The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 6
Capítulo 4 - Runner


Notas iniciais do capítulo

Quando se conhece um amigável corredor...

Música: Booby Trap
Link:https://www.youtube.com/watch?v=BwBk4gddeck&



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/549893/chapter/6

Abri os meus olhos. Eu estava meio tonta e minha testa estava machucada, sangrando um pouco. Parte do meu corpo estava dentro da água, já a outra parte, da cintura a cabeça, estava tocando o solo. Levantei lentamente e recobrei a consciência.

Como eu tinha sobrevivido à aquela queda? Talvez a cachoeira não fosse tão grande, pensei, mas quando olhei para trás não conseguia achá – la. Será que ela desaguava em um rio tão longo ao pouco de me impedir de vê – la?

Eu me sentei e tirei as botas, para tirar o excesso de água. Parecia que a única coisa que eu fazia lá era me molhar.

Depois, me levantei decidida, agora um pouco mais seca.

Tinha que continuar o meu caminho. O corvo...talvez eu estivesse muito perto da fronteira? Devia ser isso, afinal, não era tão pantanoso naquela parte. Mas agora eu já devia estar longe de lá.

Devia ter ficado um bom tempo lá mofando, porque já estava um pouco mais escuro. Eu continuei o meu caminho, agora na direção contrária que seguia anteriormente.

No meio do caminho, quando já tinha adentrado o pântano, alguém passou correndo tão rápido perto de mim que eu acabei caindo no chão. Eu gritei um “ei!”, mas a pessoa pareceu me ignorar totalmente, como se tivesse algo mais importante para fazer.

Foi nesse momento que eu ouvi um barulho. Ouvi vozes, tinham pessoas se aproximando. As vozes eram inconfundíveis, eram os carreiristas do distrito 1 e 2.

Agora fazia sentido a pessoa fugindo. E eu decidi fazer o mesmo. Comecei a correr o mais rápido que podia, seguindo o desconhecido.

No caminho, eu escorreguei, e quando me reergui, o garoto tinha saído da minha vista. Mas ele estava ali, porque do nada eu só senti uma mão cobrindo a minha boca e me puxando para baixo de um buraco. Ele não queria que eu gritasse, é claro, mas ele não me matou.

Sentimos os carreiristas passarem por cima da terra que estava sobre a gente, nossa respiração era longa e o mais silenciosa que podia ser, e também era bem rara. Quase não piscávamos. A cada segundo, minha adrenalina subia mais.

Parecia que eles sabiam que estávamos lá, mas só esperavam o momento certo para nos dar um susto. Depois de um tempo, eles foram embora, deixando as presas para trás.

O garoto se levantou e olhou para todos os lados.

–Tá limpo.

Ele me deu a mão e eu hesitei. Ele me fez um olhar confiante e assim eu segurei sua mão. Ele me ajudou a levantar.

Ele era alto, devia ser só um pouco mais novo que eu, tipo uns 16 ou 17 anos. Tinha cabelo castanho escuro, pele clara e olhos cor de mel. Parei para pensar. Se ele não era um dos carreiristas, a única pessoa que ele podia ser era Runner, o tributo do distrito 12 ou Harrian do 3.

–Olá, eu sou Runner. - disse, apertando a minha mão com um sorriso amigável. - Você seria...?

–Ana. Eu sou Ana.

Soltando a minha mão e desviando o olhar para o ambiente, ele disse:

–Esses carreiristas não dão mole mesmo, um bando de babacas na minha opinião. Não sabem cooperar, se acham...o que é? - disse, ao olhar para mim.

–Como você se abre tão fácil a uma pessoa que você nem conhece?

–Já ouviu falar em que o inimigo do meu inimigo é meu amigo?

–Sim, mas, não necessariamente.

–Você não me matou.

–Porque você não tentou me matar.

–E eu não tentei porque você não tentou. Viu a lógica?

–Acho que sim. Mas agora o importante é acharmos abrigo. Ficar aqui no meio da noite só vai contribuir para que todos nós perdamos os nossos pescoços.

–Ok, então vamos.

Foi uma caminhada longa até que achássemos alguma coisa. No caminho, eu puxei conversa.

–Você é do distrito 12, certo?

–Sim, e você deve ser a garota do 5, se não me engano.

–Exatamente. Só mais alguns meses e eu não teria que estar aqui.

–Por que?

–Porque daqui um mês se não me engano, eu estaria completando 19 anos e poderia escapar dessa maluquice.

–Já eu não, ainda tenho 16 anos, quase 17, mas ainda falta para 19. Que azar.

–Né. - disse, lembrando de que eu nem sou de Panem. - Por acaso o seu nome tem alguma relação com o fato de você correr rápido?

–Está mais para uma engraçada coincidência.

Eu dei uma risada, mas ouvimos um barulho.

–Silêncio.

Continuamos nosso caminho silenciosos como sombras.

–Olhe. - falou, sussurrando. - Pegadas.

–É melhor sairmos daqui.

–É melhor mesmo.

Eu rapidamente investiguei as pegadas. Eram médias e pela minha intuição deviam ser de uma garota, e se fosse de um menino seria de um bem novo. Na verdade, eram de duas pessoas. Algo dentro de mim suspeitava de quem seriam aquelas pegadas...

Desviamos a nossa caminhada para o norte (estávamos indo para o oeste antes), pelo menos era o que parecia, já que não tínhamos uma bússola. Tudo continuou bem tranquilo. Arranjamos um lugar discreto e sentamos para passar a noite. Ele dormiu e eu fiquei de guarda, já que não conseguia dormir. Ele insistiu que eu descansasse, mas eu recusei.

Na manhã seguinte decidimos caçar alguma coisa. Conseguimos cassar alguns pássaros e achar alguns ovos. Fizemos uma fogueira e assamos os pobres coitados.

Depois, apagamos a fogueira e tentamos disfarçar ela com folhas, para ninguém saber da nossa passada lá.

Foi um dia de paz. Bastante paz. De noite, ouvimos outro barulho. Mas foi só um barulho, e parecíamos seguros.

Uns dois dias depois, tudo continuava parecendo calmo. Isso estava começando a ficar estranho, e perturbador. Óbvio que era bom não ter que passar por aqueles apertos e ter que matar gente, mas vai dizer que não era estranho se passar uns três dias naquela arena sem que algo demais acontecesse? E sem que ninguém morresse!

Parte de mim sentia que algo não estava certo. Como se a qualquer momento eu sentisse que iríamos ser atacados de surpresa.

Então, depois de um tempo, meus pensamentos se tornaram verdadeiros. A ameaça estava nos vigiando já fazia tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.