Boneca Humana escrita por SweetAmmy


Capítulo 9
Capítulo 8 — Uma carta na manga


Notas iniciais do capítulo

→ Olá gente! Debrah venenosa ataca novamente õ/ Confesso que, como ela é minha vilã favorita de Amor Doce, eu tinha que dar ênfase para ela de alguma forma. No capítulo 8 e no capítulo 9 tentei fazer isso e eis o resultado. Espero que gostem! :DDD



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Meu pé estava melhor no dia seguinte. Quando chegamos em casa, Philippe ligou para a tia Agatha e explicou a situação, perguntando o que tinha que fazer. Agatha passou as instruções por telefone, se queixando a todo momento de não ter feito um manual de instruções sobre mim.

Na escola, passei praticamente a manhã inteira sem falar com Nathaniel. Ainda estava morrendo de vergonha do que tinha acontecido na noite anterior. E, por isso, toda vez que Nathaniel passava eu dava um jeito de me esconder para não ter que falar com ele.

— Você é maluca? — Castiel perguntava enquanto caminhávamos até o pátio. — Daqui a pouco ele vai perceber.

— Não me importo. — Respondi. — Só não quero falar com ele hoje.

— Não devia é falar com ele dia nenhum! Ele é uma péssima companhia pra você.

— Por que diz isso? — Perguntei.

— Você ficou diferente quando resolveu se tornar amiga dele. Antes você tinha mais personalidade. — Castiel apertou o passo.

— Não me diga que está com ciúmes! — Dei uma risada, indo mais rápido para poder acompanhá-lo.

— Não preciso. Debrah voltou, em pouco tempo não terei mais que aturar essa escola chata…

— Você… Está mesmo pensando em ir embora? — Perguntei de uma forma mais deprimente do que eu esperava.

— Como Peggy disse, é uma proposta irrecusável. — Ele disse. Havíamos chegado ao pátio e Castiel sentou-se num banco.

— Seus pais estão de acordo com isso? — Perguntei.

— Sou emancipado. — Ele respondeu. — Meu pai é piloto de avião e minha mãe é comissária de bordo da France Airline, então eu raramente os vejo. Por isso permitiram a emancipação. Então se eu quiser ir, eles não podem me impedir.

— É sério? Com a menina que te rejeitou no passado e fez você e a escola inteira acreditar que ela era a vítima da história toda? — Soltei de uma vez, sentando-me ao lado dele. Aquilo pareceu deixar Castiel enfurecido.

— Foi aquele masturbador que te contou isso? — Perguntou.

— “Aquele masturbador” tem um nome, Castiel.

— Tanto faz! Você dá tanta razão para ele, acha que tudo o que ele fala é verdade! Aposto que não sabe que na infância ele era um pestinha com todo mundo!

— Hã? Não me faça rir! — Falei. Nathaniel, o senhor-certinho, havia sido um pestinha na infância? Por favor! Isso é mais falso do que a minha pele!

— Pergunte a qualquer um. — Castiel disse. — Até mesmo para ele. Se ele é sincero de verdade com você, não irá mentir.

— Mesmo que seja verdade, Castiel, as pessoas mudam. E, francamente, a versão que ele conta faz muito mais sentido!

— Só porque você está desesperada para tornar a Debrah uma vilã, não tem que acreditar na primeira coisa que ouve.

— Ela te trocou por uma carreira! Ela terminou com você dando a desculpa de estar longe! E agora aparece, do nada, querendo te levar para uma turnê? Não acha um pouco suspeito?

— Defina “suspeito”.

— Só estou dizendo que tudo isso é muito estranho. E o pior de tudo é que você está caindo aos pés dela novamente, mesmo depois de ela ter te deixado!

— Ela não me deixou, Foxy. — Castiel disse. — Ela foi atrás do sonho dela. Qualquer um teria feito a mesma coisa.

— E por que ela não conseguiria manter um relacionamento à distância? — Argumentei. — Quando o amor é verdadeiro, não importa onde vocês estejam!

— Essa história de “amor verdadeiro” é tão século XX! — Castiel revirou os olhos. — E foi melhor assim.

— Foi melhor apenas pra ela! Enquanto você estava aqui com saudades, Debrah estava se divertindo nos Estados Unidos e nem se lembrando que você existe! Enquanto isso, seus amigos estavam aqui, e você parece ter se esquecido disso.

— Então você está dizendo que eu devo abandonar o meu sonho só porque terei que conviver com minha ex-namorada para poder realizá-lo?

— Não estou dizendo que você deve abandonar seu sonho, Castiel. Você tem talento, e vai ser reconhecido por isso! Não precisa que sua ex-namorada venha aqui e te faça um convite desses como se nada tivesse acontecido. Acha que ela quer te levar nessa turnê porque te ama? Ela está te usando como um produto para fazer sucesso! E quando a turnê acabar, ela simplesmente irá te jogar de lado, como fez da última vez. Mas nós, seus amigos, ainda estaremos aqui pra te apoiar. E você nos trata como lixo; como se fôssemos menos importantes do que uma garota que já te decepcionou.

Castiel se levantou e me encarou.

— Sabe o que eu acho, Foxy? Acho que você está com ciúmes porque Debrah finalmente percebeu que eu tenho talento e está me ajudando a alcançar meu sonho. Você, que se diz minha amiga, está agindo como se eu estivesse errado em aproveitar a oportunidade. Se defende tanto o Nathaniel porque acredita que as pessoas podem mudar, então por que Debrah não pode? Você está com inveja porque Debrah é famosa e, quando começar a gravar, vai tirar o emprego daquela banda amadora que também está gravando com seu pai. Como é mesmo o nome? Os “Engravotários? — Ele deu uma risada irônica. — Você deveria voltar para…

Castiel havia passado dos limites. Definitivamente, ele havia passado dos limites. Correr atrás de Debrah como um cachorrinho carente já era ruim, mas precisar insultar os meus amigos para defendê-la? Ah, só se ele fosse LOUCO pra achar que eu iria deixar barato!

— Seu cretino! — Gritei, interrompendo-o, dando um chute nas partes baixas dele. Isso o fez cair de joelhos. — Você é um cretino, arrogante, babaca e idiota!

— KAPLAN! — Kentin e Nathaniel, que provavelmente ouviram a conversa inteira, correram em minha direção e me seguraram, me levando para longe de Castiel. Eles era mais fortes do que eu pensei, porque eu não consegui me soltar.

— Você cometeu um erro terrível, Foxy! — Castiel gritou, ainda com as mãos naquele lugar.

— Você é que está cometendo um erro terrível se apaixonando e correndo atrás de uma garota que não é boa o suficiente pra você! — Gritei de volta enquanto Kentin e Nathaniel, ainda me segurando, me afastavam de Castiel. — Você ainda vai quebrar a cara e eu não vou estar lá para colar os pedaços!

Castiel apenas me olhou com uma expressão raivosa enquanto Iris ia até ele para ver se estava tudo bem. Os garotos me arrastaram até o ginásio, onde eu me sentei em uma das arquibancadas.

— Você está ficando doida? — Nathaniel perguntou, começando a me repreender. — Quer levar uma suspensão por brigar na escola?

— Eu não tenho culpa, Nath! — Desabafei. — Castiel vai cometer o mesmo erro de novo! Ele defende a namorada vadia e ainda insulta os meus amigos? O que queria que eu fizesse?

— Que fosse um pouco mais controlada! — Kentin disse. — Você não era assim na Callowey, quando morávamos em Malibu!

— Ninguém nunca havia me provocado desse jeito! — Falei, mesmo não sabendo se era verdade. Eu odiava quando Kentin citava fatos passados para contrariar algo que eu fazia no presente.

Nathaniel suspirou.

— Kentin, eu posso falar com a Kaplan sozinho por um minuto? — Perguntou. E Kentin concordou.

— Tudo bem. A gente se vê, ruiva. — Ele se despediu de mim e saiu do ginásio. Nathaniel sentou-se ao meu lado na arquibancada.

— Por que está me evitando? — Ele perguntou.

— Não estou te evitando. — Falei, tentando não olhar diretamente nos olhos dele.

— No início da manhã até parecia que não. Mas depois já começou a ficar meio óbvio… — Ele disse.

— É… Eu acho que sim. — Fui obrigada a concordar. Evitar alguém não era meu forte.

— Eu fiz alguma coisa pra você? Algo que você não tenha gostado?

"É, pra falar a verdade, fez sim. Mas não que eu não tenha gostado", pensei.

— Não fez não. — Respondi. — Só estou pensando nas duas versões da história e em qual delas faz mais sentido acreditar.

— É como eu disse, não vou te forçar a acreditar em nada. Você fica do lado que achar melhor. — Nathaniel sorriu. Ele era tão gentil! — Eu só acho que você está se importando demais com essa história do Castiel e da proposta que Debrah fez.

— Só porque você não se importa, não quer dizer que eu também sou obrigada a ser indiferente. — Falei. — Castiel ainda é meu amigo e eu me importo com ele. Por mais idiota que ele seja!

— Castiel já tem idade suficiente para tomar as próprias decisões. Se ele quebrar a cara, melhor ainda. Talvez ele aprenda a escutar quem realmente vale à pena.

— Ele não vai aprender. A maioria das pessoas comete o mesmo erro mais de cinco vezes, sempre acreditando na possibilidade de ser diferente daquela vez. Mas nunca é.

— E é por isso que você tem que parar de se importar. — Nathaniel disse. — Cada vez que o Castiel errar, você terá o trabalho de consolá-lo e depois aconselhá-lo antes da próxima vez. E ainda aguentar resmungos o tempo inteiro!

Aquilo me fez rir.

— É. É verdade! Quer saber? Você está certo! Não é problema meu se o Castiel se ferrar. Serve pra ele perceber, pelo menos por um momento, em quem ele deve confiar de verdade.

— Exatamente. E enquanto você tem o Castiel pra te deixar triste, vários outros amigos, como eu e o Kentin, queremos te deixar feliz. — Ele sorriu novamente.

— Você é o melhor! — Falei, abraçando-o e dando um beijo no rosto dele. Enquanto me levantava e deixava o ginásio, percebi que Nathaniel estava um pouco corado.

E então, decidi não me preocupar mais. Se Castiel aceitasse, bom pra ele. Iria ser famoso, realizar seu sonho e eu ficaria feliz por ele. Mas, como eu já havia dito, se ele se decepcionasse, eu não iria me importar. E, para ser ainda mais perversa, eu poderia até dizer um “eu avisei” quando ele voltasse. Não tem nada que te deixa mais irritado do que ouvir essas duas palavras.

No dia seguinte, Debrah estava à frente da classe, como previsto, para ouvir a resposta de Castiel. Ela, tendo absoluta certeza de que sua proposta não seria recusada, resolveu que queria que Castiel desse a resposta na frente de todos. Para a minha surpresa (e, muito provavelmente, a de todos também), Castiel suspirou e disse firme:

— Não.

Arregalei os olhos. E percebi que metade da sala também estava perplexa. Debrah engoliu em seco.

— Você tem certeza? — Ela perguntou.

— Tenho. — Castiel respondeu.

Debrah olhou para a classe, os olhares todos voltados para ela.

— Castiel, posso falar com você lá fora? — Perguntou. Castiel deu de ombros e os dois foram para o corredor. E é claro que nós não iríamos deixar de ouvir a conversa. Fomos todos para a porta da sala e ficamos, discretamente, espiando os dois.

— Eu não acredito nisso! — Debrah falava. — Você está desistindo do seu sonho?

— Eu sou um bom guitarrista e sei disso. — Castiel respondeu. — Haverão outras oportunidades onde você não esteja incluída.

Debrah ficou paralisada.

— Você estava a ponto de aceitar! Peggy me contou que você iria aceitar! — Ela disse. — Foi aquela vadia ruiva, não foi? Também fiquei sabendo que vocês tiveram uma discussão ontem. Ela encheu sua cabeça de merda sobre mim? Você me conhece há muito mais tempo, já fomos um casal lindo e você vai dar razão pra ela?

Muitos olharam para mim. E eu murmurei um “parem de me julgar!” para fazer todas as atenções se voltarem para o corredor.

— Eu mudei de ideia. — Castiel retrucou. — E não foi por causa da Kaplan. Eu te conheço há muito mais tempo e é exatamente por esse motivo que eu não quero ir com você.

Debrah ficou zangada. Ela pressionou Castiel contra os armários e disse:

— Com esse seu jeitinho irritante você já me perdeu uma vez. E você sabe muito bem que não quer me perder de novo!

— Não, Debrah. — Em um rápido movimento, Castiel girou o braço de Debrah e dessa vez foi ele que estava pressionando-a contra os armários. — Foi você quem me perdeu da última vez. E não vai ter de novo tão facilmente.

"Uau! Mandou bem, Dumont!", pensei enquanto via Castiel se afastando e voltando para a sala de aula. Rapidamente, todos nós voltamos para nossas carteiras, para não dar a impressão de que estávamos espiando a conversa dos dois.

— Me poupem! — Castiel disse ao entrar. — Eu sei que vocês ouviram tudo.

— Essa matéria vai ser melhor do que eu imaginei! — Disse Peggy enquanto fazia anotações em um caderno.

Castiel sentou-se sem falar mais nada e apenas olhou para mim depois, abrindo um meio sorriso. Aquilo me deixou radiante, me fazendo devolver o sorriso. Finalmente Castiel havia se dado conta do quanto é importante ouvir os amigos e que não vale à pena correr atrás de quem apenas fala conosco por interesse próprio. Nós havíamos vencido e Debrah não poderia fazer nada.

Ou, pelo menos, é o que eu pensava até descobrir que Debrah ainda tinha uma carta na manga. E só estava esperando a oportunidade perfeita para usá-la contra mim.



NARRAÇÃO DE DEBRAH BLOCCH:


Eu tinha CERTEZA ABSOLUTA de que aquela idiota da Kaplan havia feito Castiel mudar de ideia. No primeiro dia em que fui à escola, ele estava carente como um cachorrinho sem dono. E quando volto, ele me trata daquele jeito? Que raios aconteceu?

Não me importa que Castiel não vá na turnê comigo. Mas essa garota tinha que aprender a não se meter no que não lhe diz respeito.

Todos os dias, eu ia para a Foxy Records gravar. Philippe Foxy não havia desistido de Os Engravatados e estabeleceu o seguinte: Eles ficariam com o estúdio das 8 da manhã até às 2 da tarde e eu ficaria das 2 até às 8 da noite. E no intervalo em que o estúdio era meu, Kaplan já estava em casa. Era a armadilha perfeita!

— Oi Kaplan! — Parei-a, assim que ela chegou em casa naquele dia.

— Você não deveria estar no estúdio? — Perguntou.

— Seu pai me deu um intervalo, ele foi comprar alguma coisa para comer no jantar. — Respondi. — Posso fazer uma pergunta?

— Você já fez. — Ela respondeu, o que me fez odiá-la profundamente. Definitivamente ela tinha a personalidade esnobe e irônica de Castiel. Agora eu tinha a plena certeza de que ela havia convencido ele a mudar de ideia.

— Além de convencida também é mal-educada? Parece que meu chefe terá que dar uma educação melhor para você! — Falei, tentando não explodir.

— O que você quer, Debrah? — Ela perguntou, um pouco impaciente. Perfeito! Era disso o que eu precisava!

— Saber como você aguenta ser tão piranha assim!

— Piranha?? — Ela se irritou. — Olha só quem fala!

— Não sei por que eu sou piranha da história. Eu nunca traí os namorados que tive!

— E eu nunca tive namorado pra trair! — Ela retrucou. Dei uma gargalhada.

— Qual é! Eu conheço seus truques, Kaplan. Acha que eu não sei que você vive dando em cima do Castiel e do Nathaniel ao mesmo tempo pra conseguir o que quer?

— Aí é que você se engana, meu bem, porque eu não dou em cima de nenhum deles.

— Não se faça de santinha! Primeiro você praticamente implora pro Castiel não ir na turnê comigo e depois se aproveita do Nathaniel quando ele te consola? Acha isso bonito?

— Desde quando eu me aproveitei do Nathaniel? E desde quando eu implorei para o Castiel? Eu aconselho, mas ele faz o que bem entender. Se quebrar a cara depois, o problema é dele!

— Blá, blá, blá. — Gesticulei uma boca com as mãos. — Muda o discurso, queridinha, porque esse já não convence mais.

— Olha só: Eu não tenho que te dar satisfação do que eu faço ou deixo de fazer. Eu tenho meus motivos. E se quer mesmo saber por que eu não queria que o Castiel fosse à turnê com você, eu conto. Você já o enganou no passado e eu não queria que ele sofresse novamente nas mãos de uma vaca que nem você. Ele pode parecer rude, mas, no fundo, tem um bom coração. E é uma pena que você não percebe isso.

— Você acha? Acha que eu seria capaz de fazê-lo sofrer?

— É, eu acho. Algum problema?

— Problema nenhum. — Respondi, andando de um lado para o outro. — Só fico pensando… Você pensa que está no controle de tudo porque sabe que os dois estão correndo atrás de você. Então acha que tem liberdade para ficar brincando com eles desse jeito. Mas tudo tem seu fim, Kaplan. E se um dia o Nathaniel e o Castiel se tocarem de que você está fazendo-os de trouxa e resolverem se voltar contra você?

— Isso nunca aconteceria porque eu não faço ninguém de trouxa. — Ela disse, cruzando os braços.

— Ah, você faz. — Dei uma risada. — E sabe disso. Só tem medo de admitir para si mesma.

— Vem cá, qual é o seu problema, hein? — Estava na cara que Kaplan tentava manter a calma. — Fica se metendo na vida dos outros, fazendo falsos julgamentos… É por essas e outras razões que você não tem amigos.

— Não preciso de amigos. Eu tenho fãs. — Respondi, dando uma piscadinha maliciosa.

— Fãs! — Kaplan repetiu, como se fosse a coisa mais banal do mundo. — Sabia que eles são um bando de estúpidos por idolatrarem você? Se soubessem metade da vaca que existe por trás da cantora que os emociona no palco, certamente iriam mudar de ídolo.

— Isso é o que você diz. E só porque você diz, não quer dizer que seja verdade.

— Mas é a verdade. E todos que conhecem você de verdade sabem disso. — Ela cruzou os braços, me encarando. Nossa conversa não poderia tomar um rumo melhor!

— Tudo bem. Vou fingir que acredito. Eles são pessoas muito especiais para mim, apesar de eu não conhecer a maioria. Mas já que você é tão boa a ponto de não precisar de fãs e ridicularizar os meus, vamos falar dos seus amigos. Ah sim! E os seus amigos? — Falei, voltando a andar de um lado para o outro. — Wendy, Alexy, Kentin… Será que eles também não se tocam sobre a vadia duas-caras que você é? Seu poder de manipulação é tão grande assim que consegue atingir a escola inteira?

— Não me provoque, eu estou começando a perder a paciência com você! — Kaplan bateu o pé.

— Imagina o quanto seria cômico se eles também se tocassem de que você faz o Nathaniel e o Castiel de palhaços? Iria ser Kaplan contra o resto da escola!

— Cale-se, Debrah! — Ela me deu um empurrão. Por sorte eu não caí. — Fale o quanto quiser sobre mim, mas não fale dos meus amigos! Eles não são fantoches que você pode controlar! Você não pode encher a cabeça deles de merda e esperar que eles acreditem em uma palavra do que você diz. Você não tem moral nenhuma e eles são espertos o suficiente para saber que não se deve dar atenção para biscates interesseiras como você!

— Nossa, que crueldade! — Falei com ironia. — Está bravinha hoje, hein?

— Eu sempre fui assim. — Kaplan respondeu. — Pare de me encher, porque eu não vou cair nesse seu joguinho!

— Ao contrário, querida. Eu acho que você já ca…

— Escuta aqui — Ela me interrompeu. — Você não é minha dona pra se importar tanto com a minha vida. O que eu faço ou deixo de fazer só diz respeito a mim! Mas se você machucar o Castiel ou qualquer um dos meus amigos… Você vai se ver comigo!

Dizendo isso, Kaplan me empurrou para o lado e subiu as escadas, me deixando sozinha no hall de entrada.

Então, tirei uma caneta do bolso de trás da calça e apertei um botão vermelho.

"O que você quer, Debrah?" "Saber como você aguenta ser tão piranha assim!" "Piranha??" - eu ouvi, enquanto dava gargalhadas. Não era uma caneta comum: Era uma caneta-gravador. E eu havia gravado toda a conversa. Agora, seria fácil editar o áudio para convencer os outros de que Kaplan era uma vadia e eu era a boazinha.

Se ela queria me transformar em vilã, agora irá provar de seu próprio veneno.


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