_O que não faz sentido?

_Espere um pouco... vou ver se consigo provar sua inocência. Vou colocar você em espera tá bom?

_Por mim tudo bem.

Enquanto estava dando uma música horrível vinda da ligação em espera, aproveitei para ir ver de onde vinha aquela vibração. Por vezes, eu acho que perco a esperança muito facilmente. Era uma mensagem da Jo. Não sei bem como me senti ao ver que ela tinha me respondido. Acho que uma mistura de felicidade e alegria se misturou, ou melhor, se entranhou bem no fundo do meu corpo.

Infelizmente, essa felicidade sumiu bem depressa. Bastou ler a mensagem para que todos os pensamentos e sentimentos agradáveis desaparecessem.

*Claro que não fui eu que te mandei, a última coisa que eu quero neste momento é manter contacto contigo!* ... Sabe, os meus sentimentos, orgulho, coração e estado de espírito agradecem.

Me sentei na cama, pousando a cabeça nas mãos. Comecei sentindo meus olhos lacrimejarem. É difícil saber que uma pessoa não quer saber da sua existência quando você não tem culpa de nada... Tentei mudar de "assunto" mental, digamos assim... Acho que o meu corpo não está muito virado para essa opção....

_*Castiel....! CASTIEL, ATENDE O TELEFONE!!*

_O que é que você quer Rosa? Não estou nos melhores momentos...

_Você está chorando?_ Eu não respondi, apenas fiquei ouvindo o longo suspiro que ela deu._ Quer saber, eu já estou acreditando na sua inocência, digamos assim. Mas antes, você tem de me dizer se conhece este número. Se não tem nada aí para apontar, vai buscar rápido.

Sinceramente, acho que a Rosa consegue ter uma personalidade forte. Nuns momentos, é gentil com você, te ajuda em tudo, está sempre preocupada com você... e noutros, ela vira um 'bicho'. Te dá ordens e te obriga a fazer tudo o que ela quer, mas para o nosso próprio bem, o que, na minha opinião, é o mais surpreendente.

Então lá fui eu, fazer o que ela mandou. fiquei esperando e apontei cada número que ela falou, verificando depois se estavam corretos. Os fiquei observando. Parecia que já os tinha visto, mas não tinha aquele número guardado nos meus contactos. Dei essa informação a Rosalya, que parecia já estar esperando a resposta que eu lhe tinha dado.

_Só tenho uma coisa para te dizer: Meu querido amigo vermelhinho e chato Castiel, você foi tramado e se não resolver isto rápido, vai arranjar problemas. Eu tenho de te explicar isto pessoalmente, por isso eu te explico amanhã no primeiro intervalo.

_Mas eu não estou pensando em ir amanhã...

_Você vai. Agora não posso falar mais com você, até amanhã.

_ Aff, até.

Guardei o telefone num sítio onde não existia espuma e me atirei para cima da cama, ficando deitado a pensar.... E aqui estou eu fazendo o que ela me disse... Acho que se pode dizer que esse foi dos meus últimos pensamentos antes de adormecer. Seja como for, ela é realmente boa pessoa.

Contra a minha vontade, voltei a acordar com o sonoro som do despertador, que, apenas por acaso, tem tocado todos os dias, porque alguém se esquece sempre de desligá-lo. Muito lentamente me levantei e me preparei. Após de também cuidar de Dragon, saí de casa e caminhei para a escola. Enquanto andava, reparei que o dia até não estava muito ruim. Acho que não me importava se o meu interior estivesse da mesma forma.

Quando cheguei, Lysandre me viu e veio falar comigo. Pensei que ele pudesse estar ressentido ou até mesmo chateado, pois é o que costuma acontecer quando eu não me interesso ao que, segundo ele, tem importância. Mas pelo o contrário, veio na minha direção com um sorriso triunfante, como se fosse um pedófilo que encontrou a sua "presa".(Eu sei que a comparação é ridícula, mas foi o que me pareceu quando o vi).

_Oi! Tenho de falar com você. Ainda tem tempo para mim?

_Oi, sim tenho. Diz logo._ Disse seco.

_Você sabe que vão fechar a escola amanhã certo?_ Eu assenti._ Eu estive pensando e eu lembrei de uma coisa...._ Eu admito, quando ouvi isto me deu vontade de rir. O que faria ele sem ser pensar?_ Lembra daquilo que eu falei que eu e Leight íamos herdar aquela casa dos nossos avós???

_Aquela perto da praia?_ Ele assentiu_ Então sei, continua.

_Bom, como vamos ter uma semana de férias a mais, eu falei com o meu irmão e ele concordou em nós e mais umas pessoas irmos todos para lá. Que você acha?

_Depende, que pessoas?

_Se todos aceitarem, ia eu, você, a Rosa, o Leight, o Nathaniel e a Josefa.

_ O Nathaniel e a Josefa? Sério...? Eu não sei, sabe... ia ser complicado....

_Porquê??

_Porque... bom, você sabe que eu nunca aturei o Nathaniel certo? E com a Josefa... acho que é ela que não me atura mais .....

_ Como assim???

Acho que posso dizer que nos dez minutos após esta pergunta, eu tive a relatar factos antigos, memórias não muito recentes e tristezas de ontem, digamos assim. Antes de terminar de falar com ele, deu o toque de entrada por isso fomos andando até a sala.

O professor chegou e eu me sentei no meu lugar, ao fundo da sala. Passado pouco tempo Jo chegou e se sentou ao meu lado, como era suposto segundo a planta da sala. Passaram duas horas secantes e ela não me olhou, não disse nada. Algumas vezes doí sabia?

Após dar o toque de intervalo saí da sala e encontrei a Rosalya me esperando. Fui ter com ela e ela me puxou até o pátio.

_Então, o que é que você tem para me dizer? Espero que seja importante, eu estive a aturar aquele velho por sua causa.

_Não reclame, você até me vai agradecer. Eu antes de falar com você ontem estive falando com a Josefa e ela me disse que deu um grande fora em você por causa disto.

Ela me mostrou a tela de seu telefone... Aquilo sou eu?