Química Perfeita escrita por Matheus Cardoso


Capítulo 8
Capítulo 4-DIEGO




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Estamos almoçando e eu não paro de olhar para a Alice. Ela é tão bonita, mas não tanto quanto Barbara. Calma! Não é essa Barbara que você está pensando. É minha ex-namorada, eu fui traído por ela. Barbara é loira, cabelos cacheados, alta, inteligente, sempre tirava notas altas, atletista, perfeita, sabe? Até que, um dia, (dia 23 de setembro de 2013, para ser mais exato), eu tinha marcado de estudar na casa dela e fui para lá. A mãe dela disse que ela não estava em casa e estava na casa de um amigo chamada Henrique. Estranhei essa situação, pois não lembrava que Barbara conhecesse nenhum Henrique e resolvi esperar lá mesmo. Quarenta e cinco minutos depois, ela aparece com o tal Henrique se beijando na minha frente. Minha reação? Não fiz nada, só observei. Naquele momento, percebi que Barbara não gostava de mim realmente e descobri que não era a primeira vez que ela me traía. Terminei com ela, antes de sair de lá, me despedi da mãe dela e fui para a minha casa. Aquele foi um dos piores dias da minha vida.

Mas, voltando ao presente... No meio do almoço, Alice corta o silêncio:

– Pai, vou me encontrar com meus amigos, tá?

– Agora, filha? Você mal conversou com sua irmã...

– Deixa, pai! Alice, porque você leva o Diego para conhecer seus amigos?- pergunta Barbara. (agora, essa Barbara é que você conhece desde o início da história.)

Alice faz uma cara de "O quê? Levar o Diego para conhecer meus amigos?".

– Não seria má ideia. Estou querendo fazer amizades mesmo.- eu digo, automaticamente, sem pensar.

Alice olha para mim, surpresa e diz:

– Tá bom. Vamos!

Me levanto e falo:

– Só vou trocar de camisa rapidinho.

Vou até a minha mala e pego uma camiseta vermelha e troco dentro do banheiro. Nos despedimos de todos e quando saimos de casa, foi minha vez de quebrar o silêncio:

– E então, Alice? Você tem quantos anos?

– Dezesseis. E você?

– Dezessete... Qual é a sua cor favorita?- Eu sei, pergunta ridícula. Mas, foi a única que consegui pensar na hora.

– Lilás.- ela responde, como se fosse acostumada a responder perguntas rápidas.

– Eu gosto de verde... Seus pais são separadas há quanto tempo?

"Caramba! Como esse menino é curioso!"- ela deve estar pensando.

– Dez anos. Barbara foi morar com ela em Curitiba e eu e meu pai ficamos aqui. E sua família? Pai e mãe?

Respirei fundo para responder essa pergunta.

– Bem, meu pai trabalha na Marinha e precisa viajar muito. Ele viaja por dois meses e ficava comigo por uma semana, viaja dois meses e ficava por uma semana e por aí vai. Já, minha mãe... - parei para poder falar dela.

– O quê?- ela sussurra.

– Ela faleceu de pneumonia quando eu tinha sete anos. No dia 4 de abril de 2004.

– Dia 04/04/2004? Nossa!

– É... Esse era um dos dias mais esperados por mim, por ser essa sequência de quatro. Eu gosto do número quatro, tanto que nasci no dia 4 de junho de 1997.

– Nasci dia 16 de maio de 1998.

– Hum... Onde vamos mesmo?- pergunto, mudando de assunto.

– Na lanchonete 1001 coisas. Lá, é ótimo! Term um cheeseburguer maravilhoso e só tem gente da nossa idade por lá!

– Falta muito?

– Não, em dois minutos, nós chegamos.

Chegamos à lanchonete. Um casal sorri para a gente e acena de longe para que possamos nos sentar com eles. A menina era morena, baixa, olhos verdes, já o menino era alto, moreno também e olhos castanhos.

– Oi, Ju! Oi, Dani! Tudo bom?– pergunta Alice.

– Tudo, Alice!- respondo a menina.

– E aí, A?- pergunta o menino.

– Ju, Dani, esse é Diego, o enteado da minha irmã. Diego, esses são Juliana e Daniel, meus melhores amigos.

– Fala aê, pessoal.- eu cumprimentei.

– E aí, Diego?- pergunta Daniel.

– Senta aí.- pede Juliana.

– E então? Você era de Curitiba?-pergunta Juliana.

Depois de uma conversa de uma hora, contei para eles quase tudo da minha vida.

O celular de Alice toca. É uma mensagem do pai dela. Ela diz para mim para irmos embora e nos despedimos de Juliana e Daniel.

– Tchau! Foi ótimo conhecer vocês!- digo.

– Igualmente! Tchau!- exclama Juliana.

– Tchau! Até logo!- diz Daniel.

No caminho de volta, novamente, sou o primeiro a falar:

– Seus amigos são muito legais. Gostei muito deles.

– Que bom! Espero que amanhã na escola, você se dê também.

Ela me fez perceber que amanhã, vou ter escola. Arg! Que chato! Legal também, porque estou no último ano.

– A propósito, que turma você vai ficar?- pergunto.

– Terceiro ano é turma... 3001.

– Eu também vou ficar na 3001!- exclamo, entusiasmado.

– Claro! Só tem uma turma de terceiro ano!- ela diz, antes de rir da minha empolgação.

Olhei nos olhos dela e depois para seu sorriso e conclui. Alice era realmente mais bonita que Barbara (minha ex), muito mais bonita.


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