A Revolução Brasileira escrita por Pedro Henrique Sales


Capítulo 10
Um Brasil de Estatísticas


Notas iniciais do capítulo

Bom, pessoal, esse capítulo traz a opinião política de Alberto. Cita algumas personalidades, com dados verídicos. Não uma biografia, mas um "estudo" superficial sobre algumas passagens de políticos no Brasil para que lá na frente algo possa vir a ser feito.

E quero agradecer a todos aqueles que estão acompanhando. Este é o décimo capítulo, com uma edição de 60 páginas, quase 15.000 palavras, mais de 420 visualizações, 5 marcações como favorito, 7 reviews (está pouco, mas os que recebi foram sensacionais), e infelizmente nenhuma recomendação. Bora comentar e recomendar gentem ! Rsrsrs' Obrigado a todos.

* Título provisório.

Espero que gostem. Abçs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/553644/chapter/10

“A política é como uma boa cachaça: você toma a primeira dose e não tem como parar mais. Só quando termina a garrafa.” Luiz Inácio Lula da Silva

Um desejo ardente por política, uma sede por governo, uma fome de liderança, um tesão por poder – e cá entre nós: uma recaída pra cachaça. Características provavelmente adquiridas em sua infância e juventude de uma longa e triste pobreza. A vontade de conseguir o melhor para si o fez também desejar o melhor para com o outro que vivesse em situações similares às suas. Implantou o programa Bolsa Família, um método de inserção de renda mensal para famílias abaixo do nível da pobreza e da erradicação da fome. Uma brecha desse sistema é que qualquer um que não apresentasse renda alguma podia solicitar o recurso, fazendo com que qualquer vagabundo conseguisse disfrutar desse benefício. Um exemplo real é de uma mulher que não havia ainda registrado a empresa em seu nome chegando de carro importado na Receita Federal para a retirada do Bolsa Família.

O nordeste sofre com as secas, sofre com a arenização, sofre com a pobreza, sofre com a saúde e sofre com a educação. Muitos sempre defenderam a seguinte afirmação: “não dê o peixe para o pescador, mas sim a vara para ele pescar”. Como um sertanejo pode conseguir pescar se lá não dá peixe? Como ser um agricultor e conseguir dinheiro o suficiente para sustentar sua família sendo que o solo é infértil? A única maneira que encontraram foi distribuir renda para aqueles que não tinham o mínimo acesso ao básico.

O poder de persuasão que gozava e a bajulação para com as massas eram inacreditáveis. O seu talento retórico, também, foi um dos estopins para seu sucesso nos oito anos de governo entre 2002 e 2010. Ele dizia que o povo queria ouvir, da maneira que ele quisesse ouvir. Uma saída inteligente para sempre conseguir uma boa aprovação da população em seu mandato. Admitiu em público a usar a técnica de reiteração, defendendo a tese de que todo político brasileiro devia usar essa ferramenta.

Em 2008, deixou bem claro que registraria todas as suas ações em cartório e que seu objetivo seria “comparar o meu programa de governo, os compromissos que assumi, com as coisas que eu realizei. Cada Ministério vai ter que registrar em cartório. Eu quero entregar ao meu sucessor, à imprensa, aos sindicalistas, às entidades empresariais cada coisa que nós fizemos, cada obra, cada projeto, cada investimento, que é para não apagar a memória”. E, realmente, deixou em aberto várias questões a serem resolvidas. Não se pode negar, foi um bom governo em estatísticas: aumentaram os índices de cidadãos empregados, maior quantidade de mulheres no mercado de trabalho, luz para mais de sete milhões de pessoas, programas de educação, etc.

Estatísticas, apenas. Porém foram deixados inúmeros problemas de lado e uma fixação do governo PT que se transformaram numa bola de neve. Escassez de professores nas escolas públicas, despreparo da segurança pública, um aumento absurdo da quantidade de ministérios, uma inflação estrondosa, problemas de saneamento básico, saúde em áreas afastadas, problemas de transporte...

Se perguntar-me para onde vai seu tão suado imposto, eu respondo-te: para o Auxílio Terno dos nossos parlamentares. Daqueles que depositamos nossa confiança de quatro em quatro anos. Daqueles que escolhemos serem nossos representantes. Todavia a culpa não é inteiramente deles, mas está parcelada com a ignorância de boa parte dos brasileiros. Um voto tem extrema importância para a gerência de uma nação, e muitos jogam fora essa oportunidade votando em qualquer um que se candidata. Outra parcela de culpa está na instituição que administra as eleições, pois não estabeleceram até hoje um requisito mínimo para candidatar-se, chamado “curso superior”. Seja administração, ciências políticas, direito, relações públicas ou qualquer outro ofício que se interligue com política. Mas não. Somos obrigados a ver candidatos como palhaços, atores pornográficos, ex-jogadores de futebol, covers de celebridades, donos de farmácia, de açougue, de banca de jornal, de mini mercado bairrista, pedreiros e outras inúmeras aberrações para um cenário político. Jamais desmerecendo quaisquer dessas profissões, pois cada uma têm sua importância e seu devido papel no funcionamento de diversos ramos trabalhistas, mas não estão aptos a governar uma cidade, um estado e muito menos um país. É possível um enfermeiro realizar uma neurocirurgia em um paciente? Não há possibilidades de qualquer leigo governar um país. Muitos não conseguem deixar uma conta de cartão de crédito em dia, que dirá a conta de mais de duzentos e cinquenta milhões de habitantes.

A sucessora de Lula tomou as rédeas em 2010 quando eu já estava no segundo ano de engenharia. Dilma Vana Rousseff. Essa atingiu o requisito de ter uma formação superior. Foi economista.

Total desaprovação em seu governo. Os problemas deixados ainda agravaram-se e ficaram cada mais maiores, diretamente proporcional ao desgosto de quem nela confiou. Não podemos, novamente, culpá-la. Parcela está na ignorância da população, começando em pequenas cidades. Se cada cidadezinha tivesse um prefeito decente e que resolvesse todos os problemas com as verbas que recebesse, o Brasil seria, sem dúvida alguma, um país muitíssimo melhor. Mas não. Ele recebe e investe em viagens com a família, compra casas no exterior, hectares de fazendas, obras primas de artistas renomados e carros importados.

José Mujica, presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, deveria tornar-se um exemplo para todo aquele que resolvesse representar uma nação. Seu único patrimônio era um Fusca 1987 e vivia em uma pequena fazenda nos arredores de Montevidéu, recebendo mais de doze mil dólares mensais pela sua desenvoltura como presidente e doava noventa por cento para ONGs e pessoas carentes. Os quase três mil reais que lhe sobravam eram o suficiente para manter-se. “Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com bem menos.”, disse o presidente. Em sua juventude militou em guerrilhas como membro do Movimento da Libertação Nacional-Tupamaros, no combate à ditadura civil-militar do Uruguai. Dedicou-se integralmente em seu mandato tão, apenas e somente, para benfeitorias ao Uruguai. Não era o país mais rico da América Latina, mas lá se tinha a melhor qualidade de vida.

Voltando à realidade do Brasil daquela época, em meados de 2013, houve manifestações populares por cidades de todo o país devido ao aumento da tarifa de transporte, o que, realmente, foi o estopim para o alarde. Todos os problemas que sempre tivemos, sempre existiram e lá o Brasil começou a mexer as peças. Centenas de pessoas juntavam-se às regiões centrais das grandes cidades, paravam o trânsito, faziam o comércio fechar... Faziam a cidade parar, de forma pacífica. “Pacífica”. Sempre existe um babaca que atira a primeira pedra e todos em volta começam a atacar também. Não é inteligente colocar os fortões na linha de frente. Proteção para que se é pacífico? Com uma porção de brutamontes nos vértices da multidão só é mais um motivo para a polícia se tencionar e esperar para que alguém cometa algum ato de vandalismo, depredando algum patrimônio público ou particular, ou batendo em alguém, transformando, assim, em uma baderna generalizada. Toda a notícia se repercute e qual a voz de quem está sendo pressionado? “Não podemos fazer nada. A manifestação é violenta.” Alimentando ainda mais o poder e a “moral” dos políticos.

Isso que acabou acontecendo. O tempo passou e a população se calou, dando brechas enormes para todos eles. Comodismo. É visto como comodismo. Todos devem comportar-se como uma criança que esperneia na fila do supermercado pedindo loucamente para que os seus pais comprem o pirulito com luzes coloridas, até conseguir. Ser persistente. Insista. O silêncio é o maior inimigo do inconformado.

Anos se passaram e os problemas só aumentaram. Os próximos presidentes mantiveram as mesmas características e a população também. Iniciava-se um processo de revolução e depois de alguns poucos meses, caia por terra. Apenas em 2021 que o Brasil conseguiu, finalmente, recuperar um patamar considerável em relação ao dólar.

Com a tecnologia subindo de nível a cada ano, criei, em 2020, numa uma rede social, a página “Menos Ignorantes para um Brasil mais Inteligente” (MIBI) com o mesmo intuito que reunia amigos toda semana para discutir temas gerais. Disponibilizei Anne, Nicolas e um amigo nosso, jornalista, para as postagens. Diariamente colocamos algo sobre a atualidade. Como se fosse um jornal online.

Há dez anos uma empresa de eletroeletrônicos norte-americana lançou o celular acoplado. Foi a revolução tecnológica do séc. XXI. Um telefone móvel da mesma espessura de um papel, totalmente flexível onde você gruda ao antebraço ou na palma da mão e é inserido um microchip subcutâneo para a transmissão do sinal via satélite. Totalmente sensível ao toque. A única desvantagem é o fone de ouvido externo, que funciona através de Bluetooth. Nos cinco primeiros anos de circulação desse produto era restrito apenas para quem podia comprar. Dez mil reais. Não era qualquer cidadão que o tinha. Mas hoje em dia ele se popularizou e mais da metade da população já tem um.

E com esse avanço da tecnologia temos, hoje, mais de cinquenta milhões de usuários na nossa página. Nicolas atualiza mais os dados, pois formou-se em economia e tem mais domínio do assunto. Já Anne posta assuntos abordando o desejo da população para com o governo. Erick, nosso amigos jornalista, é o “colunista”. A cada semana posta um texto abordando determinado assunto, seja política, economia, atualidades ou esportes. Ele formula o assunto da semana e o deixa facilmente compreensível para qualquer leitor. E eu levanto questões mais filosóficas e morais, no intuito de conscientizar o cidadão e de fazê-lo não conformar-se, indico alguns passeios pelo Brasil e pelo mundo e promovo excursões para museus, centros culturais, sítios arqueológicos,

A MIBI despertou o desejo dos brasileiros de querer mudar e de tomar atitude. Cansaram-se de ir para as ruas lutar e nada conseguir. Enfadaram-se de pagar altíssimos impostos para não ver retorno. O único retorno que todos têm é o transporte público. Graças à privatização integral, realmente funciona. Ônibus elétricos que utilizam a força de inércia e a luz solar para produzirem mais energia. Mais sustentáveis, ecológicos, econômicos e menos barulhentos.

Um dos assuntos que mais repercutiu nessa última década foi a não conclusão da obra de transposição do Rio São Francisco. O gado estava morrendo e todos sabiam. O solo ficava cada vez mais infértil e todos sabiam. Mas o que a imprensa não passava na televisão era que pessoas estavam morrendo por desidratação. Desinformação? Não. Emissão. Esse é o problema da imprensa. Se a imprensa é amada pela política, desconfie. Nem precisamos desconfiar. Logo apareceu-nos uma paraibana dizendo que muitos de seus conhecidos estavam falecendo por este problema. E outras pessoas começaram a aparecer e esse foi uma das maiores ou, quiçá, a maior discussão de deficiência de gestão na MIBI.

“Ninguém muda o mundo sozinho, mas podes mudar o mundo de alguém com uma palavra, com ou sem intenção.” Lenny Agostinho


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Qualquer erro, aponte. Qualquer sugestão, deixe-a. Opinião? Pode dar sem dó e sem piedade. rsrs' Até o próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Revolução Brasileira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.