Kaos - A Chave de Davy Jones escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 12
Eu tenho um Jarro de Terra !


Notas iniciais do capítulo

E adivinha o que tem dentro ;D



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Chegando ao Pérola Negra, Gibbs me ajudou a entrar e assim que dei algum passos para o meio do convés, Rato veio de não sei onde e grudou em minha cintura me abraçando forte.

– Aaah Pequeña Capitana, achei que tivéssemos perdido usted - ele disse meio chorando e eu dei uma risadinha, abraçando-o de volta.

– Nunca vão me perder Rato - eu disse consolando-o.

– Ele tem razão, não podemos perder mais um Capitão assim - disse Kyle se aproximando e abraçando nós dois com seus braços gigantes. - E Rato é assim mesmo, fez a mesma coisa quando Marina foi levada por um pássaro gigante e Simbad voltou com ela.

– Pobre Marina - disse Rato lembrando-se daquele dia e Kyle riu ainda mais.

– Viu... agora podem parar de me ameaçar de morte, correto? - disse Jack se aproximando de nós três.

– Ameaçar de morte?

– Eles disseram, gentilmente, que se eu não voltasse para buscar você eles cortariam a minha cabeça fora - disse Jack.

– Com certeza faria isso - disse Kyle apertando as mãos como se fosse dar uma soco e eu ri.

Jack subiu até a frente do timão, que Gibbs estava guiando e eu subi com ele.

– Então quer dizer que precisou de uma leve persuasão para me salvar Senhor Sparrow - eu disse me apoiando com uma mão e com a outra mão na cintura.

– Claro que não. Eu ia voltar de qualquer jeito, com ou sem as almas.

– Mas não seria por mim, certo?

Ele ficou me olhando com um sorriso desafiador e eu sorri de volta do mesmo jeito. Então eu lembrei do que Jones dissera sobre o coração dele disparar e toda essa baboseira e olhei para a madeira do navio pensativa.

– O que foi? - Jack perguntou.

– Nada, só que... ficar esse tempo no Holandês me fez pensar...

– Pensar em quê? - ele se aproximou de mim e eu olhei para ele.

Nossos rostos ficaram próximos. Pensar em quê? Em quê? Olhei para a boca de Jack, sua barba charmosa e seus lábios atraentes, seu nariz lindo e então encontrei seus olhos castanhos que também olhavam para os meus castanhos, meu coração começou a disparar, meu corpo sentiu uma necessidade de abraçá-lo e comecei a respirar de forma errada.

– Pensar em meus pais - eu disse.

– Seus pais... - ele não se afastou e nem eu. - E o que mais? - minha barriga começou a esfriar e minhas mãos a suar frio.

Quando ele começou a se aproximar ainda mais e eu a não negar sua aproximação, o Holandês surgiu de debaixo do mar e toda a tripulação se assustou olhando à bombordo. Acho que estamos bem ferrados agora.

– Pai do céu, livre-nos - disse Gibbs fazendo o sinal da cruz.

– Não se preocupem, eu cuido disso - ele disse passando por mim e Gibbs com um sorriso e com o jarro de terra em mãos. Gibbs e eu nos olhamos achando aquilo estranho. - Oi! Cara de peixe! - ele levantou o jarro de terra. Começou bem Jack. - Perdeu alguma coisa? Hem? Hem? - ele foi andando, eu ia avisá-lo das escadas, mas era tarde demais e ele caiu rolando escada abaixo, mas então ele levantou o jarro de terra e mostrou a todos. - Pegueei! - ele cantarolou e levantou em seguida. - Veio negociar, não veio seu idiota pegajoso? - Jack, Jack, Jack... cuidado... - Olha só o que eu tenho! Eu tenho um jarro de terra, eu tenho um jarro de terra e adivinha o que tem dentro! - ele começou a cantarolar como se fosse uma cantiga de criança.

– Já chega! - Jones gritou e as bocas das carrancas começaram a apontar seus canhões. Oh-oh....

– Para estibordo! - gritou Elizabeth.

Então o navio começou a ser puxado a estibordo para se afastar dos canhões do Holandês. Sr Gibbs girava o timão freneticamente e nós viramos rapidamente a estibordo e então uma bala de canhão passou por baixo, vindo da cabine do Capitão e destruindo a porta. Estamos muito ferrados. Uma outra bala de canhão passou perto de mim e de Gibbs. Me abaixei segurando a minha cabeça enquanto ela passava levando pedaços do navio. Tirei aquelas luvas pretas gigantes e as joguei longe. Aproveitei para tirar o cinto que cruzava em meu tronco, aquelas coisas estavam incomodando. Jack então chegou para tomar o timão e segurando o jarro de terra como se fosse um filho.

– Ótimo plano Jack - comecei a brigar com ele. - Nada melhor do que insultar a pessoa que quer te matar, sendo que nesse navio há três pessoas que ele odeia agora.

– Não tenho culpa se não foi uma garotinha comportada - disse ele sem olhar pra mim que ainda permanecia abaixada.

– Para a sua informação, eu fui comportada okay? Só que no fim das contas eu decidi vir embora com o Will, porque aquele navio era nojento - não sei se o que disse era completamente verdade, mas era válido.

Nós então paramos de receber tiros, olhei para trás e ele estava longe, era realmente bem mais fácil me movimentar sem aquelas coisas. Aproveitei e tirei a capa de cima dos meus ombros também, ficando só com as mangas bufantes e o meu top.

– Está ficando pra trás - disse Elizabeth.

– Sim! Nós o passamos! - disse Gibbs animado ficando entre eu e Elizabeth apoiado na beirada do navio.

– Somos mais rápidos? - disse Will parecendo meio surpreso.

– Contra o vento o Holandês nos devora, assim que ele pega suas vítimas, mas a favor do vento...

– Nós temos a vantagem - Will completou enquanto eu tirava a faca que ficava na frente da minha barriga, deixando ela exposta também.

Peguei meu chapéu de Capitã e já me sentia bem mais leve para me mover. Tudo bem que tinha muita pele exposta em mim agora, mas eu daria um jeito assim que nos livrássemos de Jones.

– Kay - Will me chamou quando Elizabeth e Gibbs saíram para comemorar e eu me aproximei. - Estamos longe deles.

Demorei um segundo para entender e comecei a sorrir.

– O Kraken - eu disse com os olhos brilhando.

– Kay, tivemos sorte da última vez - disse Will.

– Posso ter sorte da segunda também - eu sorri animada. - Quem sabe receber o Kraken não seja uma provação da minha marca?

– Kay, você enlouqueceu? Desde que saímos do Holandês você está estranha.

– Eu não estou estranha Will, você que não está acostumado com a Kay pirata. Tem muito tempo que não nos vemos, okay.

Então eles iam mandar o Kraken de novo e eu estava novamente pronta Jones, venha me divertir um pouco. Hahaha!

– O meu pai está naquele navio - disse Will se aproximando de Jack que estava orgulhoso em frente ao mastil. - Somos mais rápidos, podemos vencê-los, vamos voltar e lutar - e aí o Kraken não vem, pensei.

– Pra quê lutar se podemos negociar? Só precisamos da influência adequada - disse Jack colocando o jarro de terra sobre a madeira e tamborilando os dedos sobre a tampa.

Então o navio levou um baque, o Kraken estava à solta e o jarro de terra também, o que fez ele cair lá de cima e se espatifar no chão. Jack saiu correndo escada abaixo e começou a procurar na areia. Era para o coração estar ali dentro pelo que eu entendi das ofensas, mas pelo visto não estava e eu sabia quem o tinha pego. James Norrington... por isso ele saiu correndo com o baú, sendo que já tinha o coração em mãos e Jack permitiu por achar que estava dentro do jarro de terra. Ah que ótimo! Estamos mais do que mortos agora. Bem que a minha marca podia se manifestar agora, seria bem legal, deuses...

– Batemos num recife! - gritou o marujo porque o navio estava parado.

– Não é um recife! - gritou Will - Saiam das pontas!

– O que é? - Elizabeth perguntou nos braços de Will.

– O Kraken - eu disse seriamente e Jack me olhou assustado e depois olhou o meu corpo.

– Então é isso que vinha escondendo debaixo daquele monte de roupas - ele disse.

– Jack, estamos prestes a ser devorados pelo Kraken e você está prestando atenção nisso? - eu comecei a rir.

– Aproveitar a visão antes de morrer - ele riu comigo.

– A estibordo! Eu já fiz isso antes. Preparem os canhões e aguardem o meu sinal! - Will saiu gritando como a voz da experiência.

– Só pra constar ele praticamente não fez nada antes, eu sim lutei - eu disse de modo que só Jack ouvisse.

– Capitã, vamos mesmo encarar essa briga? - disse Kyle.

– Estamos envolvidos também, na verdade, eu estou. Roubamos uma coisa do Holandês e... Jones acabou me tratando bem e eu fiz uma coisa ruim. Então, sinto muito mas teremos que enfrentar o Kraken ou sair fora no momento oportuno - eu sorri e Kyle sorriu comigo. Kyle fez um sinal para Rato que eu não sabia, mas devia estar passando a mensagem de cair fora no momento oportuno.

Tudo estava uma bagunça, os marujos corriam pra lá e pra cá para preparar canhões e velas. Jack segurou meu braço despistadamente.

– Vamos embora? - ele perguntou sutilmente.

– O quê? e deixar todos aqui para morrer sendo que a culpa é nossa?

– Sim - disse Jack tranquilamente depois de fingir pensar por alguns segundos.

– Desculpe Jack, eu não consigo fazer isso, não posso abandoná-los.

– Sabe Kaos eu acostumei a ter você comigo, lutando e saindo de confusões, você entende meu plano facilmente, seria muito difícil te deixar aqui.

– Mas eu sobrevivi ao Kraken uma vez, posso sobreviver de novo. Mas você pode ir Jack. Estou desapontada com você, mas pode ir. Você é bem covarde, mais do que eu pensava.

– Espera, você me achava covarde?

– Estou ocupada tentando salvar pelo menos os meus marujos okay? - soltei meu braço de Jack e fui para o meio da confusão aguardar pelo Kraken, sem olhar para Jack novamente e sim, eu realmente estava decepcionada com ele.

Então os tentáculos começaram a subir pelo navio. A maioria e até Elizabeth estavam apontando lanças para as bordas dos navios. Eu tirei a minha espada, peguei outra que usei do lado oposto e estava preparada para o ataque e agora eu não estava animada, estava com raiva e estava com raiva da minha raiva, porque o motivo da minha raiva era porque Jack foi embora e nos deixou aqui de maneira covarde. Sim, ele tentou me levar, mas eu não podia fazer isso, eu sou uma pirata, mas tenho meus princípios, tenho as qualidades que me orgulho que é o de não abandonar meus amigos em problemas que eu os meti, principalmente meus queridos marujos Kyle e Rato. A raiva tomava conta de mim, uma raiva duplicada por me importar com as atitudes covardes de Jack Sparrow e me decepcionar.


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