Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Hi my lovers... =)
Sabe Gih, anjinha que acompanha todas as minhas fics, eu sempre digo as minhas leitoras e a qualquer um nesse site que a recomendação não se trata de escolher as melhores palavras, acho que é algo que tem que partir de dentro, como quando ouvimos uma musica e um sorriso aparece no rosto sem explicação. Eu sempre vou dizer que amei, não porque sou boazinha, mas porque é verdade. A recomendação mostra o quanto a fic é importante para você e isso, essa importância que uma história minha teve para alguém é o maior presente que ganho. ='') Sério, Gih, não menospreze jamais uma recomendação sua, seja nas minhas fic, seja na de qualquer outro autor. Rsrsrsrs, ai eu sei que demorei em alguns caps, mas juro, juro mesmo, que não foi intencional, rsrsrsrs.
Muito obrigada por acompanhar os 100 caps (mais um epílogo no qual estou tentando deixar p.e.r.f.e.i.t.o), por acompanhar uma série de roubos e sequestros e por dedicar seu tempo a uma alma despedaçada por amor ;')
Boa leitura queridas:



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Capítulo dezessete –

O sussurro fora rouco, poderia até ser inaudível, mas Luke Castellan ouviu bem. Ergueu a cabeça devagar e constatou que o silencio não reinava apenas em sua cabeça.

–Luke – a voz chamou de novo, rouca, parecia arranhar a garganta pelo desuso, mas nunca ficou tão feliz. Ainda de joelhos olhou profundamente para ela. Thalia ainda mantinha os olhos fechados, mas seu coração batia com mais força, estava na realidade disparado, a respiração forte e profunda, os lábios entreabertos... Luke levou sua mão até a mão da menina que, com leveza e lentidão, entrelaçou os dedos. Castellan sorriu e engasgou com as próprias lágrimas.

–Thalia? – chamou incerto; o peito inflando em júbilo. O movimento levou alguns segundos: ela virou a cabeça para o lado, seguindo o som da voz dele, então os cílios longos e negros tremularam e as pálpebras subiram dando ao Traidor o prazer de ver por menos de três segundos a cor divina de seus olhos. Ela apertou seus dedos contra os dele e suspirou. Sem se conter levou a mão pálida da moça aos lábios beijando demoradamente. Era ela. Estava viva. Estava plena.

...O som inconfundível de vidro quebrado fora elevado a vigésima potencia: a barreira se rompera. Ela havia sido construída baseada na fragmentada alma, agora inteira se partia.


Foi rápido. O vento ácido ficou inacreditavelmente doce e suave, o cheiro dos morangos prevalecendo, a suavidade da brisa acariciando as peles expostas dos semideuses ajoelhados no acampamento. Ainda irradiavam uma energia surpreendentemente forte... O negrume do céu se desfez dando espaço a um céu de azul profundo e de lindas tonalidades pontilhado de incontáveis estrelas esbranquiçadas, a lua brilhava inteira irradiando feixes de prata.

Os gritos de alegria foram altos. Chris tomou Clarisse nos braços girando-a em alivio, um beijo rápido foi trocado enquanto todos aplaudiam olhando admirados para o céu.

–Thalia está inteira!

–Eles conseguiram!

–Ela conseguiu!

–Conseguimos – sussurrou a morena de encontro aos lábios carnudos de Chris, esquecia-se de ser grossa com ele, esquecia-se que havia testemunhas ali.

–Não. Você conseguiu, Clarisse – retrucou.

–Consegui?

–Conseguiu me fazer te amar ainda mais.

Os lábios se encontraram outra vez em paixão, mas ninguém os observava. Estavam todos concentrados em sentir a brisa doce e macia que levantava os cabelos e afagava a pele. Estavam centrados na menina que dilacerada, voltava da morte uma segunda vez.


–NÃO! – o grito da Discórdia foi hostil e alto. A fúria e a força que colocava agora contra Afrodite eram chocantes. A loira estava devidamente contente, mas isso a distraia na luta na qual ela já não tinha mais vantagem.

–Tire-a daqui – Thanatos deu o comando a Luke no instante em que percebeu que teria que resgatar a deusa do amor.

–Os outros...

–Vá!

Thalia ainda tinha o corpo fraco, mole. Levou sua mão as costas da moça e ergueu-lhe o tronco antes de tomá-la nos braços. Sentiu a pele fria do braço dela envolvendo-lhe o pescoço e sua cabeça contra seu peito; que o mundo acabasse ali, pois o herói já não se lembrava de nada que não fosse ela. Estava tão leve, tão pequena em seus braços que temeu por ela, como iria tirá-la em segurança? Luke não sabia o como, mas sabia que o faria. Correu para as escadas desviando dos demônios conjugados por Éris, esta enlouquecida pela ira tanto própria quanto a do titã que lhe corroia por dentro, fazia o templo desmoronar. Ele passou pelos degraus na maior velocidade que pode, mas do mesmo modo que demorara a chegar ao fundo, demorava a chegar ao cume. Tropeçou em pequenas pedrinhas e desviou o corpo na queda fazendo com que fossem suas costas a colidirem com os degraus e não o corpo mimoso de Thalia. A dor que sentiu devido à irregularidade e a força com que atingira o chão eram altíssimas, mesmo assim nada sobrepujava o alívio de tela em seus braços. “Da próxima vez serei inteira e minha pele será quente” lembrava-se do sonho no qual ela havia falado e de fato sua pele fria esquentava em contato com a dele.

–Lia? – chamou inseguro; ela havia desmaiado. Não a culpava por sua fraqueza momentânea, mas seu peito pesava devido ao coração inchado de preocupação e medo de perdê-la outra vez. Inclinou o corpo para o lado ainda no chão quando uma pedra do tamanho de seu braço e da grossura de sua cabeça despencou no lugar onde estivera instantes antes. Olhou para os pés... E sorriu agradecendo ao pai. Viu quando as pequenas e resistentes assas apareceram. Levantou vôo e saiu na “sala do tesouro”, passou pelas partes do templo e pela estátua da Discórdia que caia lentamente. Uma pedra atingiu-o no ombro fazendo-o perder o equilíbrio; o lugar ficou dolorido, mas seu conforto prevalecia: Thalia não havia sido ferida. Chegando ao abismo, vendo o como era íngreme perguntou-se como fora capaz de descer aquilo sem nunca cair, tomou impulso e em dois segundos atingiu o solo “firme” da caverna, podia ver as rochas caindo tampando a única saída, rochas grandes e pedrinhas pequenas, mas tampavam a saída velozmente. Voou o mais rápido que pode ainda não sendo o suficiente: com exceção do pé direito seu corpo inteiro passara ileso. A dor de ter uma rocha esmagando e prendendo pelo tornozelo era imensa; Thalia tinha o corpo caído sobre a grama e logo foi coberta pelo luar prateado. Puxou o membro preso com força, sentindo a pele queimar em atrito, o peso chegando perto de quebrar-lhe os ossos... Conseguiu. Caiu no chão esgotado, o suor escorrendo por sua pele assim como seu sangue. Fechou os olhos por alguns segundos e no escuro sua mão buscou pela dela, quando encontrou aqueles dedos...

Até o próximo pôr do sol, semideus. É o tempo que tem entre os vivos. É esse o tempo que tem com ela.

Ouvindo a voz dura e insensível de Thanatos, adormeceu.


Lá embaixo, ainda nos confins do templo, os três deuses lutavam; Annabeth puxava o namorado ferido para seu colo, o abraçava enquanto lágrimas rolavam: como não percebera que estava em perigo? Ele não tinha que ter se jogado na frente. Rachel e Nico estavam apoiados um no outro, desviando-se das pedras que caiam, mal ficavam de pé devido aos tremores no solo. Thanatos tentava tirar Afrodite da luta, mas sua irmã não permitia. A deusa era forte, persistente e Cronos, ainda em agonia devido os três filhos, atormentava Éris deixando-a ainda mais exasperada do que já estava. Jogando-a no chão próximo as crianças, Thanatos assumiu a luta. Afrodite juntou os semideuses e tentou alcançar as caçadoras. Dália estava mais consciente tentou desviar-se do toque da deusa, mas notou que naquele momento não havia ressentimento por rejeitarem o amor; arrastou as irmãs para mais próximo dos outros e deixaram que a deusa assumisse. No segundo seguinte estavam nos portões de Hades.

Perséfone vinha correndo ansiando ajudar de alguma forma. Era verão, portanto ela não tinha qualquer obrigação de estar no mundo inferior, mas seu marido precisava dela e mesmo sem um convite ela viera. Seus cabelos tinham flores entrelaçadas aos fios cor de mel, os olhos mudavam de tonalidade, mas permanecia esverdeados, o vestido esvoaçava conforme corria. Trazia junto de si soldados-esqueletos que carregavam néctar e ambrosia, folhas medicinais e bandagens. Ela estava ciente de que Apolo se ferira então cabia aos deuses se auxiliarem como podiam. Deixou perto dos heróis o néctar e a ambrosia, e tratou de ajudar a deusa do amor. Afrodite tinha na coxa um corte fundo de onde jorrava icor dourado, a alça fina do vestido havia sido rasgada onde mais icor manchava a pele de seu ombro, os cabelos estavam úmidos de suor, a respiração ofegante e as mãos trêmulas ainda ao redor da lança. Logo a madrasta de Nico passou a ajudar a caçadoras que tinham sofrido com a queda das rochas e com a ausência da lua. Acalmou Rachel e muito delicadamente, não passando de um sussurro perguntou ao enteado se havia se ferido. Nico surpreso olhou para baixo, para o braço agora quase negro. Limpou a pele e logo enfaixou com linho banhado em ervas curativas e néctar.

–Logo ficará bom.

Naquele instante os irmãos saiam do Tártaro. Hades ficou impressionado, mas manteve a expressão fria no rosto, sabia que incomodaria o filho e a esposa caso se mostrasse admirado. Poseidon aproximou-se do filho em passos lentos e lavou o ferimento com água salgado, deu-lhe uma pequena porção de néctar e disse como Annabeth poderia auxiliar o rapaz.

–E minha filha? – perguntou Zeus.

–Ela acordou – sorriu Annabeth. Zeus deixou-se suspirar aliviado.

–Foi como se o mundo parasse – Nico falou olhando do pai para o tio cuja filha agora se recuperava – Tudo ficou silencioso e a voz dela... Foi como ouvir anjos cantando.

–Foi um milagre!

–E onde está ela e o filho de Hermes?

–Saíram antes de nós.

Zeus sabia que agora a filha não corria perigo. Não que Éris não resolvesse aparecer ou que Cronos não fosse tentar outra abordagem. Ela estava segura, pois estava com Luke Castellan, o semideus que não hesitaria diante do perigo, que não negaria o sangue por ela. Ela estava segura finalmente. Ela estava inteira. Ela estava com ele.


No templo de Ártemis, no Olimpo, em um quarto simples e claro Apolo se encontrava adormecido enquanto sua irmã limpava o suor de seu rosto e administrava remédios.

–Artie? – chamou ele ainda desacordado. La entrelaçou os dedos de ambos. – Artie, perdoe-me, irmãzinha.

–Quantas vezes tenho que dizer-lhe que sou a mais velha? – ela perguntou, mas sorria. Estava ajoelhada ao lado da cama; fazia milhares de anos que não cuidava do irmão daquele modo. Apenas Thalia era capaz de juntá-los daquela forma: fora a única que conseguira abrir os olhos de ambos para o que família significava e surtira efeito. Apolo sorriu e abriu os olhos claros. Ele tinha o corpo de um jovem de dezenove, então Ártemis tivera que se adaptar aos dezessete para conseguir cuidar dele. –Não tenho o que perdoá-lo.

–Não consegui – ofegou – Não consegui manter o dia. Eu poderia tê-la matado.

–Thalia está bem. Você fez o que podia – a deusa olhou pela janela vendo agora a noite mais límpida e mais brilhante que se lembrava naquele mundo poluído – No final dependia dela e apenas dela.

–Perdoe-me mesmo assim. – ele apertou mais os dedos de ambos – Já lhe disse que a prefiro assim? Mais madura? – havia um sorriso malicioso no tom de voz que fez a irmã corar.

–Acho que já – ele delicadamente puxou-a até que estivessem deitados lado a lado.

Ficaram ali, apreciando o calor um do outro; Apolo brincando com os grossos cachos ruivos, Ártemis admirando o irmão até que adormeceram abraçados, como faziam em sua juventude, quando eram apenas irmãos e não deuses.


Thalia abriu os olhos primeiro, estava bem de saúde graças a Apolo, mesmo assim sentia um pouco de fome. Não estava ferida, nem suja. Sentiu-se estranha naqueles trajes tão elegantes, a coroa também não era a mesma que usava na caçada, notou. Tirou os saltos que usava e pisando na grama macia respirou fundo. Absorveu tanto oxigênio quanto possível, de pé espreguiçou-se e permitiu-se o menor dos sorrisos. Olhando para baixo viu seu amado ferido e uma mochila não tão longe. Se era dele ou não, não importava a ela. Tirou o que precisava para limpar os machucados e curar suas dores, deixou a que se deitasse em seu colo e permitiu que seus dedos acariciassem aquele rosto belo e misterioso como o dela. Lágrimas encheram seus olhos divinamente azuis. Ele estava vivo. Ela estava inteira. Estavam juntos. Estavam bem.

Com os minutos que passavam ela ia recordando-se das lembranças de sua alma, as partes separadas que mostravam o que ela fizera e dissera aos amigos. Agradecia a todos mentalmente, pedia desculpas também por causar toda aquela confusão. Primeiro sentiu sua respiração, depois o viu abrir os olhos.

Azul contra azul. A mão dela no rosto dele. A mão dela segurando a dela impedindo-a de soltá-lo... Juntos. Finalmente.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom?
Não sei vocês, mas eu coloquei a trilha sonora de Romeu e Julieta (2013) para tocar durante todo o cap e definitivamente me desidratei u.u