A nova Geração Brasil escrita por Cíntia


Capítulo 13
A inauguração da Marra - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Meninas, muito obrigada pelos comentários. Como sempre eles me ajudaram muito a escrever...
Como disse, esse capítulo mostrará outros lados da inauguração da Marra Brasil. Terá a narração de Jonas e Verônica, mas já vou avisando que não se trata apenas do relacionamento deles... Espero que gostem.



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Por Jonas

Eu estava conversando com Brian Benson numa vídeo conferência. Ele era o meu melhor amigo, além de ser uma espécie de irmão para Pamela, e também o meu braço direito na Marra, tanto que quando voltei ao Brasil, ele ficara responsável por ela em San Francisco. Brian era uma das poucas pessoas que eu confiava e até sabia de alguns segredos meus, inclusive tinha conhecimento de parte das coisas que me afligiam atualmente.

Quando começaram a me pressionar por um sucessor, cheguei a pensar em sugerir o nome dele, afinal ele era genial e conhecia a Marra quase como eu, já que trabalhava comigo há mais de 15 anos. Mas depois pensei melhor, meu amigo era o estereótipo do nerd antigo, usava óculos, não tinha jeito com mulheres, vivia pensando em problemas computacionais, era um ótimo braço direito, um programador de ponta, ótimo para me ajudar, mas faltava certo charme para se tornar a imagem da minha empresa. Sem contar que ele era apenas um pouco mais jovem que eu (e os acionistas queriam alguém bem mais novo), e ele não tinha interesse em se tornar a imagem da Marra, gostava mesmo era de trabalhar nos bastidores:

– Obrigado, dude. – agradeci depois de receber informações sobre a Marra e o clima em San Francisco em relação à inauguração da filial no Brasil.

– Man, agora as coisas só dependem de você, mantenha o foco, pense em seus objetivos que não terá erros – por um momento meu pensamento voou para Verônica, eu não estava tão focado quanto deveria.

– Claro, Brian. Não tenho tempo a perder. Vou fazer tudo certo. – disfarcei a minha distração temporária e tentei parecer confiante.

– Seja o Jonas Marra que conheço hoje, faça o seu show... Que a força esteja com você, man- ele se despediu.

– Que a força esteja com você, dude! – falei desligando a câmera.

Eu não queria admitir, mas estava muito nervoso em relação à inauguração da Marra. Tudo tinha que funcionar perfeitamente. Esse era um passo crucial para atingir os meus objetivos. A conversa com Brian me ajudara em um ponto, mas aumentara a pressão em outro, pois eu lembrava que a última vez que subira num palco, tudo aconteceu totalmente diferente do que eu queria.

Meu estado de nervos piorou ainda mais, pois minutos após falar com meu Dude, recebi uma visita inesperada. Era Gláucia Beatriz que parecia ter surgido das cinzas, e Murphy vinha abolhado atrás dela:

– A senhora não pode entrar... – ele falava.

– Ele é o meu filho, tenho todo o direito de falar com ele! – falou aquele fantasma do meu passado, havia muitos anos que não nos encontrávamos e eu não tinha boas recordações da nossa vida em comum, nem do nosso último encontro.

– O que essa mulher está fazendo aqui? – perguntei irritado.

– Boss, eu vou cha...

– Jonas, ou você me recebe, ou vou falar com os jornalistas! Tem um monte aqui mesmo!.– ela me ameaçou.

– Está bem. Saia, Murphy e feche a porta! – achei que seria melhor recebê-la. – Então, D. Gláucia Beatriz, o que você quer?

– Não vai dar nem um abraço ou um oi para sua mãe? – ela perguntou cínica.

– Não, sou um homem muito ocupado. E sei que a senhora não veio aqui para criar laços comigo. Então vamos logo ao que interessa.

– Bem, Jonas. Eu recebi os seus recados, e estou cumprindo suas ordens à risca, não falei com jornalistas, nem me aproximei da sua filhinha ou mulherzinha. Por isso acho que mereço mais do que a mesadinha merreca que você me manda!

– Depois de tudo o que a senhora fez, não merece nada. Fique feliz com sua mesada, pois se não andar na linha, não vai ter nem mais isso. E pode perder muito mais- ameacei!

– Eu sou a mãe do grande Jonas Marra, um bilionário e moro na Taquara, num predinho chinfrim. Claro que eu mereço mais! Não se esqueça, Jonas, que eu sei muita coisa sobre você, coisas que sua princesa Shelda, sua filhinha mimada não sabem, coisas que um jornal me pagaria uma fortuna para eu contar. Posso procurar qualquer um deles. Acho que a sua mesadinha está muito pequena, filho. Pense nisso e me faça uma oferta mais generosa, senão... Bem ... Vou te dar um tempo. Você sabe aonde me encontrar – ela saiu sorrateira.

Sim, essa era a minha mãe, ela só pensava em dinheiro. Enquanto ela esteve em minha sala, tentei demonstrar que não me afetava. Mas isso não era verdade. Aquele era um momento delicado, ela sabia muitas coisas sobre mim, coisas que até a prejudicariam, mas mesmo assim, ela poderia jogar muitos podres meus no ventilador. Mal ela tinha saído pela porta, e eu comecei a me imaginar no palco da Marra, ela me interrompendo, e eu sendo humilhado novamente como na minha última apresentação. Aquilo não podia acontecer, eu comecei a suar frio, minha respiração se acelerou...

Por Verônica

Estava indo até a sala de Jonas para fazer umas perguntas antes da sua apresentação. E acabei passando ao lado de alguém inesperado, Gláucia Marra. Aparentemente ela nem me notou e preferi continuar a minha caminhada, mas pensamentos tomaram a minha mente, eu sabia que ela e Jonas não se entendiam, então o que ela fora fazer ali?

Ao entrar na sala, continuei presenciando algo fora do comum, Jonas estava todo suado e ofegante, o que aquela mulher fizera ao filho, ideias das mais estapafúrdias inundaram a minha imaginação, será que ela o havia envenenado?

– Jonas, você está bem? - perguntei assustada.

– Tô... Quer dizer... Mais ou menos... – ele mal conseguia falar.

– Eu vi a sua mãe saindo, ela fez alguma coisa ...

– Não... Tô nervoso, é um ataque de ansiedade...- ele continuava ofegante.

– Vou chamar alguém, um médico – estava saindo preocupada.

– Não, fica aqui, por favor – ele pediu e eu fiquei.

Ele estava tão estranho e desprotegido, eu queria ajudá-lo. E o auxiliei a se deitar no sofá:

– Jonas, o que eu posso fazer? Não quer mesmo que busque ajuda?

– Não, ninguém pode saber. Ninguém pode me ver assim. Os urubus irão pensar ... Fica aqui comigo, Verônica! Eu vou melhorar – ele parecia desesperado e agarrou as minhas mãos.

– Espera um momento – soltei as minhas mãos das dele – Posso? – me referi a desabotoar os botões da sua camisa, ele fez um sinal afirmativo com a cabeça, e com cuidado abri a parte de cima, ele se acalmou um pouco e segurou as minhas mãos novamente, enquanto olhava o meu rosto – Tá sem ar? – mais uma vez ele fez o sinal com a cabeça, e eu comecei a soprar perto da sua face, após um tempo ,olhei para ele, vi que seus olhos demonstravam algo perigoso, algo que eu não correto, e afastei meu rosto do dele.

Ele ainda continuava agitado, e segurando firme as minhas mãos, e eu voltei a falar:

– Jonas, eu li que as pessoas sofrem angústia quando pensam muito no passado e ansiedade quando pensam no futuro. Então a melhor coisa é pensar no agora, pensa em tudo que você tem, onde você chegou, na sua capacidade, essa empresa gigantesca e maravilhosa foi você quem fez...

Assim, ele foi se acalmando...

Por Jonas

Eu estava bem mais calmo. Verônica tinha essa habilidade, com seu jeito estabanado, correto e sincero, ela conseguia me tranquilizar como ninguém, me passava uma paz. Isso fora muito conveniente nesse dia da inauguração da Marra, mas era extremamente inconveniente para esse momento da minha vida. Como Brian me alertara, eu tinha que manter o foco em meus objetivos, não havia tempo a perder. Mas é que me sentia tão bem com ela, pensava tanto nela quando estava distante e como a desejava...

Tinha que tirar essa mulher da minha cabeça. E para isso nada melhor do pensar na minha apresentação. Aqueles medos que ocasionaram o meu ataque, já tinham praticamente desaparecido, e eu estava bem confiante para subir ao palco. Me sentia elegante e pronto para fazer o meu show ao lado de Pamela. Nós dois em cima de um palco erámos como dois super-heróis invencíveis.

Comecei a apresentação com a minha esposa, fizemos a nossa dancinha. A plateia adorava. E dentre eles vi Verônica, a sua presença aumentou a minha segurança. Assim iniciei o meu discurso:

– Gostaria de informar a vocês que essa apresentação está sendo transmitida ao vivo pela Parker TV e pelo site da Marra... Podem informar a quem estiver do lado de fora e não conseguiu entrar... Hoje nós vamos falar de alguns produtos da Marra criados especialmente para o Brasil. Mas acredito que a maioria não veio aqui por isso. Querem saber o que eu vou dizer aos jovens brasileiros, não é? – percebi o agito na plateia e vi o quanto estava certo- O costume é deixar a informação mais aguardada para o final. Mas eu gosto de surpreender até nisso... O jovem brasileiro de hoje é bem diferente daquele que eu deixei aqui há 20 anos. Ele está conectado, consume informações numa velocidade impressionante, e apesar de muitas vezes, não concordar com as coisas que ele propaga, ele invade sistemas o que é útil para mostrar as suas falhas de segurança. Ele por assim dizer está mais “esperto”. É com esse jovem que eu quero falar... É esse jovem que pode se tornar o meu sucessor. Eu voltei ao Brasil para encontrá-lo. E esse sucessor vai ser escolhido através de um concurso...

– Um really show que será televisionado pela Parker TV. – Pamela completou.

– Ele ficará na própria Marra Brasil, como num estágio, onde será treinado e mostrará as suas habilidades.- falei.

– Haverá desafios constantemente. E ele terá que passar por todos ou será eliminado. – voltou para Pamela.

– O último que ficar se tornará o meu sucessor, ele será treinado por mim, o próprio Jonas Marra, afinal ele será o novo Jonas... Para participar tem que ser brasileiro nato e ter entre 14 a 26 anos. Os 10 primeiros que colocarem o nome no meu computador – uma imagem apareceu no telão – serão classificados para o concurso. Mas não pensem que invadir será fácil. Há muitas armadilhas que eu próprio coloquei. Que o concurso...

– Geração Brasil, comece agora! – eu e Pam falamos juntos.

E houve uma correria na sala. A minha ideia tinha funcionado do jeito que eu queria, só de ver aquela reação já imaginava que aquilo seria um sucesso. Eu estava radiante.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? A ideia era andar um pouco com a trama, mostrar o desenvolvimento da relação Veronas, aspectos de outros personagens e claro o concurso... Gostaram da entrada de Gláucia e Brian? Alguém tá ansiosa pela seleção dos candidatos? Já adianto que terá algumas surpresas... E bem, eu mesma tô bem ansiosa para escrever essa parte e ela terá a narração dos 4 personagens... Assim não deixem de comentar para me inspirar... Até o próximo.