Traga-a pela Maré escrita por TropicalGirl


Capítulo 5
Capítulo 5 - Lucky Strike


Notas iniciais do capítulo

Ei ! Desculpem pela demora ! Semana de provas (S.O.S) heueheu, espero que vocês gostem desse capítulo.



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AINDA NO PRIMEIRO DIA:

Enquanto eu chorava livremente, sabendo que ninguém iria escutar o meu choro, o choro de um zé ninguém cuja melhor amiga desapareceu, eu olhei para o horizonte, fitando o por do sol.
Nada era real. Era isso que eu tentava enfiar na minha cabeça nesses dias de solidão. Eu não poderia falar com Tessa ou Bryan até o dia do testemunho na polícia, e esse dia estava demorando... Amanhã... Porém hoje parecia um dia sem fim.
Nunca pensei que poderia dizer isso mas... Eu estava com saudades da escola. Enquanto eu olhava para o por do sol que estava quase acabando eu tentava enxugar as lágrimas que não cessavam.
Um dia sem fim, é o que definia hoje. Um dia que poderia ter sido perfeito, ontem. E agora eu me perguntava o que seria de amanhã.
Por incrível que pareça, eu lembrei das feiçoes da Sra. Carter, mãe de Jadge, eu nunca havia conversado muito com ela, eu sempre chegava na casa de Jadge e ela estava lá... Na cozinha, preparando alguma coisa que nós nunca soubemos o que era, raramente eu jantava ou comia algo na casa delas. Uma lembrança vaga me veio a tona, não lembro quantos anos atrás, eu deveria ter uns 7 anos. Só sei que Kate Carter, que eu chamava de Sra. Carter, sempre, estava chorando na cozinha, ela cortava cenouras... Jadge a perguntou o que estava acontecendo, mas a resposta dela foi que ainda estava chorando por ter cortado cebola. Eu não sei porque, mas eu não acreditei, mas eu forçei minha mente a achar que essa era a verdade. Assim como Jadge não acreditou, mas ela preferiu forçar sua mente a fazer o mesmo que a minha, ela não queria aceitar o fato de que algo havia acontecido. E as vezes ser negligente era melhor.
Mas no momento eu não coseguia forças minha mente a fazer nada, ela estava agindo sozinha, e eu não podia fazer nada
Olhei para a casa que em Jadge morava, estava bem do lado da praia. Essa praia que frequentávamos obviamente não era em Palm Springs, uma cidade próxima que possui praia, então quase ninguém iria me ver entrando na casa da minha amiga morta e olhando pela sua janela, que era o que eu desejava fazer.
Eu fui cuidadosamente até a porta da qual nunca ficava trancada, e que eu e Jadge costumávamos entrar escondido para guardar os bichinhos que achavamos na praia.
Eu fui entrando, mesmo sabendo que se a polícia me pegasse entrando na casa que está sendo revista eles me matariam. Entrei no quarto de Jadge, um sentimento de saudade entrou em mim.
Olhei para os pôsters dos Beatles e do Kurt Kobain, olhei para a parede branca na qual ela vivia escrevendo histórias com uma caneta preta, e deixava a parede bem contemporânea. Senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.
Me encostei na cama alta dela, que dava acesso a janela, e olhei, olhei para a vista da maré.
A chuva corta meu rosto do lado de fora da janela, a maré revolta me lembra o lado de dentro do meu peito, da janela eu olho pra rua que ela não vai passar.
O cigarro dela está encostado sobre a escrivaninha. Lucky Strike.
Eu pego um. Acendo
Minha mente diz para não fumar seus cigarros, mas meu coração diz para aproveitar as últimas tragadas com seu gosto.
Na sua parede escrita com letras angelicais eu leio:
"Garganta que engole os sapos
e os tragos, de uma fumaça que atrapalha a visão
Essa que guarda o silêncio de lábios pausados e gritos para dentro"
Eu sinto outra lágrima escorrer pelo meu rosto.
Mas desta vez essa lágrima queima meu coração. E cai em seu lençol.

Sonho

Estávamos todos em uma balada, eu, Tessa, Jadge e Bryan.

A Música era bem contagiante, tinha centenas de outros adolescentes dançando e se divertindo. Eu estava com Tessa em um lugar perto de uma escada.

– James, eu sei o que você faz?

– O que eu faço ? - eu disse confuso em relação a fala de Tessa.

– Você tenta amar todos e o amor vira uma merda de brincadeira que diverte todos

– o amor é uma merda de brincadeira.

– Querido, você precisa se deixar levar.

– como assim Tess?

– Se perdoa, não é culpa sua você não conseguir gostar do Bryan, ou não ter mil amigos, não é culpa sua se o mundo não é perfeito. Você precisa relaxar. - ela piscou os olhos demoradamente, parecendo como se estivesse sentindo toda a vibração do momento e do lugar - Você acha que amar é fácil para todos, você acha que se divertir é para os da realeza. Pode até ser, mas o nosso jeito de se divertir é melhor.

– ...

– Confia em mim

– eu confio Tessa

– Me ame. - ela tragou o cigarro e jogou a fumaça em minha cara, eu a agarrei e nosso beijo foi longo e intenso.

– te amar doi. - ela completou enquanto eu abria os olhos e acordava do sonho

2 DIAS DEPOIS DO DESAPARECIMENTO

Acordei naquela manhã lembrando do sonho, Te amar dói, Tessa dizia nele... o que era estranho, eu já havia escutado Jadge falar isso comigo antes.

Aparentemente eu ainda estava na casa de Jadge, na cama dela. um tipo de curiosidade me tomou, olhei para as paredes do quarto dela e fui ler as histórias. Havia vários desenhos também, muito bons, um era de uma lua sobre a maré. E a seguinte história estava escrita:

"Era uma vez, uma pessoa que observava a vida da janela, nunca com os pés no chão, nunca com os pés na água.

Os seus cigarros definiam a sua infelicidade com a vida. As pessoas não se lembravam da noite que passaram com ela, as noites que ela lembrava, e que achava maravilhosas.

Ela sempre dizia sim, quando queria dizer não. a vida trancada em um quarto, um quarto com paredes rabiscadas de desesperos, e lágrimas de uma época desconhecida

Mas essa menina, ela acreditava em um novo mundo.

Diferente de mim"

Lembrei da folha que eu havia encontrado. abri uma gaveta e a depositei lá. Depois eu buscaria, só não podia deixar a polícia pegar os restos de Jadge que e possuia


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é bem calmo, sem nenhuma descoberta em particular, não muito grande. Estou para deixar para o próximo capítulo...



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