The Avengers: XY-32 Experiment escrita por july_hta66, JulieAlbano, Haverica


Capítulo 14
Capítulo XIII - Bailando, Amor


Notas iniciais do capítulo

Hello-ooh!
Vindo postar. Capítulo grandinho, mas espero que valha a pena. :D
.
*Contém dois links de música camuflados*



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[Estados Unidos, Semanas Atrás...]

XY-32 estava maravilhado com o salão que havia ganhado e todos os "brinquedinhos" que a Eukharya havia lhe entregado naquele local. Eram equipamentos maquinários já montados e outros ainda não, e ao olhar para tudo aquilo sua surpresa era que reconhecia tudo.

XY-32 lembrava de cada um dos nomes, o que faziam e para qual finalidade. Ele realmente era um cientista e não havia dúvida. Mas o que o martirizava era olhar para as fotos da filha e da esposa e não sentir familiaridade. Ele as olhava e não sentia o amor que deveria sentir. Isso o consumia. O torturava. Vingar-se daqueles que a mataram era o mínimo que ele deveria fazer para honrar a memória delas.

– Isso tudo é pra mim? - XY-32 ia de máquina em máquina encantado com suas novas ferramentas.

– Claro, meu caro Simmon. - O Doutor Volkman ria com os braços cruzados ao ver a empolgação do seu "parceiro".

Dois homens adentraram o laboratório carregando mais uma caixa enorme contendo mais uma das máquinas especiais. Todas elas serviriam para ajudá-lo a manipular como bem entendesse a radiação vita.

– Capitão América será aniquilado. - XY-32 o encarou com um pouco de insegurança.

– Assim esperamos. - Volkman ficou sério. - Não se engane, Simmon, ele não é um herói de verdade. Não é nada do que você pode escutar por aí no mundo por trás dessas paredes, dessas paredes da nossa organização. Ele e todos os seus amigos Vingadores são monstros, eles são inimigos dos verdadeiros mocinhos. Não me surpreenderia nada que este homem estivesse por trás do assassinato de sua família. Não pestaneje nem por um segundo. Eles não pestanejaram quando tentaram se livrar de você. -.

– Não falharei! Cumprirei o meu dever. - XY-32 confirmou determinado.

Em seguida, voltou a passear novamente por seu laboratório. Deparou-se pela primeira vez com a mesa no final da sala. Lá uma pilha de revistas diferentes estavam postas, e em todas as capas havia uma mesma moça pousando para elas. Uma moça linda, jovem e morena. E ele já tinha a visto antes! Ela era a figura feminina que o guiou no meio do deserto até a aldeia que chegou. Era ela! Sua miragem! Era a Rainha, Princesa, Fada, Anjo Da Guarda, ou sei lá o quê que ela era.

Tomou uma das revistas em suas mãos e ficou uns minutos encarando-a, não acreditava que estava mesmo vendo a garota de sua imaginação.

– Ela... Ela é linda. - Ele suspirou, pensava que finalmente era um rosto familiar, mesmo tendo vindo de uma alucinação.

– É mesmo, não é? Um pedaço de mal caminho. - Volkman que já estava atrás de XY-32 comentou.

– Quem é ela? - Ele perguntou, seus olhos ainda brilhavam encarando a garota da capa da revista Rolling Stones.

– Ela é a sua melhor forma de começar a se vingar da SHIELD e de seus monstrengos. - Volkman sibilou, sentia até pena do que a dona daquele rostinho teria que enfrentar daqui há alguns dias.

– Sério? Por quê? - XY-32 estava um pouco decepcionado, não queria ter que feri-la.

Entretanto, suas alucinações no deserto e a sua estranha força que apareceu quando fugiu do camburão da SHIELD que o levava para a incineração,.foram coisas que ele preferia manter em segredo ainda. Não tinha coragem de contar a Volkman que a SHIELD o transformou em um monstro. Não contaria até ter certeza que a Eukharya não o mataria por isso, e a coisa que ele menos queria no mundo era morrer.

– Porque ela é uma fraqueza da SHIELD, e ela é a vadiazinha da nossa, quer dizer, sua primeira vítima. Lei as reportagens. - Volkman explicou.

– Ah... - XY-32 se deu por vencido. - Qual é o nome dela? -.

– Ela é Dolores Stark, mas pode chamá-la de Experimento XX-23. - Volkman falou com prazer em ver o choque surgir no meio do rosto de seu Simmon. - É isso mesmo o que está pensando! Ela era sua colega de Projeto, irmã de experimentos, ou sei lá como queira chamá-la. Você é Adão, e ela é Eva. Mas não se anime, Romeu, ela é o Projeto bem sucedido e você é um erro de percurso. Ela foi corrompida pelo sistema da SHIELD, e você? Fria e cruelmente descartado. Não ouse sentir pena dela, estaria desonrando a memória de sua família. Não pode ter sentimentos por ela. Você precisa usá-lá. -.

[Nova York, Atualmente...]

No segundo dia de volta aos treinos no prédio da S.H.I.E.L.D., Lola não conseguia parar de pensar no vídeo que Howard havia gravado para ela. Tentava se concentrar, mas só lembrava dos conselhos do seu pai, de sua herança oculta, do bilhete de Nick Fury que dizia que se ela não se sentisse pronta para encarar as consequências da revelação, deveria manter em segredo dos outros.

Segredos. Lola nunca teve segredos, mas ela queria se tornar uma verdadeira agente da SHIELD, e ao que parece, começar a cultivá-los era inevitável. A Stark não queria o presente de Howard, assim como claramente, Anthony não aceitou o dele.

Lola precisava de uma distração, precisava esquecer dessas coisas para conseguir focar em seu treinamento, e qual seria a melhor alternativa de ocupar a mente que de vez em quando tanto ela quanto Tony gostavam de aplicar ultimamente? Cuidar da vida amorosa alheira, é claro!

...

– Precisamos fazer algo! – Lola tentava desviar dos golpes aéreos de Steve.

– Acho melhor não. – Steve projetou um soco que ela conseguiu desviar. Ele ainda estava pegando leve com sua aprendiz.

– Como não? Eles precisam de um empurrãozinho! – Foi a vez de Lola tentar socá-lo.

Steve pegou o punho dela no ar.

– Não sei se devemos nos meter, é a vida pessoal de outras pessoas -.

– Claro que devemos! Essas “pessoas” são nossas amigas, e caso não dê certo, pelo menos não poderemos dizer que não fizemos nada. Vamos lá, Steve! Não vai custar nada! – Lola insistia.

– Mas hoje é plena terça-feira, não vai ser estranho convidarmos eles no meio da semana? – Steve parou o exercício para respirar um pouco.

– Claro que não! Nova York funciona 24h por dia, todos os dias úteis, finais de semana, e feriados. As boates lotam em qualquer dia, vamos lá, Steve! Não posso fazer isso sozinha, poderia até tentar convencer o Bruce, mas não o encontrei em lugar algum. Por favorzinho! – Lola fazia cara de cachorro pidão.

– Está bem! Será a primeira e última vez, entendido? – Rogers cedia.

– Sim, Capitão. – Lola bateu continência. Steve balançou a cabeça e riu, sabia que a chance de sucesso do plano da Stark era quase nula.

[...]

Por um milagre divino, Steve conseguiu cumprir a sua primeira parte do plano, trouxe Natasha na porta da boate no horário marcado por Lola. Na verdade, Romanoff vivia dizendo que Rogers deveria sair e se divertir um pouco, parar de viver 100% em torno de seu trabalho. De todos os Vingadores, o Capitão América era com certeza aquele que não tinha uma vida e vivia todas as horas do seu dia como um herói.

Então, quando recebeu um convite de acompanhá-lo numa noitada, mesmo que no meio da semana, não conseguiu recusar, era isso um verdadeiro milagre.

– Natasha! Steve! – Lola fez cara de surpresa tentando atuar, ao seu lado estava Barton. Os dois viraram a esquina da boate no bairro mais latino da cidade.

– Lola!... Barton!... O que fazem aqui? – Steve atuou pessimamente sua fala que ensaiou no mínimo umas trezentas vezes na frente do espelho.

Natasha balançou a cabeça e mordeu os lábios tentando prender um riso, ela captou na hora do que aquilo se tratava.

– Nossa! Vocês também ficaram sabendo dessa boate nova e legal que abriu aqui onde Judas perdeu as botas? – Romanoff tentou cair na brincadeira.

– Sim! Eu fiquei sabendo, e convidei o Clint. – Lola explicou.

– Convidou não! Quase me arrastou até aqui para falar a verdade. – Barton corrigiu.

– Vamos entrar, não? – Steve sabia que aquilo não ia dar certo.

Os quatro adentraram a boate, e para a surpresa de todos, exceto da dona do cérebro organizador dessa operação, o local não se parecia em nada com as boates habituais. Era um galpão enorme, a pintura de suas paredes era de um cinza gasto, no lado esquerdo havia algumas mesinhas com cadeiras, no lado direito havia um bar onde serviam drinques, e no fundo havia um palco para os músicos se apresentarem. Nada de DJs.

No centro, realmente abarrotado, dezenas de pessoas dançavam como casais. Alguns dançavam bem, outros dançavam perfeitamente, e outros nem tanto. Steve entrou em certo estado de pânico.

– Lola, posso... posso falar com você um instante? – Steve precisou falar alto, a música alta e temática o impedia de ser escutado no seu tom normal.

– Claro. – Lola disse quando já estava sendo puxada por Rogers para um canto longe da Viúva Negra e do Gavião Arqueiro.

Natasha se aproximou de Clint sorrindo para fazer um comentário assim que Steve e Lola se afastaram.

– Você já entendeu do que isso se trata, não é?! – A ruiva disse.

– Mas é óbvio. – Clint riu também. – Quem você acha que...? -.

– Lola. – Natasha respondeu antes mesmo que ele terminasse a pergunta.

– Tem cert... – Clint foi interrompido novamente.

– É ideia da Stark, vai por mim. – Natasha riu de novo. – A pergunta é: vamos deixá-los pensar que o plano está funcionando ou não? - Ela observava a expressão dos dois conversando de longe e era claro que Steve estava desconfortável com aquilo.

– Lola, por que nos trouxe para esse “tipo” de boate? – Steve interrogou confuso.

– “tipo”? O que quer dizer com “tipo”? É uma boate latina, que toca ritmos latinos. Vai me dizer que o Capitão América está com preconceito com o meu povo? – Ela levou para o lado pessoal.

– Não é nada disso! Quando falo “tipo”, não estou me referindo a nacionalidades, quero dizer do tipo que casais dançam juntos. Eu não sei dançar, e muito menos desse jeito. – Steve explicou, o sentimento de perseguição se esvaiu da Stark, ela até riu agora.

– Ah, Steve! Essa é a beleza da coisa! Você não precisa saber dançar nada, só precisa sentir a música e fazer o que ela te sente à vontade de fazer. É fácil! – Lola explicou.

– Fácil é falar, principalmente quando se tem sangue de dois dançarinos profissionais correndo nas veias. – Ele disse meio consternado.

– Vamos lá, Steve! Vamos encontrar uma mesa, você não precisa dançar se não quiser, não esqueça do plano. É só a Natasha e o Clint começarem a dançar juntos e esquecerem da gente que aí desaparecemos e deixamos eles sozinhos. Fácil, fácil! – Lola o puxou de volta para perto de Romanoff e de Barton.

– Que tal escolhermos uma mesa? – Clint tomou a dianteira.

– Perfeito! Já ia sugerir isso. – Lola sorriu para o “parceiro” da noite.

Os quatro demoraram alguns minutos para encontrar uma mesa vaga, o lugar estava realmente cheio.

– Flores para o cabelo das damas? – Uma garçonete surgiu com uma sexta de flores, as outras na pista e nas outras mesas já estavam caracterizadas. Natasha aceitou um cravo vermelho e tratou de prendê-lo atrás de sua orelha direita, Dolores fez o mesmo, mas optou por um cravo amarelo.

– Estou pronta para arrasar naquela pista, vamos Steve? – Natasha já se levantava.

– Agora? Queria beber alguma coisa antes. – Rogers tentava fugir.

– Por que não chama o Clint? – Lola sugeriu tentando esconder seu sorriso malicioso.

– Por que, não?! Vamos, Barton? – Romanoff deu uma piscada discreta para Clint, para que somente ele notasse que era um sinal para fazer o que ela dizia.

– Ah, sim! Por que, não? Não viemos aqui para fica parados, não é? – Barton entendeu o recado e pegou a mão de Natasha guiando-a para a pista.

– Viu, Steve? Mais fácil do que eu pensava. – Lola sorriu vitoriosa. – O cupido que se prepare, vou roubar o emprego dele. -.

– Esta fácil até demais. – Steve ficou desconfiado da rapidez das coisas, pensava que ia ter que pagar mico no mínimo tentando fazer algum passo.

Lola encarou o homenzarrão a sua frente morrendo de medo da pista de dança.

– Steven Grant Rogers! Você enfrentou ditadores tirânicos, soldados biônicos, alienígenas, e o que te tira a coragem é ter que dar uns movimentos de dança?! – Ela colocou os braços na lateral de seu tronco de forma repressora.

– Eu já disse, não sei dançar, não com alguém. – Ele olhava para os lados, um tanto desconcertado como se sua própria roupa o sufocasse.

– Francamente, Rogers. Se você tivesse medo de palhaços eu te perdoaria, mas de dançar? – Lola ria ao mesmo tempo em que o bronqueava. – Levante, homem! É hoje que você dança. – Ela se levantou e esperou por ele.

– O que? Não! – Steve relutava.

– Ah, você vai sim! Não sou nenhuma expert, só tive algumas aulinhas, mas você vai dançar sim! Vou te ensinar assim como você me ensina a lutar. – A Stark começou a tentar puxá-lo da cadeira pelo braço.

Steve continuava imóvel, seu corpo lutando para não se desprender do local inerte que estava.

– Não mesmo! -.

– Vamos sim! Ninguém vai rir de você, está todo mundo distraído se divertindo. Vamos homem! – Lola o puxava sem obter sucesso.

– Não. – Steve permanecia lutando.

Lola o puxou mais uma vez.

– Tá bom, então não fale mais comigo. – A Stark se sentou e virou o rosto para o lado para não ter que encarar Rogers.

– Isso é sério? – Steve indagou.

– Sim, é. – Lola disse, mas seu queixo tremia tentando esconder um riso enquanto ainda continuava olhando tudo menos Rogers. – Perdeu meu respeito, Rogers. – Ela conseguiu ficar séria. – Pensava que o Capitão América era mais destemido, apesar de pensar a vida toda que ele era um boboca. – Lola cruzou os braços.

– Vamos. – Ele disse se levantando e se sentindo desafiado.

– Okay, talvez ainda exista um pouco de respeito pra você. – Ela disse feliz se levantando.

Arrastou Steve para um canto discreto da pista, mas nada funcionou como mágica, ele pensou que a música o empolgaria, mas continuou como um poste pregado no chão sem se mover.

– Não sei o que fazer. – Ele disse com um pouco de pânico mais uma vez, já estava pronto para correr de volta à mesa. Lola o segurou pelos braços.

– Como eu disse, Steve, é só sentir a música fluindo por você. Tudo se concentra na cintura. Coloque as mãos na minha cintura. – Lola começava a remexer os quadris no ritmo da música que tocava em espanhol.

– O QUE? – Steve disse envergonhado.

– Na minha cintura. – Lola pegou as mãos dele e colocou ela mesma. Depois colocou as próprias na cintura dele. – Me siga no ritmo. -.

Rogers ficou sem graça, a segurava pela cintura de leve, não conseguia mover sua própria cintura, simplesmente não conseguia, aquilo não era para ele.

– Se move, Steve! – Lola forçava a cintura dele a chacoalhar com suas mãos. – Yo quiero estar contigo, vivir contigo, bailar contigo, tener contigo, una noche loca. Ay besar tu boca! – A Stark cantava e ria para o jeito desengonçado dele.

Ele era grande demais, e não possuía harmonia alguma em seus passos, definitivamente nasceu para ser um soldado e não um dançarino.

– Olha pra aquilo! – Natasha fez Clint ver os dois do outro lado da pista.

– Que horror! A Lola é muito cruel, pobre Steve. – Barton caiu em risada mesmo dançando com Romanoff.

– Que horror, nada! É até engraçadinho. – Natasha estava encantada, mas não deu muito o braço o torcer como sempre, guardando suas emoções.

– Esse encontro era pra ser nosso, mas está parecendo mais ser deles. O que a Agente 13 vai achar disso? – Clint comentou.

– O que a Agente 13 vai achar?! O que eles achariam se soubesse que estão tentando juntar um casal que já está junto em segredo há mais de cinco anos? – Natasha ria.

– Nós escondemos bem, tão bem que estão tentando nos juntar. – Barton fez a namorada rodopiar.

Lola e Steve passaram quase meia hora tentando acertar algum passo, mas foi tudo em vão.

– Desisto, Rogers. – A Stark ria.

– Eu disse que era um caso perdido! – Steve também ria.

Ele errava todos os quinze passos diferentes que a garota tentou ensiná-lo, Lola ganhou até um chute acidental, mas eles estavam se divertindo mais até do que teriam se divertido se ele tivesse conseguindo acertar os movimentos.

– Olha lá, a Natasha e o Clint estão super distraídos dançando, acho que é a nossa chance de ir embora de fininho. – Rogers comentou.

– É mesmo! Vamos, e seja o que Deus quiser! – Lola riu confiante nos seus poderes casamenteiros.

Aos poucos o Rogers e a Stark foram se aproximando da porta.

– Os dois estão nos deixando aqui. – Clint percebeu isso com sua habilidade de espião, menos desenvolvida que a de Natasha, obviamente.

– Deixa eles. – A ruiva que já estava quase se cansando de dançar sem parar comentou.

– Mas e a namorada dele? – Barton questionou.

– Você não sabe de nada, querido. – Natasha deu uma risada satisfeita.

[...]

Steve e Lola começaram a caminhar pelas ruas daquele bairro lado a lado enquanto um táxi não aparecia. Ele com as mãos nos bolsos e ela distraída e serelepe como sempre. Focar em tentar unir aquele casal foi eficiente para Lola parar de pensar no vídeo do seu pai. Para Steve aquela pequena caminhada trazia lembranças e pensamentos específicos.

Meses atrás eles caminhavam nas ruas de Nova York quando Lola era apenas uma XX-23, desconhecida, entretanto mais simples de se compreender. Agora ela era uma figura complexa, uma garota complexa, com defeitos e diversas qualidades. E sinceramente? Steve aprendeu a gostar mais dela agora. Quanto mais conhecia, mais se encantava por ela. Aquilo era errado?

Com certeza suas tentativas de diminuir seus sentimentos por ela foram falhas, mas agora nem faziam mais sentido, uma vez que ele ouviu dos próprios lábios dela de que nunca foi apaixonada por Loki. Ela não teria porque mentir, então se ela disse ele acreditava. Será que ela...? Será que ela poderia estar apaixonada por ele? Steve teve todos os sinais de que poderia. E Deus! Ela ficou uma fera quando ficou sabendo dele é de Sharon.

– Uma roda gigante! - Lola disse maravilhada, seus olhos brilharam ao se depararem com ela quando viraram a esquina de um dos quarteirões, era num parquinho.

– Você gosta? - Ele sorriu para a animação inocente dela.

– Adorava antes! Mas não podia mais subir a partir de uma época, limite de peso, sabe como é. - Lola explicou.

Em breves momentos, Steve se pegava esquecendo dessa fase da vida de Lola.

– Quer subir nela? - Steve sugeriu.

– Iria gostar muito! Faz anos. Mas já está fechando. - Lola apontou para o senhor desligando a máquina. A rua do parque estava parada, só havia Steve, Lola e aquele zelador.

– Espere aqui. - Steve se apressou para alcançar o velhinho e começou a conversar com ele, minutos depois ele balançou os braços chamando a Stark para vir até o brinquedo gigante, ele havia conseguido convencer o senhor a religar a roda gigante.

A garota correu contente, aquilo era uma forma totalmente inesperada de terminar a noite. Lola e Steve se sentaram juntos em um dos assentos, e a roda gigante começou a funcionar só para eles.

– Obrigada, Steve. - A garota empolgada disse ao ser movida pelo brinquedo entrando em movimento.

– Não por isso. - Ele respondeu contente em vê-la daquele jeito. - Afinal só consegui três voltas pra gente -.

– O que você disse aquele senhor pra ele nos deixar entrar? - Lola interrogou curiosa.

– Disse que devia um presente de aniversário especial para uma garota especial, minha parceira de dança. - Ele disse, o que fez Lola parar de sorrir encarando a paisagem se expandindo quanto mais eles subiam e encara-lo surpresa. - E é claro que paguei um extra a ele. - Steve deu um sorriso sem graça e desviou o olhar dela.

– Mercenário ele, não? - Lola riu também sem graça e depois voltou a encarar a paisagem, seu rosto ficando encantado e feliz mais uma vez.

– É assim que gosto de te ver, e não daquela forma que te encontrei no seu quarto ontem. - Steve tentou lutar contra a própria timidez.

– Que bom. - Foi o que ela conseguiu expelir quando se deparou com os Perigosamente Azuis mais uma vez, havia um tempinho desde que se sentira exatamente daquela forma diante deles.

– Sei que a noite foi planejada como uma missão para unir Natasha e Barton, mas sinto que devo confessar que me diverti bastante também. - Ele ainda a encarava.

– Eu também. - Lola engoliu a seco, estava se sentindo estranha. A proximidade, o olhar perigosamente azul voltou, as estrelas, um clima estranho, porém familiar, estava surgindo.

– É assim que eu me sinto sempre que estou com você. Você é tão... Tão diferente e especial, tão... Única. Me sinto grato por ter vivido para te conhecer, e queria que você soubesse disso. - Steve tomou coragem para falar aquelas coisas não sei de onde, talvez seja efeito da pequena altitude, quem sabe?

Lola escutava tudo surpresa. Steve ergueu uma mão e acariciou sua bochecha esquerda, ela paralisou assustada, temia o pior (ou melhor), e seus temores se confirmaram quando Rogers se inclinou na direção dela, seu rosto se aproximando do dela. Entretanto, sua investida foi interceptada pelas mãos da garota que fizeram uma barreira impedindo-o de se aproximar mais.

– E onde fica a sua namorada nessa história? - Ela questionou, um nó amargo na garganta.

– Qual namorada? - Steve perguntou atordoado, afastando-se após ter sido bloqueado.

– Sharon! - Lola o relembrou irritando-se.

– Sharon? - Steve expirou o ar dos pulmões antes de prosseguir. - Ela não é minha namorada, não tenho namorada nenhuma. -.

– O QUE? Como assim? Mas todos na agência estão falando isso, e você nunca desmentiu nada! - Lola estava confusa.

– Lembra do que te falei que não me importava que o resto do mundo pensasse que eu namoro você porque não ligo para especulações sobre minha vida pessoal? Era verdade, eu não ligo para o que dizem. Minha vida cabe a mim apenas. - Steve explicava.

– Então você e a Agente 13 nunca tiveram nada? - Lola refletia sobre o que Rogers dizia.

– Na verdade, eu e ela já tivemos algo no passado, mas isso foi há muitos meses atrás, muito tempo antes de você sequer ser descongelada. - Ele deu alguns detalhes desnecessários.

– Por que não deu certo? - Lola fazia mais perguntas do que deveria fazer.

– Sharon... Ela... Queria um relacionamento mais intenso, mais íntimo... E eu não estava disposto, não acho isso certo ou honorável. - Steve se explicava como se devesse tais informações, mas não devia.

– Oh!... Entendi. - Lola piscou, se sentia enganada, apesar de toda história ter sido criada em sua própria cabeça e a partir de um fuxico que Barton escutou. - Por que não me contou isso antes? Por que só agora? Você sabia que eu estava pensando que ela era sua namorada. -.

– Porque você não me perguntou nada, foi logo tirando suas próprias conclusões, qualquer coisa que quisesse ou quiser me perguntar eu responderia com a verdade. - Steve repetiu o discurso de Lola sobre Loki.

Mas a reação dela foi distinta da dele.

– Eu vou pra casa. Preciso ir pra casa. - Lola disse.


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Notas finais do capítulo

- 'Cause our love was made, made in the USAAAAAAAAAAAA ♪
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U.U
Aposto que não percebeu que ele nunca tinha dito com todas as letras algo sobre o que ele e a Carter tinham...
Bem, esse é o trailer do próximo capítulo:
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"Capítulo XIV - Razões Para Odiar Alguém
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No dia seguinte, Lola acordou muito mal-humorada, uma coisa que não costumava acontecer com frequência. Para falar a verdade, desde que foi descongelada nunca tinha acordado “virada do avesso” como naquela manhã seguinte à noite que havia descoberto que Steve e Sharon não eram namorados.
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Ela estava irritada e não sabia definir muito bem o porquê. Com certeza era por ter pensado por quase 24h que Steve pertencia a alguém, e os sentimentos que isso gerou nela não foram nada agradáveis. Estava aborrecida por ele não desfazer o mal-entendido logo, se sentia estranha, com um embrulho no estômago e vontade de bater em Rogers mais uma vez.
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Aquilo só provava o quanto eles eram diferentes, Steve pensou que ela gostava de Loki por dias, semanas! Mas quando descobriu que não era verdade, não sentiu raiva por ter se enganado, pelo contrário, foi um alívio gigante. Lola, entretanto, era mais impulsiva, era mais descontrolada do que ela mesma pensava.
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Estava irritada com o mundo inteiro, consigo, com Clint, com os fofoqueiros que falaram esse boato para ele, com Steve, e com a Carter que também não desmentiu nada. Durante o café da manhã, até Tony notou que Lola havia amanhecido bastante rabugenta, então não tentou fazer nenhuma de suas brincadeiras provocativas, apenas parabenizou a irmã por este ser o verdadeiro dia de seu aniversário."
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Posto o próximo sábado, mas posto antes se comentarem! :D
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Até mais! Beijoos