Música tema do capitulo:

http://www.youtube.com/watch?v=3rnxlW5TrBs

Estava usando minha roupa preferida uma regata branca, jacketa jeans, uma calça jeans clara, botas cano curto, sem salto pretas, meu cabelo solto. E minha bolsa predileta.

Look da personagem Akyra:

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=136224324&.locale=pt-br

Ao sair de casa tropecei algumas vezes. Havia um carro parado próximo a minha casa, era um carro muito bonito. Passei por ele, e tive a impressão de ter visto alguém lá dentro, me olhando, bom... Não dizer que tenho certeza, o carro tinha um vidro escuro e provavelmente o que vira era meu reflexo. Já passava da esquina da minha casa, quando uma sensação estranha me fez parar e olhar para trás, não vi mais o carro. Cocei minha testa, tentando entender o porquê sentir meu coração apertar quando não vi o carro.

Lembrei-me para onde tinha que ir, e que não poderia me atrasar, voltei a caminhar em direção à escola.

A caminho da escola pude avaliar as pessoas, ruas e casas. Devo confessar que em outra ocasião seria ótimo morar aqui. Cheguei à escola sem preocupação, pois ficava próxima a minha casa e minha mãe bastante animada, já havia mostrado onde ficava o Colégio Ramos Pacheco.

Logo que entrei, avistei um grupo de garotas conversando, eu sabia quem eram elas, suas roupas me diziam tudo, saias rodadas com pregas, camisetas formando o conjunto que traziam as cores da escola. Uma delas olhou pra mim e cochichou para outra que parecia ser a líder da ‘matilha’, ela me olhou dos pés a cabeça, o que me deixou totalmente envergonhada, o que resultou em um já esperado tropeço. Elas riram sem nenhum pudor apontando o dedo em minha direção, “É, acho que a ideia de fazer parte das lideres de torcidas, não vai ser muito legal”.

Saí dalí o mais rápido possível, na pressa de me esconder esbarrei em um garoto que parecia está apressado como eu. Ele derrubou uma pilha de livros que carregava, o ajudei sem olhá-lo.

– Desculpa! – olhei para ele, ele era claro, alto, loiro, forte, olhos verdes, ele era muito bonito...

– Não. – ele olhou para mim e parou de falar, deu um meio sorriso e voltou a falar. – De forma alguma, a culpa foi minha, estava tão apressado que nem te vi... Meu nome é Caio, Caio Paiva, muito prazer. – ele olhou de uma forma que me deixou envergonhada, seu olhar era bastante curioso, com o nervosismo falei rápido.

– M-meu n-nome é Akyra, o p-prazer é meu. – ele riu baixo.

– Você é nova aqui, não é?

– Sou s-sim, hoje fez três dias que cheguei. - falei entregando o último livro.

– E aí tá gostando? – ele falou já em pé, com os livros empilhados em suas mãos. – já fez amizades por aqui?

– Bom à cidade é l-legal. – tentei fingir entusiasmo. – E na verdade a primeira p-pessoa que falo da cidade é você... – sorri para ele, e ele retribuiu.

– Mesmo?- perguntou incrédulo – Mas não se preocupe, logo você vai arranjar muitos amigos, mas eu posso me candidatar a ser o seu primeiro amigo da cidade, se você quiser?

– C-claro, É... Caio você s-sabe onde fica o 3° ano do Ensino Médio... – olhei de novo o papel amassando, que trazia na bolsa que indicava a minha turma. – ‘B’? – minha voz estava tremula igualmente as minhas mãos.

– Sei sim, é onde estudo. – ele continuava sorrindo.

– Você p-pode me mostrar? P-por favor. – Deus por que estava tremendo desta forma.

– Claro que posso, mas tenho que deixar estes livros na biblioteca, você pode me ajudar?

– Claro, assim conheço um pouco do colégio. É... Caio, quantos alunos tem o 3° ‘B’? – talvez finalmente essa fosse a razão de estar tremendo.

– Bom ao todo há 53 alunos. – nossa...

– Nossa, m-muito, não é?

– É... Mas é todo mundo muito unido, exceto... – ele parou de falar. Já estávamos saindo da biblioteca.

– Exceto? – pressionei.

– Marcos Coimbra.

– Qual é o problema?

– Sei lá, ele é meio revoltado, ou algo parecido, ele é tipo um bad boy, os pais são ricos e ele acha que esse fato, dá a ele o direito ou o poder de fazer o que quiser.

– Que idiota!

– Pois é! – estava finalmente me controlando e parando de tremer, quando... – Akyra você já conhece a cidade?

– É... Não, a minha mãe me trouxe apenas até aqui para me mostrar a escola, ela ficou com medo que eu me perdesse, eu acho. – ele riu, depois corou.

– Se você quiser, eu posso te mostrar a cidade. – ele disse com um sorriso. Fiquei em silencio, e seu sorriso deu lugar a um olhar triste.

–C-claro. Vai ser um p-prazer. – ele sorriu aparecendo aliviado.

Ele parou em frente a uma porta e vi que estávamos entrando no 3° ‘B’, era aula de História. O professor fez questão de me apresentar para a sala.

– Pessoal, esta é a nova colega de vocês, o nome dela é Akyra Magonele Franco, diga um oi para eles, Akyra.

Meu Deus eu queria sumir, estava com muita vergonha, tenho certeza que corei, às vezes, ser tão clara se torna tão desagradável, por exemplo, quando fico envergonhada, é tão patético... Ah droga! A líder da ‘Matilha’ que riu de mim, estava ali, me olhando fixo, deu um risinho e naquele momento soube que ela faria minha vida se tornar um inferno.

– Akyra, dê um oi a turma. – repetiu o professor.

– Oi... – falei baixinho. O professor soltou um pigarro.

– Bom... Turma sejam bonzinhos e deem um 'oi', a Akyra.

– OI!– um coro havia se formado.

– Sente-se, Akyra, por favor. – antes de terminar a frase, já estava sentada.

Logo em seguida ele começou a aula, seu nome era Carlos Alberto, o assunto era a ‘Independência Política do Brasil’ o que não me pareceu um assunto difícil, lembro-me de já ter visto isto no 2° ano, mesmo assim, iniciei minhas anotações. Estava sentada em uma carteira dupla, na verdade não havia nada de diferente, todas eram assim, mas essa carteira me era especial por apenas dois motivos. Primeiro, ficava perto de uma grande janela e segundo, não havia dupla, havia o um espaço vazio ao meu lado, eu me senti bem por isso, ao menos, não ficaria constrangida, com perguntas.