New Classic escrita por Júlia Lopes


Capítulo 3
Capítulo 3 - Um travestir religioso


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIIIIIII AMORES !! DESCULPA A DEMORAAA!!!! nao vou enrolar muito aqui entao

boa leitura!!



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POV's Karina Duarte

Eu marquei com o Pedro sete horas e esse moleque já tava atrasado! Que ódio! Ele que se vire pra conseguir entrar. Eu já ia mandar uma mensagem avisando pra ele ir pro banheiro direto, quando escuto alguém me chamar.

– Karina - eu viro minha cabeça da direita para esquerda, mas só vejo uma mulher meio esquisita e penso que devo ta imaginando coisas. Assim que me volto para entrar escuto a voz outra vez - Karina! - ok, eu não posso esta doida desse jeito. Olho ao redor outra vez e constato que a voz só pode ta vindo da figura esquisita a minha esquerda. Vou me aproximando com um pouco de receio. E a cada passo que dou percebo que conheço essa pessoa. Os olhos, a sobrancelha. Não conseguia ver o resto pois estava em baixo de um tipo de burca a qual cobria só a cabeça, na verdade aquilo parecia mais um pano preto enrolado na cara mesmo, tava bastante escroto. A pessoa vestia um vestido longo, que ia até os pés, e florido de manga que ficava muito colada, a gola vinha até o pescoço e os peitos eram estranhos pareciam meias, ou algo assim e ainda carregava uma bolsa a tira colo. Estava tudo largo demais pra ser uma mulher e peludo demais também, além do mais nos pés estava com um all star bem gastadinho. Aquela visão era, no mínimo, perturbadora. Parecia um travestir religioso ou coisa assim. Voltei a olhar em seus olhos com certo receio. E foi aí que eu percebi...

ERA O PEDRO!

Não aguentei por muito tempo até explodi em gargalhadas. Esse menino é doente! Ele fica mandando eu ficar calada, mas eu não conseguia parar de rir. Que ideia foi essa?

– shiu, Karina! Você vai chamar atenção. - eu não parava de rir. Pedro tapou minha boca com a mão e me puxou para um canto mais vazio me prensando contra a parede - fica quieta! - ele mandou e eu bufei

– por que você ta vestido assim ? - minha curiosidade estava sedenta por ser morta

– pra eu poder entrar na tua escola, ô esquecida. - ele falou como se fosse a verdade do século. Precisei revirar os olhos e rir.

– ô idiota, tinha uma entrada dos fundos que é abandonada, não mandei cê vir assim - disse e ele se calou me olhando surpreso - acho bom ter trazido uma roupa de homem, não quero ninguém achando que gosto de outra fruta - Pedro gargalha me olhando nos olhos.

– relaxa, esquentadinha, trouxe roupa - ele disse balançando a bolsa (que agora eu percebi que era uma mochila de florzinha) e a aquela imitação de burca, vulgo, pano preto na cabeça dele voou deixando a sua boca à mostra, meu olhar se direciona naquela direção e eu percebo que estamos próximos demais, ele continua me prensando na parede e eu preciso prender a respiração, a proximidade dele me deixava tonta, mesmo sem querer. Senti o olhar dele queimando em mim, suas mão continuavam em minha cintura. Aquilo não parecia nem um pouco certo, não agora, não aqui, não de novo e definitivamente não assim.

– você pode afastar - eu disse, não tinha forças para empurra-lo. Quando suas mãos saíram da minha cintura voltei a respirar normalmente. desviei o olhar e demorou um tempo até eu perceber que precisava ir para a aula quebrar aquele clima constrangedor. - Tá tarde é melhor a gente ir.

POV's Pedro Ramos

Eu estava esperando aquela maluca a mais de uma hora, já havia trocado a minha roupa e só faltava ela chegar. Eu estava arriscando minha vida pela Ka... pela Priscila. É, pela Pri, porque eu só to fazendo isso pra ter uma chance com aquela gatinha. Enfim, estou faltando aula e a Karina ainda enrola.

Eu conversava com o João pelo whatsapp, mas as vezes ele demorava um século pra responder, segundo o viciado era porque a professora estava de olho nele, se ele dava um jeito, já saquei a do traidor, ele quer que eu me encrenque só, isso sim. No momento em que eu encostei a cabeça na parede escutei um barulho vindo da porta do banheiro e fiquei tenso. Podia ser qualquer menina dessa escola, eu estava escondido na última cabine, mas se alguém me pega aqui eu estou morto.

– Pedro? - escuto batidas vacilantes na porta do cubículo em que eu me encontrava e respira aliviado por ser a esquentada. Abro a porta e encontro Ka sorrindo nervosa - me da seu celular - eu estendo a mão pra ela que digita alguma coisa e me devolve - vamos ser rápidos, já mandei mensagem pra minha monitora do andar - ela me entregou o telefone - tira a calça. - ela falou como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se me pedisse pra passar a torrada na mesa do café, enquanto tirava a blusa e eu arregalei os olhos e me engasguei com o ar.

– tirar a calça? oi? e porque você ta tirando a blusa? - eu tava espantado e maravilhado. Que corpo ela tem, nunca vou me cansar de olhar, independentemente do tempo que passe

– você não acha que vão me expulsar por uns beijinhos né, Pedro? - ela falou como se fosse o obvio - tira a calça logo moleque! AH! e a blusa também - agora ela baixava a calça dela. Socorro ela vai ficar nua. Ai papa, obrigada por isso. comecei a me despir rapidamente e a Karina sentou aonde as pias ficavam, naquela bancada de mármore, mordendo os lábios, só de lingerie . Eu posso tá na da Pri, mas isso é demais pra mim, a esquentada sempre vai ser meu fraco. A puxei pela cintura e ela enlaçou as pernas ao redor de mim sorrindo de maneira travessa. - Me beija logo, imbecil. - Karina e suas delicadezas. Dei meu melhor risinho de lado por essa situação.

– Só tente não se apaixonar - repito a frase que um dia ela me falou e acabo com distância entre a gente, roçando seus lábios aos meus, antes que ela aprofundasse.

– você ta me provocando - falei o obvio e ela riu ficando de frente pra mim e alisando a minha nuca

– percebeu agora? - o sorriso dela podia iluminar o mundo se ela deixasse, pelo menos iluminaria o meu.

– fica comigo ? - perguntei colando mais nossos corpos e beijando seu pescoço. senti uma respiração ofegante dela e suas mãos subiram o meu rosto

– Só tente não se apaixonar - Karina disse e selou nossos lábios em seguida, e aquele foi, de longe, o melhor beijo que já havia dado

A lembrança foi embora tão rápido quanto chegou, a porta do banheiro havia sido aberta e um grito agudo fez eu me largar da loira, sem o beijo ao menos ter começado direito.

– O que está acontecendo aqui senhorita Duarte? - a mulher baixinha de cabelos negros em um coque e óculos caindo na ponta do nariz falou de maneira autoritária fazendo com que um frio na espinha me corresse. Assim que comecei a me largar da esquentadinha ela me agarrou com força de novo.

– Preliminares, nunca passou por isso, dona Rafaela? - ela falou com ironia e eu percebi nesse momento que aquele menina era mais louca do que eu pensava.

Sabe aqueles desenhos animados onde o personagem tá com raiva e daí ele fica todo vermelho e saindo fumacinha? eu achava que isso era apenas uma forma cômica de retratar a ira, mas acabei de comprovar que é bem real. A senhora na nossa frente estava tão vermelha que por um minuto achei que fosse explodir e jurava que estava vendo fumaça saindo de duas orelhas e narinas enquanto ela bufava e tentava regular a respiração.

– KARINA DUARTE, PRA DIRETORIA AGORA! - Karina se largou de mim com uma falsa irritação, eu sabia que a loirinha estava morrendo de medo e ao mesmo tempo satisfeita por ter dado certo. voltei meu olhar pra a mais velha e percebi que agora ela estava vermelha de vergonha dessa vez. Segui o seu olhar e vi que ela parou bem naquele lugar. E digamos que eu estava um pouco animadinho. - Vista-se rapaz. - ela falou ríspida e eu me apressei em me vestir, afinal também fiquei envergonhado. olhei pra Ka que sorria pra mim de maneira suspeita. Ela parou na minha frente e eu a olhei confuso

– calma , Pê - ela falou e de primeira fiquei sem entender mais nada, mas logo percebi que ela estava provocando a monitora e eu já estava com medo do que iria acontecer comigo

– Karina é melhor você... - ia dizer que ela precisava ir com a mulher, mas antes que eu proferisse qualquer palavra senti a pressão dos lábios dela nós meus. Eu ainda não havia botado blusa e sentia a mão da loira alisar meu peito. Essa menina quer encrenca... Claro que quer né, o plano dela é ser expulsa.

– Karina, pode parar com essa pouca vergonha, vamos se apresse, e você também rapazinho! - ela falou conosco fazendo a esquentada parar de me beijar e começa a seguir a tal Rafaela, comigo logo atrás tentado vestir a blusa e segurar a minha mochila ao mesmo tempo. Só conseguia pensar que o quão ferrado eu estava. O mestre Gael iria me matar ou no minimo cortar o mini Pedroso fora.

POV's Karina Duarte

Estávamos sentados, eu e Pedro, lado a lado, sozinhos na sala da Silvia, a diretora do ensino médio e psicopedagoga. O silêncio era incomodo, mas nenhum dos dois sabia o que falar. O que aconteceu no banheiro foi tão intenso, embora rápido demais. As lembranças explodiam em minha cabeça como fogos e flashs. Mas não era bem isso que estava me deixando apreensiva. Eu queria saber se meu plano ( idiota, preciso admitir ) havia funcionado.Mas não tinha como eu sair daqui.

Depois que Rafaela, a senhorinha que monitora o terceiro ano, pegou a gente no banheiro, ela nos mandou esperarmos a Silvia enquanto ela fazia uma ligação. A cara da Rafaela era a pior possível, me julgava até pela minha respiração. tenho certeza que Silvia já falava com meu pai, por isso essa demora toda

– eu to com medo - Pedro se pronunciou me olhando. Af com três fs como diria a Solzinha. Esse moleque é muito cagão mesmo. Reviro os olhos e me viro pra ele.

– então por que aceitou me ajudar? Você sabia do meu plano - disse entredentes, demonstrando toda minha irritação e frustração. Ele pareceu ficar confuso, depois hesitante e depois confuso. Bufei com a demora pela resposta. Claro que era pela Pri.

– Foi uma troca de favores - ele respondeu, mas eu já sabia disso. Será que ele se esqueceu de tudo? Eu não devia ter pedido a ajuda desse imbecil. - e eu não podia negar nada a você - nessa última parte ele se virou de frente de novo. Eu fiquei sem ação.

– Pedro, meu pai vai pegar a gente aqui ! - eu sussurrei, mas não parava de beija-lo. Seu beijo era viciante, havia se tornado minha droga.

– seu pai está na casa da Bete junto com a Dandara, para de grilo Ka - ele disse descendo os beijos para meu pescoço mais uma vez naquela noite.

– e a Bianca? - perguntei entre um suspiro e outro puxando sua cabeça para que ele pudesse olhar nos meus olhos.

– ela está na casa do Duca, esquentadinha, relaxa! - ele falou e atacou meus lábios mais uma vez me jogando contra outra parede no corredor enquanto íamos em direção ao quarto.

Balancei minha cabeça, negando pra mim mesma que eu havia lembrado disso, faz tanto tempo, não quero lembrar de nada daquele ano. Finalmente escuto a porta atrás de mim bater e esqueço o que quer que estivesse me perturbando. Agora é a hora da verdade.

– Estou extremamente decepcionada com você, Karina - não sei o porque essa criatura ainda se surpreende. Eu já fiz tanta coisa esse ano, que quase transar no banheiro era o mínimo! Mas a política desse escola é bem clara, é proibido qualquer demonstração de afeto com o sexo oposto, isso é um colégio católico, as professoras são freiras, muitas garotas aqui são formadas pra esse futuro. Então o que eu fiz foi imperdoável. - creio que sabe que eu já tratei de ligar para seu pai e irei ter uma conversa franca sobre você, mas acho que já sabe qual será o seu destino - Ah sim! Expulsão! Cade os fogos de artifício ? - Uma suspensão. - UMA SUSPENSÃO?

– Suspensão ? - deixei minha surpresa exalar. Como assim só isso? Não me arrisquei por nada. Pedro estava estático do meu lado.

– por enquanto sim, me reunirei com todos do conselho, com os pais as outras alunas e com o seu pai. Mas eu gosto muito de você, apesar do seu desvio do conduta - revirei os olhos diante da "declaração" da minha coordenadora. - e não quero ter que expulsa-la, mas esse é um caso sério. Por enquanto você só está suspensa. - a voz dela realmente transpirava decepção e a minha cara devia passar o mesmo, eu quero ser expulsa,eu preciso ser expulsa!

Suspirei olhando para o Pedro pedindo ajuda, ele me olhava mais perdido dia que eu.

– a gente vai ter que esperar o seu Gael chegar ? - Pedro falou com o medo escancarado em seu tom.Não acredito que foi isso que esse moleque falou. Precisei rir rapidamente. E a mulher a nossa frente arqueou as sobrancelhas.

– Eu preciso por ele ciente da situação, dos fatos. - ela respondeu o olhando torto

– e eu preciso está aqui quando isso acontecer? - esse moleque tem merda na cabeça.

– seria bom... - ela olhou pra ele como se perguntasse o nome

– Zé - foi o nome que ele disse. Eu tentei engolir a risada. Zé? Serio isso? Revirei os olhos.

– o nome dele é Pedro - o guitarrista me olhou com raiva quando revirei meus olhos. A diretora riu da nossa situação e eu aproveitei o bom humor dela - Silvinha meu amor - ela voltou a olhar pra mim arqueando as sobrancelhas - libera a gente vai. Meu pai vai matar o Pê, comigo não tem problema, vou ficar de castigo de qualquer jeito.

– ai dona Karina, você sabe que não aprovo suas atitudes - ela suspirou - mas sou a única nessa escola que pode ficar do seu lado. Você apronta demais garota, mas eu já tive sua idade. - ela realmente é a única que passava a mão na minha cabeça. A única que eu sentirá falta nesse inferno - não posso libera-los - ela disse e eu me virei pra Pedro pronta para me desculpar, mas ela voltou a falar - mas posso fingir que não vi vocês fugirem - a morena na minha frente piscou o olho pra mim e fez sinal para que eu fosse indo embora com o Pedro enquanto ela se levantava e ia ao banheiro.


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Notas finais do capítulo

EAI O QUE ACHARAAAAM?? comentem glr quero saber a opinião de vcs!
até o prox capitulo amores!!

ah! vcs tao morrendo com Santovitti e Perina tanto quanto eu? eles tão de brincadeira com a gente! meu forninho não aguenta