Life is Unexpected escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 7
Capítulo 6




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Sempre soube que gostaria de se casar com Mari e ter filhos com ela, apenas não esperava que as coisas fossem acontecer tão depressa. Mas não tinha dúvida alguma, agora que o bebê estava a caminho, de que sua vida seria ao lado dela.

Mas com o repouso absoluto nos primeiros meses, e as limitações de esforço que ela teria nos meses seguintes, um casamento não estava nos planos imediatos. Na verdade, sequer falavam sobre isso no pouco tempo que tinham juntos, mas havia um acordo silencioso de que isso iria acontecer.

Porém, tudo mudou alguns dias antes do quarto mês chegar, quando recebeu uma ligação de seu avô Pedro. Não falava com o homem havia semanas, e seus pais haviam se recusado a contar ao patriarca Albuquerque sobre o novo herdeiro. E Franz os entendia muito bem.

Pedro Albuquerque era um tipo antigo, cristão fervoroso, cheio de manias, tradições e costumes a serem seguidos, um dos motivos pelo qual nunca abandonara a pequena cidade de Joaçaba. Na cabeça pequena e antiquada, a ideia de seu único neto viver em pecado e com um filho a caminho, era o mesmo que lhe dizer que arrancariam suas pernas.

E tal como previram, a notícia foi como uma bomba. Pedro deu um sermão de quase uma hora no neto, e não adiantava tentar argumentar. Mesmo que se casassem um dia após o nascimento da criança, seu bisneto nasceria em uma casa pecadora.

Mas como lidar com um casamento, trabalhando horas intermináveis por dia e tendo que poupar para quando a criança nascesse? A resposta tinha nome e sobrenome, ou melhor, nomes e sobrenomes.

“Por que não pediu antes?” Foi a primeira coisa que Karina perguntou, assim que Franz invadiu o quarto dela e de Jade naquela mesma noite. “Agora tenho menos de uma semana para providenciar tudo.”

“Calma Karina, o bebê só nasce em cinco meses.” Ele lembrou, fazendo as duas meninas reviraram os olhos.

“Franz, a barriga da Mari está inflando que nem um balão... Se passar dos cinco meses, ela vai olhar as fotos do casamento e se sentir gorda. E além do que, temos que usar o fato de ela ainda estar acamada para contribuir com o elemento surpresa.” Explicou Jade calmamente.

“Eu sempre quis organizar um casamento surpresa.” Comemorou Karina, caindo no travesseiro e abraçando seu sapo de pelúcia. Jade a olhou cética. “Que foi?”

“Até alguns meses atrás a única coisa que você queria era chutar sacos de areia. Quando na sua vida você quis preparar um casamento surpresa?”

“Ai, Jade, não me torra não, por favor.” Bufou a loira. “Mãos a obra.”

E assim foi feito. Na manhã seguinte, durante um período livre nas aulas, Karina foi até uma pequena capela, que ficava há alguns quarteirões do campus, e conversou com o padre. O homem a princípio se ofendeu com a pressa, dizendo que o casamento é um ato sagrado e não deve ser feito de maneira tão afobada.

Mas Karina era boa de papo e com muito jeito convenceu o padre, conseguindo assim o lugar para a cerimônia. Precisou de apenas duas ligações, e alguns favores das épocas de campeonato, para conseguir uma florista para decorar o lugar, riscando um item na lista de Franz.

Duca e João se responsabilizaram pelos ternos e alianças, seguindo os pedidos e recomendações do noivo. Bianca conversou com Gael e Dandara, e os mesmo convenceram os donos do restaurante em frente à Fábrica, a fazer um precinho legal pelo jantar da festa, que foi um presente do casal. Jade e Ruiva mobilizaram a galera da Ribalta, e todos juntos transformaram a Fábrica em uma recepção pós-casamento maravilhosa.

Os pais e familiares mais próximos chegaram faltando três dias, e foram locados na casa de Gael e Duca da melhor maneira possível. Apesar de ansiosa em ver a filha e acompanhar seu ultrassom, Gilda precisou se contentar em ser informada por telefone, para não levantar suspeitas.

O vestido de noiva foi costurado pela avó da grávida, e o esquema armado para que ela o encontrasse no shopping e comprasse, foi digno de um filme. Fabi havia levado o vestido à loja e combinado tudo com a vendedora. A lutadora esperou que a compra fosse finalizada e tudo estivesse acertado, para dar o sinal positivo para os demais, que começaram a se arrumar.

Nesse interim, Franz estava no camarim da Fábrica, lugar que sobrara para ele e os amigos se arrumarem. Sua mãe e sogra estavam lá, vistoriando se tudo estava nos conformes.

“Então é uma menina?” Perguntou Gilda, e Maria olhou o filho de forma reprovadora.

“O ultrassom era hoje e o senhor nem para me avisar, hein Francisco?” O rapaz riu, abraçando a mulher com carinho e lhe beijando a face.

“Desculpa, foi um dia corrido. Mas eu estou com o DVD, se quiserem ver.”

“Depois, querido. Agora nosso tempo está apertado.” Lembrou a mãe de Mari, enquanto ajeitava a gravata de João.

Demorou quase duas horas até que todos estivessem prontos e sendo divididos nos carros. Os amigos e os poucos familiares preencheram quatro veículos, deixando um livre. Quando Franz ia aconselhar que passassem mais alguém para seu carro, seu pai o impediu.

“Seu avô está nos esperando.” Avisou, o puxando em direção à casa de Gael. “Depois nós três iremos nesse carro.”

Chegando à frente do sobrado, Henrique chamou o pai, que avisou que estava descendo. Naquele interim, pai e filho se encararam em silêncio, até que o mais velho colocou a mão em seu ombro.

“Você sabe que eu não sou bom com coisas sentimentais Franz... Mas quero que você saiba que eu estou muito orgulhoso de você. Foi uma grande surpresa tudo que aconteceu, mas você foi responsável, está sendo responsável. E esse casamento, todo esse trabalho... Você está de parabéns, meu filho.”

O rapaz sorriu, colocando a mão sobre a do pai e apertando. Logo o mais velho soltou o ombro, encarando a porta aberta por onde seu próprio pai sairia. Franz permaneceu sorrindo, feliz por ter tido aquele momento com seu pai.

Seu Pedro saiu da casa com uma pequena caixa de veludo na mão. Parou em frente ao neto, que a abriu curioso, logo assumindo uma expressão emocionada.

“O relógio do papai?” Perguntou ao se deparar com o velho relógio do pai.

“Este relógio meu pai me deu no dia de meu casamento.” Explicou Pedro. “E eu o dei a seu pai, meu primeiro filho a se casar. E agora, nós o damos a você” Franz concordou, tirando o relógio que usava e colocando o que receberá do avô, sentindo a textura de couro antigo da pulseira.

“É lindo.” Garantiu, sorrindo para ambos. “Obrigado.”

“Mostre-se merecedor dele, rapaz.” Disse o avô, sorrindo levemente. “Mas vamos, senão chegaremos depois da noiva.”

E ali estava ele, parado na sombra, esperando. Karina avisara que já estavam a caminho, e agora Arnaldo a esperava em frente à porta. Gilda, Maria, Henrique, João e Lírio esperavam do lado de dentro, já que os dois amigos seriam os padrinhos junto de Karina e Jade.

Quando o carro da dançarina parou, ele viu a cara de surpresa da noiva, encarando o pai. Viu as duas amigas se viraram sorrindo e caminhou a passos largos, abrindo a porta ao ouvir.

“Aonde?” Perguntou Mari, confusa.

“Ao nosso casamento.” Disse sorrindo e lhe entregando um buque de rosas, diante de seu olhar confuso. “Só faltava a noiva.”

“Como?” Ela gaguejou, enquanto ele a ajudava a sair do carro.

“Eu sei que você sempre sonhou com isso de uma maneira diferente, mas eu te amo e, eu creio, você também me ama.” Explicou ele. “Sei que não houve um pedido formal, nem um longo preparo. Mas quando ela chegar, eu quero estar casado com você.”

“Você é louco, Franz.” Foi só o que ela pode dizer, com um sorriso largo. “Mas minha família, nossos amigos...”

“Toda a sua família, nossos amigos, estão todos lá dentro, esperando por nós.” Explicou, enquanto caminhavam em direção a porta da capela.

“Eu não estou parecendo uma noiva, estou?” Perguntou ela, mostrando o vestido.

“Não deixe sua avó ouvir isso... Ela ficou quatro dias costurando esse vestido, ficaria ofendida.” Ele contou rindo. “E você é a noiva mais linda do mundo, eu juro pela minha vida.”

“Não jure, Franz, muito menos pela sua vida.” Repreendeu ela, mas seu sorriso a denunciava.

“Eu vou entrar... Nem poderia estar te vendo antes do casamento.”

“Isso é uma superstição boba.” Ela garantiu, colocando os braços em volta do pescoço dele. “Obrigada Franz... Por tudo.”

“Não, minha linda, obrigado você.” Disse ele, lhe dando um selinho rápido. “Eu te amo.”

“Eu também te amo.” Ela sussurrou, enquanto ele se afastava e entrava, fechando a porta atrás de si. Jade e Karina já estavam lá dentro, com Lírio e João, seus respectivos pares.

“Ela já está esperando para entrar.” Avisou Franz, se aproximando e pegando a mão da mãe, dando um beijo. “Vamos?”

Enquanto o coroinha que estava ali corria avisar que ia começar, Franz parou com a mãe em frente à porta. Ouviu a mãe fungando e riu.

“Não chore mamãe, por favor.” Pediu, secando as lágrimas dela.

“Meu menininho vai se casar.” Choramingou ela. “Me deixe ficar emocionada.”

Ele negou com a cabeça, mas deixou que ela se emocionasse. Encarou a porta de madeira que se abria, enquanto os primeiros acordes de Iris, do Goo Goo Dolls, começavam. Era o primeiro passo rumo a uma nova vida.


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Notas finais do capítulo

Heeey peanuts
Primeiro de tudo, sorry pela demora. Meus dias estão sendo loucos com facul, pré-tcc e afins.
Mas here I am, postando esse capítulo fofo demais da conta para vocês.
Espero que gostem e continuem perseverando na minha demora HAHAHAHA
See you ;*