheios d'água. -Você machucou-se na minha casa, você é minha responsabilidade e nada mais!

–Você está zangada, Isabela? -Questionou o homem ingenuamente. -Isabela, está zangada?

–Vamos logo! -Falei furiosa com os olhos lacrimejando. -Vamos homem levante-se e me ajude!

Zangada e triste, conduzi Clint Barton para dentro do elevador, e subi direto para o meu andar. Fazendo uso da minha experiência como medica, analisei o gavião, percebi o quanto ele estava abatido, com o rosto pálido, e marcado por diversos cortes.

–Papai! -Gritou a pequena ruiva quando o homem entrou em casa. -Saudade papai, muita saudade!

–Minha filha. -Sussurrou ele com os olhos abertos chorando. -Senti saudades filha minha!

A pequena Angel abraçava uma das pernas do homem, com os grandes olhos azuis fixos no rosto do pai, a garota não escondia a felicidade que sentia naquele momento, Angel não importava-se com a falta de visão do pai, ela apenas desejava a presença do pai.

–Minha filha, lembra do que combinamos? -Perguntei com um sorriso nos lábios, ao ver a pequena menina tão feliz. -Lembra que eu prometi que traria seu pai para ficar conosco!

–Obrigada mamãe, eu te amo! -Agradeceu a menina estendendo os braços para mim. -E eu lembro que combinamos de cuidar juntas do papai!

–Senhorita Johnson. -Chamou a jovem babá que ficava com Angel. -Eu já posso sair?

–Claro! -Respondi sorrindo segurando minha filha nos braços. -E seu pagamento já foi depositado na sua conta!

Uma linha de preocupação formou-se na testa de Clint Barton, como ele não notara a presença da outra mulher na casa? O homem estava decepcionado com sigo mesmo, seus outros sentidos não o ajudavam, Barton não conseguiria viver sem seus olhos. Ele sentia-se cada vez mais inútil, uma fúria violenta o abateu, Clint Barton desejava a morte.

–Que bom que você está aqui, papai! -Angel falou com sua voz cheia de amor, carinho e inocência. -Eu te amo tento!

–Venha Clint... -Sussurrei segurando o pelo pulso conduzindo o até o sofá. -Vamos nos sentar!