P.O.V Violetta Castillo

Ao chegar na sala, me deparei com uma cena horrível... León e Válery estavam se beijando. Fiquei sem chão naquele momento, deixei cair as três bolsas que antes se encontravam em minhas mãos, mas nem liguei. Corri até o bebê-conforto, aonde minha filha estava e o peguei, logo depois saí correndo pela porta enquanto lágrimas e mais lágrimas caíam de meus olhos.

Nem liguei para os olhares curiosos, surpresos e até mesmo maldosos que lançavam a mim enquanto eu corria desesperada até a saída. Só queria me refugiar em algum lugar que me fizesse bem.

Assim que saí do prédio, vi flashes sobre mim, mas não liguei para isso! Só queria sumir!

Já na rua, a chuva caía incansavelmente sobre mim e minha bebê que estava envolvida em uma manta rosa, ainda no bebê-conforto. Pensando na minha filha, apenas nela. Me abriguei embaixo à uma pequena varanda que eu encontrei, o dia que antes estava ensolarado, agora se encontrava totalmente nublado e com uma ventania muito forte.

De repente um pressentimento ruim me atingiu, me arrepiei toda, e passei as mãos pelos meus braços tentando fazer com que essa angústia que me atingia passasse. Percebendo que isso não estava dando efeito, dei um breve suspiro. Olhei para minha princesinha que dormia serenamente agarrada ao cobertor. Depositei um beijo em sua testa, e susurrei...

– Te amo meu anjinho, nos vemos logo, logo...

Assim que disse isso, vi uma camionete preta vindo com toda velocidade em minha direção, rapidamente, sentindo aquela sensação horrível novamente, empurrei o bebê-conforto para baixo de uma pequena mesinha que tinha na varanda. E uma lágrima caiu de meus olhos.

– É ela! - Disse o homem que havia descido do carro junto a outros dois. Logo depois senti algo tapando minha boca e nariz... Então tudo ficou preto...

P.O.V León Vargas

Enquanto Violetta estava no quarto arrumando as coisinhas da bebê, eu estava na sala junto a Válery. A mesma me olhava com um olhar malicioso e sarcástico. Depois de alguns segundo com aquela 'vaca', como diz Ludmila, ela resolveu dizer algo...

– Sabe, León... Eu juro que não entendo o que você viu naquela... Argh! O que ela tem que eu não tenho?! - Ela bufa.

– Sabe o que eu vi nela? Sabe o que ela tem que você não tem? - Arqueo a sobrancelha.

– Hum? O que?

– Eu vi nela tudo o que faltava em mim... Absolutamente tudo, ela é o ar que respiro, o motivo do meu sorriso todos os dias, a letra da minha música... Ele é a minha vida por completo! O que ela tem que você não tem? Ela tem amor ao próximo, compaixão, gentileza, simpatia, responsabilidade... Ela tem um sorriso maravilhoso, lindo, que faz qualquer um ficar nas nuvens... - Válery só faltava sair fogo pelo nariz. Diria muitas outras coisas caso ela não tivesse me interrompido.

– Tá! Tá! Tá! Chega! Cansei dessas baboseiras todas.. Tenho coisas mais importantes à fazer... - Ela diz e me agarra.

* * * *

– Meu amor, não está ouvindo esse barulho?! - Perguntou a mulher à seu marido.

– Que barulho Cecília?! Não estou ouvindo nada! - O homem responde confuso.

– Hum... Parece um choro de bebê! -Cecília diz.

– Você está louca! Venha, vamos terminar nossas malas pra irmos... - O homem diz revirando os olhos. Mas Cecília não liga pro que seu marido diz, e sai pra varanda, fazendo seu marido bufar.

– Simón! Olha! Um bebê! - Cecília grita e seu marido corre até lá...

* * * *

P.O.V León Vargas

– Você ficou louca sua doida?! - Me enfureci. Vilu acabou vendo quando a cobra da Válery me beijou e, aposto que entendeu tudo errado!

– Eu? Louca? Magina! - Válery ri sarcástica.

Não esperei mais nada, rapidamente peguei as bolsas da bebê e, saí mais que depressa daquele ninho de cobra.

Apertei no botão do elevador freneticamente. Assim que já estava no térreo, corri até a saída. Pus as sacolas no carro e logo depois entrei no mesmo. Estava chovendo forte e, Violetta não conseguiria chegar a tempo em casa, tanto ela quanto Crystal ficariam encharcadas e pagariam uma gripe horrenda! Saí dirigindo pelo caminho de casa, talvez eu a encontrasse no caminho. Enquanto dirigia, tentei ligar pro celular dela, mas dava indisponível! Conforme eu ia me aproximando mais de casa, mais desesperado eu ficava. Eu já estava quase em casa e, até então... Nada da Vilu e da Crystal!

Cheguei em casa e, deixei o carro de qualquer jeito na frente de casa. Saí do mesmo e, entrei correndo dentro de casa. Minha mãe, Ludmila e Sophie estavam na sala assistindo televisão, as três deram um pulo quando abri a porta, pois a mesma havia feito um estrondo. Subi as escadas correndo, fui primeiramente no nosso quarto, na espectativa de que ela estivesse lá. Mas nada! Fui em todos os cômodos do andar de cima da casa, quando percebi que ela não estava lá em cima, desci as escadas com o desespero a flor da pele. Minha mãe e Ludmila se encontravam de pé, olhando confusas pra mim quando cheguei e parei em frente a elas, ambas estavam um pouco assustadas, até que pergunto:

– Por favor. Me digam que a Vilu apareceu por aqui! Por favor! - Supliquei e elas se olharam ainda mais confusas. Entendendo isso como um "não", me sentei no sofá e pus as mãos no cabelo e deixei que as lágrimas caíssem.

– León. Filho. O que houve? Porquê você ta assim? - Minha mãe perguntou preocupada.

– Cadê a Vilu e a Crystal? - Ludmila perguntou.

– Não sei... - Digo enquanto as lágrimas insistiam em cair.

Contei tudo o que houve a elas e, ambas ficaram tão desesperadas como eu. Já era 19:00, chamei todos nossos amigos aqui em casa pra ajudar a procurar a Vilu e Crystal, havíamos percorrido o bairro, se não a cidade toda a procura da Vilu, fomos a antiga mansão Castillo, voltamos a casa da Válery, e... NADA!

Estavam todos desesperados...

Aonde ela deve estar?