P.O.V. Killian Jones

Um sorriso travesso não conseguia sair do meu rosto, eu parecia uma criança no Natal – acabei rindo sozinho disso – eu me sentia atraído por Emma Swan, isso já estava claro, afinal nas últimas semanas eu só pensava nela, em como o cabelo dela brilhava no Sol, em como os olhos dela pareciam esmeraldas, em como o sorriso dela me fazia feliz.

Fui em direção ao meu trabalho como se fosse o melhor dia da minha vida, dei “bom dia” para todos que encontrei na rua, inclusive para Mr.Gold que extremamente simpático, me respondeu com um sorriso irônico, ao contrário de sua esposa Belle, que me respondeu com um “bom dia” seguido de um sorriso sincero. Fico imaginando como o amor deles deve ser forte, principalmente o de Belle, afinal amar um homem que raramente sorri deve ser uma tarefa difícil.

Cheguei ao porto e me deparei com Smee discutindo com um dos funcionários sobre algum motor de barco que não estava funcionando, se fosse qualquer outro dia eu provavelmente demitiria o funcionário, afinal já não era a primeira vez que ele me causava problemas. Mas hoje, hoje era um dia muito especial para eu me preocupar com qualquer outra coisa que não fosse meu encontro.

Passei direto e entrei em meu escritório. Notei algumas anotações de clientes que podiam ficar para depois. Sentei-me na cadeira e me permiti colocar os pés na mesa, afinal eu era o chefe, eu merecia um descanso. Infelizmente Smee não pensava assim, já que entrou gritando na sala.

– Aquele imprestável!! – ele estava literalmente vermelho de raiva – você tem que demitir ele AGORA!!
– Calma Smee – continuei sentado.
– Calma?! Ele diz que conserta os barcos, mas não conserta porcaria nenhuma!!!! E você sabe disso – ele apontou o dedo para mim.
– SMEE!! – me levantei da cadeira e gritei – Eu estou tentando ter uma conversa civilizada com você – diminui o volume da minha voz – mas parece que está difícil – falei baixo, mas com autoridade – vamos nos sentar e conversar sobre isso como pessoas normais ok?!
– Tudo bem chefe – nos sentamos.
– Bem melhor, agora me explique à situação.
– É que Ryan não faz nada direito mais. No começo ele era excelente, mas agora ele está deixando todos os consertos pela metade. – disse.
– Entendo – analisei a situação – já estava pensando em demitir ele mesmo.
– Que bom senhor – disse se levantando – agora eu preciso voltar ao trabalho.

Smee estava abrindo a porta quando o chamei para mais uma conversa.
– Smee, você já está aqui há muito tempo e nunca me trouxe nenhum problema.
– Eu sei senhor, tento me esforçar ao máximo. – disse com um sorriso vitorioso.
– E por isso mesmo que eu gostaria de te fazer uma proposta.
– Sério senhor? Qual? – percebi a curiosidade que transbordava de seus olhos.
– Bom, eu preciso planejar algumas coisas – ele escutava tudo atento – e de todos que trabalham aqui, você é o que eu mais confio.
– Muito obrigado senhor.
– E é por isso que estou te oferecendo o cargo de gerente.
– Sério?! – ele ficou paralisado – eu não sei o que dizer.
– Um “sim” seria ótimo – disse rindo.
– Claro senhor – ele disse sorrindo – claro que eu aceito o cargo.
– Excelente – trocamos um aperto de mão – aliás, acho que você já tem o seu primeiro compromisso como gerente.
– Você quer dizer... – afirmei com a cabeça – muito obrigado senhor, você não sabe há quanto tempo eu quero fazer isso.
– Acho que sei sim – ri um pouco.

Smee foi em direção à porta, mas virou-se para mim.
– Senhor, se os seus planos forem com o Neal, conheço alguns parques muito legais.
– Obrigado Smee – disse sorrindo – mas digamos que os planos são mais adultos, se é que você entende.
– Aaah sim, entendi – ele sorriu – bom, não sou bom mulheres, mas flores sempre ajudam.
– Obrigado pela dica.
– Disponha – ele saiu do escritório.

Agora sim um pouco de paz para pensar na Swan. Tinha que planejar tanta coisa, afinal nós íamos comer uma pizza, ver um filme e só? Ou será que nós iríamos ao cinema e depois jantaríamos em um restaurante...

Fechei os olhos e fiquei pensando em Emma por horas, até que percebi que já estava na hora de buscar Neal, então sai da minha sala e andei em direção à escola.

Chegando lá encontrei Emma, Henry e Neal conversando, provavelmente sobre a viagem, já que os garotos não paravam de pular e balançar as mãos. Chamei-os e apontei para uma sorveteria, eles concordaram e foram em direção à loja. Andei logo atrás deles, junto com Swan, conversando.

– Então...você tem alguma preferência de filme? – perguntei.
– Bom, eu gosto de romance e comédia – disse sorrindo.
– Ok, vou pensar em um programa para nós – disse com um tom um pouco galanteador.
– Ok – ela ficou um pouco envergonhada – agora é melhor nós entrarmos antes que eles comprem todo o sorvete –disse apontando para Henry e Neal.

Depois que pagamos os sorvetes, fomos em direção à praça para aproveitar o restante do Sol. A brisa fazia com que os cabelos de Swan voassem descontroladamente, o que deixava tudo ainda mais bonito. Os garotos foram brincar com os cachorros enquanto eu e Emma falávamos sobre a vida.

– Está preparada para ficar sem o Henry por 10 dias? – disse curioso.
– Nem me lembre disso, já estou me arrependendo – disse um pouco pensativa.
– Veja pelo lado bom, você não vai ficar sozinha.
– Não vou? – ela disse com um olhar desafiador.
– Claro que não, meu celular vai estar sempre ligado caso você esteja carente – um sorriso malicioso surgiu em meu rosto “sem querer”.
– Você não perde uma oportunidade de flertar hein?! – disse rindo.
– Tecnicamente eu nunca flertei com ninguém, elas que flertavam comigo.
– Sério?! – disse um pouco irônica.
– Claro, até porque a única mulher que eu já flertei foi você – disse com um tom convencido.
– Bom saber disso – ela sorriu.

Podíamos ficar conversando por horas e horas, porém o Sol se despediu e nos obrigou a ir para casa, mas não antes de ter mais uma pequena conversa com Emma.

– Você se importa de marcar o nosso encontro para quando os meninos estiverem viajando? – disse um pouco envergonhada – é que não tenho ninguém para cuidar do Henry por mim.
– Sem problemas Swan – aproximei meu rosto ao dela – até porque assim nós ficamos sozinhos, se é que você me entende – disse com um sorriso malicioso, que resultou em uma risada adorável.
– Só você mesmo hein Jones?!! – disse gargalhando.
– Bom, eu faço o meu melhor.
– Mãe, tenho que fazer um trabalho para a escola – Henry disse, nos chamando de volta para a realidade.
– Nós já vamos querido – disse sorrindo – Tchau Neal – ela o abraçou – Até algum dia desses Kiliian – ela me abraçou e eu pude sentir o seu perfume de flores.
– Até Swan – sorri – Tchau Henry – baguncei um pouco o seu cabelo.

Cheguei em casa e pedi para que Neal tomasse banho enquanto eu arrumava o “jantar”. Eu definitivamente não era bom na cozinha, e prova disso eram os milhares de números de delivery que ficavam presos na porta da geladeira. “Eu realmente precisava dar um jeito nisso”-pensei- afinal eu que iria cozinhar para Emma, certo?!

Pedi uma pizza de quatro queijos e fui tomar banho, enquanto que Neal fazia o dever de matemática, ou pelo menos tentava, porque a única coisa que escutei foi "X,Y, Z...desde quando matemática tem letra?!!”

Entrei na banheira e fechei os olhos. Um filme de minha vida com Milah passava em minha mente, desde nosso primeiro encontro até a sua morte. Lembrei-me de como me senti culpado pelo acidente durante anos, e de como achei que nunca mais seria feliz com alguém que não fosse Neal. Então apareceu Emma Swan, uma mulher forte que me encantava em todos os aspectos.

Acordei do meu mar de pensamentos com Neal me chamando. Coloquei uma blusa branca, uma bermuda preta e desci as escadas. Neal estava bastante animado com a viagem para Nova York, já que de dois em dois minutos parava de comer para me falar sobre o passeio.

Depois do jantar, eu e Neal lavamos os pratos e nos sentamos no sofá para conversar sobre a excursão, infelizmente ele dormiu antes de me contar os principais passeios. Levei-o para o quarto, o coloquei na cama e fui em direção a minha cama. Fechei os olhos e adormeci pensando:
“Eu ainda vou te fazer feliz Emma Swan. Eu prometo.”