Acordei com um barulho dos infernos tocando, era o despertador.

Me levantei igual uma zumbi, pois não tinha dormido direito ontem a noite, pensando vocês sabe no que.

Me troquei e lavei a cara para ver se eu despertava um pouco mais. Desci bem devagar as escadas com medo de tropeçar e cair, pois eu estava com tanto sono que estava lerda, é a coisa tá feia para mim.

Encontrei minha mãe na cozinha preparando o nosso café da manha, e papai já deveria ter ido trabalhar. Cheguei na cozinha, coloquei um sorriso falso no rosto e disse:

– Bom dia mamãe. Ela se virou, sorriu e disse:

– Bom dia querida, agora sente-se que eu já vou te servir. Fiz uma careta, desses dias para cá, eu não tenho sentido tanta fome, deve ser a rotina com as crianças, só como porcaria junto com elas, ai vocês me perguntam: '' que babá é essas que da porcaria para crianças comerem?'' Ai eu respondo: Uma babá adolescente.

Eu depois de pensar disse:

– Não quero comer nada não mamãe, eu prometo que eu vou comer na escola. Fiz uma carinha de anjinha, e mamãe disse:

– Promete? Eu ri e disse:

– Prometo, beijos. Ela me mandou um beijo no ar, o mesmo que eu peguei e sai de casa sem meu skate, hoje eu queria caminhar um pouco, só para colocar a cabeça no lugar.

Fui caminhando ate a escola, pensando no acontecimento de ontem, onde eu estava com a cabeça para fazer uma loucura dessas? Tipo, eu ia beijar o Carter, o Carter, aquele idiota que me trancou na sala de aula, eu só poderia estar louca.

E olha que eu estava mesmo, pois pensei tanto que quase fui atropelada por uma moto, eu não vi ela e o motorista só não me atropelou pois ele buzinou, a culpa é dele, eu estou na faixa de pedreste e... não eu não estou, é a culpa é minha.

Depois desse contra tempo, eu retornei a minha caminhada para a escola, mas dessa vez sem pensar muito naquele acontecimento.

Cheguei na escola 4 minutos faltando para bater o sinal da entrada, e nada daquela que eu chamo de amiga, e que ontem me fez passar vergonha, ah se eu pego a Lyli.

Estava pensando quando ela chegou com o maior sorriso na cara, fechei a minha cara e ela disse:

– Vamos Aly, não fique brava comigo, você cantou super bem, e eu te fiz um favor, e outra, isso foi por você ter feito eu dançar com o Taylor.

Agora que eu me lembrei, ontem depois que a Lyli foi dançar com o Taylor, eu não vi mais os dois, tem caroço de baixo desse angu. Eu sorri e disse:

– Eu te desculpo, mas com uma condição. Lyli revirou os olhos e disse:

– Qual? Eu dei meu sorriso maligno e respondi:

– Que você me conte onde você e o Taylor estavam ontem, você pensa que eu não percebi que vocês dois sumiram, vai me conta tudo!

Lyli ficou vermelha e disse:

– Tudo bem, eu conto, depois da dança eu e o Taylor fomos passear pelo jardim, a gente ficou conversando sobre a escola, sobre o que gostamos de fazer, e eu descobri que o Taylor é um cara legal. Eu ri e disse:

– E um idiota, como o Carter. Essa foi a vez de Lyli da um sorriso maligno, ela disse:

– Então dona Alyssa, era sobre isso mesmo que eu quero falar, ontem eu vi vocês quase se beijaram no palco, eu ainda não acredito.

Tentei disfarçar olhando para as pessoas que chegavam na escola, senti o olhar de Lyli em mim, então eu disse:

– Tudo bem, quase que a gente se beija, mas foi pelo momento, e mais, se as pessoas não tivessem batido palmas eu com certeza ia me afastar dele. Lyli riu e disse:

– Sei acredito, mas pode deixar eu vou parar de falar nisso porque você já esta ficando vermelha.

Toquei as minhas bochechas e Lyli riu, tocou o sinal e nos duas fomos para a aula.

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Agora era aula de educação física, a matéria que eu menos gosto, não sei se vocês repararam( tenho certeza que sim) mas eu não tenho equilíbrio.

Eu e Lyli fomos para o vestuário feminino e trocamos de roupa, eu coloquei uma blusa branca com um short vermelho, e Lyli colocou uma blusa branca com uma legue vermelha.

Saímos do vestuário, e assim que eu e ela pisamos na quadra nos vimos Carter e Taylor olhando para nos, desviei o olhar, eu não estou pronta para falar com ele depois do acidente de ontem.

Fomos ate o professor de educação física, ele era forte, aparentava ter uns 28 anos por ai.

O professor nos disse que íamos jogar queimado, o meu Deus eu sou péssima nisso, serio eu sou a única criatura que deve ser ruim em queimado.

O professor tirou dois times, o primeiro era eu, Lyli, Taylor e outras meninas e meninos lá, e o segundo era a Luciana( vaca), o Carter e outras meninas com alguns meninos.

A bola começou com o nosso time, a Lyli que ficou com a bola, o professor apitou e começou o jogo.

Eu só corria de um lado para o outro, e eu era o alvo da Luciana e tipo ela jogava super bem, na aula passada ela jogou a bola com tanta força na barriga de uma garota, que a garota desmaiou sem ar, imagine eu, a garota que ela mais odeia nessa escola, estou mortinha da silva.

Nossa equipe estava ganhando, sobraram apenas eu, Lyli e Taylor( por incrível que pareça eu ainda não tinha recebido uma bolada), e no time da Luciana sobraram ela e o Carter.

Agora era a minha vez de tacar a bola, Taylor me estendeu a bola e disse:

– É toda sua Aly. Eu neguei e disse:

– Eu não vou consegui tacar Taylor, taca você que é melhor. Ele negou e colocou a bola nas minhas mãos. Eu suspirei e taquei a bola na direção da Luciana, a bola passou raspando pela cabeça daquela vaca, que ódio!

Agora a bola estava nas mãos da Luciana, e eu como a idiota que eu sou, olhei para o Carter e não entendi a expressão do rosto dele, parecia preocupado? Ele fez sinal para que eu olhasse para a frente e quando eu olhei uma bolada me atingiu, eu pensei que tinha sido um tapa na cara, eu já ia perguntar quem tinha me dado o tapa, mas quando a dor veio eu tive a certeza que aquilo foi uma bolada.

A bolada foi tão forte na minha cabeça que eu trombei um pouco para trás e eu vi tudo rodar, não eu não podia desmaiar agora, seja forte Aly, seja forte.

Coloquei a mão na cabeça com a esperança que ela parasse de latejar, mas foi em vão.

O professor, Lyli, Taylor e Carter chegaram perto de mim, e eu vendo tudo rodar. Consegui ouvir a conversa deles, eu acho que foi Carter que disse:

– Ela esta desmaiada, temos que leva-la para um hospital. E Taylor disse:

– Não vai da empo cara, essa bolada deve ter quebrado algum osso( que idiota). Lyli disse:

– E isso é tudo culpa da sua namoradinha vaca Carter! O professor logo gritou:

– JA CHEGA! Vamos cuidar primeiro da Alyssa, depois vocês discutem de quem foi a culpa, Carter bem me ajudar aqui, vamos leva-la para a enfermaria.

Levantei um pouco o meu corpo com a tonteira indo embora e disse:

– Não, não precisa, eu estou bem... eu quero jogar, eu quero voltar para o jogo. Minha visão foi voltando aos poucos e eu pude ver as caras de confusos deles, Taylor me ajudou a me levantar e eu disse:

– professor deixa eu voltar para o jogo, por favor? O professor pensou um pouco e disse:

– Se você estiver bem, você pode votar mas vai ter que trocar de sangue com alguém, pois você saiu. Olhei para Taylor e ele entendeu o recado, eu iria derrotar Luciana, eu não vou deixar barato essa bolada que ela me deu. Taylor disse:

– Eu troco professor, deixa a Aly entrar. O professor assentiu e disse:

– Tudo bem, Alyssa depois passe na enfermaria por favor, agora voltem para o jogo.

Assenti e ele apitou. O jogo recomeçou com a vaca da Luciana me olhando debochada, ah você vai ver vaca, você vai ver.

Lyli me deu a bola, eu mirei bem na cabeça da Luciana, mas depois eu desisti de acerta-la ali, seria muito fácil para ela desviar, ela já saberia que iria tacar ali, pensei um pouco onde as pessoas são mais fracas, e eu achei a resposta, os pés, é claro, é um ponto pouco usado nesse jogo.

Peguei a bola e ameacei a jogar na cabeça, Luciana se abaixou e eu rapidamente joguei a bola com toda força nos pés dela fazendo ela levar uma baita queda, onde todos que estavam na quadra riram, ate mesmo o professor e o Carter, bem feito para essa vaca.

A nossa equipe veio correndo ate mim, e me abraçaram, gente e que abraço hein.

Taylor me girou no ar, eu e ele depois daquele dia que o Austin quebrou a perna nos viramos grandes amigos. Taylor disse:

– Eu sabia que você ia conseguir. Eu ri e disse:

– Obrigada por trocar de sangue comigo. Ele e eu rimos.

Luciana chegou junto com Carter toda furiosa, apontou o dedo na minha cara e disse:

– Escuta aqui garota. Eu dei um tapa no dedo dela fazendo-o cair e disse:

– Primeiro eu tenho nome, e segundo escuta aqui é você, eu não sou uma vaca que nem você para ficar jogando bola na cara das outras pessoas, e mais, se você tiver algum problema comigo pode falar, vai fala qual é, ah espera ai eu já sei, você é tão sozinha que para ficar feliz tem que humilhar os outros, olha aqui Luciana, você pode humilhar quem você quiser, mas comigo o babado é mais embaixo, e eu acho melhor você fazer os seus shows em outro lugar se você não quiser arrumar confusão, porque se eu começar a brigar, você pode ter certeza que você vai parar no hospital.

Luciana ficou muda, e quando eu vi uma roda estava formada em volta da gente. Todos esperavam a reação da Luciana e ela disse:

– Isso foi uma vingança né, eu sabia que você não prestava garota, a vida de todo mundo era melhor antes que você voltou, não era para você ter voltado Alyssa. Fiquei confusa, como assim eu voltei, eu vim morar aqui nos Estados Unidos com 15 anos, fora a isso eu nunca vim aqui, e depois quando eu vim morar aqui eu não sai mais daqui, ela é doida eu disse:

– Não, isso não é uma vingança, pois vingança nunca é plena, mas lava a alma e irrita as quenga, como você. E eu acho que você precisa se internar garota, eu nunca fui embora dos Estados Unidos, você esta louca.

Luciana riu e disse:

– Ah claro, você não sabe que... Carter interrompeu Luciana dizendo:

– Já chega Luciana, vamos embora.

Carter saiu com Luciana pisando duro no chão de tanta raiva.

Eu me virei para as pessoas que estavam aprestando atenção no barraco e disse:

– Que tal a gente comemorar? Todos gritaram um '' UUUH'', fui ate Lyli e Taylor e disse:

– Gente, se quiserem vocês podem ir indo, eu vou passar na enfermaria. Lyli disse:

– Quer que eu vá com você? Eu disse:

– não precisa, fiquem vocês dois, beijos tchau.

Eles disseram um tchau e eu fui para a enfermaria.

Passei no bebedouro e bebi agua, quando eu levantei a cabeça que ainda doía eu vi Carter parado olhando para mim, eu levei um susto e disse:

– Que susto Carter, você é doido? Ele riu e disse:

– Talvez, mas falando serio eu preciso conversar com você.

Andei ate a enfermaria e disse:

– Mas eu não, agora se você me da licença eu preciso ver se eu não quebrei nenhum osso, por culpa da sua namoradinha. Carter disse:

– É sobre isso mesmo que eu quero falar. Arqueei a sobrancelha e disse:

– Olha, tá a gente conversa mas depois que ir na enfermaria. Ele assentiu e eu continuei o meu caminho pensando que ele foi embora, mas me enganei eu continuava andando no meu lado, eu disse:

– Eu já disse que eu vou falar contigo, pode ir. Ele riu e disse:

– não, eu vou te esperar, e afinal de contas, eu te dou uma carona para a minha casa. Eu disse:

– Não precisa, eu sei o caminho. Ele segurou o meu braço sem nenhuma força e disse:

– Alyssa, por favor eu preciso conversar com você.

Minha mão já estava na maçaneta da porta, eu suspirei e disse:

– Tudo bem, espera ai fora que quando eu sair daqui nos vamos para a sua casa.

Ele sorriu e me soltou. Eu fiz um sinal para ele esperar e entrei na enfermaria, ai meu Deus, o que o Carter quer me falar hein?