A História de uma Filha de Hermes escrita por Queen of Stories


Capítulo 2
Entre Treinos e Hematomas


Notas iniciais do capítulo

Oie!! Fico muito feliz com os comentários suuuper meigos do ultimo capitulo, e estou me esforçando ao máximo para a fic ser digna deles.
Espero que gostem!!!
kisses *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/548123/chapter/2



Nós andamos até o refeitório, onde cada uma foi para sua mesa. Peguei meu prato e fui tranquilamente pegar comida , quando esbarro com alguém.

– Oi Belle!- sorriu Miranda.

– Oi Miranda.

– Você viu a Ev?- questionou ela.

– Miranda, deixa a Ev em paz um pouquinho. Ela não gosta de experimentar roupas tanto quanto você.- falei.

– Mas era só unzinho! - reclamou.

Olhei para ela, arqueando a sobrancelha.

– Tá bom! Tá bom! Não era só um! - admitiu, revirando os olhos. - Mas eu vi um vestido que era a cara da Ev.... E eu não resisti!

Eu rio. Ela me olha por uns instantes, então ri também.

– Tá certo! Eu guardo o vestido para outra ocasião. Mas quando aparecer alguma festa, ela vai usá-lo, querendo ou não. - declarou. Em seguida, dirigiu-se a sua mesa, onde suas irmãs fofocavam sobre os namorados umas das outras.

Filhas de Afrodite realmente eram estranhas criaturas. Uma hora falavam sobre coisas "afroditescas", outra podiam estar lutando com espadas ou até mesmo jogando videogame. Sério, a Miranda é viciada, não conheço ninguém que ganhe dela. Peguei uma bandeja e fui me servir, em seguida derrubando uma maçã verde no fogo, em homenagem a meu pai.

Sentei e comi, observando todos por um momento, quando tive uma ideia para me vingar de Connor e Travis. Engoli o café da manhã e saí discretamente do refeitório, seguindo para o chalé de Afrodite. Entrei e me dirigi a uma penteadeira branca, onde se encontrava uma caixinha de madeira com uma cruz rosa: uma caixa de primeiros socorros.

Como eu esperava, além de remédios e curativos, na caixa haviam várias caixinhas completas de maquiagem.

"Socorro meu rímel borrou" ou então " Alguém me ajude, estou sem batom" eram as emergências mais comuns das filhas da deusa da beleza.

Logo que peguei um estojo, senti algo andando em meu ombro. Olhei e vi meu camaleão de estimação: Legolas ( N/A: Não resisti. Uma amiga deu a ideia e eu achei que " O camaleão Legolas" soava bem legal, então...) . Peguei-o e com cuidado, o coloquei em meio as maquiagens, sabendo do medo irracional que as filhas de Afrodite tinham de répteis de qualquer espécie. Não era porque Miranda era minha amiga que eu não faria pegadinhas com ela e suas irmãs.

– Quando terminar volte para o chalé, ok?- instruí, recebendo um olhar de entendimento em resposta. Sim, eu falo com ele. É um réptil não é? Um parente distante da serpente. Então eu posso.

Saí pela janela, ao ouvir vozes se aproximando. Elas teriam uma pequena surpresa ao mexer nas maquiagens naquela manhã.

Andei de volta para o chalé 11, com o estojo no bolso da calça jeans. Chegando lá, comecei a arrumar minha cama ás pressas, guardando minha armadura recém polida na caixa e enfiei debaixo da cama, pegando vários pacotes de balas e salgadinhos e jogando no lixo do banheiro.

Quando eu estava começando a esconder minha roupa suja no fundo do baú, debaixo das roupas limpas meio dobradas, meus irmãos entraram correndo, pela porta e pelas janelas e começaram a fazer o mesmo que eu.

Lilian, minha irmã, pegou um vidro de desodorante e espirrou perto do cesto de roupa suja, para disfarçar o cheiro das meias dos meninos. Claro que seria melhor simplesmente lavá-las, só que dá taaaanto trabalho...

Mal terminamos de esconder a bagunça que Elizabeth, líder do chalé de Apolo, ou como eu chamo, Lizzy, pois nós somos a dupla dinâmica, Izzy e Lizzy, tipo Kili e Fili , aqueles anões de O Hobbit. Mas eu sou a única que a chama assim, os outros usam Liza ou Lizard.

Ela tinha olhos verdes e os cabelos loiro escuros eram ondulados e iam até os ombros. Seu rosto era infantil, apesar de ter 15 anos, e quando sorria, fazia covinhas. Era uma musicista extremamente habilidosa, e quando cantava ou tocava, era como ouvir um coro de anjos.

– Hum...Bom, bom. Claro, podia estar melhor , e não vou nem comentar sobre a quantidade de pó desse chão... Mas, acho que fizeram um bom trabalho...- comentou, enquanto andava de um lado para o outro, examinando meticulosamente cada canto do chalé.- E o desodorante com certeza ajudou bastante... Acho que um 3 está de bom tamanho e já vai livrá-los de lavar a louça.

Ela anotou a nota na prancheta e seguiu para os próximos chalés. Um suspiro de alívio coletivo ecoou pelo local.

– Por que ao invés de esconder a bagunça, a gente não arruma de verdade? - Questionou Lilian, pensativa.

Todos assumimos a mesma expressão pensativa por um momento. Então falamos em conjunto:

– Não.... é tanto trabalho.

– E depois vai ficar tudo bagunçado mesmo.- concluiu ela e todos voltaram a seus afazeres, seja polir a armadura, afiar a espada ou se entupir de balas e salgadinhos.

Peguei minha espada e fui para a arena, onde Evanlyn e Miranda treinavam juntas. Evanlyn usava um machado de guerra, que golpeava e girava em um assustador arco de destruição. Miranda usava duas adagas cuja lamina eram do tamanho do seu antebraço.

Evanlyn golpeava e aparava os golpes da outra, enquanto Miranda se esquivava agilmente do machado e desferia golpes rápidos com as adagas e alguns chutes ou rasteiras em momentos oportunos.

Ev tinha alguma vantagem, com mais força e uma arma maior, e logo conseguiu desarmar Miranda.

–Que droga! Eu não consigo lutar com isso! - reclamou.

– Calma, Mii. Você está melhorando bastante.- sorriu Ev, devolvendo as armas da outra.

– E também, o seu ponto forte é o charme. Você é uma das filhas de Afrodite mais persuasivas do Acampamento.- falei.

– Mas eu não quero ser uma inútil! Eu quero lutar.- disse ela, com expressão triste.

–E está aprendendo, está se esforçando. Apenas isso já faz com que você não seja inútil.- completou Evanlyn, apoiando-se no machado.

Miranda olhou para nós com cuidado, alternando o olhar de uma para a outra, tentando descobrir se estávamos falando a verdade.

– Certo. Estão me dizendo que é apenas uma questão de tempo?- perguntou ela, olhando para as adagas.

– Sim. Eu comecei a treinar com 8 anos. Claro, eu usava um machado menor, mas... E você tem que levar em conta, que sou filha do deus da guerra.- disse Ev.

– E eu comecei a lutar com 9, mas com a espada mesmo, só aos 10. Antes, eu usava gravetos, tacos de golfe, de baseball... Mas você começou a treinar com as adagas a pouco tempo, antes você usava uma besta, né? - indaguei.

– Sim, ainda uso. A Lizard me ensinou quando eu tinha 10, no ano em que cheguei no acampamento. Ela disse que o arco, a menos que você tenha uma habilidade natural, resumindo, a menos que você seja filha de Apolo, leva anos para ser uma arqueira experiente. Aí ela me ensinou a usar a besta, que é bem mais fácil de aprender. - explicou ela, brincando com os cachos. Era algo que Mii e Lizard tinham em comum: quando ficavam nervosas, ansiosas ou distraídas, ambas começavam a brincar com o cabelo.

– Certo então. - Continuou.- Sigam treinando, eu vou descansar um pouquinho e depois vou para a aula de arco e flecha. Vejo vocês no almoço.
Observamos Miranda sair da arena, com as adagas embainhadas e ir para o chalé. Logo começamos a duelar.

Ev era muito boa com o machado. Mas eu era rápida para esquivar e defender. Continuamos treinando por mais meia hora, até que ela aparou um golpe com a lâmina do machado e me golpeou na canela com o cabo.

– Ai! Evanlyn!- gritei, fincando a espada no chão e massageando a canela dolorida.

– Que foi? Você deixou uma brecha...- sorriu ela, marota.

– Você é impossível, sabia?- comentei, levantando-me.

– Certo. Eu preciso ir. Tenho que amolar a lâmina do machado para tirar essas marcas horrorosas que você fez.- falou ela, saindo da arena.

– Precisa de ajuda? - perguntou uma voz atrás de mim.

– Pai!- falei, abraçando Hermes.

– Feliz aniversário Izzy!- disse ele.

– Mas é só quinta...

– Eu sei. Mas vou dar o seu presente hoje e quinta, nós vamos viajar!

– Eba! Para onde?- perguntei.

– Surpresa. Agora....Para você.- falou estendendo uma mochila de couro média.- Para viajar comigo, colocar suas coisas.

Abri a mochila e olhei dentro dela. Havia algo...diferente nela. Coloquei a mão dentro da bolsa, mas só me toquei quando meu braço inteiro já estava dentro dela.

– Uma Mochila -sem- fundo! Ah pai... você realmente se incomoda quando eu levo duas bolsas? - falei.

– Não é nada prático. Nessa aí você pode por seu quarto inteiro sem sentir o peso e ainda sobra espaço.- retrucou ele, gesticulando.

– Hahaha. Certo, certo...

– E se... - o que quer que ele fosse falar, foi interrompido pelo telefone.- Droga. Preciso ir Izzy. Quarta, esteja as 15h no meu templo. Você vai passar o dia comigo, dormir lá e viajamos ao amanhecer.

– Vamos pegar carona com o Apolo?- indaguei.

– Aham. Até mais!

Desviei os olhos enquanto ele assumia sua verdadeira forma divina e desaparecia. Segui mancando um pouco para o Chalé 7, para que Lizzy desse um jeito nesse hematoma.

Ela estava sentada na cama, afinando a harpa quando entrei.

– Lizzy!- falei, assustando-a

– Céus Izzy! Não me assuste assim!- reclamou.

– Devia ter visto a sua cara.- falei rindo.

– Hilária.

– Certo, me ajude aqui.- pedi, mostrando a canela.

– Viu só no que dá treinar com a Ev? Sente aqui.- Ela indicou uma poltrona.

Observei enquanto ela passava um gel prata no local, que logo sumia. A pomada dava uma sensação de formigamento onde era espalhada.

– O que é isso?

– Uma pomada analgésica. Derivada do enlace lunar.- explicou.- Pronto, acabei. Logo melhora.

– Obrigada.

– E diga a Ev que tente mandar menos trabalho para mim, ok?

– Certo, certo.- falei, saindo do chalé.

Ouvi gritinhos vindos do chalé 10 e alguns minutos depois senti algo em meu ombro.

– Missão bem sucedida, Leggy. - parabenizei, acariciando a cabeça do camaleão.

Naquela noite, enquanto Connor e Travis dormiam, pequei o estojo de maquiagem que tinha pego no chalé de Afrodite e andei cuidadosamente até eles. Eles deveriam pagar. Meu cabelo ainda estava meio azul, graças aos dois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Detestaram? Quero reviews, please *-* E para aqueles que gostaram, recomendo a fic da minha amiga Geek Unicorn: A história de uma Filha de Deméter.
kisses



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A História de uma Filha de Hermes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.