Eu consegui ignorar Scott por exatos dois segundos.

–Ah! Qual é, vai me ignorar? –disse ele com um sorriso debochado. –Vai ser difícil ignorar esse corpinho. –completa ele, e se encosta na estante da biblioteca que eu estava organizando. E antes que eu possa pensar em algo para responder, ou até mesmo só revirar os olhos, a estante se inclina para frente e cai, mas não sem antes, bater na próxima e na próxima, com o “efeito dominó”. E assim, em menos de dois minutos, nós conseguimos destruir a biblioteca.

–Ai Meu Deus... O que você fez?! –digo eu socando ele, e olhando para os lados, vejo que a bibliotecária não estava, mas não vai demorar nada para ela voltar, já que deu um barulho mais parecido com uma bomba nuclear.

–Essa é a hora em que nós saímos correndo! –Scott diz e agarra meu braço, me arrastando para fora da biblioteca, antes de qualquer pessoa nos ver ali. Okay, está decidido: Nós nunca nem botamos os pés na biblioteca!

Nós corremos pelo corredor, para longe da biblioteca, e eu fui para o banheiro enquanto Scott foi para... ninguém liga para onde esse idiota foi então... eu estava no banheiro quando escutei as vozes ridículas da Samanta e das suas "seguidoras".

–Eu não acredito que esse diretorzinho de meia tigela fez isso. Por acaso ele não sabe quem EU sou? Me culpar por uma coisa idiota assim? –a voz nojenta da Samanta-você-sabe-quem-Eu-sou, disse.

–Sim, que absurdo, como se você tivesse culpa. –disse a clone número um, ou a número dois, quem liga? Opa, pera ai, isso foi ironia que eu senti na sua voz? Quem diria que elas sabem o que é ironia... É o fim do mundo. Sai da cabine que eu estava, e vi elas se maquiando no espelho. Gente fútil é outro nível. (Um bem abaixo).

–Eca! O ar está contaminado, o que você pensa que faz aqui? –disse Samanta enquanto eu lavava as mãos, me olhando com nojo, sorri.

–Nós estamos no banheiro, acho que é bem obvio o que eu estou fazendo né? –eu sorri e arqueei as sobrancelhas, as duas seguidoras fizeram cara de nojo, e Samanta me olhou com uma cara de “Ela é uma garota realmente? Ou só parece? ” E eu sai dali, indo para a aula de Geometria (Eca).

Entrei e dormi a aula inteira, e não quero saber de “Nossa que aluna exemplar... Assim você vai rodar... E blá, blá, blá. ” Por que eu dormi em um sofá e estou com uma dor enorme, então, eu mereço uma folga, só por hoje, certo? Certo!

A aula acabou, e Wesley me sacudiu quando o diretor entrou na sala de aula, com duas sacolas enormes. Okay....

–Bom dia seus cabeças ocas. Foi implantada uma nova regra, a partir de hoje, vocês irão usar, obrigatoriamente, uniformes. –Um coro de desaprovação encheu a sala, e o diretor revirou os olhos e bufou. –Quem sabe agora as garotas, parem de usar roupas que dê para ver tudo e mais um pouco. E não me culpem por isso, culpem a senhorita Samanta. –disse o diretor e deixou as sacolas no chão, saindo de sala. Todos arrancaram folhar dos cadernos, amassaram e jogaram-nas na Samanta. Como a vingança é doce...

A professora distribuiu os uniformes para nós, e tenho que dizer, que não é como os uniformes dos filmes, nem um pouco parecidos, era uma calça jeans preta, e uma camisa, branca com gravata azul, não era tão horrível assim. Okay, talvez seja um pouco, ou muito.

A aula acabou e nós fomos para os nossos quartos, trocar de roupa, e eu e Scott já tínhamos que voltar e ir para a detenção (maravilha) e depois nós temos que ir ajudar o zelador no jardim (maravilha dupla). Tudo isso por um simples passeio de fim de semana, fizeram uma tempestade em como de água. (Ironia detectada).

Okay, ficamos até as oito da noite na detenção, fazendo exatamente nada. Não podíamos dormir, conversar, sair, andar, gritar, respirar e viver. É o paraíso... Eu pequei meu celular e fiquei escutando música, até que a minha cabeça estava quase expulsando os fones para fora dos meus ouvidos.

Quando o relógio, que andava pior que uma lesma morta, deu oito horas, eu e Scott corremos para fora, felizes, mas quando demos de cara com o zelador, um velho que até parece o papai Noel, a nossa felicidade se quebrou em mil pedaços. Ele nos levou ao jardim, ou melhor a um monte de terra, e algumas flores, bem mal plantadas.

Eu tive que regar as plantas, e Scott com uma pá, tirar a terra que estava em um canto, e espalha-la por todo o jardim. Era oito horas, estava escuro e nós estávamos ali fora no frio, esse diretor não tem miolos não?

Eu esta entediada, minha mão doía de segurar aquela mangueira por tanto tempo, e então eu mirei ela no Scott, que levou um susto. Mesmo estando frio, ele estava puxando terra e trabalhando duro, então, ele estava com calor, pelo contrário de mim, que estava tremendo, ele já havia retirado a camisa, e estava só com os Jeans do uniforme.

–Você está louca? Assim vamos receber mais castigos ainda... –ele sorriu diabolicamente e olhou para os lados, quando viu que não havia ninguém, jogou terra na minha cara. E nós começamos uma guerra de terra e agua, que virou barro. Quando o zelador voltou, e viu o nosso estado, em vez de nos mandar para a sala do diretor ou nos fazer ficar mais uma ou duas horas ali, mas não, ele simplesmente riu, e murmurou “Amor jovem” e nós mandou para o quarto.

Eu tive vontade de jogar terra nele, para ele ver onde está o “amor jovem” mas Scott me segurou e me arrastou para o quarto, onde Wesley estava dormindo no sofá (vai saber o porquê, já que ele não sai do nosso dormitório quase.). Eu fui correndo para o banheiro, gritando “Eu primeiro! ” e fui tomar banho. O barro estava preso no meu cabelo e então, eu demorei, muito, no banho, quando sai, Scott estava dormindo no chão.

Voltei ao banheiro e peguei um copo com água, e joguei na cara dele, que fez uma careta e foi tomar banho.

E eu ativei a “Alice vingativa” novamente. Peguei o meu spray rosa, e fui para o quarto da Andressa, agora ela vai ver o que dá ser fofoqueira. E antes de ir para o meu quarto, dei uma parada na sala, observando Wesley dormindo, e tive uma ideia brilhante.

Passei um pouco da tinta do spray na mão dele, sorri diabolicamente e fui para o meu quarto dormir. Só acordei na manhã seguinte. Com o grito da Andressa.