Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

~oie~



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Capítulo sete –

A figura etérea que era a parte inocente da filha de Zeus ria, sorria, corria, por entre eles, sempre cobiçada pelo demônio tão próximo. Todos já tinham as armas em mãos, os olhos fixos no “intruso” ao qual nunca tinham visto.

–As pestes do Tártaro devem estar sendo liberadas...

–Pestes? Tártaro? Ninguém nunca ouviu falar de algo como isso!

As vozes finas das meninas soavam rápidas. Ninguém tinha um plano, ninguém tinha noção do que ocorreria. Luke ao contrário dos outros, olhava Thalia; seguia-a com os olhos, hipnotizado tamanha sua inocência e pureza. Thalia... Nunca pude vê-la em sua inocência, sua melhor fase; encontrei-a corroída pela dor, endurecida pela vida. O espectro encostou-se a ele brevemente, mas o suficiente para Castellan arfar em choque: era ela, apenas diluída e gelada. No mesmo instante o demônio abriu seu bico e soltou um terrivelmente selvagem, o cheiro que o acompanhava era podre, pior que decomposição. Saltando sobre os nove e interpondo-se entre a menininha.

Como nosso principal objetivo é nos concentrarmos no antigo traidor, não nos atentemos a tantos detalhes da luta ocorrida, embora ela seja narrada; a preocupação dele era para com o espectro feliz. Em meio segundo, a faca de uma caçadora jazia derretida no chão, uma poça de “vômito” prateado, como DiAngelo veio a chamar depois. Deuses! Exclamaram enquanto brincavam de correr. Castellan sentiu um calor agradável em seu peito...

–Rachel a profecia! – Luke gritou atraindo a atenção da fera. Levantou a espada e reparou um golpe vindo de suas garras monstruosas. Empurrou-o, chutou-o e recebeu ajuda dos outros garotos. A ruiva tentava se encolher, fugir da luta; não fora feita para batalhas, mas para previni-las de certa forma.

–Vamos Rachel! – Annabeth gritou, foi jogada para longe por um movimento da asa; bateu as costas em uma parede, parte dos tijolos escorregou até o chão junto dela.

–Como se mata essa droga? – Grover jogava latas tentando atrair a atenção para si, mas balia em medo assim que ouvia o chiado dirigido a si...

–Não acho que possa ser morto – Nico revidou; colocava em prática todos os ensinamentos de seu pai. Não eram tão eficazes já que ele não sabia como vencer a criatura a sua direita. Percy teve o braço cortado pelo bico e caiu no chão; a ferida espumando como se tivessem jogado algum tipo de substância química em cima. Ele afastou-se para junto de annabeth, e conjurou água salgada para limpar o corte.

–Rachel! Rachel, vamos. Anda logo! Fala. RACHEL! – os gritos vinham de todos, de todos os lados. Pálida e quase a ponto de vomitar tamanho o fedor do “bicho”, não se sentia capaz, até o espectro de Thalia pular em seus braços, beijar-lhe o rosto e seguir correndo. Todos os toques da criança haviam sido frios e “molhados” por assim dizer. Era como os carinhos que recebia das crianças gratas a ela pelas aulas de arte que costumava dar, só que melhor– Você consegue, Rach, consegue sim – Sentiu-se bem, levantou-se e recitou alto, a faca em mãos a espera de um ataque:

No amuleto deve guardar

O tesouro que encontrar.

Para o ato ser consumado

Muito será sacrificado.

Mas muito dará errado

Se na Discórdia confiado.

–Mas que porra de tesoura é esse? Devemos pedir emprestada das Parcas?– Nico rosnou aparando outro golpe, o som dos sapatos do garoto raspando ao chão, quase abafados por seu berro. – Acho que elas não vão emprestar, não!

–Tesouro, garoto insípido! – uma caçadora gritou enquanto disparava. Completamente irrelevante dizer qual.

Castellan lutava ferozmente, afinal, aquele empecilho era o único entra ele e parte de sua Thalia. Seu tesouro. Olhou para o lado procurando a menina e isso custou-lhe caro: recebeu uma “cabeçada” do demônio, caiu no chão com a visão embasada. A criança se jogou no chão rolando até ter o corpo encostado ao seu; o vestido subira até mais da metade de suas coxas e a trança começava a se desfazer. Não pode evitar imaginá-la de forma diferente, uma pessoa diferente. Quem sabe sua filha não fosse assim: bela como a mãe e inocênte até onde o mundo permitir... Nunca terei filhos, pelo menos não os que quero. Pensou amargurado antes de sentir um beijo em seu nariz. Frio e elétrico. O tesouro que encontrar.

–Que amuleto? Não temos nada! – Jackson gritou levantando sua namorada e jogando um tijolo na peste. O demônio virou para eles, cuspiu o mais longe que pode; chegou perto do casal, mas não os tocou. No solo onde caíra, o concreto começou a se desfazer. Aquilo era ácido, muito ácido considerando que até o solo de terra abaixo começava a queimar.

O calor no peito de Luke aumentou. Tirou de dentro da camiseta a pedra azul escura, parecia brilhar.

–Di Imortales! Luke esse é... – não completaram a frase, tão pouco importa quem disse.

Meu tesouro é Thalia, encontramos parte dela. Como por todos os imortais vou prendê-la nessa pedra? Só podia ser aquilo; a cigana havia mencionado sobre a alma de dois amantes, mas não falara o como. Teria que partir de Thalia, só podia ser...

–THALIA! – gritou por ela; o espírito virou-se com um sorriso meigo – Quer voltar a ser inteira? – o sorriso radiante foi à resposta; Luke nunca havia sentido-se tão bem desde que Thalia morrera.

–Sim! Sim, sim, sim... – ela pulava de um lado para o outro, em círculos, tamanha a felicidade que era.

–Preciso que volte... – o monstro atacava, seus amigos defendiam – Thalia, preciso que volte... – ela estava pensando como poderia “prendê-la” ao amuleto quando ela correu, atirando-se em seus braços. Por um breve instante sentiu seus braços ao redor de seu pescoço, e as pernas dela em sua cintura, tentou segurá-la... Mas dissolveu-se em luz azul e “entrou” na pedra do amuleto que usava. O demônio guinchou e explodiu; carne morta e podre cobria a todos, o cheiro detestável e a vontade de vomitar tomaram a todos. A ruiva foi a primeira a colocar tudo para fora, depois dela quase todos seguiram seu exemplo; Nico, Luke e Dália foram as exceções.

O amuleto estava quente no pescoço do semideus. Quando se concentrava bem podia ouvir o riso dela: juvenil, puro e inocênte. Para se limparem foi necessário um sacrifício vindo de Perseu. O rapaz concentrou-se como muitas vezez antes e liberou das mãos um bom jato de água salgada; excelente já que o sal levou embora qualquer vestígio de podridão e doença. Quando terminado, quase desmaiou; amparado por Castellan e Underwood foi arrastado para fora.

–O que faremos agora? Digo, temos a primeira Thalia e um profecia para desvendar e...

–Precisamos de umas horas de descanço – Luke pronunciou com esforço e desgosto; agora que encontrara a primeira, não via a hora de ter todas para si. Ele, porém, sabia que precisavam de um intervalo de descanço. Encontraram não um hotel, mas um motel. Para quem sabe a diferença consegue prever a discussão que procedeu: Caçadoras não queriam entrar nem sob condições de ataque. Percy e Annabeth estavam acanhados; não que eles pretendessem fazer algo, não tinham tempo para isso e nenhum dos dois se importava de esperar o “momento certo”, mas ainda era embaraçosso visto queram o único casal ali. Nico, Luke e Grover não tinham qualquer expressão. Rachel por outro lado estava aérea como a personagem Luna Lovegood da série Harry Potter. Sem mas, arrasataram um Percy ainda acabado para dentro. Um a um, os outros entraram, resmungando, amaldiçoando, mas entraram todos.

Pagaram bem o suficiente para adquirirem quartos separados, embora as três caçadoras tenham ficado juntas. Sozinho, apoiado no beral da janela, Castellan fitava além do horizonte. Com olhos bem fechados, ouvi seu riso meigo; se pudesse nunca mais abriria os olhos apenas para escutá-la.

–Abra os olhos, Luke – o sussurro ao pé do ouvido o fez estremecer. Quando virou-se encontrou-a vestida com um short jeans bastante curto e uma regata do Green Day que emoldurava tão bem seu corpo que os hormonios dele iam a loucura; era um homem, não podia negar seus reflexos, por mais indecentes que fossem. – Está chegando perto – ela pôs as mãos na cintura; a alça do sutiã escorreu por seu braço direito. Luke tremia.

–Isso é um sonho. Só um sonho – ele disse podendo inalar seu cheiro. Tão real. Ela aproximou-se, passou os braços por seu pescoço e puxou-o para si.

–Então não precisa ter medo de nada. Aproveite-o – não disse mais nada; ambos se puxaram para mais perto, os lábios colidindo ferozmente , insaciavéis por aquilo que lhes fora negado a tempos. Se moviam com força, Thalia puxando-o pela nuca e pescoço, ele segurando-a pela cintura. Caíram na cama; Luke, por cima da moça, desceu suas mãos até as coxas dela e as guiou para sua cintura. Arfaram. A pele tão macia e fria; quase real. Ela sorria entre o beijo e as investidas do rapaz que descia os lábios por seu pescoço, com pressa como se o sonho pudesse ser interrompido a qualquer segundo.

–Eu preciso parar de sonhar com você. –disse arfando na curva do pescoço, beijou-lhe o ombro e duas lágrimas cairam naquela pele alva e fria, quase morna, mas ainda fria. – Não é real – ele agora fitava-lhe nos olhos, ambos tristes, embora apenas os dele estivessem marejados – Você não é real, Thalia nunca faria isso comigo e ela deve me odiar... – ele chorava silenciosamente. Virou o rosto; não aguentava encará-la, mesmo não sendo real, a intensidade de seus olhos o intimidava.

–Eu faria isso e muito mais – sussurou puxando os lábios do loiro para si, apenas para mantê-los próximo, sem de fato tocá-los como queria – Depois de um tempo a raiva passa, Castellan e sobra apenas o que foi deixado no início.

–E o que sobraria?

–Meu amor por você.


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Notas finais do capítulo

Certo, o que vocês acham que está acontecendo? Sério me contem suas deduções! Não tenham medo de comentar!