A nova Geração Brasil escrita por Cíntia


Capítulo 22
Na ilha e no barco


Notas iniciais do capítulo

Meninas, muito obrigada pelos comentários. Eles me animaram muito. Por vocês estou colocando esse capítulo. Ele é um capítulo cheio de acontecimentos e ficou enorme (desculpa), mas espero que gostem e comentem... Até porque tem coisas pro gosto Megavi assim como pro gosto Veronas...



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Por Jonas

Uma projeção da minha imagem apareceu na ilha e eu comecei a falar para os candidatos:

– Esse é um desafio que chamo de caça ao tesouro. Há quatro abelhas da Marra espalhadas pela ilha. A localização delas está indicada em mapas dos seus espertos. Aqueles que pegarem uma abelha estarão classificados para a próxima fase. Mas não pensem que será tranquilo, há muitos perigos e tentações espalhados. Quem descumprir qualquer regra do documento assinado no barco será eliminado mesmo encontrando uma abelha. E tem algo mais, há bugues e motos na ilha. Eles não devem ser usados por vocês se quiseram continuar no concurso, são para casos de emergência, se vocês perceberem que não vão conseguir, se estiverem machucados ou por qualquer outro motivo. O uso deles por qualquer motivação será entendido como uma desistência do candidato. Não pensem que poderão nos enganar, pois há câmeras monitorando vocês e nós estamos de olho em tudo. Um bom desafio para todos.

Os candidatos começaram a se movimentar e eu fiquei observando-os através dos vários monitores do meu barco. Aquilo era um prato cheio para um homem que gosta do poder e de manipular como eu.

Após um tempo, Verônica apareceu. Usava um vestido simples, mas bonito. Estava maravilhosa, sensual. Ela me parecia bem mais calma do que no telefonema, onde havia acabado comigo por causa do Vicente. Eu nunca esperaria ouvir palavras tão “pesada” vindas da boca daquela linda mulher. Mas isso até me agradou... Ela falou o que veio à mente, e o que quis, sem pensar em reações contrárias e com quem falava. Era admirável.

Com meu charme, comecei a mostrar todos os equipamentos, e a falar daquele desafio. Eu adorava ver as suas reações, ouvir os seus comentários, e saciar a sua curiosidade. Na verdade, eu gostaria de saciar bem mais do que a curiosidade de Verônica. Mas por enquanto aquilo estava de bom tamanho.

Por Davi

Vicente e eu andávamos juntos. Podia parecer estranho, já que tecnicamente erámos adversários, mas a ideia era encontrarmos duas abelhas, e se conseguíssemos só uma, já havia decidido que ficaria com ele, pois Vicente queria ser o sucessor de Jonas Marra bem mais do que eu. Eu confiava nas habilidades do garoto, mas havia prometido para Verônica que cuidaria dele, e por isso preferi ficar junto naquela prova potencialmente perigosa. Assim acabamos encontrando com outra dupla, que eu achei inusitada, já que era formada por Danusa e Ernesto:

– Vocês dois aí não roubem as nossas abelhas, tá?- brincou Ernesto.

– Vocês é que não roubem as nossas. – respondi rindo.

– Acho que estamos em busca da mesma abelha – comentou Vicente.

– Ainda bem que a Megan pegou outra trilha e está atrás de uma diferente. Senão seriam 5 concorrentes para a mesma abelha – disse Danusa.

– Ela pegou outra trilha, qual? –perguntei curioso.

Danusa me mostrou no mapa. Parecia um caminho mais fechado e perigoso. De onde estávamos era a trilha mais curta para uma abelha, mas a recompensa não seria garantida, já que teria que cruzar um rio para chegar nela, e não dava para saber se seria possível atravessá-lo facilmente. Assim era algo bem arriscado, mas até que fora corajoso. Eu pensava como uma patricinha criada numa cidade grande de outro país, superaria aqueles obstáculos. E fiquei preocupado, Megan podia se machucar naquela jornada, sabia que estavam de olho na gente com os drones, mas algo podia acontecer, podiam perder o contato, e não era nem um pouco seguro entrar naquela mata sozinha Assim resolvi ir atrás dela:

– Acho que vou atrás dessa abelha também – disse não demonstrando a minha preocupação.

– Megan vai ficar furiosa se ter ver. – falou Danusa.

– Que fique furiosa, não há regra que me impeça de ir. Tchau, gente.

Enquanto, eu mudava de direção, percebi que Vicente me seguia, e parei:

– Vicente, talvez seja melhor você ir atrás da sua própria abelha, essa trilha é mais perigosa e sua mãe me mata se souber que eu te levei para lá. – me preocupava com a segurança dele também.

– Mas, Davi...- ele contestava.

– Confio em você, Cascão. Você vai conseguir! – falei e continuei no meu rumo sozinho.

Por Megan

Andava no meio daquela trilha fechada. As árvores altas e muito próximas das outras mal deixavam o sol passar, e sentia uma umidade pesada no ar, apesar de não estar chovendo, o chão de uma terra vermelha, estava um pouco molhado, por isso era escorregadio e tinha que tomar mais cuidado nas partes íngremes. Em certos pontos, o mato também era mais alto e eu tive arrancá-los ou passar em cima de galhos e obstáculos do tipo. Provavelmente era um caminho que passavam com pouca frequência e era como se eu estivesse desbravando.

Por um lado isso era bom, já que vivenciava novas experiências, mas por outro era um pouco solitário e amedrontador. Às vezes, tinha a sensação que um bicho apareceria do nada e me atacaria. A cada som que escutava, pensava que isso aconteceria.

Foi assim que ouvi um barulho, parecia que algo se aproximava de mim, e imaginei uma onça pintada enorme me perseguindo. Meu coração parou por um instante, e paralisei. Mas depois me recuperei, não podia ficar ali estacionada e comecei a correr. Até cheguei a escorregar em algumas partes. Mas a coisa parecia ficar mais próxima. O medo me tomava, meu coração ficava cada vez mais acelerado e eu tentava correr mais rápido, então escutei uma voz e percebi que era uma pessoa que me perseguia:

–Calma, Megan que a abelha tá longe, e correndo assim você só vai esgotar as suas forças. – gritou Davi e eu parei.

O que aquele nerd asshole estava fazendo ali? Só faltava essa, será que ele queria roubar a minha abelha? Esperei ele se aproximar e já fui falando:

– Vai embora! A abelha é minha!

– Eu não vou embora, Megan!-ele falou calmo e direto.

– Ahh! – gritei brava, até chutei um pouco de terra nele e depois continuei andando, só que Davi me seguia – Fica longe de mim! – completei.

– Eu estou longe! – ele continuava vindo atrás.

Andei calada por um tempo e tentei ignorá-lo. Mas não consegui e voltei a falar:

– O que você quer, Davi?

– Esse caminho é perigoso. Não acho ... – ele parecia ter dúvidas sobre o que dizer- Não é seguro você ficar andando sozinha, pode acontecer qualquer coisa e ...

– Like a hero, você acha que pode me proteger? – ele me olhou confuso, até que estava sendo cute, tenho que admitir, mas não daria o braço a torcer e não dei tempo para ele responder – Eu sei me cuidar sozinha, Golias.

– Eu sei disso! – ele disse firme- Só acho que se ficarmos juntos será mais seguro!

– Seguro, really? Se ambos queremos uma abelha e só tem uma nesse caminho? Você pretende me atrasar, me enganar e passar na minha frente. Isso sim.

– Não tenho essa intenção, Megan...Por enquanto, a abelha está longe e podemos ficar juntos... Mais perto dela a gente se separa, que tal? – ele propôs, a verdade é que realmente aquele lugar me dava medo, me sentiria melhor na companhia dele, e em questão de enganar alguém, eu me achava melhor nisso.

– Pode me seguir se quiser. Mas não ache que vamos bater altos papos e nos tornar best friends, nerdzinho.- fiz pouco caso dele.

– Eu nunca acharia isso, patricinha bad girl – ele riu, até que ele era funny além de so cute.

Nós andamos por um tempo e chegamos num lugar mais aberto, era a margem de um rio. A ideia seria atravessá-lo, mas a correnteza era muito forte, além de ser muito largo e cheio de pedras naquele ponto, assim seria extremamente perigoso. A sorte era que a abelha estava bem acima e seguimos na margem com a esperança de que pudéssemos atravessá-la em algum ponto.

Eu continuava caminhando quando uma abelha de verdade (e não da Marra) começou a sobrevoar a minha volta. Sem pensar direito, levantei as mãos, e a matei. Davi me olhou assustado:

– Você não devia ter feito isso – ele falou rápido.

– Why?

– Corre, Megan, corre. – assim eu percebi que estávamos próximos a uma colmeia e um monte de abelhas vinham em nossa direção.

Dominados pela adrenalina nos jogamos na margem do rio e mergulhamos com cuidado para não sermos levados pela correnteza. Após um tempo levantamos a cabeça e ainda percebi que algumas abelhas nos sobrevoavam. Mas com a gente dentro d’agua sabia que elas não chegariam perto:

– Tá vendo, não disse que era mais seguro ficarmos juntos? – ele sorriu satisfeito e charmoso.

– Claro, o big hero me salvou das abelhas assassinas!- zombei e ele começou a gargalhar, eu não entendia sua reação, não fora tão engraçado e perguntei um pouco nervosa – o que foi? Fala!

– Você não queria uma abelha? Olha o tanto aí. Pega uma para você! – ele continuava rindo.

– Silly! – me aproximei dele, e usando toda a minha força lhe dei um caldo, comecei a rir até que começava a ver graça naquilo.

Por Davi

Já estava escurecendo quando começou a chover forte. Havia esfriado bastante, e nos molhamos com a tempestade. Megan e eu corremos para as árvores e improvisamos um abrigo. Mesmo assim umas gotas teimavam em cair na gente, eu sentia um frio enorme e percebia que Megan também. Ela tremia muito:

– Você está bem? – perguntei preocupado.

– Estou. Já encarei tempestades piores e até neve. Frio de gelar os ossos- ela disse confiante, eu admirava esse jeito dela, ela não demonstrava fraqueza mesmo nas piores situações, era o tipo de garota que preferia enfrentar as coisas.

– É mais tranquilo quando se está preparado para isso. E nós não estávamos preparados hoje.

– Yeah – ela riu concordando, era tão diferente ter uma conversa civilizada com Megan e eu estava gostando daquilo, ela tinha um sorriso lindo, e seu rosto se iluminava com ele. – Só espero não pegar uma gripe. Mas quer saber? Gripe a gente trata.- continuou.

– Pode chegar mais perto de mim. Aqui tá chovendo menos e eu prometo que não mordo?

– Como se eu tivesse medo das suas mordidas – ela sorriu provocante, se aproximou e se deitou no chão. Depois virou, ficando em uma posição fetal.

– Até que você não é uma companhia tão ruim, nerdzinho.

– Isso é uma forma de me agradecer pelo episódio das abelhas?

– Talvez – ela riu.

– Vai dormir, bad girl.- falei de maneira doce.

– Vou mesmo, pois hoje dia foi difícil e...

– Amanhã ainda temos que encontrar a abelha!

– Yeah!

Megan estava mesmo cansada, e apesar do frio, ela não demorou muito para dormir. Peguei a lanterna e apontei para o seu rosto. Ela parecia um anjo, ao olhá-la assim ninguém podia imaginar como ela criava tanta confusão quando ficava acordada.

Às vezes, ela tremia, eu tirei meu agasalho e coloquei em cima dela. Tentei ficar sem ele, mas com o vento e tendo parte da minha blusa e calças ainda molhadas, parecia que iria congelar.

Decidi não me fazer de rogado, me deitei abraçado a Megan e joguei o meu casaco em cima da gente. Aquilo iria preservar melhor o calor. Mas essa proximidade, aumentou o meu desejo. Comecei a pensar que se nós estivemos em outro lugar, se não houvesse câmeras nos observando, se aquilo não quebrasse as regras. Eu a abraçaria forte, a beijaria com vontade, sentiria a sua pele livre de roupas. Ahhhh, não seria fácil dormir naquela noite com tais pensamentos. Mas pensando pelo lado positivo, eu já não sentia mais frio, pois minha temperatura aumentara só de me imaginar com Megan.

Por Verônica

Há pouco tempo, eu estava uma pilha de nervos. Mas agora me sentia mais calma. Apesar de ainda chover, as coisas estavam mais tranquilas lá fora com Vicente, Davi e os outros candidatos seguros e já preparados para dormir, mas até que alguns haviam passado por sufocos. Não disse nada a Jonas, mas eu que conhecia o meu irmão, começava a desconfiar das ações de Davi. Sei não, mesmo com as brigas dos dois, achava que ele tinha segundas intenções com Megan.

Com a tempestade, ficou mais complicado a minha volta para o continente. Assim decidi dormir no barco. Por um lado, isso era bom, já que ficaria mais próxima do meu filho e do meu irmão. Por outro, era muito complicado estar tão perto de Jonas. Havia dois quartos no barco. E eu torcia para que tudo acontecesse como combinado, eu dormindo em um e Jonas no outro.

Jonas e eu fomos jantar. Me esbaldava com a comida maravilhosa de Nacho, aproveitei que pelo menos enquanto comesse, não pensaria na atração que sentia por Jonas, ou quase isso né? Já que enquanto ele comia um prato diferente do meu, me deu uma súbita vontade de experimentar a sua refeição:

– Quer? – ele perguntou ao perceber o meu olhar.

– Claro!

Jonas pegou o garfo, partiu um pedaço da panqueca e delicadamente o levou até a minha boca. Aquilo pareceu tão natural, demonstrava uma intimidade enorme e gostosa, ainda mais que enquanto eu experimentava, ele sorriu insinuante e perguntou:

– Gostoso?

– Delicioso – respondi encantada, na verdade, não sabia se me referia à comida ou ao sorriso dele.

Mais tarde na noite, eu comia a sobremesa, e ele me olhou com cobiça:

– Quer um pouco?- perguntei.

–Quero! – ele respondeu.

Eu estava levando o doce até boca dele, mas desviei no meio do caminho e coloquei na minha. Dei uma risada após fazer isso e ele também... Comigo era diferente, eu era gulosa, e nem Jonas Marra conseguiria tirar uma casquinha da minha comida.

Por Jonas

Eu estava no quarto do barco, mas não conseguia dormir. O fato de Verônica estar a poucos metros de mim era uma tentação descomunal. Fazia tanto tempo que eu a desejava com todo o meu corpo e mente, e continuávamos naquela brincadeira onde nada acontecia. Agora ela estava tão perto e sozinha, sabia que mexia com ela, e me imaginava beijando-a, tocando-a, possuindo-a por inteiro. Não iria conseguir dormir assim.

Ouvi um barulho vindo do quarto dela, e não resisti, fui para o corredor, e ela estava lá com seu jeito confuso e atrapalhado, o seu cheiro de erva-doce, que eu adorava, e me enlouquecia. Como eu, usava um roupão, e imaginei que debaixo dele, devia estar com poucas roupas, provavelmente apenas roupas íntimas. Que delícia! Talvez se eu fosse mais jovem ou mais selvagem, eu a prensaria contra a parede, a beijaria e tiraria aquele roupão, pois isso era o que mais queria. Mas me contive, até porque apesar da vontade quase irresistível que sentia, eu tinha certo respeito por Verônica. Respirei fundo e perguntei sedutor:

– Está perdida?

– Pensei em comer alguma coisa.

– Depois de devorar todo o jantar e a sobremesa que o Nacho fez? Assim você acaba com a comida do barco! – brinquei, eu adorava o jeito comilão dela, Verônica era aquele tipo de mulher que não se continha para comer, comia mesmo e com gosto! Aliás ela era autêntica e honesta em tudo.

–Na verdade, estou satisfeita, é só ... – ela parecia envergonhada.

– Desculpa, tem muita... – talvez eu a tivesse deixado constrangida.

– Não precisa, só estou um pouco nervosa, e eu como muito quando me sinto assim, estar aqui com ... – ela me olhou bem e sorriu, nossa, como o rosto dela era lindo, ela tinha um sorriso maravilhoso, eu olhei intenso em seus olhos, mas ela desviou o olhar, parou de falar por uns instantes e mudou o foco - O Vicente, o Davi na ilha. A insônia... Aí...

– Claro, a insônia. Eu também tenho... – comentei, mas era melhor não explicar os motivos dela se quisesse manter as coisas mais tranquilas.

– Pense em coisas boas que te dão prazer. – ela falou mole, parecia estar me incentivando, não me contive, olhei em seu decote, aquilo com certeza me dava prazer, mas ela fechou o roupão delicadamente.

– Como??? – levantei a cabeça, me fazendo de desentendido.

– Para a insônia.

– Isso me faria ficar mais aceso! Prefiro pensar em coisas entediantes como os problemas mais chatos do cotidiano e as soluções tecnológicas para eles... Fico imaginando o código e ... – falei de maneira lenta, percebi que ela prestava muita atenção e olhava para o meu rosto, eu sorri com aquilo.

– Nossa! Assim você me faria cair em seus braços em 5 segundos – ela disse com os olhos fixos em mim, e saiu quase como uma confissão.

Como eu queria agarrá-la, e sorri novamente, dessa vez deixei imperar o meu ar mais satisfeito e sedutor. Me aproximei dela com cuidado quase a prendendo contra a parede, nossos rostos estavam tão próximos que eu a sentia arfando contra a minha boca. E só precisava de uma indicação positiva para beijá-la. Por uns instantes, ela pareceu encantada com aquele clima de sedução, mas depois desviou rosto e falou:

– Nossa! Bateu um sono.

Enquanto ainda tentava compreender tudo, ela passou debaixo dos meus braços, entrou no quarto e fechou a porta. Verônica havia fugido. Suspirei, eu não aguentava mais aquilo, precisava sentir os seus lábios. Tocá-la com as minhas mãos e resto do meu corpo, envolvê-la em meus braços, invadi-la com meu ... Eu só pensava nisso há tanto tempo. Ela estava me deixando louco e naquele momento, eu fervia.

Olhei para porta do quarto e pensei se devia tentar novamente ou deixar para lá? Quem sabe até tomar um banho frio e tentar dormir.

Por Verônica

Minha respiração estava descontrolada, meu coração explodia em meu peito. Meu Deus, o que fora aquilo? O que fora aquela conversa com Jonas? Eu havia conseguido escapar. Mas ao mesmo tempo que pensava que agira certo, afinal Jonas era casado! Tinha vontade de ir atrás dele, mentalmente me chamava de burra, pois eu queria aquele homem e como queria! Naquele momento, necessitava dele como precisava do ar.

Escutei batidas na porta. Nem pensei direito, agi num impulso quase selvagem e a abri:

– Jonas... – já imaginava que era ele, mesmo assim agi como se estivesse surpresa, talvez a surpresa fosse comigo por ter aberto aquela porta.

– Eu esqueci de ... – ele falou rouco e com olhos intensos, cheios de vontade.

– Do que? - perguntei como se não soubesse a resposta.

– Disso!

Impetuoso, ele se moveu em minha direção com a velocidade de um jato supersônico. Eu senti os seus lábios contra os meus, fortes, poderosos. Ao mesmo tempo, que os seus braços me envolveram pela cintura e pelo ombro, me agarraram com vontade, me puxando toda para o seu corpo. Ele não foi delicado, nem deu tempo para eu fugir dessa vez. Não tinha como escapar, ele havia me dominado de corpo, alma e mente. A verdade é que eu não queria fugir, estava exatamente nos braços de quem eu mais queria estar.

Sua boca movia de maneira voraz, parecia que ele queria me devorar. E eu correspondia a sua ânsia, já que também desejava o mesmo que ele. Movia no seu ritmo, sentia a sua língua inspecionando a minha boca, o seu gosto e hálito deliciosos de homem furioso.

Ele fechou a porta, aparentemente com os pés, pois não me largou em momento algum, me guiou em passos rápidos, quando percebi ele me pressionava contra a parede e continuava com seu beijo avassalador. Nós nem respirávamos, não tinha como respirar. Mas chegou o momento em que o ar se tornou necessário, e ele se afastou:

– Desde o primeiro momento em que te vi! – ele falou ofegante e com a testa colada na minha, mas depois afastou um pouco o rosto, me olhou cheio de desejo e continuou – Eu sonho em te beijar, de noite, de dia, o tempo todo!

Ainda com respiração entrecortada, eu sorri. O que era aquele homem, que beijo fora aquele? Ele me deixara completamente sem norte e sem ar. Louco, ele começou beijar o meu pescoço, o que me arrepiou toda, eu gemi com aquela sensação, ele começou a avançar para o meu ombro, afastando um pouco o meu roupão. Aquilo era o céu. Não, céu não. Era o inferno e o calor que eu sentia era lava das profundezas me preenchendo e me envolvendo por dentro e por fora.

O meu roupão deslizava pelo meu ombro, e Jonas estava prestes a tirá-lo, eram tantas sensações em meu corpo, mas no meio daquela loucura, tive um breve momento de lucidez:

– Jonas, chega ... – murmurei.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Tivemos coisas emocionantes né? E ainda teremos mais.... Por isso peço novamente que comentem, comentários, participação, favoritos, recomendações, são combustíveis para a minha escrita.
Antes de ir, tenho mais um notícia, eu vou viajar nesse fim de semana, e e vou ficar uma semana fora. Assim não sei se irei conseguir escrever e publicar capítulos de onde estiver. Mas se tiver meios e eu tiver inspirada quem sabe... Só digo isso, para se for o caso não estranharem a demora nas postagens.