Por Jonas

–...Entretanto digo uma coisa, todos serão surpreendidos. Vamos começar por Zac que não conseguiu uma abelha, o que já seria motivo suficiente para a eliminação. Mas você sabe que não é só isso que te elimina, né? Vejamos, durante a o prova todos os drones quebraram, tal falha ocorreu devido a um ataque, e adivinhem quem foi o responsável por ele?– olhei firme tentando intimidá-lo, mas o moleque permanecia impassível, ou ele não se importava com o que lhe aconteceria ou se fazia de forte , seja qual fosse a razão, mantive o meu tom- Você achou que seríamos tão ingênuos ou incompetentes ao ponto de não descobrirmos? Os melhores profissionais estão na Marra, e não há ataque sem rastros, Zac. Essa habilidade foi bem vinda para entrar no concurso, mas não é aqui, há momento para tudo, e você infringiu uma regra. Mas para que infringir apenas uma regra se podemos infringir várias, não é? Você também atacou Vicente, o que começou uma briga com outros dois candidatos... Vicente, sinto muito – me virei para o caçula do concurso – enquanto você apenas se defendia estava tudo bem, mas quando Davi se envolveu e você atacou Zac – as imagens da briga começaram a ser projetadas- Você também infringiu uma regra. A mesma coisa vale para você, Davi.- olhei firme para ele, que tinha um olhar duro e desafiador- Sei que estava tentando defender o seu sobrinho, mas brigas são proibidas.

– Eu sei, e não me arrependo do que fiz- Davi disse orgulhoso, mesmo nessa situação não abaixava a cabeça, e tal atitude me lembrava uma pessoa bem conhecida, eu mesmo.

– Tudo isso é motivo para eliminação...- fiz uma pausa e me virei para os outros três candidatos- Já vocês conseguiram uma abelha, então pensam que estão seguros e foram classificados para a próxima etapa, né? Quando os drones caíram, acharam que podiam fazer tudo. Mas enganaram-se. Além das câmeras dos drones, havia outras espalhadas pela ilha, e olhem o que vimos?- foi projetado um vídeo com Danusa e Ernesto subindo em motos da Marra- Danusa... Ernesto... isso é motivo para desclassificação e essas abelhas que que vocês pegaram não valem nada. – os dois pareciam surpresos e envergonhados demais para falar qualquer coisa.

– What??? Quer dizer que só sobrou eu? Só eu que não quebrei uma regra? Dad, você só pode estar brincando, não? Logo eu... – Megan parecia surpresa e ao mesmo tempo feliz.

– Devagar, Megan. Quem disse que você não quebrou nenhuma regra?

–Você está louco? Eu não quebrei regra alguma- ela esbravejou confiante.

– E isso? – mostrei o vídeo em que ela conversava com Danusa e Ernesto quando eles pegaram as motos- Você incentivou os seus colegas a quebrarem as regras, e foi cúmplice nesse sentindo. Isso é motivo para eliminação.

– Really, você vai usar essa desculpa furada? O que queria que eu fizesse? Pulasse na frente deles...- ela estava alterada

– Se tivesse tentado impedi-los, talvez não fosse desclassificada- falei decidido e percebi o desapontamento em seu olhar, isso mexeu comigo, Megan tinha alguma razão, estava forçando a barra, mas eu não podia deixá-la ganhar o concurso assim. O “Geração Brasil” e a ideia do meu sucessor perderia toda a credibilidade se a minha filha fosse a escolhida, o que poderia atrapalhar todos os meus planos.

– Entendi... I never ...– ela falou contida, com um q de injustiça em seus olhos, mesmo assim, tentava manter a firmeza em sua voz e ainda demonstrar rebeldia- Todos fomos desqualificados. Now, what, Jonas Marra?

– Sim, todos infringiram regras, por isso gostaria de mandá-los para casa. Mas eu não posso me dar o luxo de fazer outro concurso, já gastamos tempo demais nesse. Assim, decidi anular essa prova. Todos vão participar da próxima etapa. Mas saibam que o controle será bem mais rígido...

Por Megan

Eu estava distraída no quarto pensando nos últimos acontecimentos, sentia uma raiva enorme do meu dad, com ele não tinha jeito, até quando eu agia da maneira correta, ele era injusto comigo. Não adiantava, ok, eu também não era fácil, sabia disso, but depois que ele inventou um motivo para me desclassificar, cheguei a conclusão que mesmo se eu fosse um anjo, ele never, nunca daria uma chance para mim.

– Megan, me desculpa... Por minha causa você... – Danusa falou suave me tirando dos meus devaneios, ela parecia bem arrependida.

– Não se desculpe, priminha. Você não tem culpa de nada. Se não fosse aquilo, meu dad inventaria outra coisa. Entrei nesse concurso afrontando Jonas Marra, e ele vai fazer de tudo para eu não ganhar... Já percebi isso.

Por causa das ações e decisões arbitrárias do meu dad, talvez eu não tivesse chances reais de ganhar o “Geração Brasil”. Ele podia achar que assim me desanimaria, e que eu desistiria. Mas estava muito enganado, eu ainda estava no concurso e essa sensação de injustiça, só me dava mais vontade de continuar e desafiar Jonas Marra.

***

Já tinha amanhecido e todos os candidatos esperavam o anúncio do próximo desafio quando meu dad apareceu e começou a falar:

– Devido à quebra de regras e ataques a outros candidatos na última prova, tomaremos precauções extras para a próxima... Ela será realizada por duplas que não se comunicarão com as outras, cada qual ficará em um quarto onde serão observados constantemente por funcionários da Marra, podendo sair apenas para comer em horários predeterminados e em escalas... O desafio consistirá em construir um robô que deverá andar em um cenário com obstáculos, tal robô deve ser guiado externamente pelo usuário, mas também tem que ser capaz de passar por tais obstáculos sem um controle externo. Isso é muito importante, já que sua principal função será essa. Outros detalhes como layout, tamanho, preço, e funcionalidades também serão avaliados por uma equipe da Marra. Vocês terão três dias para construir os robôs. Cada dupla terá um funcionário especialmente designado para atendê-la, e qualquer peça, programa para completar o desafio, ou outras coisas, vocês deverão pedir a ele. Os demais detalhes serão enviados para seus tablets. Então vamos conhecer a formação de cada dupla?

Meu Dad pegou 6 papeis com os nossos nomes, os dobrou e os misturou com as mãos, retirou dois e leu os nomes:

– Danusa e Ernesto formarão a primeira dupla – ele pegou mais dois papéis – Vicente e Zac a segunda e ...

Ele não precisou dizer a formação da terceira... Por eliminação seria eu e Davi, nós nos olhamos surpresos. Meu coração pulava em meu peito Não sei descrever bem my feelings naquele momento. Yeahh. Eu havia gostado, seria muito bom passar aquele tempo com Golias. Mas ao mesmo tinha medo, medo dos meus sentimentos e das minhas ações ao lado dele. In the end, não sabia se aquilo iria prestar.

Por Verônica

Eu havia passado os últimos dias chorando, me lamentando e pensando em Jonas Marra. Tinha me entregado a ele e sabia o quanto fora errado. Mas quando eu fechava os olhos para tentar dormir ou relaxar, as lembranças dos momentos que passei com ele invadiam a minha mente. As sensações deliciosas e inebriantes tomavam o meu corpo, se antes já era difícil não pensar nele, agora me parecia impossível com a adição da memória da carne. A minha carne era fraca e se entregou a olhares, palavras, toques, suspiros, movimentos, gemidos. Aii. Ahhh. Tinha passado por sensações sublimes que meu corpo desejava novamente, mas que minha consciência sabia que devia afastar de mim de qualquer maneira.

Tinha me desabafado com Edna, que tentou me consolar. Como era minha amiga, claramente me aconselhou a ficar longe de Jonas, isso era uma furada, e eu sabia, como sabia! Ao mesmo tempo, ela tempo tentou me animar, até falou da insistência dele na tentativa de abrandar a minha culpa. Segundo ela, eu não era uma pessoa horrível como estava achando e não deveria me sentir tão culpada. Jonas Marra era um sedutor, um homem impressionante que encantava as mulheres e as usava no seu jogo. Como eu não namorava há algum tempo, estava um tanto enferrujada em relacionamentos, talvez até carente, acabei caindo nas suas garras e como ele já tivera o que queria, provavelmente não insistiria mais. Eu torcia para que ela tivesse razão, pois não sei conseguiria resistir se ele me procurasse novamente.

Edna me chamou para sair naquela noite. Chamou não, me obrigou a ir com ela num bar. Eu não estava no clima, mas talvez fosse bom, a minha casa vazia só me fazia pensar mais em Jonas.

A noite começou estranha, pois eu estava retraída e desanimada. Enquanto tomávamos cerveja, Edna tentava iniciar uma conversa sobre qualquer assunto diferente de Jonas Marra. Mas a conversa não rendia, já que eu não falava mais que alguns monossílabos. Em certo momento o garçom se aproximou da mesa e perguntou:

– Mais uma cerveja?

– Não, duas caipirinhas. – Edna respondeu.

– Edna? Caipirinha? Não acho bom misturar... – falei surpresa.

– Verônica, do jeito que você tá... Tá precisando de algo mais forte para deslanchar. Duas caipirinha, por favor – decidida ela bateu a mão na mesa e garçom se afastou para atender o seu pedido.

– Não acho que a caipirinha fará milagres. Eu ...

– É isso que vamos ver. – ela disse me desafiando.

Quando começamos a tomar a segunda caipirinha, a conversa não havia deslanchado ainda:

– Está bem, você venceu! Me fala sobre Jonas Marra, é só nisso que pensa, né?

– Não! Eu também penso em ...- protestei.

– Pensa nada! Eu te trouxe aqui para esquecê-lo. Mas como você não tem outra coisa na cabeça, quem sabe falar não acaba afastando esses pensamentos? E sabe que eu tô curiosa para saber alguns detalhes...

– Detalhes? – eu já imaginava onde ela queria chegar;

– Como ele é?

– Como ele é o que? – me fiz de desentendida.

– O que poderia ser? Escrevendo uma carta, programando, cantando? Claro que é na cama, Verônica.

– Ahhh! – passei a mão na cabeça suspirando, mas depois dei uma risada e Edna aproximou o seu rosto rindo para escutar mais de perto – Maravilhoso, incrível, Edna. Sabe, o Jonas tem uma maneira de olhar que me faz sentir a mulher mais desejada do mundo. Também tem uma lábia, sabe dizer as coisas mais intensas na hora certa. E a pegada de garotão da Taquara? Meu Deus! O jeito que ele toca e beija a minha boca, o meu pescoço, as minhas costas, o meu ventre, ai, a minha ... Ahhh...- suspirei ao lembrar dos momentos que passei com ele, era o desejo me tomando, o álcool correndo em minhas veias também ajudava nisso.

– Já entendi aonde você quer chegar... – ela gargalhou.

– Ele me deixa louca!

– Imagino como tá sendo difícil resistir e parar de pensar num homem rico, bonito, poderoso, inteligente, charmoso e bom de cama como Jonas. Realmente ele é...

– Elogiando o Jonas assim, você vai não me ajudar, Edna.-ri.

–Claro, esqueci de dizer também que ele é casado, cheio de inimigos, um canalha, ou seja, uma furada... E já pensei numa maneira de você esquecê-lo. Tá vendo aqueles dois homens no balcão? Um deles tá te olhando há algum tempo....

Nem havia olhando direito, quando Edna se levantou e foi andando na direção dos dois. O meu primeiro impulso foi me levantar para impedi-la. Mas quando consegui mover minhas pernas, já era tarde demais, pois ela estava muito perto dos dois. Ela trocou algumas palavras com ambos e pouco tempo depois os trouxe até a nossa mesa.

Edna começou a conversar com um dos homens e me vi obrigada a conversar com o outro. Ele parecia interessado por mim, mas não consegui me interessar por ele. À medida que o olhava e escutava a sua voz, eu só conseguia pensar nas características que o diferenciavam ou o equiparavam a Jonas. Após um tempo, Edna chamou o seu companheiro de conversa para dançar e nos deixou sozinhos. Vendo- a longe, eu aproveitei a chance e falei para o homem:

– Me desculpa, mas não tô bem. Vou embora.

Me levantei sem olhar para trás. Enquanto o táxi se movimentava em direção a minha casa, percebi o quanto estava zonza pelo álcool. Eu estava acesa demais, provavelmente não conseguiria dormir tão cedo. Mas com certeza era melhor partir. Entrei em casa com cuidado mantendo as minhas pernas firmes, mas quando vi a luz acesa, tomei um susto, quase caí e gritei:

– Jonas, o que você tá fazendo aqui? – eu podia estar um pouco alterada, mas aquele homem não era ilusão, na verdade, naquele momento a presença Jonas Marra no meu apartamento era a pior coisa que podia acontecer.