Caminhando Com A Morte - Hiatus escrita por Saibotris


Capítulo 4
Enganados


Notas iniciais do capítulo

Oooi minha gente. Bem, eu ia postar esse capítulo no mesmo sábado que eu postei aquele, porém, não consegui escrever tudo, depois, vi que o que tinha escrito não tinha sentido e reescrevi tudo.
Espero que gostem, se houverem erros me avisem.



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– Não. – Daniel mantinha a postura inabalável e orgulhosa de sempre.

Não que não quisesse o local, ele realmente cogitava na possibilidade de acompanhar Antony, porém, não seria loucura demais ir para a um lugar qualquer com um estranho qualquer? Daniel já havia perdido pessoas demais em toda a sua vida, perdeu seus pais para o tempo, perdeu amigos para a guerra, perdeu uma irmã para o aborto, perdera tudo e todos para o apocalipse. Ele não conseguia perder ninguém sem perder a si mesmo, nunca conseguiu. Tudo o que restara era sua família, e sua família sempre foi tudo.

Não? Cara, você tem filhos. – Antony disse dando ênfase à última palavra, o que causou uma certa desconfiança em Daniel, como um completo desconhecido saberia que ele não tem apenas um filho? Poderia ser apenas coisa de sua cabeça, mas prevenir sempre foi a solução, e agora, não podia colocar nada, nem ninguém em perigo, ou melhor, mais perigo – Você precisa de um lugar fixo, eles precisam de um crescimento saudável.

Crescimento saudável? Crescimento saudável? Sério, cara? Você dormiu nos últimos meses, ou o quê? – Agora Daniel começava a perder sua típica postura, não tão inabalável. A raiva começava a transparecer – Você está de brincadeira comigo, né? Você viu o nosso mundo? Meus filhos viram coisas que nunca deveriam ter visto, meus filhos passaram por coisas que nem eu gostaria de ter passado! Eles fizeram coisas que ninguém deveria ter feito a vida inteira, porém, não podem se arrepender por isso, pois, se não fossem essas atitudes, eles não estariam vivos! Eu sei o que é melhor para a minha família, e eu faço o melhor por ela.

– Calma... – Um sorriso começava a transparecer por seus lábios – Muita calma, Daniel. Eu apenas me preocupo com Sarah, e seu dom. – Daniel não acreditara no que acabou de ouvir: aquilo era uma cilada – Me preocupo tanto que, querendo ou não, vocês irão conosco.

Daniel rapidamente colocou a mão em seu coldre, mas, antes que pudesse fazer algo, Antony levantou sua arma, sem perder o sorriso.

– Se eu fosse você, eu não faria isso. – Obviamente, se referia a sua família, que observava tudo do carro – Jogue a, ou as, armas no chão, e vire-se lentamente.

Daniel, sem hesitar, seguiu as regras, ainda se culpando por ser tão estúpido, porém, ao virar-se se sentiu mil vezes pior: lá estava sua família dentro do carro, cercada por aproximadamente dez homens, todos robustos e armados.

A raiva consumia Daniel. No carro, todos já estavam acordados, o pai conseguia vagamente ver Sarah aos prantos sendo consolada por John, enquanto a mãe, Aileen, tentava esconder o medo, que já estava estampado em seu rosto.

– Saiam do carro, um por um, mãos na cabeça. Armas no chão. E nem se atrevam à tentar fazer algo, ou eu estouro os miolos do papai querido. – Antony disse, puxando Daniel pelo pescoço e o prendendo em seus braços, fazendo-o de refém.

O fato é que com Daniel sendo feito de refém ou não, obedeceriam. Não apenas por medo, mas também, para manterem-se vivos. Loucuras podem ser feitas quando uma arma está apontada para sua testa.

– Se você os machucar, eu te mato. – Sussurou Daniel, desafiando o homem.

– Não se eu te matar antes. Eu posso fazer isso agora... Porém não vou.

Um por um, todos saíram do carro. Sarah fitava o chão, tentando conter suas lágrimas, enquanto John a abraçava. Aileen estava com os olhos marejados, tentando manter a calma, que nesse momento era inexistente, fitava o marido, não para o culpar, mas sim para montar um plano mental de como fugir de tudo o que estava acontecendo.

Um homem, branco, não muito alto, roupas mal-trapilhas, superior aos outros, porém inferior à Antony, tomou a frente e fitou cada membro da família,então, voltou a frente de Sarah. Esticou uma das mãos e tocou o rosto da garota, a qual, em vão, tentou recuar, um sorriso malicioso tomou conta de seus lábios.

– Você é tão bonitinha...

– Não se atreva. – John se pôs a frente da irmã.

– Não se meta em meu caminho. – O homem o empurrou, fazendo-o cair no chão.

Sarah olhou para o irmão no chão, e moveu os lábios dizendo as palavras “Me desculpe” sem soltar som algum, o jovem levantou-se em silêncio, tentando conter a vontade de matar aquele homem com suas prórpias mãos da maneira mais torturante possível.

Logo, o homem voltou-se à Aileen. A analisou por alguns segundos, sem dizer palavra alguma para a moça, caminhou na direção de Antony.

– Estúpidos, caíram no lance do cachorro. – Disse mais para si mesmo, porém despertou uma pontada de culpa em Sarah – Vamos, Antony? – Falou enquanto colocava a coleira no animal.

– Vamos, Ethan. Amarre-os. – Antony revelou o nome de seu ajudante, e parecia realmente não dar a mínima para isso. Ethan cumpriu a ordem em silêncio, amarrou as mãos de cada um dos familiares com uma corda, então puseram-se a andar em silêncio.

– Para onde nós vamos? O que vocês farão conosco? – Acabou por fim com o silêncio, Sarah.

Todos queriam saber a resposta dessa pergunta, porém, temiam a resposta.

– Você logo descobrirá, Sarah. – Disse algum dos homens, a garota tentou descobrir qual, mas não conseguia, era muita gente. Como eles sabiam seu nome? Estavam os espionando à quanto tempo?

Andavam pela estrada abandonada, o sol estava escaldante, tentando acabar com qualquer ser que fosse atrevido o suficiente para sair da sombra.

Depois de aproximadamente quinze minutos de caminhada, pararam na frente de duas vans. Se dividiram, Antony em um dos veículos, com Daniel, John e alguns de seus homens, enquanto, Ethan ia no outro, com Sarah, Aileen, e o resto dos homens.

A viagem de Antony era silenciosa, era assim que gostava. Alguns de seus ajudantes conversavam, o que abafava os sussurros de Daniel e seu filho.

– O que vão fazer com a gente? Tortura? Acho que não... Eles vão matar a gente. E Sarah? Mãe? Eles vão estuprá-las, nós temos que fazer algo. – O jovem falava muito, demonstrando seu nervosismo.

– John, calma. Quer dizer... – O pai fez uma longa pausa – Eu estou tentando... Eu não sei o que fazer, mas eu sei que vou salvá-las. Nem que minha vida dependa disso.

Na van de Ethan, os gritos eram constantes, os homens competiam para ver quem ficaria com a garota e quem ficaria com a mulher, apesar de saberem que quem realmente decidiria isso seria Antony e/ou Ethan. A gritaria era tanta que as duas podiam conversar sem se preocupar, ninguém ouviria. Era difícil ouvir até o que elas mesmas diziam.

Sarah fitava a mãe, desde que acordara não conseguia parar de chorar.

– Quando a gente descer... Eu os distraio, você corre, entendeu Sarah? – Aileen a encarou, séria.

– Oi? – Respondeu confusa.

– Você corre, entendeu? Corre para o mais longe que conseguir, sem parar e nem olhar para trás.

– E você, mãe? E meu pai? E o John? – Sarah tentava evitar as abundantes lágrimas.

– Querida, eu te amo. – Aileen deu um beijo em sua testa – E às vezes nós nos sacrificamos por amor.


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Notas finais do capítulo

E aí? Digam o que acharam, o que pode melhorar, o que gostaram ou não, críticas construtivas serão bem recebidas.
É isso, chuchus.



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