–Isso é alguma conspiração, Coulson? - perguntei ao telefone.

–Não ainda...porque?

–Vou ter que fazer missão com ele denovo?

–Relaxa, essa vai ser a última, e você volta pra casa...

–Puta merda... - disse bufando. - Ok, Coulson, depois de amanhã, acho que a missão já deve estar pronta... - confirmei, finalmente finalizando a ligação.

Me joguei na cama e fiquei resmungando por um bom tempo. Coulson só podia estar de brincadeira comigo.Duas missões, logo com Grant. Nossa, legal isso. Mas não tinha o que reclamar.Já é tarde demais. Quer saber? Vou parar de evitar ele. Se ele realmente não importa nada pra mim, por que me preocupo? Vou é dizer "Foda-se" pra tudo!

Levantei da cama, arrumei minha roupa em frente ao espelho e fui até a cozinha, pois fiquei tão nervosa com a missão, que esqueci que tinha que tomar café da manhã.

Na verdade, eu não tomava café da manhã, eu tomava um café e pronto. Peguei uma xícara e enchi ela com o café que estava na cafeteira e bebi metade em um só gole.

Peguei meu celular pra ver se havia alguma mensagem, mas não tinha nada.

–Vou ficar no tédio hoje... - resmunguei pra mim mesma.

–Falando sozinha? - Tripp perguntou enquanto entrava na cozinha.

–Mais ou menos... - respondi terminando de tomar o café.

–Você não morre tomando tanta cafeína não?

–Não...na verdade, isso me acalma... - respondi colocando a xícara na pia. -Sem falar que meu corpo tem metabolismo rápido, então não tenho muito o que me preocupar sobre essas coisas...

–Sorte sua, eu tenho que vigiar minha alimentação... Isso é bem chato as vezes.

–Bom, sou mulher, então tenho bastante sorte... Nem sinto cólica nem nada...

–Deve ser bom pra você ser mutante...

–Nesses aspectos, sim... porque de resto... - murmurei indo em direção a porta.

–Como assim? - Trip perguntou por fim. -Longa história, agente Tripplet... - respondi, finalmente saindo da cozinha.

Agora, meu rumo era o quarto do Ward, conversar sobre a missão com ele. Acho que essa vai ser a primeira vez desde que terminamos que eu vou falar com ele assim, tão confiante.

–Então... - disse entrando em sua cabine. - Vamos falar sobre a missão.

–Hey, não bate mais não? E se eu estivesse pelado?

Soltei um longo riso pelo nariz.

– Sinto lhe dizer, mas não tem nada ai que eu já não tenha visto... - Disse com um sorriso nos lábios enquanto sentava em sua cama.

–Ah sim, me lembrei disso... - o agente se sentou ao meu lado, já percebendo que eu iria entrar em sua brincadeira.

–Mas é serio, qual o plano?

–Bom... pensei no de sempre, nos passamos por um casal, etc e tal...

–Tá, ok... mas eu quero estrátegias... Isso é importante. Eles querem o meu sangue e o de Luke para fazerem armas. - Bufei irritada, já me levantando da cama.

–Rose, eu sei sua preocupação, mas lembre que minha promessa ainda é válida. Eu vou te proteger.

–Ward... - me virei pro agente, surpresa por ele ter dito aquilo. - Eu sei disso. Mas você tem que entender. Essa batalha é minha. Não posso te colocar em risco. Nem você, nem ninguém.

–Tá, ok... pode ser... Mas não tem outro jeito, nós...

–Nós vamos vigiar tudo, e no final, eu cuido do resto. - falei, pondo enfâse na ultima frase, enquanto fazia uma referência com o dedão apontando para mim mesma. Ward apenas revirou os olhos e concordou.

* * *

–Chegamos? - perguntei olhando o endereço num papelzinho.

–Deve ser... - Grant disse, pegando as malas. -Acho bom. Olha, vou fazendo as reservas e você pega tudo ai... - disse me afastando e entrando no hotel.

Nos estavámos em Paris, e após 5 horas de viagem, finalmente chegamos.

–Com licença... - me aproximei da mulher na bancada. - Vim fazer a reserva...

–Nome? - A moça perguntou, já pronta para digitar em seu computador.

–Chloe Monterez. -Ah, reserva com acompanhante por 2 dias? - ela perguntou, arrumando seu óculos com o dedo indicador.

–Sim. Essa mesma. -Aqui estão as chaves. - A mesma disse me entregando um par de chaves que tinha uma uma identificação escrita "470".

–Obrigada. - Disse por fim, indo em direção a Grant.

–Vamos... Quarto n° 470. - disse, enquanto já subia as escadas.

* * *

Já havia minhas coisas. Agora, eu estava me preparando para ir dormir. Ir dormir na mesma cama que meu ex. Rose, sua vida amorosa está realmente foda!

Vesti uma camisola, que ia até em cima da coxa e que era larguinha, porém o tecido caía bem sobre o meu corpo. Ele era roxo e praticamente de renda, com um forro de seda por baixo. Lembro que comprei ela nas minhas férias em Dubai.

Escovei meus dentes, passei creme hidratante no rosto, pulsos e pescoço, e fui até o quarto principal.

–Até que Coulson não foi tão cruel na hora de escolher o hotel... - disse indo até o frigobar. - Pelo menos, tem champagne...

–Agora não é hora de beber... - Grant repreendeu enquanto saia do 2° banheiro que havia ali.

Ele estava com uma calça de moletom e sem camisa. Um pouco sem graça, virei o rosto de lado, pois tinha certeza que eu estava vermelha.

–Bom, e aqui não é lugar de tirar a camisa... - resmunguei, fingindo olhar as informações no rótulo da garrafa.

–Bom, você mesma disse que não há nada no meu corpo que você já não tinha visto, então, por que está tão incomodada? - Grant perguntou, me olhando de canto com a sombrancelha arqueada, já indo pra cama.

–Eu disse que não havia nada que eu não tenha visto, não disse que queria ver denovo... - respondi guardando a garrafa no frigobar, e indo para a cama junto a Grant.

– Olha... - disse me deitando e me cobrindo com um cobertor branco que havia no pé da cama. - As regras são essas: Nada de toques e nada de agarração... - disse por fim, me virando pro lado oposto e fechando os olhos.

–Okay, okay, okay, eu já sei disso. - Ele resmungou e apagou a luz, me fazendo cair instantâneamente no sono.

* * *

–Rose! Rose! Saia daqui rápido!

–NÃO, EU NÃO VOU SEM VOCÊ, PAI! - Gritei tentando controlar as lágrimas. - Eu te tiro dai! - exclamei me aproximando dele.

–Vá enquanto dá tem...

–PAAAAAAI - Gritei o mais alto possivel, caindo no chão, chorando. Não tinha chegado a tempo. Ele havia levado um tiro no coração. - Pai, não faz isso comigo...

Me aproximei do seu corpo estirado no chão. Apoiei sua cabeça em minhas pernas, e acariciava seu rosto, e finalmente o abracei. Agora o local estava silencioso. Só se ouvia meu choro e os passos frios da pessoa que havia matado meu pai.

* * *

–Rose! ROSE! - Ward me secudia com força.

Acordei totalmente assustada. Com a respiração ofegante e lágrimas caindo dos meus olhos.

–Que porra é essa, Grant?

–Eu é que pergunto! Você começou a gritar pelo seu pai...

–Ah... - murmurei aliviado, retomando minha respiração ofegante e passando a mão pela testa. - Foi... foi só um pesadelo, ok? Desculpa ter te acordado... agora, vamos dormir, e esquecer isso todo...

–Rose,você está bem? - Grant perguntou, tentando procurar meus olhos enquanto eu me ajeitava na cama.

–Sim... não se preocupe...

–Você sabe que eu sei quando está mentindo, não é?

–Eu sei. Mas eu não estou mentindo. Obrigado pela preocupação mas... - Parei de falar quando percebo que Ward estava me olhando fixo. Aquele seus olhos castanhos, que eu amava, e que nenhum olho de qualquer cor poderia imitar. Eu fui me aproximando dele aos poucos, sem pensar muito nas consequências. Quando me toco, percebo que seus lábios estão juntos aos meus.

Isso era tão errado. Mas eu sinceramente não ligava pra nada. Já correspondendo o beijo,coloquei meus braços em volta de seu pescoço,como que tivesse medo dele sair de perto de mim. Num momento, ele se deitou em cima de mim. Como eu senti falta disso. Como meu corpo se encaixava perfeitamente com o seu. Grant já estava sem camisa, e eu só estava vestindo a camisola. Não demorou muito para que ambos ficassemos apenas de roupa intima. Eu não ligava pra missão. Pra Clint. Pra nada. Eu apenas ligava o quanto eu queria aquele agente me fazendo lembrar dos velhos tempos.

* * *

–Alô? - perguntei sonolenta ao telefone.

–Rose?

–Clint, amor... - disse feliz,abrindo um sorriso no rosto.

–Quando você volta? -Provavelmente, hoje de madrugada. Carente, Barton? - murmurei com sarcásmo na voz.

–Você só vai saber saber quando chegar aqui...

–Hum...me espere então... - disse com um sorriso malicioso. - Agora eu tenho que desligar. Beijo, tchau. - Falei desligando o celular e o colocando na comôda ao lado.

Fui tentar me levantar da cama, e logo percebi que eu estava coberta apenas por um cobertor branco e fino. Ward dormia virado para o outro lado.

Eu não sabia se estava feliz ou arrependida. Na verdade arrependida eu não estava, mas é que eu estava mal por Clint, acho que ele não merecia isso, ele confiou em mim e eu dei essa mancada, mas eu não posso mais negar a mim mesma de que o homem que eu amo é o Ward, sempre vai ser ele, minha relação com Clint era mais de amizade do que de amor, eu sei que ele me ama, mas eu o amo como um amigo, como um irmão e não como um namorado.

Com esse pensamento Rose liga na recepção e pede o café da manhã e vai fazer sua higiene matinal, assim que a água gelada se choca no corpo de Rose ela volta a pensar na noite passada, ela lembra do quão realizada ela se sente nos braços do Ward, mesmo depois de tudo o que ele fez ela ainda o ama e que ele nunca vai deixar ninguém fazer qualquer mal a ela, mas esse é o problema, ele sempre se colocava em perigo pra salvar a vida dela e ela não consegue se imaginar sem nunca mais poder olhar para aqueles olhos castanhos que ela tanto ama.

Rose sai do banho e encontra um Ward tomando café da manhã vestindo somente uma cueca box preta.

– Vejo que a Bela Adormecida já acordou! - Rose diz se sentando de frente pra ele.

– Eu não sou a Bela Adormecida, eu sou uma pessoa normal que dorme 8 horas e não um mutante que não sente sono nem nada! -Ele responde sorrindo

– Pois então como vamos fazer hoje? - Ela pergunta se servindo de café

–Eu tava pensando que nós podíamos nos passar pelos traficantes de mutantes, pois pelo que eu tenho visto nos relatórios sobre eles, eles são meros fantoches que só fecham os negócios então não vai ser tão difícil nós prendermos eles e assumir suas indentidades, afinal na Cybertek ninguém nos conhece. -Ward diz tomando mais um gole do seu café

– É uma boa ideia, mas como nós vamos fazer pra tirar o Ryan de lá?

–Essa vai ser a parte mais fácil, nós falamos que já estamos com daí.Nós falamos que já estamos com dois mutantes na van e pedimos pra que ele nos acompanhe, não o vai ter o por que dele desconfiar, ou também nós atiramos nele retiramos ele do prédio, não vai ser difícil, vai por mim. -Ele diz se levantando da mesa. - Bom eu vou tomar um banho qualquer coisa é só chamar.

POV' WARD

Meu deus, como eu sentia saudade de ter a Rose só pra mim, eu não queria fazer mal nenhum à ela, eu nunca amei ninguém como eu amo a Rose, e ontem foi só a prova de que ela ainda também me ama, mas eu conheço a Rose o suficiente pra saber que ela não quer magoar o Clint, mas se eu ver ele eu vou fazer ele engolir flecha por flecha, eu quero matar aquele arqueiro só de pensar nele com as mãos na minha Rose e eu achei que ele tivesse a mínima consideração por mim, mas o que importa é que agora eu estou mais perto de ter novamente a mulher da minha vida em meus braços.

POV' OFF

Ward sai do banheiro e encontra uma Rose vestida de shorts jeans, regata branca e all star de estrela azul.

– Vai sair? -Diz ele indo em direção as suas roupas para achar algo pra vestir - Nós vamos sair, vamos conhecer a cidade, não podemos simplesmente sair sem saber pra onde estamos indo.

– Ok, eu vou me vestir e nós ja vamos. Rose, sobre ontem à noite eu quero que você saiba.... -Ele ia dizendo com um sorriso safado quando Rose o cortou.

– Ward, eu to com o Clint e ontem foi um erro, eu não quero fazer ele sofrer, porque eu sei o quanto é difícil sofrer por amor e por ser traída.

– Rose, você ainda acha que eu te trai? Você não percebe o quanto a gente ainda se ama? Ontem foi a prova disso, não o venha me dizer que foi um erro porque você sabe que não foi, Rose vamos tentar denovo, eu nunca quis te magoar e eu te conheço o suficente pra saber que você não ama o Clint, não como um namorado. Eu vi como você ficou quando me viu aquele dia com aquela cientista da Cybertek, Rose, por favor me dá mais uma chance.

–Ward, não é tão fácil assim, também tem o Clint e eu não sei se confio novamente em você, depois de tudo o que você fez, você traiu a sua equipe, você traiu as pessoas que eram a sua família, você me traiu...-Ela não aguentou mais e chorou,

–Não Rose, eu nunca te trai, nem ao menos pensei em te trair, você é a coisa mais importante da minha vida, você é meu bem mais precioso. -Ele diz se aproximando. - Você é a mulher da minha vida Rose! -Ele não resiste e a beija, um beijo calmo e sutil, que em poucos minutos se torna em algo mais intenso.

Ela vendo onde isso iria parar interrompe o beijo

–Ward, esse não é o lugar nem o momento certo pra falarmos sobre isso. Vamos conhecer a cidade e depois vamos acertar os últimos detalhes da missão.