– Sou eu – uma voz distante falou – Não acredito que você não sabe o porquê de eu ter feito isso, pai. Eu fiz por você!

– Ai, meu Deus – sussurrou Teresa

– Wylie! – disseram os dois

– Filho, eu nunca pedi para que fizesse isso. Não percebe que está acabando com sua carreira? Com sua vida? Eu lutei, me ergui no nada para dar para você uma vida que eu nunca pude ter... E olha só o que você está fazendo!

– Tudo poderia ter sido diferente se Patrick Jane não tivesse sido tão arrogante! – Wylie exclamou furioso – Mas agora, vamos colocar toda essa história em lençóis limpos – ele retirou de trás de si um revólver e apontou para Lisbon, mas Jane se colocou na frente dela, protegendo-a – Querem fazer uma última pergunta?

– Como? – Patrick se atreveu – Como e por que você fingiu ser o Red John?

– Então você acha que eu fingi?

– Eu matei Red John! – Patrick afirmou convicto

– Você não faz nem ideia do quanto de dano que ele nos causou, não é? – Wylie falou irritado – Minha mãe morreu, porque Red John pensou que meu pai fosse você! Ela pagou o preço por causa da sua arrogância!

– Como?

– Eu cheguei em casa mais tarde do que era de costume, e ele estava lá, fazendo sua marca na parede do quarto – ele continuou ignorando a pergunta de Patrick – Eu tinha apenas quinze anos. Comecei a gritar desesperado e ele só continuou o que estava fazendo, como se não se importasse que eu estivesse ali – Wylie tinha lágrimas nos olhos – Eu perguntei porque ele estava fazendo aquilo e ele me contou do talk show, e foi só ali que ele percebeu o erro dele.

– E o que aconteceu depois? – Lisbon ousou perguntar

– Ele me deu a oportunidade de me vingar... Não foi Red John que matou sua mulher. Fui eu!

– O que? – disseram Patrick e Christopher juntos

– Red John não te contou porque ele era um bom amigo...

– Você matou minha mulher? – Patrick perguntou incrédulo

Wylie gargalhou.

– Olha só para você... Mesmo com toda sua inteligência e percepção do comportamento humano, não consegue enxergar a verdade que está na frente dos seus olhos – dito isso ele destravou o revólver que todo o tempo permaneceu apontado para Patrick e colocou o dedo indicador no gatilho.

– Filho, não faça isso! – alertou Christopher

– Já está feito, pai – Wylie respondeu ríspido

Jane fechou os olhos e apertou a mão de sua esposa.

– FBI! Wylie largue a arma agora!

Toda a equipe tática invadiu o local e em questão de segundos, imobilizaram a Wylie e o prenderam.

Patrick, aliviado por ter sua esposa de volta, e ter saído dessa confusão ileso, virou-se e abraçou Teresa, como se o mundo fosse acabar caso ele a soltasse.

– Hey, Paddy – Christopher o chamou e Patrick se desvencilhou dos braços de Teresa para ficar de frente com ele.

– Chris...

– Desculpe por toda a confusão – ele pediu sinceramente – Não podia imaginar que isso havia acontecido.

– Está tudo bem agora... – sem resistir ao impulso, Patrick o abraçou – Senti sua falta, irmão.

– Eu também senti a sua.

– Desculpe por ter mandado você emb-

– O que passou, já foi. Acabou. – Christopher o interrompeu – O que importa é que estamos bem. Enfim... Foi bom te reencontrar. Espero te ver outras vezes.

– Eu também, irmão. Eu também.

..........

Do lado de fora da casa, Teresa estava junto aos paramédicos, que checavam se tudo estava bem, para ela e para o bebê em sua barriga.

Patrick se aproximou com um sorriso sincero nos lábios até estar em frente a ela.

– Está tudo bem?

– Está – Teresa respondeu – E com você? Está tudo bem?

– Sim... Oh, lembrei! – ele disse e retirou de dentro do bolso de seu paletó, uma barra de chocolate, e o entregou a Teresa

– Hum... Onde conseguiu isso?

– Abbot – ele esclareceu

– Preciso lembrar de agradecê-lo depois.

– Sim. Olha, eu... Tenho mais uma coisa para te dar. Já fazia um tempo que eu estava planejando isso, mas a oportunidade nunca parecia certa, então... – ele retirou do bolso um colar dourado com uma aliança de ouro como pingente – Quero que fique com isso.

– Jane! – exclamou – Você tem certeza?

– Tenho sim. Essa aliança já significou muito para mim – ele colocou o colar no pescoço de Teresa – Mas eu agora tenho outra no lugar. E tudo isso graças a você – ele mostrou sua mão esquerda, onde ele carregava a aliança de casamento dele e de Teresa – Nada mais justo do que você ficar com essa daqui agora.

– Obrigada Patrick – ela se inclinou para frente e o beijou