Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 19
Capítulo Dezoito - O Silêncio de Castiel


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ♥



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Castiel tinha que fazer alguma coisa.
Seus sentidos lhe diziam para arrancar aquela porta branca e acabar com a raça de Armin. Mas, sua cabeça continuava a insistir na aposta. Como Natsumin poderia ter se deixado ser beijada por Armin. Armin? Como?!
Ele havia tentado beijá-la. Eles estavam sozinhos no clube de jardinagem e ele havia até fechado os olhos. Mas ela havia fugido. Como sempre.
Mas então o que o levava a pensar nela assim tão... Frequentemente? O que o levava a sentir imensa raiva quando a vira com Armin? Quando ele a havia... Beijado. Droga. Natsumin estava beijando um cara. E, por um momento, Castiel indagou-se porque aquele cara não poderia ter sido ele.
Ele observou os cabelos negros que ainda corriam sumirem assim que ela virou a esquina. Ele cerrou um dos punhos e socou o poste de luz à sua frente. Não havia se importado com a dor. Já havia sofrido piores.
Castiel respirou fundo. Depois começou a correr.
***
Natsumin se deixou levar pela noite fria. Ela arquejava e suspirava, tentando controlar a respiração enquanto corria. Seus passos eram leves por causa das sapatilhas, mas, mesmo assim, ela podia sentir como se todo o peso de seu corpo estivesse naquela região.
Assim que ouviu alguns passos às suas costas, ela virou-se para trás. Estava ultrapassando um beco escuro, e aquela era uma das mais perigosas partes da cidade. Seu coração apertou, enquanto ela tentava agir com a cabeça.
Ela desacelerou, correndo um pouco mais devagar, agora sem olhar para trás. Definitivamente não estava segura e não poderia voltar e pedir ajuda a Armin e Alexy. Primeiro porque seu orgulho não a deixaria. Ela não era uma garotinha indefesa. Segundo, que ela não conseguiria olhar para Armin. Não depois daquele beijo.
Natsumin começou a lembrar do momento, aderindo-o para si de forma positiva. Ela havia se esquecido de como era bom ser beijada. Como era bom sentir os lábios de um rapaz encostar-se aos seus. Ainda mais lábios doces, como os de Armin.
Ela balançava a cabeça, tentando esquecer aquele momento, enquanto começava a ouvir os passos novamente. Dessa vez estavam mais rígidos e mais rápidos. Ela não conseguia controlar as lágrimas que desciam por seu rosto, a favor da gravidade. Ela não merecia ser amada. Ela não merecia sequer ter amigos. Natsumin precisava se isolar de tudo e de todos. Ela era a causa da desgraça presente na família. Ela e a droga do seu sonho estúpido, a droga da música que a envolve em todo lugar. Ela se deixou levar pela mágoa que crescia em seu peito e pelas lágrimas salgadas que desciam tão rapidamente que deixavam sua visão turva e molhavam sua blusa branca, deixando pequenas marcas. Ela não se preocupou. Continuou a correr. Tudo o que mais precisava era chegar a sua casa.
O estranho que a seguia derrubou uma das imensas latas de lixo atrás dela. Com o susto, ela virou-se para trás, observando apenas uma figura escura que tinha as formas de um homem. Um homem alto e forte e que corria em sua direção.
Percebendo isso, ela imediatamente virou-se para frente e continuou a correr. Suas lágrimas secavam com o vento em seu rosto, mas, mais e mais lágrimas continuavam a descer. Com a visão embaçada pelas lágrimas e escuridão, Natsumin não conseguiu ver a lata caída à sua frente e acabou levando um grande tombo.
O homem foi chegando mais perto dela e ela foi se arrastando para trás, enquanto tentava se apoiar na lata de lixo para se levantar e correr. Quando ela finalmente conseguiu, foi agarrada por trás.
Uma das mãos do desconhecido envolviam seu pescoço, enquanto a outra, a sua cintura. Natsumin estava sem saída, enganchada naquele estranho, de forma um pouco... Íntima demais. Suas lágrimas não cessavam e ela não conseguia se soltar. Uma raiva constante crescia em seu peito, enquanto ela se balançava para os lados. Ela deu uma cotovelada no desconhecido, o que o fez soltar um gemido grave. Sua voz era bem grossa. E ele era muito forte.
— Socorro! — ela gritou, dando coices no homem, que parecia ser uma grande escultura de pedra. Tinha o corpo rígido e tremendamente forte.
— Shhhh... — o homem sussurrou em seu ouvido. A essa altura ela nem mesmo sabia como se segurava o choro.
Ele implantou um beijo no topo de sua cabeça.
Natsumin achou isso estranho, mas, aproveitando que ele havia soltado um pouco os braços para beijá-la, ela jogou todo o corpo para baixo, caindo agachada no chão. Em seguida, começou a correr. O homem a segurou pelo pulso, fazendo-a virar-se para ele.
Natsumin ofegava, enquanto seus lábios estavam a menos de um centímetro dos de Castiel.
— O que você está fazendo aqui? — Natsumin soltou seu pulso da mão dele, empurrando-o para trás.
— Eu lhe pergunto o mesmo. — Castiel tinha o tom de voz sério. E seu olhar profundo irradiava algo inexplicável. Ele estava com raiva. Com muita raiva.
Natsumin rapidamente esfregou as costas das mãos nos olhos. Não podia deixar Castiel vê-la chorando. De jeito nenhum.
— Ótimo. — Natsumin deu de ombros e continuou a andar.
Castiel pegou sua mão e puxou-a para um abraço forte. Seus corpos se entrelaçaram, formando uma única sombra às suas costas. Uniforme e bela.
Natsumin fechou os olhos, com o rosto deitado no peito dele e os braços em sua cintura. As mãos de Castiel apertavam suas costas, enquanto ela tentava acalmar a respiração forte. Mas, com Castiel assim tão perto dela, era praticamente impossível.
— Eu te deixo em casa. — foi tudo o que ele disse.
Natsumin separou seu corpo do dele e Castiel seguiu em frente, puxando-a pela mão. Natsumin não pensara em reagir, estava domada por sentimentos conflituosos e não podia dizer a Castiel o que estava acontecendo.
E Castiel parecia irritado demais com alguma coisa. Ela não conseguia saber o quê.
Visto que Castiel não sabia onde ela morava, Natsumin apressou os passos, pondo-se à frente dele, mas sem soltarem as mãos. Ela podia sentir a pressão, a agonia que irradiava de suas mãos e de seus olhos, mas ela preferiu não dizer nada. Sabia que Castiel iria preferir assim.
— Obrigada. — ela se colocou nas pontas dos pés enquanto dava um beijo no rosto de Castiel, assim que eles chegaram à sua casa.
Mas o garoto estava frio como mármore e tinha os dentes trincados. Seu corpo estava rígido e ele não se moveu. Assim que ela fechou a porta, Castiel partiu, com as mãos nos bolsos da jaqueta.
E Natsumin ficou observando-o pela janela. Por algum motivo, ela havia se esquecido completamente do beijo de Armin e tudo o que tinha em pensamento eram os olhos negros de Castiel, seus braços fortes ao seu redor e o beijo no topo de sua cabeça.


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Notas finais do capítulo

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