Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Então é o seguinte: este é o penúltimo cap u.u
Tudo lindo e maravilhoso, tem muitooooooo Thaluke neste cap...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/551932/chapter/19

Capítulo dezoito –

Luke se levantou ansioso e receoso. Queria vê-la estando de pé, mas temia levantar e perceber tudo um sonho. Mas não era. Quando se sentou ela continuava ali, acanhada, mas olhando-o com uma intensidade que tirava todo o ar de seus pulmões e forçava seu sangue correr em sentido contrário. As pontas dos dedos se encontraram sobre a grama, as mãos subiram até que estivessem na altura dos olhos de ambos, quando os olhos focaram no encaixe das mãos, quando os dedos se entrelaçaram, quando as mãos se seguraram firmemente, duas lágrimas caíram: uma dos olhos dela, outra dos olhos dele. Ela é quente, pensou Luke. Ele é firme, pensou Thalia.

No segundo seguinte estavam abraçados, ainda de joelhos na terra. Estavam enroscados em um abraço forte, caloroso e infinitamente amoroso. Castellan umedecia aqueles cachos escuros, enquanto Grace banhava a camiseta que o rapaz usava. Aquelas lágrimas diziam tudo o que as palavras jamais conseguiriam expressar. Eram garantias de que se amavam, de que a saudade os consumira por anos, de que as almas se entrelaçavam da mesma forma que os dedos. Luke levantou-se levando-a consigo girando-a sobre a clareira, a brisa doce e suave do ar era a garantia de que tudo estava bem. Os braços dela ao redor de seus ombros e pescoço, o riso suave e sereno deixaram-no extasiado, riu junto a ela e apertou mais sua cintura, fechou os olhos sorvendo o perfume inebriante de sua antiga/talvez nova namorada. Quando a pôs no chão ficaram admirando-se por longos segundos, limparam as lágrimas lentamente e colando os narizes fecharam os olhos sentindo apenas o hálito misturar-se até se formar um só. Os corações batiam em um mesmo compasso; acelerados como se quisessem sair dos corpos e se fundirem em um só.

–Thalia.

–Luke.

Suspiraram os nomes, e deleitaram-se com os sons produzidos por suas vozes, o nome do outro pronunciado de forma tão idolatrada que o peito de ambos doía de emoção. Foi lindo e sereno, foi lento e aflitivo, mas os lábios se encontraram, no instante em que se tocaram eletricidade estática percorreu o copo do jovem fazendo-o estremecer em desejo; prendeu os lábios dela nos seus com delicadeza e emoção; lábios mornos, doces, macios. No instante em que os dedos dela chegaram aos seus cabelos e as mãos dele ao meio das costas da menina aquele vento doce com o qual a história foi iniciada levantou os cabelos de ambos com magia. A cena como a de filmes românticos e infantis. Era lindo. Tocava o coração de qualquer um, com qualquer idade, com qualquer estilo, religião. Aquilo era amor. O querer bem independente do que custasse, o carinho independente da distância, os sorrisos nos olhares. Aquela era a confirmação mais forte e marcante de que o mundo voltara ao seu eixo, que tudo estava normal.

A intensidade do beijo era alta, os movimentos furiosos embora ainda vagarosos, deixavam Thalia sem ar, a cabeça girando em tontura, mas a satisfação de saber que ele a segurava, que estava em seus braços outra vez tirava qualquer medo, qualquer receio. Luke sentiu-a fraca e não a culpava; foram longos dias sem comida, água, sem movimentos. Fora um longo sono e a moleza ainda a dominava. Apoiou-a bem em seu corpo, próximos o suficiente para sentirem o pulsar dos corações. Havia a necessidade de provarem o amor um para o outro naquele beijo, naqueles leves toques. Luke também exausto colocou-a no chão receoso de que ela se afastasse; temia mais do que tudo perdê-la fosse como fosse.

–Você... – ele engasgou com a palavra, tomando o rosto de Thalia nas mãos – Você me assustou tanto! – fechou os olhos sentindo a dor da lembrança, aquela sensação de vazio no peito que descrevera a Hades, a dor de saber que poderia perdê-la para sempre, o desespero de saber que ela se despedaçara – Tanto...

Thalia colou os lábios mais uma vez, em um selinho longo que confirmava sua plenitude, que confirmava sua amenidade.

–Me perdoa? – sussurrou ela – Por tudo?

–Ah meu amor, não tenho nada que perdoar. Sou eu que devo pedir perdão. Só causei lágrimas, dor... Quase permiti que se despedaçasse! – engasgou com o choro, queria apertá-la, mas sentia-se inseguro. Não a merecia de forma alguma! Mas ela não permitiu que se afastasse.

–Eu lembro, Luke. Joguei você no Tártaro, disse tanta coisa horrível... – balançava a cabeça em sentido negativo como se quisesse apagar o que fizera, tentando esquecer. – Eu não queria... Não queria...

–Queria sim – sussurrou ele prendendo-a contra seu peito – Você sempre teve muita raiva guardada dentro de si, colocar para fora não te faz um monstro – ele de forma alguma podia julgá-la por suas atitudes, sabia como era ser julgado quando o mundo não conhecia seus motivos e não se incomodavam em saber. Sabia ainda que ela iria protestar; se Luke cobrava muito de si mesmo, Thalia era ainda pior quando isso envolvia as pessoas que amava – Eu entendo. Eu entendo tudo o que sente... Inclusive a vontade de desaparecer, de se permitir despedaçar. – ele deixou de pensar em si como desmerecedor daquela linda jovem, seu medo de perdê-la superava a mera descrição, a angustia em seus olhos era tamanha que os olhos de Thalia encheram-se de lágrimas – Ah Lia... – suspirou – Eu não sou capaz de suportar isso – chorou ele, suas lágrimas percorriam seu rosto, os olhos bem fechados, pois sabia que encontraria sua dor refletida nos olhos dela – Não suporto fechar meus olhos e vislumbrá-la outra vez naquele esquife, toda linda e... – de repente, quando seus olhos se abriram, Thalia viu tanta força naquele matiz de azul, uma força extraordinária, a mesma força que ele sempre enxergara nos olhos dela – Eu não vou permitir que isso aconteça de novo – disse segurando-o mais firmemente – Não permitir que sua alma se despedace.

–Luke... Eu estou viva! Estou inteira! Graças a você... Sou eu quem não posso permitir que sua alma se despedace. Vi as primeiras rachaduras, as rachaduras que eu causei!

Não precisou ser dito mais. Luke relembrava assim como Thalia o que a moça em sua antiga condição dissera: a alma dela se partira pela dele, a alma dele se partiria pela dela. Era um ciclo vicioso no qual o equilíbrio dependeria dos dois... Tal como antes, o casal era influenciado pelo o que acontecia ao redor. Até o próximo pôr do sol, semideus. Ainda eram peças sobre um enorme tabuleiro.

–Lia, eu... – suspirou uma última vez, sendo ferozmente tomado pelo desejo, pela ânsia de tê-la; para Thalia não era nem um pouco diferente. Os lábios se encontraram com tanto amor, com tanta paixão que se é difícil descrever o momento em meras palavras. Lentamente caíram sobre a grama macia, o excesso de roupas foram retirados com lentidão no limiar de infindáveis beijos, intermináveis carinhos. Luke hesitou no último momento temendo ter sido precipitado, no passo que Thalia incentivava-o deslizando sua mão pelo peito despido do rapaz, seduzindo-o inconscientemente com o próprio desejo ardente em seu olhar. Desenhavam pedidos de desculpa, palavras de amor, juras eternas, com as mãos e com os lábios. Compunham as mais suaves melodias, os cânticos mais belos, os chamados insistentes em sussurros extasiados.

Por um breve instante as estrelas ofuscaram o céu com seu brilho intenso quando juntos chegaram ao clímax; o amor devidamente consumado.



Em algum lugar distante no meio da Europa, em alguma cabana envelhecida pelo tempo em seu interior havia diversas linhas cortadas outras por fazer. Entretanto aquela que interessava as três idosas era aquela que se desfazia há instantes atrás e que se recompunha com rapidez. Naquele instante aquela linha junto à outra adquiriram um brilho intenso e indescritível capaz de cegar qualquer despreparado.

Thalia Grace estava inteira. Luke Castellan não apresentava mais rachaduras.

Estava feito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, perdoem quais quer erros e minha demora não planejada =/