My Immortal escrita por Satine


Capítulo 29
A poção romeu e julieta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ;)



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As férias acabaram e enquanto todos os alunos estavam preocupados com os testes de aparatação, eu estava interessada em outra coisa. Ser imortal, poderosa, poder materializar coisas e sabe-se lá mais o que eles podiam fazer, esse era o único meio de deter Olívia.

Cheguei mais cedo em uma das aulas de DCAT, Tom lia alguma coisa e parecia concentrado, enquanto isto eu estava sentada na mesa à sua frente, batendo as unhas no mármore, o barulho pareceu irritá-lo e atraiu sua atenção.

– Sim? – ele perguntou e eu semicerrei os olhos.

– Como se transforma alguém em imortal? – perguntei sem rodeios.

– Primeiro... A pessoa precisa estar em um estado de quase morte, quando ela estiver prestes a morrer, ela deve tomar o elixir. Devo me preocupar com esta pergunta?

– É apenas uma pergunta hipotética, o que diria se eu quisesse ser como você? Como Damen Auguste, Olívia? Eu quero dizer, por que não?

– Ouviu Auguste, ninguém mais deve se tornar imortal, - ele começou e ao ver minha expressão indignada continuou. – Entretanto, pretendo lhe tornar uma... Depois que se formar.

Revirei os olhos impaciente, mas neste momento os outros alunos entraram na sala e não pude continuar aquela conversa.

A primeira semana passou rápido e no primeiro fim de semana tive uma ideia para conseguir o que eu queria. Tom havia deixado claro que só me daria o elixir quando eu me formasse, mas eu tinha outra ideia.

No fim de semana fui para a sala precisa como eu costumava fazer antes, apenas para praticar um pouco de poções.

Meu professor me acompanhou, embora não fizesse ideia de que poção eu estava preparando, ele não fazia questão de saber também, segundo ele, Slughorn o havia feito enjoar da matéria com toda aquela bajulação.

Eu colocava o ingrediente final da poção quando Riddle veio até mim, ficando atrás de mim e me beijando o pescoço.

– Te dar aulas tem sido cada dia mais difícil, Elizabeth. E fingir que é apenas mais uma aluna. – ele diz me dando beijos leves em meu pescoço e ombro o que me fazem arrepiar, eu apenas sorrio um sorriso malicioso e pego um frasco pequeno colocando um pouco da poção pronta nele.

Eu o beijo apaixonadamente antes de me desvencilhar dele.

– Espero que um dia não precisemos mais esconder, mas... Professor, já ouviu falar de uma poção chamada Romeu e Julieta? – pergunto, no rosto, uma falsa expressão inocente estampada.

– Um veneno. – ele diz estranhando meu comportamento.

– Exatamente... – eu digo olhando para o frasco com um pouco do veneno que eu tinha acabado de preparar. – Baseado em um conto trouxa bem conhecido aliás e é o veneno mais fácil de se preparar.

– O que pretende com isto Elizabeth? – ele pergunta hesitante e arqueando uma sobrancelha.

– Conseguir o que eu quero. – digo fria, tomando todo o líquido do frasco.

– O que você fez sua ESTÚPIDA?! – ele gritou furioso.

– Venenos são difíceis de preparar sabe, este é o mais básico e único que eu podia preparar com os ingredientes roubados de meu pai, eu acho que eu tenho duas horas no máximo de vida, mas os sintomas já vão começar a aparecer. Então, professor, vai me dar a imortalidade ou vai me deixar morrer? – perguntei e neste momento senti uma gota de sangue escorrer pelo canto de minha boca.

– Eu devia deixa-la morrer sabe. – ele sussurrou depois de alguns minutos surpreso e indignado demais para falar. – Para aprender a não me manipular deste jeito, de qualquer forma eu poderia te dar bezoar sua tolinha.

Arregalei os olhos com as chances de meu plano não dar certo, caí de joelhos sentindo falta de ar e tossi sangue, Tom cruzou os braços na minha frente.

– Você disse que tem duas horas certo? Volto daqui a uma hora e meia, enquanto isto, aproveite o gosto de seu veneno Elizabeth, para que aprenda a não ser tão inconsequente.

Ele realmente me deixou ali, com falta de ar e tossindo sangue, me contorcendo de dor. Eu me encolhi em um canto, me sentindo cada vez mais fraca e me odiando por ter sido tão estúpida.

POV Tom

Eu a deixei, sim, eu a deixei ali sofrendo para aprender a não me manipular, pois fora isto que ela tentara fazer. Amava Elizabeth, mas aprendera a ser cauteloso com ela também, por isto não tinha lhe dito antes como matar um imortal antes. Ela podia ser completamente louca inconsequente e precisava aprender uma lição.

Voltei uma hora depois. Adentrei a sala precisa e encontrei Elizabeth em um canto, gemendo, tremula e pálida, seus lábios roxos e os olhos fundos, ela me olhou com raiva, mas não me intimidou. Fui até ela me sentando ao seu lado.

– Lembre-se disso antes de tentar manipular Lord Voldemort, Elizabeth. – digo, mas ainda assim deito sua cabeça em meu colo, acaricio seu cabelo e pego o elixir no bolso da capa, não queria mais vê-la sofrer, não sentia mais prazer nisto como um dia já havia sentido, tiro a tampa e encosto em seus lábios ela bebe todo o líquido vermelho e desmaia. Dentro de alguns minutos quando Elizabeth retorna e abre os olhos, eles não estão mais fundos, os lábios não estão mais roxos, mas sim rosados e com vida, os dentes estão perfeitos, os antes emaranhados fios negros estão sedosos e desembaraçados, em seu rosto não há mais nenhuma imperfeição, ela é uma imortal.

– Eu te odeio. – ela diz aborrecida, mas eu apenas sorrio.

– Eu também te odeio, princesa. – ela faz uma careta e se senta.

– Não me sinto diferente, esse negócio funcionou?

– Logo irá notar algo diferente. – digo me levantando e oferecendo minha mão para ajuda-la a se levantar, ainda irritada, ela recusa e se levanta sozinha. – Agora é melhor irmos ou podem notar nossa ausência.

– Podem esperar mais quinze minutos. – ela disse me beijando com volúpia e raiva. – Nunca mais me deixe daquele jeito, Riddle, nunca.

– Nunca mais tome veneno na minha frente sua pirada. – digo antes de apertar sua coxa por baixo da saia e morder seu pescoço com força.

– Professor... – ela gemeu me provocando, mas tive de me controlar e me afastar, de fato podiam notar nossa ausência e mais do que nunca tínhamos de ser cautelosos.

– É melhor irmos e... Elizabeth, mesmo que aconteça qualquer coisa estranha, finja que está tudo bem.

[...]

Saíram da sala precisa e andaram lado a lado rumo ao grande salão, conversando sobre coisas bobas apenas para passar o tempo, Elizabeth gostava desses momentos, quando conversavam sobre qualquer coisa, era quando ela esquecia da guerra, de Olívia, Grindelwald, imortalidade, tudo.

Quando entraram no grande salão, porém, Elizabeth travou, haviam alguns alunos ali tomando café da manhã, conversando, rindo, mas o que a chocou foi que todos eles tinham luzes coloridas ao redor do corpo, todo o tipo de cor rosa, azul, verde, verde musgo, como se fizessem parte de alguma iluminação de natal. Ela piscou várias vezes para ver se estava vendo direito.

– Isto são auras. – ouviu seu professor dizer num sussurro ao seu lado. – Todos os mortais têm auras, elas refletem o humor de cada um deles, antes elas eram invisíveis para você, com o tempo vai se acostumar.

Elizabeth assentiu e tentou andar como se nada estivesse acontecendo, mas não conseguia parar de olhar para as pessoas como se fossem peças raras de museus.

– Devia tentar agir naturalmente.

– Estou tentando decifrar o que as cores significam, acho que nunca vou conseguir me acostumar com as pessoas assim, olha para Colin Creevey, ele já parecia idiota sem uma cor laranja brilhante ao redor dele.

– Com licença professor. – Elizabeth ouviu a voz de Low Ellen Black, estava tão absorta em decifrar as cores das auras dos outros que nem notara a amiga se aproximando. – Elizabeth, talvez tenha se esquecido, mas temos aula de aparatação, vem.

– Bom dia professor, ahm... Até mais.

– Boa aula Srta. Snape.

Low Ellen segurou sua mão e a puxou para que corressem, Elizabeth quis que ela nunca tivesse feito isso, imagens adentraram sua mente quase que instantaneamente e em questão de segundos Liz descobrira que Low Ellen tinha tido as piores férias de sua vida, andava preocupada por seu pai ser um comensal da morte e a mãe, ah a mãe não ligava para ela, passava mais tempo na casa das amigas ricas de puro sangue do que no Largo Grimmould, durante toda as férias só tivera a companhia de Monstro e ela nem gostava dele e por sorte seu tio Sirius também morava lá, Sirius conseguia fazê-la se sentir melhor e se divertir.

Elizabeth sentiu sua afeição por Sirius subir um pouco depois disso, mas ainda estava assustada com o que acabara de acontecer e puxou sua mão quase que imediatamente.

– Acho que... Acho que não precisamos correr Ellen, não estamos tão atrasadas.

Elas andaram lado a lado rumo à Hogsmeade e se juntaram a um grupo de alunos que também iam para lá, dentre eles estavam Gina, Luna e outros alunos do sexto ano, mas Elizabeth tentou ficar isolada, como se não bastasse saber da vida inteira de qualquer pessoa que tocasse, ainda ouvia os pensamentos de todos ali, seus pensamentos eram transmitidos a ela como se várias emissoras de rádio disputassem uma única linha de transmissão, todas aquelas vozes a deixavam confusas e com dor de cabeça.

Ela pensou em inventar qualquer desculpa para voltar ao castelo ou talvez até fosse uma boa ideia visitar a madame Pomfrey, mas a voz de Riddle dizendo-lhe que fingisse que estava tudo bem, a forçou a continuar e ir para sua aula.

Durante a aula tentou se manter afastada dos outros, mas isto não adiantava. Mesmo que se concentrasse, não conseguiu aparatar uma vez que fosse e em algum momento achou melhor parar de tentar ou ia acabar estrunchando.

Aquilo era tortura. E sua cabeça já doía muito quando todos foram dispensados para voltar ao castelo ao fim da tarde. Pegou a primeira carruagem de volta ao castelo, ao lado de alguns alunos da lufa-lufa do 6º Ano que ela não conhecia, podia ouvir os pensamentos deles sobre ela, estranha como o pai, era o que achavam, Elizabeth apenas suspirou e tentou se concentrar apenas no caminho de volta.

Assim que colocou os pés nos arredores do castelo, passou a correr, tudo o que queria era ficar sozinha em seu dormitório e fingir que era uma pessoa normal. Passou pela professora Mcgonnagal na entrada e a ouviu falar algo como “Não corra Srta. Snape, vai acabar se...”, mas não deu atenção.

Só diminuiu a velocidade quando uma voz falou em sua mente calando todas as outras vozes.

Se acalme, respire fundo e bloqueie o pensamento deles.

Fácil falar, pensou, mas ainda andava rápido, tanto que nem percebeu quando esbarrou nele. Riddle a segurou pelos ombros para que ela não caísse e fitou os olhos perdidos de Elizabeth que para sua surpresa o abraçou.

– O que está acontecendo comigo? – perguntou a morena.

– Parece que não está se sentindo bem Srta. Snape, vou leva-la à ala hospitalar. – disse Riddle e Elizabeth assentiu, apesar disto Riddle tomou o caminho contrário à ala hospitalar, levando-a para fora da escola. Poucas pessoas estavam fora do castelo ao fim da tarde quando se sentaram à beira do lago negro, o vento bateu em seu rosto e afastou os longos fios negros.

– Está vendo por que eu não queria te transformar agora? – ele quebrou o silêncio.

– Desculpe, eu fui uma idiota, mas você podia ter me avisado sobre os efeitos colaterais de ser um imortal.

– Efeitos colaterais? – ele perguntou com uma risada gostosa que o deixou mais bonito. – Não são efeitos colaterais Elizabeth, você vai aprender a controlar isto, eu aprendi, bem rápido até.

– Eu espero que sim. É assustador e o que foi aquilo de você entrar na minha cabeça?

– É eu posso fazer isto, você também agora, mas vai demorar um pouco até dominar tudo o que pode fazer.

– Você é um pouco sinistro sabe. – mais uma vez ele riu.

– É tudo muito novo pra você, mas quando se acostumar vai se deslumbrar, vai achar que pode fazer tudo, ter tudo o que quiser, nada vai poder te impedir, o que não é verdade, apesar de termos privilégios.

Liz sorriu assentindo, feliz por estar ali com ele, por não saber tudo de sua vida com um simples toque e por ele não ter nenhuma aura.


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Notas finais do capítulo

Gente eu espero que tenham gostado, Liz agora é imortal uhuuul, o que acharam?
Gostaram? Mereço reviews?
Logo eu posto o próximo O/
Beijoks