Pov. Amy

Duas semanas depois...

A dor de cabeça não passa.

E de nada adiantará tomar uma aspirina. Nunca funcionou mesmo. Não depois que recebi as malditas “informações” de caçadores, merda! Preciso saber manter minha concentração.

Peguei meu mapa no armário e abri pela milésima vez.

Vamos Amy! Onde é mais provável estar o Portador da Cura? Eu precisava saber! Preciso da Cura!

Concentre-se Amy! – repreendi a mim mesma.

Tá legal. Não adianta ir aos demais lugares de Nova York, eu já peguei quase todos os Objetos daqui. Menos daqueles três lugares no centro da cidade. Eu realmente não entendo o porquê da minha entrada ter sido rejeitada. Será que existia outro Caçador aqui em NY? Claro que não. Que idiota toparia entrar nessa parada?

Manhattan.

Ainda não tinha ido procurar lá. E é pra lá que eu vou.

(...)

Que dia exaustivo. Parece que esse metrô não chega nunca, e a bateria do meu iPod estava indo pro buraco, mas que saco!

Finalmente cheguei ao centro de Manhattan, passei pela montanha de pessoas que se aglomeravam na estação e fui à direção da casa de repouso que fica... hãm... pelo meu mapa, a alguns quarteirões daqui.

No começo as pessoas sempre ficavam me encarando, mas com o tempo fui ficando invisível aos olhos humanos, e eu agradeço todos os dias por isso. Não precisava das pessoas, só preciso da cura e tudo isso aqui acaba. Eu realmente espero.

Quando dei por mim, já avia chegado.

Entrei sem hesitar.

Caminhei até a recepção e as palavras já foram tomando conta da minha boca.

Por favor! Que seja o Portador da Cura, por favor, preciso que seja o Portador da Cura.

– Eu gostaria de visitar o Portador do Caminho – disse sem rodeios.

Merda. Mas já estava acostumada, não escolhemos o Objeto, eles nos escolhem.

Quando eu percebi que não estava sozinha na recepção. Aquele rapaz que havia me sacudido naquele dia, em que eu estava fugindo do Portador. O que ele estava fazendo aqui?

Ele me olhava com curiosidade, como se tivesse passando mil e uma dúvidas na sua cabeça. Não conseguia desprender meu olhar do dele. Quando a recepcionista me tirou do transe.

– Interessante – ela disse com certa indiferença na voz – Esse Sr. Também.

Congelei.

Esse cara é um Caçador?

Não pode ser.