Pov Hermione Granger

Quando eu encostei na parede e vi aquele brilho, sabia que estávamos em um lugar mágico, e que aquilo era muito ruim. Para começo de conversa, nós não deveríamos estar ali, em hipótese alguma. Quando as vozes começaram a falar eu entrei em transe, já havia lido em algum lugar sobre aquela sala, mas onde? Não escutei quase nada do que disseram só a parte de “E ela querendo ou não, precisa dele!”.

Que merda é essa?

Quando fiquei colada ao Draco, pude sentir seus braços fortes e musculosos ao meu redor. Santo quadribol! O cheiro dele me invadiu, era como menta, meio amadeirado, meio cítrico... Era gostoso!

Bom, quando o transe acabou, quando tudo voltou ao normal, juntei todas as minhas forças e o empurrei, não queria seu cheiro perturbador tão perto, mas depois de alguns segundos eu fui lançada para ele, como se tivesse sido puxada!

A corda!

Tive que fazer um teste para saber se a corda realmente nos ligava ou não, e o resultado foi SIM!

MAS QUE PORRA É ESSA??

Eu tirei a varinha do meu bolso, e o Draco me olhou espantado. Rolei os olhos e murmurei calmamente:

– Finiti Incantatem

A luz do feitiço que saiu da varinha, se chocou com a corda invisível. A corda brilhou, absorveu o feitiço e nada ocorreu.

MERDA!

Sem perder a calma (controlando-me para não berrar), murmurei:

– Diffinto

Aconteceu a mesma coisa, ou seja, nada mudou!

DUPLA MERDA!

Suspirando frustrada, tentei a minha ultima arma:

– Sectussempra

E de novo nada! OKAY AGORA É A HORA DO PÂNICO!

–Abafiatto! – Murmurei antes de...

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!

Antes da segunda rodada de histeria, o Malfoy tapou a minha boca:

– Quer parar Gran.... AAAAAAAHHHHH

Pois é, eu mordi a mão dele, e uma bela dentada! Mordi e voltei a gritar:

– AAAAAHHH EU TO AMARRADA NO MALFOY! O QUE EU FIZ MERLIN? ME DIZ QUE ISSO É SÓ UM PESADELO TERRIVEL!

Eu estava dando um verdadeiro piti, nem prestava atenção ao que o Malfoy falava, até que eu senti um puxão no meu braço direito e fui parar de cara com o Malfoy:

– Quer calar essa boca Granger? Nós temos um sério problema aqui, não é hora de ficar pirando! São duas horas da manhã, vamos dormir e amanhã a gente resolve isso, vamos falar com o Dumbledore, chamar Merlin, evocar até a Morgana, mas vamos dar um jeito! Te acalma mulher!

Ele falava aquilo visivelmente furioso, e o pior é que ele tinha razão. E eu a mais inteligente dos dois estou pendendo tempo dando piti. Eu sou tão desnaturada!

– Malfoy! – Eu disse chorosa – Me desculpe, eu não sei o que... Me perdoa?

E eu chorava descontroladamente!

POV Draco Malfoy

Ela estava chorando? E eu nem disse nada pesado, nem a chamei de sangue ruim! E agora que eu estava acorrentado a ela, nem podia virar as costas e ir embora, então tinha que fazê-la parar:

– Granger, te acalma. Ta eu te perdôo - Estava desesperado para que aquela choradeira findasse.

Então eu fiz algo que nem Merlin acredita (nem eu), eu a abracei. Ela ficou tensa no inicio, mas depois me abraçou e chorou no meu peito. Nossa! Mulheres, eu nunca vou entendê-las! Primeiro ela dá um chilique, toda furiosa e agora está chorando descontroladamente em meus braços. Depois de uns 15 minutos, ela já estava calma:

– Obrigada Malfoy – Disse sem graça

– Por nada Granger!

Nos levantamos, nem reparei que estávamos no chão, e caminhamos silenciosamente até o nosso Salão Comunal. Ela havia feito uma cama com os travesseiros e lençóis.

– Er... Onde eu vou dormir? – Eu disse e ela fez uma careta

– Comigo né, Malfoy? Esqueceu que estamos grudados? – Sua voz irônica.

– Como poderia? – Suspirei cansado – Vamos dormir logo.

Ela se deitou, e eu me ajeitei em meio aos lençóis. Era uma situação desconfortável, afinal era a Granger. Passou pouco tempo e eu caí no sono. Estava realmente com sono, até o frio o meu corpo rejeitou devido ao cansaço. Eu já estava sonhando longe, dormindo, até que pequenas mãos frias me fizeram despertar sonolento:

– Malfoy?

– Só mais cinco minutinhos titia...

– Que tia o que, Malfoy! Caramba sou eu.

– Granger? O que foi?

– Será que eu podia me aconchegar a você? Eu estou com muito frio e essa lareira não está ajudando.

– Só posso estar sonhando.

– É sério Malfoy – Suspiro – Por favor. – Foi tão baixo, que eu acredito que tenha imaginado essa ultima parte.

Eu abri meus olhos e a fitei. Ela estava meio pálida e tremia de frio.

– Tudo bem, mas não vá se acostumando! – Eu dei uma risadinha. Ela nem respondeu, o que é estranho. Então a envolvi em meus braços, ela estremeceu com o contato do meu corpo quente no dela.

E eu adormeci.

POV Hermione Granger

Pedi para Draco me aquecer, não foi nada fácil, principalmente depois da crise histérica que eu tive. Eu me desesperei por dois motivos, primeiro: É TPM, eu sei por que meu ciclo é regular, e segundo: porque realmente a minha vida ia muda agora. Apenas me deixei que ele me consolasse na sala, porque caiu a ficha do verdadeiro sentido desse feitiço maluco, eu me senti perdida e aquele gesto me acalmou.

Agora eu me lembro onde eu li sobre essa sala, em um dos livros que peguei na Seção Reservada dizia que em Hogwarts haveria alguma sala com um forte feitiço sobre amor, mas a maioria dos historiadores acreditava que eram apenas boatos. E outra, ninguém acredita em Salazar e Rowena juntos. Mas era real, muito real. E lá no fundo eu sabia que mesmo que eu evocasse todas as forças da natureza, jamais esse feitiço ia ser quebrado a não ser como nos foi dito... Nos amando... argh!

Eu tinha que me esforçar para pelo menos me afeiçoar a Draco, agora íamos estar juntos 24h por dia, eu não queria viver brigando. Isso não é saudável. E agora todo aquele meu plano de querer ser fria como a Elsa, havia sido transformado em água e ido direto para o ralo. Senti a respiração ritmada de Draco, em minha nuca, e sabia que ele já havia dormido. Não é tão difícil se interessar por Draco, enquanto ele não abre a boca haha’. Ele era bonito, isso eu tinha que admitir, era sexy, charmoso e tinha um sorriso galante. Não é atoa que quase todas as garotas de Hogwarts já foram apaixonadas por ele, inclusive eu.

Suspirei novamente. Lembrar da época masoquista, que eu gostava de Draco, me cansava. E no final, era apenas paixonite de criança, nada demais. Mas agora eu tinha que gostar dele, ou pelo menos ir fingindo até se tornar real. Porque sério, eu não queria ter que tomar banho e trocar de absorvente o resto da minha vida na frente do Malfoy!

Em meios aos meus pensamentos, eu acabei adormecendo.

Passaram-se 15 minutos (pelo menos foi o que me pareceu), eu senti um braço do Malfoy esbarrar dolorosamente em mim:

– Ai Que Droga Malfoy! Cuidado com os seus movimentos. Eu sou delicada!

Ele resmungou alguma coisa e eu ignorei:

– Que horas são? – Ele disse

– Sei lá! – Dei de ombros – Accio relógio! São... Aaaahh, meu Merlin, estamos atrasados, atrasados, atrasados.

Me levantei em um pulo, ainda repetindo “atrasados”, parecia o coelho da Alice:

– Ai Granger, doeu! – Afs! Como esse cara é maricas – Calma aí, como vamos nos trocar?

Olhei alarmada para Malfoy, como pude me esquecer disso? Ele ia me ver pelada? Juro que estava quase chorando e à beira da histeria novamente:

– CALMA GRANGER! Não grite, suas roupas estão aqui não estão? – Ele estava realmente se estressando comigo, então apenas fiz que sim com a cabeça. – Isso é bom. O meu eu vou ter que... Accio meu uniforme da Sonserina

Depois de uns segundos dele apareceu. Mas não é apenas a muda de roupa que me incomoda...

– Você não está pensando em tomar banho comigo né?

– Claro que não! – Ele disse muito rápido pro meu gosto – Ainda nem somos casados.

– O QUE? – Não, não acredito que ele chegou a mesma conclusão que eu!

– Nada Granger! Só vira de costas para eu poder trocar de roupa.