Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 32
Casamento


Notas iniciais do capítulo

Hoje é último dia de postagem do ano e eu gostaria de agradecer a cada um de vocês que esteve esse ano comigo, me ajudando a escrever, me dando motivação, puxando minha orelha quando as coisas não saíam do jeito que vocês queriam.
Quando eu "criei" a Snow Girl eu prometi para mim mesma que ela seria exatamente como meus amigos aqui de casa dizem que eu sou: fria, difícil de lidar, sarcástica e implicante. Mas eu não consegui. Já na minha primeira postagem eu estava completamente elétrica, com medo da rejeição e esperando um monte de críticas ruins. O que eu recebi foi muito amor, umas pessoas doidas mandando eu postar logo e um monte de coisas engraçadas.
Eu queria saber sobre vocês, queria compartilhar meu gosto musical e surtava quando alguém elogiava a música do dia (é, eu sei que parei de postar, mas não tenho culpa, ok? Inspiração às vezes vem do nada)... ou seja: o objetivo da Snow Girl já era e eu nunca fiquei tão feliz por uma coisa dar errado.
Eu não sei se existe um Deus — ou alguns deuses — lá fora, mas se existir alguma coisa, eu sou extremamente grata por ter conhecido pessoas tão maravilhosas, inteligentes e engraçadas.
Obrigada, meninas, por fazerem o ano de 2014 tão inesquecível para mim.
Só não vou dizer os nomes porque se não daria um livro aqui, mas mesmo os meus amados fantasmas fizeram o meu ano melhor — eu estou sempre de olho no meu contador de acessos, gatos, vocês podem não comentar mas eu sei que existem, viu? — e mais motivado.
Mais uma vez: obrigada amores. Vejo vocês em 2015!

No último capítulo de DANC:



"— Ouça, meu passado não é exatamente bom. Na verdade, até meus dezoito anos eu poderia perfeitamente deletar tudo da memória. Eu era arrogante, prepotente e não dava a mínima para nada. Meu pai destruiu o meu quarto quando soube que eu costumava levar prostitutas lá e eu sequer pisquei, só coloquei móveis novos lá — contou, alterado. — Quando fiz dezoito ele literalmente me obrigou a tomar minhas responsabilidades, ele me mantinha cativo em meu próprio quarto com um monte de papeis de relatórios na minha frente e um prato de comida que deveria durar o dia todo. Eu aprendi a crescer e me arrependi das coisas que fiz quando estava mal.
Eu não falei nada.
Dimitri sacudiu a cabeça.
— Confie em mim, Layla — ele pegou minhas mãos. — Eu nunca quis outra mulher como quero você.
Assenti. Eu confiava."



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O sétimo dia do ano veio estranhamente ensolarado para o inverno russo e Anya, que tinha voltado dois dias antes, dizia que era um bom presságio para o casamento.

Como ela era minha assistente, não vimos necessidade de esconder dela que iríamos nos casar e Anya, para minha eterna surpresa, me abraçou firmemente.

— Obrigada — ela disse baixinho, em inglês, o que me surpreeendeu mais ainda. — Eu nunca vi esse menino parecendo tão menino quanto agora. Você o fez ser um homem normal como ele não era desde a morte da rainha Katherine.

Eu sorri, emocionada.

— Fico feliz em ser útil, senhora — fiz uma mesura.

Ela havia secado as lágrimas e sorrido.

— Pois então, deve treinar e aperfeiçoar o seu russo, futura rainha da Rússia.

Fiz careta para suas palavras e ela deu uma risadinha.

— Hoje é o seu dia, não deveria fazer careta — repreendeu.

— Desculpe, Anya — eu disse enquanto ela terminava de arrumar o meu cabelo.

Para o rei, Anya e eu planejávamos passar o dia com suas filhas e eu só voltaríamos para o jantar de natal. Essa era a explicação para o meu sumiço de um dia inteiro que na verdade eu estaria me casando com o seu filho.

Me sentia meio mal por estar enganando-o, mas Dimitri havia prometido que o mais rápido possível estaríamos contando tudo para nossas famílias. Aquilo me acalmou um pouco.

Anya terminou com meu cabelo e passou a me maquiar. Eu me sentia como uma boneca tamanho gigante enquanto ela aplicava produto atrás de produto em cada centímetro possível de minha pele.

Por fim, Anya disse que eu estava pronta.

Olhei-me no espelho e me surpreendi com o resultado.

Ela havia feito um coque baixo, simples e elegante em minha nuca, deixando minha franja especulativamente no rosto e havia colocado minha coroa favorita sobre meus cabelos, uma cheia de diamantes que havia pertencido à minha avó America e que ela me dera no meu aniversário de quinze anos.

A maquiagem suave realçava minha pele bronzeada que não combinava em nada com a paisagem nevada lá fora, mas combinava perfeitamente com o vestido branco, apenas ligeiramente mais bufante que os que eu costumava usar normalmente. Poderia ser um vestido normal, se eu não estive arrumada para o meu casamento clandestino.

— O véu estará dentro da minha bolsa — sussurrou Anya. Ela também se sentia uma clandestina. — Não podemos correr o risco de alguém vê-la vestida assim. O buquê estará no carro.

Assenti em agradecimento. Se eu abrisse a boca certamente iria vomitar e isso era uma péssima ideia.

Anya havia providenciado o transporte com um dos guardas do palácio que era seu amigo de longa data e que ela fizera jurar que não falaria nada sobre aquilo para ninguém.

Saímos pelas portas do fundo para o dia frio e o carro preto. Eu estava agradecida pelo meu vestido revestido com tecido térmico para manter o calor corporal.

Fomos conduzidas por ruas largas e quase vazias enquanto Anya colocava o véu por baixo do meu cabelo. Ela sorria e cantarolava baixinho como se fosse apenas um dia comum.

Por fim o carro parou e eu a olhei em pânico.

— Tudo vai dar certo — ela disse como se lesse minha mente. — Fique aqui dentro que eu vou avisar ao musicista da sua chegada.

Agradeci novamente e comecei a contar minhas respirações para me acalmar antes que eu desmaiasse. Ela saiu levando o buquê.

Cedo demais, Anya voltou.

— Vamos, princesa.

— Eu vou desmaiar — sussurrei.

— Não, não vai — disse com paciência. — Segure minha mão.

Assenti e saí tremendo do carro, mas nada que o tecido macio fizesse poderia deter os tremores de medo que percorriam meu corpo.

Eu ia me casar. Ah, meu Deus.

Onde eu tinha me metido?

Ouvir a música também não ajudou muito. A única coisa que definitivamente me acalmou foi Dimitri — o cabelo ligeiramente comprido tinha sido cortado à semelhança do de Robert, quase curto demais para o meu gosto — parado no altar com uma expressão séria, os olhos fixos em mim.

Eu estava ali por ele. Eu o amava e queria pertencer a ele queria que ele pertencesse a mim, lembrei-me.

Entrei na capela vazia com Anya a meu lado e lamentei que papai não pudesse ter a honra de levar sua única filha ao altar.

Entreguei o buquê para Anya assim que alcancei a ara. Dimitri pegou minha mão e nós nos ajoelhamos diante do sacerdote.

Não tinha muita certeza do porquê, mas o padre estava lendo nossos votos em latim, eu conseguia acompanhá-lo, claro, mas não tão bem quanto o russo. Queria perguntar para Dimitri sobre isso, mas eu não interromperia meu casamento para isso, não é?

Então chegou a parte mais temida de todas. Nós nos levantamos.

Dimitri começou, ainda bem.

— Eu, Dimitri Ivanov Serov, recebo por minha esposa a ti, Layla Piper Schreave, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida — ele disse, solenemente.

Dimitri sorriu para mim e assentiu.

— Eu, Layla Piper Schreave, recebo por meu esposo a ti, Dimitri Ivanov Serov, e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida — prometi.

— Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja, e Se digne enriquecer-vos com a Sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu — disse o sacerdote. — As alianças, por favor.

Olhei em pânico para Dimitri, mas ele apenas colocou a mão no bolso do paletó e entregou ao homem, arqueando uma sobrancelha para mim como se dissesse "Você realmente achou que eu iria esquecer disso?".

Dei de ombros levemente. Eu teria esquecido.

O padre pegou os dois aros de metal e colocou sobre o púpito. Então pousou a mão sobre elas e disse:

—Abençoai e santificai, Senhor, o amor dos vossos servos Dimitri e Layla, para que, entregando um ao outro estas alianças em sinal de fidelidade, recordem o seu compromisso de amor.

Dimitri pegou um anel.

— Layla, receba esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade.

Minha aliança era um lindo aro de ouro que fazia uma curva ao redor do rubi solitário como se as duas pontas do anel o segurassem.

Eu o olhei emocionada, deslizando por meu dedo anelar.

Decididamente não enxergando nada, peguei o outro aro, simples e grosso e deslizei pelo dedo de Dimitri, dizendo:

— Dimitri, receba esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade.

— Em juízo, pode beijar a noiva.

Dimitri tocou o véu com as pontas dos dedos e o ergueu delicadamente.

Ele beijou cada uma de minhas pálpebras para secar minhas lágrimas, a ponta do nariz e por fim meus lábios. Havia algo de vitorioso quando nossas bocas finalmente se encontraram e eu pensei que iria realmente desmaiar naquele momento.

— Princesa Layla Schreave Serov — sussurrou em inglês, os olhos fixos nos meus com um fogo negro que derretia tudo dentro de mim —, eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaawn, eu sei! Casamentos supostamente são eventos para compartilhar com quem se ama, mas a pessoa mais importante em um casamento é aquela que você quer compartilhar a vida, certo? #TiaSnowFilosofando
Enfim... logo logo a viadagem acaba, de um jeito ou de outro haushaus
Até logo ♥