Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 9
Capítulo 9




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/551932/chapter/9

Capítulo oito –

Duas horas depois, Luke acordou agarrado ao travesseiro, este estava úmido de suas lágrimas, e sem camisa. Sentou-se, bagunçou os cabelos e olhou ao seu redor. Ela se encontrava sentada sobre uma cômoda, as pernas cruzadas e o sorriso maroto seduzindo-o sem que ela se desse conta. Irreal; bela e misteriosa como em vida, mas irreal. A porta abriu-se e entraram os oito da profecia incompleta. As meninas desviaram os olhos de seu peitoral geometricamente perfeito, Percy cerrou os punhos com ciúmes, mas Luke ainda estava entorpecido. Ela levou a mão aos lábios para esconder o sorriso diante daquilo. Teria votado a cortar os pulsos se o quarto não estivesse tão cheio de testemunhas.

–Vamos discutir agora? – todos confirmaram – Ótimo, hã, o que sabemos?

–Por que não falou do amuleto? – a pergunta partiu de Annabeth; a figura que era Thalia olhou-o com a sobrancelha erguida.

–Devo ter me esquecido. Veio da cigana – e contou da maneira que lembrava a história dos dois amantes e do roubo do casal cigano.

–E como você prendeu, ah, você sabe... Como a prendeu aí? – Dália perguntou apontando para seu peito, a única coisa sobre seu peito que não era parte de sua pele levemente bronzeada.

–Na verdade, não sei. Acho que tem que partir dela. – bagunçou os cabelos recordando – Quando perguntei se ela queria ser inteira, a garotinha nem pensou em recusar e correu até mim...

–Acho que o monstro estava intimamente ligado a ela – Grover tinha a flauta em mãos e corou quando percebeu que todos o encaravam – Quero dizer... É que... Eu não pude sentir... E, sabem...

–O que o bode está tentando dizer – Nico continuou soprando os cabelos que lhe caiam sobre os olhos; muito bonito, era um fato, mas inegavelmente uma criança ainda – É que estivemos conversando durante esse tempo; ninguém conhecia algo como aquilo e quando o espectro foi, ah, isso é embaraçoso, aprisionado – Luke ficou tenso; não gostava de imaginá-la aprisionada, mesmo que fosse a seu peito – o demônio se explodiu.

–Faz sentido – Annabeth trançava os cabelos, tinha um corte fino na testa onde antes escorrera sangue – Então para as outras quatro partes devemos esperar que haja um monstro possivelmente criado por ela própria e que não permitirá ajuda. E ela é quem deve querer ser aprisionada no amuleto.

–Não consigo ver Thalia cedendo assim tão fácil – Amber limpava as unhas com sua faca.

–Ela já cedeu antes – Rachel falou pela primeira vez.

–Você não a conheceu, ruivinha – a menina corou e jogou os cabelos sobre o rosto para disfarçar; aquele era o único “homem” entre eles, e era indiscutivelmente lindo. Claro que ela sabia que deveria se manter casta para toda a vida como mandava o Oráculo – Ela cedeu porque era criança. Se as próximas Thalias forem mais velhas não cederam nem com metade da facilidade do que esta – segurou o amuleto que reluziu em azul. Luke suspirou – Preparem suas coisas, tomem um banho rápido, eu não sei, façam o que tiverem que fazer; em vinte minutos nós partimos para o norte.

Todos saiam de seu quarto e ele terminava de se despir e ia para debaixo do chuveiro; era verão o que significava um bom banho de água fria. Luke fechou os olhos e encostou-se ao azulejo.

Estavam em Montana, no norte, não lembrava quanto tempo estavam caminhando juntos, mas ali estavam. A menina-moça ainda usava suas blusas e ele se sentia bem toda vez que emprestava suas camisas com ela. Agora ela usava outra de suas blusas de manga comprida, seus jeans já surrados devido a muitas lutas e coturnos. Os cabelos bagunçados pelo vento o hipnotizavam como carros faziam com garotos da sua idade ou mais velhos (e novos, por que não?). Sabia pouco sobre ela, e ela sobre ele, mas gostava assim. Concervava sua alma em mistério enquanto a dela era envolvida naturalmente.

–O que acha que vamos encontrar aqui? – perguntou a ela. Ela quase não falava se não a base de incentivos, e ele gostava de sua voz.

–Nada demais.Só as mesmas coisas que já vimos

–Por quê?

–São as pessoas quem fazem os lugares, Luke. Não vamos encontrar nada tão diferente por aqui.

Os dois tinham uma espécie de escolha pelos lugares: tentavam ficar sempre o mais distantes dos centros urbanos que podiam e iam para parques e florestas. Se sentiam mais seguros na solidão da natureza. Pararam perto de um lago de águas tão claras que se era possível enxergar o fundo sem dificuldades. Thalia deitou-se no solo marrom e olhou para o céu azul.

–Tem raiva dele? – perguntou Luke baixo e gentilmente, deitando-se a seu lado.

–Como não teria? – ela cerrou os olhos, quando voltou a abri-los estavam passivos, refletindo o céu e seus mistérios – Mas não vale a pena. É meu pai e um inútil, mas ainda é meu pai. – um trovão soou claro no céu. Thalia fez uma careta e Luke riu – E ainda não gosta de ouvir a verdade; francamente...! – outro trovão.

–Você vai fazer o céu desabar sobre nós.

–E se desabase? – ela olhou com um sorriso de desafio; era tão belo que o garoto precisou se controlar para compreender a pergunta.

–Eu não o deixaria cair sobre você – aquele segundo de coragem foi seu prêmio: o sorriso contido de Thalia e o brilho em seu olhar foram únicos.

O lago em Montana. Ela estaria lá. Sabia que sim. Saiu do chuveiro ainda com espuma nos cabelos voltando somente depois que a vislumbrou, ainda sentada sobre a cômada, rindo de seu estado. Olhou-se no espelho e retornou para debaixo d’água. Quando voltou ela não estava mais lá.sua imaginação era cruel; voltou a cortar os pulsos.

Pegaram um ônibus e seguiam para o norte, quando perguntaram a ele se tinha certeza do caminho. Confirmou com um aceno, sem palavras. Algumas mulheres que nunca viu suspiraram olhando-o com cobiça. Em um ouotro mundo ele teria se rendido a elas, ficado com todas ao mesmo tempo se necessário, mas não era. E elas eram insignificantes comparadas a menina que buscava.

Estava exausto e queria vê-la de novo. Enquanto seus companheiros brincavam, conversavam e se agarravam (tanto em beijos, quanto em tapas), Luke adormeceu.

Não lembrava por quanto tempo ficaram olhando o azul dos olhos do outro, mas pareceu pouco. O brilho inocentemente feliz que ele mesmo provocara naqueles magníficos e misteriosos olhos, era belo demais para tempo de menos.Seus dedos estavam juntos e por eles sentiu uma forte descarga elétrica; ela puxou a mão de volta e baixou os olhos envergonhada. Ele sabia que ela não conseguia contralar bem sua própria eletricidade: segurou-lhe a mão com firmeza e ergueu-lhe o queixo para que pudessem continur naquela troca de olhares profundas.

Ela levantou-se depois de um tempo e tirou os sapatos. Ele observava-a com curiosidade. Depois tirou a calça...

–Thalia? – ele tentava não olhá-la de forma maliciosa, mas era complicado. Sim, ela não tinha curvas exuberantes pois estas ainda se formavam; por hora, suas curvas eram sutis e suaves, quase meigas contrastando com seu temperamento.

–A quanto tempo você não toma banho? – ela tirou a blusa que era dele e correu para o lago de águas transparentes apenas com suas peças intimas. Não se aguentou e foi atrás: tirou todas as peças de roupa que podiam ser tiradas e pulou atrás dela. Afundaram, jogaram água um no outro e afundaram de novo, submergindo perto demais um do outro. – Quando foi que decidimos que viriamos juntos? – ela sussurrou, estavam perto a ponto de seus lábios tocarem nos dele somente por falar.

–Eu não sei – Castellan sussurrou em resposta, os olhos fechados – Mas para onde você for, eu vou – e ele beijou-a suavemente, num encontro de lábios desajeitadamente fofo; o primeiro beijo dos dois. Havia muita coragem ali por acabarem com uma amizade e darem início a algo mais forte...

–Promete? – ela parou o beijo olhando-o nos olhos, melancólica em busca de uma certeza.Já havia sido abandonada antes, não queira ser de novo.

–Prometo – voltou a beijá-la, dessa vez bem mais experientes que antes, aquilo era de longe um beijo apaixonado. – Não vou deixá-la, não vou.



–Como diabos você sabe aonde está indo? – Percy voltou a tropeçar nos próprios cadarços; Castellan revirou os olhos.

–Temos que chegar em Montana...

–Vamos levar todo o resto da noite se conseguirmos um ônibus. Se conseguirmos, Luke – Rachel tirou uma pedra de dentro do sapato –As chances são mínimas.

–Nós podíamos...

–Não! – Annabeth deu um grito quando compreendeu o que ele pensava – Não a essa hora. Isso é quase suicídio.

–Então vocês podem ficar aqui. – ele jogou um drácma no ar e um taxi parou ao seu lado; a discussão em seu interior era estridente.

–Não cabemos todos – Amber rosnou – e me recuso a ir no colo de algum de vocês.

Luke aproximou-se colando seu rosto no da caçadora e rosnou.

–Então fique aqui e abandone sua amiga. Abandone ao nada por um capricho ridículo. Ninguém aqui vai tentar de estuprar, mas aproveite o asfalto.

Estavam todos em choques com aquele surto repentino. Entrou sozinho e um a um foram se ajeitando: Grover levava Dália, Percy e Annabeth desnecessário dizer, Rachel levava a outra caçadora e Nico por ser bem magro consegiu se espremer entre um dos casais. Amber sentou no colo de Luke e murmurou um pedido de desculpas. Claro que vocês sabem como foi o caminho: As irmãs disputavam a posse do dente e do olho, nenhuma sedia e nossos heróis estavam bastante abalados. Pararam o carro em uma curva fechada, fazendo as portas se abrirem e todos cairem uns por cima dos outros no asfalto.

–Nosso dinheiro, nosso dinheiro...

–Aquilo foi muito pouco e... – Nico se levantou cambaleando, encheu a mão de drácmas e os colocou todos na boca de uma delas.

–Tomara que se engasgue! – ele próprio virou-se e vomitou no meio fio.

–E agora? – Rachel perguntou; estava com a pele meio esverdeada.

–Vocês me convencem a voltar – a voz era tempestuosa. Todos viraram para ver a dona de tal melodia – Então vocês chegaram até mim e trouxeram ela – apontou para o amuleto que reluziu em azul e o riso da menininha se fez ouvir. Thalia agora era mais velha, da idade que conhecera Luke, 12, 13 anos. Vestia saia xadrez e meias listradas. Os olhos escurecidos... E havia uma sombra logo atrás dela que claramente não era dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É oficial: meus caps prontos acabaram! Agora vocês vão ter que esperar mesmo por caps novos.
Nesse tempo eu adoraria que alguns fantasminhas aparecessem =)
Bjss, até!