Caminhando Com A Morte - Hiatus escrita por Saibotris


Capítulo 3
Um cão e uma visita


Notas iniciais do capítulo

Bem, primeiramente quero agradecer à MissPanda e Paul por terem comentado o outro capítulo. E principalmente à Sarah Chase, pois os seus comentários me levaram aos céus, eu fiquei pulando de felicidade, e eu sinto que qualquer resposta que eu tente dar não estará mostrando o quão grata realmente fiquei por ter uma leitora como você. Também quero agradecer às minhas amigas Vivian e Alessandra que ficaram pedindo para ler a história, confesso que se não fossem elas eu não teria me animado para postar.
Era para eu ter postado esse capítulo ontem, porém eu fiquei doente na quinta e fui dormir cedo, tipo, 14hrs e me levantei apenas no dia seguinte às 6hrs para ir à escola, APENAS 16 horas de sono. E juro que tentei escrever tudo ontem, mas não deu porque meu pai queria usar o computador e eu ainda não tinha escrito nem metade do capítulo. Digamos que tomei o remédio e dormi apenas 12 horas, assim que acordei já vim pra cá escrever.
Ah sim, quero deixar claro para todos aqui que sim, futuramente Sarah se encontrará com o grupo do Rick, e que ela terá um romance com o Carl, apenas estou arrumando essas coisas detalhadamente, mas acho que já sei como farei isso.
Darah.



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Sarah dorme com o cão aninhado em seus pés, a garota realmente o queria, mas John tinha quase certeza de que seus pais não iriam ficar com o cachorro, não gostavam de comentar com a garota para não preocupá-la, porém, estava muito difícil arranjar comida, a última coisa de que precisam é de outra boca para alimentar.

Ficou tudo em silêncio. Nesse momento eram apenas John e seus pensamentos. O jovem nunca fora muito de falar sobre isso, mas se sentia sozinho neste momento, ele tinha sua família por perto, porém não tinha mais seus amigos. Obviamente, ele tem uma amizade com sua irmã, porém isso a sensação não era a mesma, era uma intimidade diferente. Todos os seus amigos se perderam quando o apocalipse começou, talvez antes mesmo disso, pois o adolescente já duvidava no quão verdadeiras eram suas amizades. Sempre se perguntara aonde os outros teriam ido parar, se teriam morrido, ou se ainda estavam por aí, lutando por sua vida.

Olhou novamente para a irmã que estava aconchegada em seu abraço, perguntou para si mesmo quanto tempo dormira para ela estar tão grande, parecia que fora no dia anterior que seus pais haviam lhe contado que a mãe tinha um bebê na barriga, e que John fez um tremendo escândalo falando o quão errado era comer bebês, que a mãe seria presa e isso não poderia acontecer pois ele a amava.

Nesse momento se perguntou também o que aconteceria caso o apocalipse não tivesse começado, será que de alguma maneira esse dom de Sarah mudaria? Será que a garota morreria sem descobrir tal poder? Quantas pessoas morreram sem saber desse poder? E quantas outras pessoas poderiam ter esse poder? Uma? Duas? Nenhuma? Centenas? Eram perguntas que talvez ele nunca descobrisse a resposta.

John já estava cansado, porém, pela primeira vez em semanas, seus pais dormiam calmamente, sem acordar com qualquer ruído. O adolescente já estava preocupado se eles não teriam um surto do nada por conta do estresse, mas descansar já era um grande avanço. Um enorme avanço.

De minutos em minutos olhava pelas janelas para ver se estava tudo bem, não sabia se agradecia por ver o mesmo cenário, ou se ficava irritado por isso, o tédio já o dominava. Sentia falta de tudo normal, sentia falta de poder passar a madrugada inteira jogando ou ouvindo música, sentia falta dos estudos, do nervosismo que tinha quando as provas chegavam, mas do alívio maior ainda ao ver as notas finais.

Sempre fora um garoto organizado, não ao ponto de fazer um plano para cada dia da semana, ou de ter um quarto impecável, ou sem notas menores que seis, porém organizado o suficiente, era a medida certa de organização.

Iria começar a estudar pedagogia, sempre quis ser professor, queria ensinar para os jovens, queria repassar conhecimentos, fazer os estudos serem algo divertido para todos, mas então o caos começou, talvez o que mais tivesse o irritado foi ter dedicado praticamente toda sua vida aos estudos e agora eles não serviriam para quase nada. Aliás, já estava cansado de ter a vida baseada em quases, ele quase começou a faculdade, quase conseguiu um emprego, quase comprara seu carro novo, quase terminara de pagar seu computador, quase se casara com a garota errada, eram tantos quases e quase nenhuma certeza. Agora haviam menos certezas do que antes.

Seu pai, Daniel, acorda, olha para os filhos e não consegue conter um sorriso ao ver suas quase duas crianças abraçadas. John sem explicação alguma também sorri, mas a maré de sorrisos acaba ao pai ver o cachorro deitado sobre Sarah.

– John, me explique isso. Agora. – Diz com o típico tom rígido.

John fica em silêncio por alguns segundos tentando achar alguma resposta apropriada e que ajudasse Sarah a ficar com o animal, então, finalmente solta as poucas palavras que arranjou.

– Nós achamos ele de madrugada na floresta. Não, nós não estávamos saindo, – O jovem antecipou ao ver a cara de fúria do pai – apareceu um zumbi na janela, e eu fui matá-lo, então, ouvi um barulho na mata e esse cachorro saiu de lá. Não podíamos deixá-lo lá para morrer, certo?

– Errado. Nós mal temos comida para nosso próprio consumo, John.

– É que... Sei lá. A Sarah parecia bem animada ao vê-lo, fazia muito tempo que eu não a via animada dessa maneira, eu só queria ver minha irmã feliz.

– Despedidas curtas, menos sofrimento. Vamos, me ajude a levar essa coisa para fora. – O pai disse fazendo um sinal.

– Não. Eu não quero estar envolvido nisto, não quero estar envolvido no sentimento de tristeza da Sarah quando acordar e não ver o animal, se você quer tirá-lo daí vai ter que fazer isso sozinho. – John virou-se olhando para o lado oposto do pai, a chantagem emocional teria funcionado se fosse sua mãe, mas, como seu pai era do exército, na situação atual ele era o sargento, e o sargento decide o melhor para o exército.

O fato é que John e Sarah às vezes sentiam raiva do pai, foram muitos anos que ele passara fora de casa para estar em guerras, lutando por pessoas que nem ao menos sabiam da sua existência ou se importavam com ele. Os dois tiveram uma figura paterna muito ausente em suas vidas, e agora ainda sentiam a ausência dessa figura, pois, ao invés de terem um pai, tinham um sargento, um comandante.

Sozinho, Daniel carregou o cachorro para fora do veículo, o animal fez um pouco de barulho, e logo alguns ruídos saíram da mata, o homem já se irritou ao ver outro cachorro saindo do local, dessa vez era um grande, de pelos negros e brilhantes. Depois viu que o animal estava preso à uma coleira, logo atrás dele estava um homem alto, negro, seus músculos eram definidos e sua roupa era desgastada e velha, porém não parecia suja.

Logo, o cão que estava próximo a Daniel correu em direção ao outro homem, pulando em seu colo, ambos pareciam felizes, como um reencontro, deixando John, que observava do carro, e seu pai confusos.

– Você encontrou meu cão? – Disse por fim o desconhecido.

– Sim. – Daniel respondeu sem ênfase, cruzando os braços.

– Prazer... – Dizia se aproximando – Sou Antony. – Estendeu a mão como forma de cumprimento.

– Prazer. – Respondeu novamente sem ênfase, recusando o cumprimento.

– Não vai me dizer seu nome? – Antony esperou, e entendeu o silêncio como uma forma de “não” – Aquela é sua família? – Disse apontando para o carro – Vocês tem um grupo?

– Sim, aquela é minha família, e ela que é meu grupo. – Daniel disse sem perder a postura.

– Eu tenho um grupo, um lugar... Vocês gostariam de nos acompanhar? – O homem por fim disse, da forma mais amigável possível.


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Notas finais do capítulo

Então, acham que Daniel aceitará a proposta de Antony? O que acharam do capítulo? Eu o revisei duas vezes, mas se tiver algum erro que passou despercebido por favor me avisem para eu consertar!
Talvez eu poste outro capítulo hoje por motivos de ser sábado. Talvez o próximo capítulo saia só amanhã. Talvez o próximo capítulo saia apenas segunda. Quanto mistério. Muahaha.
Darah.



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