Após ouvir a conversa da Janu com a Bel, Cris não pensou nem duas vezes antes de correr e contar para as amigas.

– Gente! Gente, pelo amor de Deus! – Exclamou Cris, chegando ao local onde se encontravam as garotas.

– O que foi Cris parece que viu um fantasma! – Exclamou Bia.

– Não, mas foi quase isso, gente vocês não sabem o que eu acabei de descobrir! – Disse Cris abismada.

– Vai falar logo ou ficar dando chilique? – Perguntou Pata.

– É Cris fala logo já tá deixando agente impaciente... – Completou Mili.

– Tá ok... Mas se preparem pra bomba, porque a parada é séria! – Avisou Cris. Então todas esperaram que esta contasse. – Eu tava no banheiro quando ouvi uma conversa entre a Janu e a Bel, e sabe o que eu acabei de descobrir?

– O quê? Fala logo cacete! – Ordenou Bia impaciente.

– Que eles transaram! – Exclamou Cris.

– Quê?! – Exclamaram as garotas chocadas, com exerção de Mili e Marian que já sabiam.

– Cris você tá falando sério? – Perguntou Pata nervosa. – Isso não pode ser verdade! O Mosca enlouqueceu?!

– Claro que eu tô falando sério, eu ouvi a Janu dizer... – Confirmou Cris.

– Caracas! – Exclamou Bia.

– É gente mais isso não é o pior... – Completou Cris.

– E o que pode ser pior que isso? – Perguntou Mili.

– O pior é que ele deu um fora nela logo depois, e era a primeira vez dela! – Revelou Cris.

– O Quê?! – Exclamaram as garotas novamente, dessa vez incluindo Mili.

– Ah não o que deu na cabeça do meu irmão?! – Exclamou Pata. – Ele vai ver só! – Completou levantando-se.

– Fica calma Pata! – Pediu Mili segurando a amiga.

– Gente eu ainda não tô acreditando que o Mosca foi capaz de tamanha covardia! – Exclamou Vivi.

– Isso só mostra que ele não presta! – Exclamou Bia.

– Não fala assim do meu irmão! – Retrucou Pata.

– Mas é a verdade! – Rebateu Bia.

– Tá gente vamo parar de discussão, Cris conta essa história direito por favor.

– Pediu Mili. Logo Cris passou a contar tudo detalhadamente, sem perceber que estava falando alto demais e a escola inteira estava ouvindo.

Perto dalí...

– E aí Mosca você falou com ela? – Perguntou Rafa.

– Falei... – Respondeu Mosca desanimado.

– E aí? – Perguntou Rafa.

– Isso te responde? – Perguntou Mosca mostrando a marca do socoem seu rosto.

– Caracas! Foi a Janu? – Perguntou.

– O que você acha? – Perguntou Mosca.

– Xiii falando nela... – Disse Rafa ao notar que a garota vinha com Bel em direção dos dois. Porém estas passaram direto sem lhes dar atenção.

– Janu! Eu queria... – Mosca tentou falar porém a garota não lhe deu ouvidos.

No fim da aula...

– E aí Mosca, você falou com ela? – Perguntou Marian, aproximando-se de Mosca.

– Você é a segunda pessoa que me pergunta isso, e como resposta eu digo "Isso te responde?" – Perguntou Mosca Mostrando a marca do soco para Marian.

– Nossa foi ela? – Perguntou Marian.

– Pois é, e tá doendo até agora... – Respondeu Mosca.

– Sinto muito... Mas foi melhor assim, pelo menos você se livrou dela, e cá entre nós você merece coisa melhor! – Afirmou Marian insinuando-se.

– Nada haver, a Janu é uma pessoa ótima, só que não rolou aquela quimica, só isso. – Concluiu Mosca.

Enquanto isso perto dalí...

Janu conversava com Bel, quando Janjão e Tatu se aproximaram.

– Janu! – Chamou Janjão.

– O que você quer? – Perguntou a garota grosseiramente.

– Eu sei que você tá com raiva de mim ainda pelo vexame da festa, mas eu preciso perguntar... – Disse Janjão. Janu esperou que este falasse. – É verdade que você transou com o Mosca? – Perguntou o garoto.

– O quê? Quem te disse isso? – Perguntou Janu assustada.

– Tá todo mundo comentando pela escola inteira! – Avisou Janjão.

– Tão dizendo que ele te usou e depois jogou fora. – Completou Tatu.

– Então é verdade Janu? – Perguntou Janjão novamente.

– Não te interessa... – Respondeu Janu sem saber o que dizer.

– Nossa Janu, se eu soubesse que você era fácil desse jeito até eu tinha pedido uma chance! – Zombou Tatu.

– Vão se fuder! – Gritou Janu correndo dalí.

– Valeu pela força seus idiotas! – Ironizou Bel, indo para o lado contrário.

– Uou, cê pegou pesado cara! – Exclamou Janjão.

Perto dalí...

Depois de descobrir que a escola inteira já estava sabendo, Janu resolveu tirar satisfação com Mosca.

– Você é um otário! – Gritou Janu chegando de surpresa. – Além de brincar com a minha cara ainda sai contando pa escola inteira sobre gente? Como você ousa! – completou alterada.

– O quê? Do que você tá falando, eu não contei pra ninguém! – Falou Mosca sem entender.

– Vai mentir na casa do caralho seu órfão de merda! – Exclamou Janu. – Eu te odeio! – Gritou saindo furiosamente.

– Hã! – Exclamou Mosca sem entender.

Mais tarde no orfanato...

No quarto dos meninos.

– Eu ainda não entendi o que deu em você Mosca! Como você pode fazer algo assim com uma garota? – Perguntou Pata decepcionada.

– Você fala como se eu tivesse forçado! Ela também quis, e na hora ninguém pensou acabou rolando. – Explicou Mosca.

– Tá Mosca eu entendo, mas o que eu não entendo é porque você deu um fora nela logo depois, isso lá é coisa que se faça! Agora eu tenho que aguentar todas as minhas amigas dizendo que tenho um irmão cafajeste! – Reclamou Pata.

– E você acha que eu não tô me incomodando com isso? Só hoje eu fui chamado de cafajeste umas 8 vezes aqui no orfanato, pela Cris, Vivi e Bia. – Retrucou Mosca.

– E com razão né?! – Rebateu Pata. – E tem mais, você cansou de falar que o Duda não presta, quando na verdade o imprestável aqui é você! – Exclamou a garota. Ao ouvir isso pelo impulso da raiva Mosca acabou acertando um tapa na cara da irmã com as costas da mão.

– Nunca mais fale assim comigo! – Gritou o garoto. Porém ao ver Pata chorando, voltou a si e se deu conta que acabara de bater na própria irmã. – Pata... Me perdoa. – Pediu tentando abraçar Pata, porém a garota o empurrou.

– Sai daqui, você não é mais meu irmão! – Gritou Pata aos prantos. – Você tinha prometido que não ia deixar ninguém me machucar! – Ao ouvir isso Mosca lembrou-se da promessa e de tudo que havia acontecido no passado.

– Me perdoa Pata por favor... – Pediu Mosca desesperado. De repente Mili apareceu na porta do quarto, junto com as garotas e os garotos maiores que ouviram Pata gritando.

– O que tá acontecendo? – Perguntou Mili preocupada ao ver Pata chorando no chão.

– Nada! – Exclamou Mosca, logo este saiu do quarto, empurrando Mili e todos que estavam na porta.

– Pata o que aconteceu? – Perguntaram entrando no quarto.

– Nada gente... Deixem isso pra lá. – Pediu Pata.

– Claro que não, pra você tá chorando assim ele só pode ter feito algo! – Deduziu Bia.

– Ele machucou você Pata? – Perguntou Rafa.

– Não! Me deixem em paz que coisa! – Gritou Pata, saindo em direção ao quarto das meninas.

Depois da briga com Pata, Mosca ainda alterado resolveu sair do orfanato e caminhar um pouco. Enquanto isso os pensamentos ruins infernizavam sua cabeça. Porquê? Porque ele havia feito aquilo? Nem ele mesmo sabia a resposta para seus atos. Ultimamente Mosca só estava fazendo burrada, e o pior era que ele sabia, mas não conseguia deter. Foi quando as palavras de Brian em seu pesadelo de dias atrás voltaram a sua mente.

"Nós somos iguais Felipe, se eu sou um monstro, você também é..."

– Não! – Gritou o garoto sozinho na rua. – Eu não sou desse jeito, eu não posso ser assim! – Choramingou, parando em uma calçada. Estaria ele se tornando igual à pessoa que mais odiou?

Enquanto Mosca chorava de cabeça baixa na beira da calçada, este foi surpreendido por uma voz ao seu lado.

– Uma sombra maligna o acompanha! Você não pode deixá-la domina-lo. Ou à sua volta tudo se destruirá! – Exclamou a mulher ruiva de vestes estranhas, Madame Esmeralda. Mosca a encarou chocado com aquelas palavras.

– Q-quem é você?! – Perguntou. Porém a mulher nada disse, apenas saiu andando e dobrou a esquina. Mosca decidiu ir atrás dela, porém ao chegar à esquina, a mulher havia desaparecido.

No orfanato...

Pata chorava no quarto das meninas quando Mili chegou.

– Pata... – Chamou a garota.

– Me deixa... – Pediu Pata com voz de choro.

– Pata por favor você precisa conversar... – Insistiu Mili. – O que aconteceu naquela hora? – Perguntou.

– O Mosca me bateu... – Contou Pata.

– Quê?! – Perguntou Mili chocada. – Porquê?!

– Eu fui tirar satisfação com ele pelo que ele fez com a Janu... E ele ficou nervoso, só isso.

– E por isso ele precisava te bater?! – Perguntou Mili irritada. – Isso não vai ficar assim você tem que contar pra Carol!

– Não Mili, a culpa não foi dele! – Afirmou Pata.

– Tem outro motivo então? – Perguntou Mili.

– Eu não posso... – Disse Pata.

– Não pode o quê? – Perguntou Mili.

– Eu não posso falar! – Exclamou Pata voltando a chorar.

– Pata, você tá me assustando... – Afirmou Mili assustada. – Pelo amor de Deus me conta logo, o que aconteceu? – Insistiu. Então entre lágrimas, Pata decidiu revelar seu segredo.

– Há muito tempo, quando agente fugiu de casa, eu e o Mosca conhecemos uma pessoa que agente julgou ser de bem. Era um homem, agente tava numa estrada a noite e ele ofereceu carona pra gente, também ofereceu moradia e comida... – Contava Pata. Enquanto isso Mili ouvia com atenção. – Ele levou agente pra casa dele, era uma casa enorme, ele era bastante rico e morava sozinho, parecia ser gente de bem. Mas aí quando foi de madrugada ele invadiu o quarto que eu tava dormindo e tentou me estuprar... – Revelou Pata chorando. Nessa hora Mili ficou pasma.

– Pata... – Mili ficou sem saber o que dizer. – Mas ele conseguiu? – Perguntou.

– Não, antes que ele conseguisse o Mosca entrou no quarto e acertou ele com um objeto, aí ele caiu desmaiado no chão. Depois o Mosca mandou eu sair de lá correndo e eu saí, mas ele ficou e só voltou pra me encontrar depois de alguns minutos, dizendo que o homem tava morto! – Contou Pata.

– Meu Deus... – A cada palavra de Pata, mais chocada Mili ficava. Esta nunca havia pensado que Pata e Mosca haviam passado por algo tão grave.

– Aí depois o Mosca pediu pra eu ajudar a colocar o corpo dentro do carro do morto. E em seguida dirigiu até um lugar onde tinha um lago, e agente jogou o corpo lá. Foi a experiencia mais horrível da minha vida Mili, eu tento me esquecer, mas eu lembro disso todos os dias, e o pior é que eu desconfio de algo que não devia... – Completou Pata.

– O que Pata? – Perguntou Mili.

– As vezes eu desconfio que o Mosca tenha matado ele de propósito, e isso me deixa com muito medo... – Respondeu Pata chorando. Logo Mili a abraçou e tentou a acalmar, chorando junto com a amiga.

Na sala...

– Gente o Mosca tá irreconhecível... – Afirmou Bia.

– É verdade, eu nunca vi ele daquele jeito... – Concordou Vivi.

– Claro, ele foi muito pressionado com a história da Janu. – Disse Samuca.

– Pois é vocês tomaram as dores da garota sendo que nem amigas dela vocês são. – Disse Binho.

– E você acha o que ele fez certo Binho? – Perguntou Bia encarando o namorado.

– Não né Bia! Só tô dizendo que a vida é dele e o problema dele também. – Afirmou o garoto.

– Pois é, mas no fim das conta a culpa é de quem saiu espalhando a fofoca. – Falou Samuca.

– Eu sei que você tá falando isso pra mim Samuca... – Disse Cris.

– Que bom que você sabe. Porque além da Janu ter ficado com fama de fácil, o Mosca tá com fama de cafajeste, e tudo isso culpa de quem? Sua! Que saiu fofocando pra todo mundo! – Completou encarando a garota.

– Samuca! – Exclamaram todos, na mesma hora Cris saiu chorando em direção ao pátio.

– Você enlouqueceu Samuca? – Perguntou Thiago. – Olha a forma como você tratou ela! – Exclamou irritado.

– Você exagerou Samuca... – Disse Vivi.

– E-eu vou falar com ela... – Disse Thiago tomando coragem.

– Você Thiago? Porquê? – Perguntou Bia, estranhando a situação.

– Porque ninguém se habilitou pra isso, então eu me habilito! – Disfarçou indo em direção ao pátio.

No pátio...

Cris chorava sentada em um dos bancos quando Thiago resolveu se aproximar.

– Oi... – Disse ainda de longe.

– Oi... – Respondeu a garota enxugando as lágrimas e olhando em sua direção.

– Posso me sentar aqui? – Perguntou Thiago.

– Tanto faz... – Respondeu Cris. Logo o garotou aproximou-se e sentou ao seu lado.

– Não liga pro Samuca, aposto que ele só disse aquilo da boca pra fora por está chateado com você. – Afirmou Thiago.

– Não, ele tem razão, eu só sirvo pra atrapalhar a vida dos outros, sou fofoqueira, metida, e desinteressante... – Disse Cris. – Fora isso eu sou um zero à esquerda.

– Você só diz isso porque não conhece a si mesma. – Concluiu Thiago, olhando nos olhos da garota.

– Como assim? – Perguntou Cris sem entender.

– Você só enxerga seus defeitos, e se acha inferior as outras garotas. Não percebe as qualidades que tem. – Disse Thiago.

– E eu tenho qualidades? – Perguntou Cris.

– Que pergunta idiota, claro que tem! – Afirmou Thiago. – Você é engraçada, é esperta, inteligente...

– Engraçada, esperta e inteligente? Você acabou de dizer que eu sou a versão feminina do Samuca! – Resmungou Cris.

– Você é bonita, delicada... Atraente... – Completou o garoto, fazendo Cris arregalar os olhos.

– V-você acha que eu sou atraente?! – Perguntou Cris, sorrindo sem jeito.

– Acho... Mas também não vai ficar se achando! – Exclamou Thiago.

– Thiago... – Chamou Cris.

– O quê? – Perguntou o garoto.

– Aquilo que você falou na piscina, lá no Rio de Janeiro... Era verdade? – Perguntou Cris. Na hora Thiago mudou de cor.

– E-eu acho q-que ouvi alguém me chamando alí... – Disse nervoso, fugindo do assunto.

– Não foge do assunto! – Exclamou Cris.

– Tá! Você sabe que é verdade, pra quê perguntar? – Perguntou Thiago. Cris sorriu e encarou o garoto emocionada. – P-porque você tá olhando assim pra mim?

– É que é a primeira vez que um garoto diz que gosta de mim... – Revelou Cris.

– M-mas você não namorava com o Samuca? – Perguntou Thiago.

– É mas ele nunca gostou de mim, ele gosta da Vivi... Era tudo mentira. – Contou Cris.

– Sério? – Perguntou Thiago.

– Sim... – Respondeu Cris.

– Pois ele é um idiota, porque você é mil vezes mais bonita que a Vivi. – Afirmou o garoto.

– Quê? Isso não pode ser sério! Você tá falando isso só pra me deixar melhor né? – Perguntou Cris admirada.

– Pra falar a verdade eu nunca achei a Vivi bonita. – Respondeu Thiago. – Ela não faz meu tipo.

– Nossa, obrigada mesmo Thiago, você me fez melhorar bastante... – Disse Cris sorrindo.

– Essa era a minha intenção. – Respondeu Thiago. – Então... agora que você tá melhor, eu vou cuidar da minha vida. – Concluiu Thiago, deixando Cris sozinha.

"Engraçado... Ele ficou aqui sozinho comigo, disse que gosta de mim, mas em nenhum momento tentou me beijar ou dar encima... Que estranho!", pensou Cris. Voltando pra dentro do orfanato.

Na sala...

Depois de discutirem sobre vários assuntos, cada um foi cuidar da sua vida, logo ficaram apenas Bia e Binho na sala. Estes conversavam e namoravam, quando Duda chegou abrindo a porta de uma vez.

– Caham! – Pigarreou ao ver o casal se beijando.

– Oi Duda. – Cumprimentou Bia.

– Oi Bia... – Respondeu.

– Aff... – Murmurou Binho. – O que você quer aqui? – Perguntou grosseiramente.

– É... Eu vim falar com a Pata, ela tá? – Perguntou.

– Claro né! Ea mora aqui. – Respondeu Binho.

– Para de ser grosso com o garoto amor... – Repreendeu Bia.

– De Boa, nem ligo... Eu vou lá falar com ela, ela tá no quarto? – Perguntou.

– Tá sim, pode subir. – Disse Bia. Logo Duda subiu em direção a quarto. – Binho pra quê tratar o Duda assim? – Perguntou.

– Porque eu vi quando ele deu encima de você no Rio! – Exclamou Binho.

– Deu encima?! – Perguntou Bia. – Ele nem deu encima de mim... Eu acho.

– Tá vendo, eu tenho razão em tratar ele assim! – Afirmou Binho.

– Mas não se esqueça de que se não fosse por ele, você estaria viúvo! – Retrucou Bia.

– Não precisa me lembrar disso. – Pediu Binho.

Nessa hora Mosca chegou no orfanato.

– Mosca! – Exclamaram.

– Cadê a Pata? – Perguntou. Este não parecia nada bem.

No quarto das meninas...

Mili estava com Pata quando Duda chegou abrindo a porta.

– Que susto! – Exclamou Mili.

– Desculpa, é que eu queria falar com a Pata... – Avisou Duda, logo este notou que Pata estava dormindo.

– Bom, ela adormeceu a pouco... Hoje não foi um dia nada fácil pra ela, por causa de umas coisas com o Mosca.

– Entendo... O lance da Janu, né? – Perguntou Duda.

– Pois é... – Disse Mili. – Bom, eu vou descer! Fica aí, e faz companhia a ela...

– Ok. – Concordou Duda.

Ao descer às escadas, Mili deu de cara com Mosca.

– Cadê a Pata? – Perguntou Mosca.

– É... Ela dormiu. – Respondeu Mili, sem olhar em seu rosto.

– Já? – Perguntou Mosca.

– Sim... – Mili não conseguia esquecer o que Pata havia lhe contado à pouco.

– É... Mosca eu preciso falar com você. – Avisou Mili.

– Sobre o quê? Vai me chamar de cafajeste como as outras? – Perguntou Mosca.

– Vem comigo Mosca... – Pediu Mili. Logo o garoto a acompanhou até o jardim.

No jardim...

– O que você quer falar comigo? – Perguntou Mosca.

– A Pata me contou tudo... – Disse Mili.

– Contou? Pois bem, eu sei que eu não devia ter batido nela, mas eu tenho meus motivos, então se me der licença... – Disse Mosca se adiantando, este pensou em se levantar e sair mas Mili o interrompeu.

– Ela me contou sobre a tentativa de estupro Mosca! – Exclamou Mili. Ao ouvir aquilo, Mosca sentiu o chão desabar debaixo dos seus pés. Este não teve reação, a não ser chorar desesperadamente.

– Tá dando tudo errado Mili, tudo! – Exclamou Mosca aos prantos. Então Mili ao ver o estado do garoto resolveu deixar toda sua mágoa para trás e o beijou desesperadamente, enquanto este chorava. Foi um beijo intenso e apaixonado, que demonstrava que mesmo depois de tudo Mili ainda o amava completamente e vê-lo acabado daquele jeito a trazia tanta dor, que esta só queria protege-lo e nada mais.