8 anos depois.

– Anda, Patrick! – Teresa gritou desde a sala – Andrew não pode chegar atrasado na escola de novo!

– Calma, mulher... Não pense que sua filha não dá trabalho, não, está bem?! Essa pequena aqui demora para ficar pronta – Patrick dizia descendo as escadas.

Quando a menina veio a vista de Teresa, ela não pode negar: sua filha se parecia uma princesa.

Jane sempre a vestia tão bem.

– Então, valeu a pena a espera? – Patrick perguntou, imaginando o que se passava na cabeça de sua mulher.

– Jane. Ela ficou linda... Aliás, ela é linda. Mas tem apenas dois anos. Não precisa demorar tanto assim... – ela disse já saindo da casa em direção ao carro

– Hey! – ele a seguia – Eu gosto de demorar para arrumar meus filhos. Não é Andrew? – ele estendeu a mão para que o menino tocasse, o que foi feito com muita alegria pelo menino

– É, pai! E a Mel fica tão fofinha...

– Hey... – Teresa diz – Eu também arrumo meus filhos bem. Aliás, eles nem precisariam, porque já puxaram toda a beleza da mãe – Teresa brincou e entrou no carro, sendo seguida por seu marido.

Era verdade, Patrick não tinha como negar. Tanto Andrew quanto Melissa tinham cabelos pretos e olhos verdes, iguais aos da mãe.

– Bem... – Patrick disse, enquanto dava a partida no carro – Puxaram a beleza da mãe e o gênio do pai.

– Ah, é mesmo? – Teresa perguntou incrédula

– Sim. Vai me dizer que você não acha que o Andrew é o melhor aluno da sala? E o mais charmoso, também?

– Bem, ele é. Mas isso é porque ele é esforçado e o charme vem, primeiro da beleza que ele puxou de mim, e depois da educação que nós demos para ele.

– Então eu não levo nenhum crédito?

– Não – Teresa respondeu rindo

– Isso não é justo!

– Bem, ainda tem uma chance – Teresa passou a mão sobre o ventre levemente volumoso.

Patrick sorriu. Sua “pequena” família, em breve ganharia mais um membro, e ele não podia estar mais contente com isso.

– Mãe – Andrew perguntou – Como vai chamar meu novo irmãozinho? – Teresa sorriu com a pergunta

– É irmãzinha, querido – ela anunciou

– É mesmo? – perguntaram Patrick e Andrew

– É mesmo. Uma menininha – lágrimas começaram a sair dos olhos da morena

– Por que você tá chorando, mãe? Você não queria que fosse menina?

– Não, querido. A mamãe só está emocionada – Patrick respondeu

– Ah... Igual aquele dia, na semana passada? - Lisbon riu um pouco, apesar das lágrimas, afinal, seu descontrole emocional em épocas de gestação era um fato muito falado entre a família.

– Isso mesmo.

– Ahh...

.............

Quando eles chegaram na escola, Andrew saiu correndo pois o portão da escola estava prestes a se fechar.

O casal assistiu de dentro do carro o menino entrar, sorridente.

– Estamos ficando velhos – Teresa comentou

– Bem... Pessoas velhas não podem gerar filhos – ele colocou a mão no ventre dela

– Ok. Então você está ficando velho – ela brincou

– Triste, mas verdade – ele riu também - Está pronta para seu dia de beleza com a Grace?

– Acho que sim! E você, está pronto para cuidar dessa pequena aqui? – Teresa se virou para trás, acariciando a filha, que estava distraída com um brinquedo qualquer.

– Claro! Vamos nos divertir bastaaante. Não é, Mel?

– Yey! – a menina respondeu entusiasmada – E vamos fazê biscoitos. Um montão deles.

– Hum. Que delícia! - Lisbon disse - Quer saber? Acho que vou cancelar com a Grace.

– Por que, amor?

– Não estou me sentindo muito bem... Acho que vou dormir, para ver se melhoro.

– O que você está sentindo? - preocupou-se Jane

– Coisas da gravidez... Sabe? Enjôo, mal estar...

– Quer ir no médico?

– Não precisa, amor. Vou ficar bem... Você avisa a Grace por mim?

– Claro, claro - Patrick deu a partida no carro e foi até sua casa.

Assim que chegaram, Lisbon subiu para o quarto, deitou-se e dormiu quase que imediatamente.

............

O dia fora tranquilo, como qualquer outro. Teresa acordou perto da hora do jantar, quando Andrew já havia regressado da escola.

Os quatro comeram e logo em seguida, as crianças foram colocadas em seu quarto para dormirem.

Patrick leu uma historinha infantil qualquer, e antes que ele tivesse terminado, as crianças já estavam em um sono profundo.

Em seu quarto, Teresa, que já estava deitada, lia uma revista qualquer, mas deixou-a de lado quando viu seu marido chegar.

– As crianças já dormiram?

– Já. Nem terminei de ler e elas já estavam roncando. Puxaram o charme da mãe... - brincou ele

– Hey! Eu não ronco!

– Não, imagina... - ironizou - Mas você fica uma gracinha roncando. Parece uma leitoinha

– Patrick, para! Quer que eu chore?

– Ah, amor... Eu só estava brincando com você. Você sabe que eu te acho linda.

– É mesmo?

– Claro! A mais linda de todas - ele se aproximou e a beijou nos lábios carinhosamente

– Obrigada. - Lisbon parou e pensou por um momento, antes de prosseguir - Sabe? Devíamos nos mudar para uma casa maior.

– Por quê?

– Nossa família vai ficar muito grande para essa casa - ela pôs a mão sobre o ventre

– Mas, querida, é só mais um bebê. Vamos colocá-la no quarto da Melissa

– Não é só mais um bebê, Patrick - ela respirou fundo - Estou grávida de gêmeos. Duas meninas.

Os olhos do loiro se encheram de lágrimas, e ele não as conteve.

– Eu falto uma vez na sua consulta ao médico e acontece tudo isso? - ele brincou

– Pois é. Parece que uma das nossas menininhas estavam brincado de esconde-esconde com a gente. Até o médico ficou surpreso...

– Isso é maravilhoso!

Patrick beijou Teresa de forma delicada e demorada, e depois, ambos se aconchegaram na cama para dormirem. As mãos de Patrick não paravam um segundo de acariciar a barriga de sua esposa.

– Patrick... Você não tem medo que algo aconteça com as crianças?

– Tipo... Se ele voltasse de novo?

– É.

– Querida, não tenha medo. Se ele, quem quer que seja, voltar, vai encontrar um pai é uma mãe prontos para defender sua família.

Não demorou para que eles pegassem no sono, pois Patrick sabia que não havia mais o "ele" que sua esposa tanto temia.