P.O.V
Violetta Castillo

Uma semana... O que pode acontecer em uma semana na minha vida??
Tudo.
Uma semana que estou sendo chantageada, uma semana que ela ameaça meu namorado e minha família, uma semana que me distanciei dele...
O que estou sentindo??
Dor... Dor que me consume, dor que sinto quando o vejo nas gravações e o medo não me deixa falar com ele ou mesmo deixar ele falar comigo.
Estou sendo vigiada, não posso colocar em risco os que amo. Não consigo ser forte o suficiente para enfrentar isso de cabeça erguida, tudo o que faço é chora, chorar, chorar, depois passar maquiagem, colocar um sorriso falso no rosto e ir gravar.
Ele... Ele tenta falar comigo e tenho que o ignorar, isso é como eu estar acabando comigo mesmo. Ele quer me ajudar e não posso deixar, senão posso colocar a vida dele em risco, eu sei do que ela é capaz, já me machucou e não consigo nem pensar em isso acontecendo com meu amor.
Sou fraca.
Meus pais e a as meninas também perceberam que não estou bem, querem se aproximar, mas os afasto.
Estou sozinha. Não sei o que fazer...

***

Mais um dia torturante de gravações, na qual não vou poder falar com ninguém e em cena agir como se nada tivesse acontecido e depois voltar para minha casa e chorar.

– Oie Vilu.- diz Fran vindo em minha direção.

– Oi.- digo baixo e desvio para o caminho contrário ao dela.

– Violetta Castillo. Venha aqui agora.- diz e paro um instante mas logo volto a andar pensando no melhor para ela.

– Desculpa, não posso. É o melhor para você.- sussurro o mais baixo possível para que ela não ouça.

Sigo meu caminho para o camarim e sou parada de novo por Fran.

– Você vai falar comigo ou eu vou te sequestrar e fazer você falar, entendeu??

Sequestrar... Essa palavra me dá arrepios só de pensar que essa foi uma das ameaças que sofri.

– O que você quer?? Preciso me trocar para gravar- tento ser o mais grossa possível.

– Hoje eu vou embora com você e vamos na sua casa conversar, okay??

– Não.- digo pensando no fato de eu estar sendo vigiada. Eu vi que ela não ia desistir e eu precisava desabafar, ou explodiria.- Okay, mas você vai depois, eu preciso passar em alguns lugares, vai demorar um pouquinho. Ou melhor, eu vou na sua casa e depois compro as coisas. Mas ninguém pode perceber que fui, vou de taxi e deixo meu carro aqui.

– Porque isso??

– Depois te explico, agora eu tenho que ir, não podem nos ver juntas!!

– Mas Vilu...

– Tchau.

Fui para o camarim e tentei me animar, eu finalmente despejaria meus problemas para uma amiga, precisava disso. Mas e se a Fran for correr perigo??
Não, vou de Taxi, nada vai acontecer.

***

– Vilu, to indo, vem logo atrás okay?-diz Fran se aproximando de mim enquanto me trocava depois de gravações onde sou a namorada feliz do Lê, que saudade de ser a namorada dele mesmo.

– Tudo bem, você não contou para ninguém né??

– Não. Mas depois me explique o porquê de tudo isso.

Acabo de me trocar e saio do camarim. Até que sinto duas mãos me agarrando e me empurrando para uma sala.

– Ahh...- meus gritos são abados por sua mão até que a pessoa fala:

– Calma amor!! Sou eu, o Lê.- e assim que ele fala me acalmo com sua doce voz.

– Que susto!! Quer me matar??- pergunto com a mão no coração.

– Desculpa, mas foi o único jeito que encontrei para conseguir conversar com você.

– Eu não posso falar com você.- digo e me viro para sair só que ele me puxa e sela nossos lábios. O certo seria eu interromper o beijo e sair de perto dele mas isso era impossível, meu corpo não deixava eu me mexer e minha cabeça não deixava eu raciocinar, estava apenas sentindo aquele momento, seus lábios nos meus e aquele gosto da saudade. Mesmo quando nos beijávamos para gravar era diferente, eu tentava não colocar um pingo de sentimento, mas agora todos os sentimentos possíveis estavam acontecendo.
Quando o ar se fez necessário nos separamos com selinhos e colamos nossas testas.

– Como eu estava com saudades de você. Você por inteira, só para mim.- ele diz e me olha profundamente.

– Não...- é a única palavra que sai da minha boca.

– Porquê não??- sussurra e lhe dou mais um profundo beijo.

– Porque você se afastou?? Não posso ficar longe de você.- ele diz assim que nos afastamos.

– Eu quero que não aconteça nada com você. Eu não quero que meus atos te machuquem. Só quero seu bem meu amor.- digo acariciando seu rosto e deixando uma lágrima cair.

– Hey, porque você está falando isso?? Seus atos nunca me machucariam, na verdade o que me machucou mesmo foi a distância. Eu sei que você só quer meu bem, fica tranquila. Mas o que está acontecendo de verdade?? Me fala que eu te ajudo.

– Eu... Eu não posso.- digo e saio correndo e pego o primeiro taxi que vejo.

Fala o endereço para o motorista e me acabo em lágrimas lá mesmo. Quando percebo que chegou dou o dinheiro para ele e sigo o mais rápido possível para o apartamento da Fran.

– Oie Vi...- não deixo ela terminar de falar e a abraço.

– Ei, o que foi?? Não fica assim...

– Fran, eu tô sofrendo. Preciso desabafar.- digo desabando em lágrimas.

– Vem aqui.- ela me puxa até o sofá e me deito em seu colo.- Pode me falar.

– Fran, eu estou sendo ameaçada.

– Que?? Quem tá fazendo isso??

– A ex namorada do Léon, a Sophia. Ela que mandou me atropelar, ela que fez eu perder a memória. Depois começou a me ameaçar me obrigando a mentir para a polícia, me afastar de vocês, fazendo eu me matar por dentro, perder todos. E se eu não fizesse tudo o que ela mandasse ela ia descontar em cada um de vocês.- conto tudo em meio a lágrimas e soluços.

– Calma Vilu, eu vou te ajudar em tudo. Não podemos fazer nada com a cabeça quente.

– Ela me vigia. Tem gente no set que trabalha pra ela, tem escuta na minha casa e ela manda caras me seguirem. Eu estou até com medo deles terem me visto vindo aqui e você ter que pagar pela minha covardia de enfrentar isso.

– Não fala isso amiga. Tudo vai ficar bem, vamos consertar tudo juntas. E sem sermos flagradas. Vamos nos falar sem que ninguém saiba, até no banheiro se necessário.- diz e solto uma risada fraca.- Viu, essa é a minha amiga. Vamos recuperar ela de volta, okay??

– Okay.