Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 9
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Notas iniciais do capítulo

Oi gente, agora são 6 e pouco da manhã de um sábado, não é de dia de postagem, mas como vocês devem ter notado não postei ontem. Aconteceu alguns problemas aqui em casa que me impediram de sequer pensar em postar (desculpem!) e por isso estou postando aqui com o rabo entre as pernas. Não me odeiem, mas ninguém está imune a problemas.
Enjoy :D

Música do capítulo: Secrets - One Republic (estou ligeiramente viciada em One Republic)



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Durante minha preparação para viajar, Robert agia como se estivesse tudo bem, me ignorando e se trancando no escritório até a hora do jantar, quando tentava puxar conversa com Dimitri, que o respondia muito mais completamente do que a mim.

Quando chegou o dia do anúncio de minha viagem à Rússia eu me sentia extremamente nervosa Kristine trabalhava em silêncio nos meus cabelos antes de eu ir para o estúdio, nós duas estávamos muito quietas ultimamente e eu sabia o motivo: ela tinha sido designada para uma Selecionada, então quando eu voltasse para Illéa minha fiel amiga estaria toda amiguinha da outra menina.

— Você está preocupada? — perguntou-me Kristine por fim, quebrando o silêncio.

— Muito — sussurrei. — E se alguma coisa der errado? Eu sei que Robert tem uma decisão difícil aqui e gostaria de ajudá-lo com as meninas, mas eu também tenho uma decisão difícil e eu também estarei fora do meu território, como as Selecionadas. É como uma Seleção de uma garota só.

— Bem — minha amiga tentou me animar —, pelo menos você não precisa se preocupar com a concorrência.

Ri para não chorar desse pensamento. Não haviam no mundo duas pessoas menos parecidas e afins que eu e Dimitri. Ele era inverno e eu era verão.

Kristine pousou a coroa no topo da minha cabeça, alheia à meus sentimentos.

— Pronto.

Olhei-me no espelho e contemplei a garota loura que me fitava de volta. Os cabelos estavam em um penteado meio preso e meus olhos com uma maquiagem clara. Abri um sorriso tranquilo e a imagem no espelho o retribuiu.

— Agora eu só tenho que manter esse sorriso até as câmeras se apagarem — falei para o reflexo.

— Você vai conseguir, Layla — disse-me Kristine abraçando meu ombro. — Tudo vai dar certo.

— Assim espero. — Levantei-me e saí pela porta com a cabeça erguida e desci até onde era gravado o Jornal Oficial. Antes, porém, que eu pudesse entrar nosso convidados russos também chegaram ao mesmo tempo.

— Primeiro as damas — princípe Dimitri indicou a porta com um gesto elegante.

Corei levemente sem razão alguma. Nos últimos dias Dimitri tinha adquirido esse dom de me fazer sentir uma garotinha toda vez que o via e eu odiava isso porque como eu disse antes, éramos totalmente opostos.

— Muito obrigada — fiz uma reverência a ele e entrei.

As coisas dentro do estúdio estavam uma completa loucura. As pessoas corriam para lá e para cá dando os últimos retoques em tudo, minha mãe estava parada no palco enquanto conversava com uma de suas criadas, Diana, e com Robert. Eu não tinha conversado com meu irmão desde o momento em que havia aceitado os termos do acordo e não queria fazê-lo agora, porém eu sabia que precisava.

Obriguei meus pés a me levarem até ele.

— Preocupado? — questionei casualmente tocando seu ombro.

Robert me analisou por alguns segundos.

— Nervoso — respondeu conciso e fez um gesto para minha mãe. — Depois do anúncio dos nomes eu vou contar para Peter sobre a sua viagem, então ele talvez vá querer uma entrevista. Comece a ensaiar o seu discurso.

Assenti brevemente. Eu não tinha ideia do que dizer e fui para longe do palco onde estavam fazendo os últimos ajustes para a entrevista de Robert.

Minha família tinha meio que uma fórmula para entrevistas no Jornal Oficial: seja breve, seja gentil, não fique dando voltas, mostre que você também é gente. Todos usavam essas técnicas, mesmo que não todas ao mesmo tempo.

— Trinta segundos! — informou um contrarregra quando o hino nacional começou a tocar e eu me postei ao lado de minha mãe no palco.

Príncipe Dimitri e seu pai tinham ido se postar a lado de alguns conselheiros, tanto de Illéa quanto da Rússia, em um canto do palco, onde as câmeras podiam pegâ-los em segundo plano.

— Boa noite, Illéa — a voz grave e enérgica de Peter Hawkings reverberou pelo estúdio. — Essa noite, finalmente, conheceremos as trinta e cinco lindas moças que tentarão conquistar o coração de nosso herdeiro, Robert Schreave! Mas primeiro, as notícias de Illéa! — anunciou o nome erguendo a voz como se mostrasse uma coisa incrível ao público. E meu irmão fez um aceno rígido para uma câmera.

As câmeras se virarem para oonde papai estava no palanque, bem próximo à nós, e começou a falar sobre a guerra em Nova Ásia eles atacaram uma de nossas bases e papai dizia que já havíamos voltado à batalha e eu reprimi uma careta, guerra era sempre um dos assuntos no Jornal. Papai também falou sobre a educação e as bolsas que Illéa estava dando para nossos estudantes fazerem intercâmbio no exterior, eu gostava desse plano.

Por fim, ele se calou e Peter voltou a falar, era como uma coreografia onde não podia haver silêncio. O apresentador chamou Robert com um gesto e meu irmão sorriu e se adiantou a sentar na cadeira diante de Peter.

— Boa noite, Alteza.

— Boa noite, Peter.

— Ansioso para conhecer suas pretendentes?

— Muito — meu irmão sorriu de forma angelical. Provavelmente em algum lugar de Illéa uma garota acabava de desmaiar com aquele sorriso.

— Então chega de curiosidade. Vamos conhecer as trinta e cinco sortudas filhas de Illéa— ele apontou para um monitor. — Sarah Sew, Belcourt — e apareceu no monitor um rosto de uma jovem talvez de minha idade com os olhos enormes de empolgação e uma cascata de cabelos cor de chocolate.

— Marian Kodak, Ottaro — uma menina de olhos azuis e pele escura. Robert se inclinou para falar com meu pai, com um sorriso gigante e falso na cara e Peter continuou falando os nomes.

Loiuse, Gretchen, Sophia, Eilena, Thalia, Kate, Aimee, Grace, Blythe, Bree, Maya, Chelsea, Evangeline, Hailey, Madelaine, Juniper, Lilac, Olivia, Claire, Rosie, Zoey,Thea, Megan, Rani, Quinn, Rebecca, Lucy, Emma, Anna Marie, Kitty, Mia, April, Alicia e Theresa.

Mãe de Deus, ainda bem que eu não ia estar ali na próxima semana. Eu não ia conseguir associar todos aqueles nomes àquelas meninas.

— E aí estão! Na próxima semana essas moças receberão os preparativos para a Seleção e na sexta estarão aqui no palácio. Agora vamos ao nosso prêmio... Também conhecido como príncipe Robert!

Meu irmão se ajeitou na cadeira e riu.

— Quem vai receber o prêmio de companhia tão agradável serei eu, Peter, não as senhoritas.

— O que achou das moças, Alteza?

— Essas senhoritas são lindas. Estou ansioso para conhecê-las — outro sorriso.

— Nós também estamos — o entrevistador sorriu para uma câmera. — Tenho certeza que serão tão delicadas quanto parecem nas fotos.

— Assim espero.

— E o ciúme de irmã vai tornar essa Seleção mais difícil que foi a de seu pai e seu avô? — ele estava se referindo ao fato óbvio de eu ser a única menina em várias gerações de Schreaves.

— Tornaria, se ela estivesse aqui. Sem dúvida. — Quando a câmera virou para mim, sorri de forma encabulada.

— Mas ela não estará aqui? — Peter ergueu uma sobrancelha.

— Ah não, Layla quis fazer uma viagem à Rússia para conhecer os costumes locais e caridosamente a família russa aceitou acolhê-la.

— E imagino que isso não tenha nada a ver com a beleza estonteante de nossa princesa?

Robert riu de modo jovial.

— Provavelmente tenha, mas prefiro não me meter nas coisas de minha irmã — mentiu descaradamente.

— Agora vou ter apenas uma palavrinha com a princesa Layla antes de encerrar — novamente uma câmera virou para mim. — Está nervosa com a sua recém divulgada viagem, princesa? — Peter perguntou com um sorriso. Ele era um homem bonito para a idade e tinha um enorme domínio do público. Algumas pessoas tem a carisma como um traço natural e Peter sempre teve isso.

— Nervosa? Só porque vou para um lugar que não conheço e que deve estar fazendo uns cem graus negativos? Nem um pouco. Estou muito animada.

Ele riu levemente.

— E está ansiosa para passar um tempo com o príncipe russo, presumo.

— Mal posso esperar — de canto de olhou vi Robert cerrando os punhos para a borda afiada em meu tom.

— O que podemos esperar dessa viagem? — havia um tom sugestivo que eu resolvi ignorar.

Lancei-lhe um sorriso genuíno.

— Muitas fotos.

— Mal podemos esperar — Peter sorriu também. — Alguma coisa a dizer às senhoritas que virão para o palácio, mesmo que Vossa Alteza não esteja aqui para conhecê-las?

Olhei diretamente para uma câmera.

— Ninguém espera que vocês sejam perfeitas, sejam apenas vocês mesmas e divirtam-se. Aconteça o que acontecer, a partir da semana que vem vocês serão parte da família real de Illéa.

— Excelente! Com essas sábias palavras, nos despedimos. Não se esqueçam de sintonizar nosso canal para uma cobertura exclusiva da Seleção e também da viagem de nossa princesa à Rússia. Boa noite Illéa!

O hino começou a tocar e as luzes se apagaram.

Suspirei aliviada.

Agora eu só tinha que me preocupar com o dia seguinte, quando eu seria despachada para a Rússia para tentar lidar com meu noivo que já tinha sumido assim que as luzes se apagaram. Yupi!


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Notas finais do capítulo

É isso, beijos de luz
Até logo ;)



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