–É um prazer conhece-la princesa Madeleine. - ele disse me olhando com uma par de olhos castanhos que me fariam tremer nas bases se ele não fosse um príncipe metido a esnobe que eu tanto odiava.

–Vamos cortando papo furado e vamos direto aos negócios. O que você quer ou pretende se casando comigo? - questionei de uma vez e ele piscou confuso.

Até piscando ele era gato... Foco Madeleine, você só tem 6 meses.

Pois é, foi estipulado por Lorenzo que se eu não me cassasse por amor com Edward até 6 meses, Arrundall seria “dada” aos reis de Monpezat, mais precisamente ao príncipe que estava em minha frente.

O que já me fazia odiá-lo mais.

–Acho que começamos de uma forma errada Alteza. - ele pediu suave enquanto se aproximava de mim. - Me chamo Edward, tenho 23 anos, sou formado em medicina e adoro arte. Principalmente as góticas, e obras de arte em geral. E você?

–Isso não é um encontro colega. Não vou me casar ou muito menos me apaixonar por alguém como você.

–E por que não podes sentir algo por mim? É por que vossa alteza ama outro? - ele questionou confuso enquanto olhava para mim. - Se for isso, acho que posso conversar com o primeiro ministro...

–Olha colega, eu jamais me apaixonaria por alguém como você. Eu jamais me apaixonaria por alguém. Vi como minha mãe sofreu e ainda sofre por causa do rei e não quero isso pra mim.

–Nem toda história de amor é feita de dor princesa.

–Pode até ser, mas essa daqui já está fadada ao fracasso. Por que não vou me casar com ninguém obrigada. Eu nunca quis casar. - disse frustrada enquanto encarava-o com raiva.

–Talvez por que vossa alteza não tenha encontrado alguém que a faça rever seus conceitos sobre o matrimonio.

–Como se o casamento fosse “um mar de rosas”. - zombei furiosa me sentando no sofá que havia ali.

–Um casamento entre plebeus sempre será um mar de rosas, por que eles se unem por amor, já pessoas como nós, nos unimos para que o povo não sofra, para acalmar guerras ou expandir territórios. - ele disse e se sentou do meu lado. - Eu também não queria casar, queria me dedicar exclusivamente as minhas pesquisas, encontrar a cura para o câncer que tirou minha avó de mim e seu pai de você. Mas nasci cm privilégios e obrigações que devo honrar. Se para proteger o meu país e o seu eu tenha que me casar sem amor e esquecer meus sonhos, irei fazê-lo.

Após suas palavras fiquei olhando para ele com mais atenção. Edward era lindo, charmoso e tinha uma voz suave e sedutora de enlouquecer qualquer mulher, mas ele era diferente dos outros caras com quem me envolvi.

Ele era gentil, inteligente, educado, simples e acima de tudo altruísta. Edward era um príncipe de verdade, mesmo que ele não tivesse o título continuaria sendo um.

–Me desculpe. - disse corando de vergonha.

–Tudo bem, sei que deve ter tido outra ideia de mim.

–Me chamo Madeleine Grimaldi, tenho 23 anos, sou formada em restauração de obras de arte. Tenho uma melhor amiga chamada Mari. Amo arte de paixão, assim como sorvete de chocolate. E não tenho a menor ideia de como ser uma boa rainha para Arrundall. Essa sou eu. - disse sorrindo e oferecendo minha mão para que ele aperta-se.

–É um prazer conhece-la princesa Madeleine. - ele disse antes de beijar minha mão, fazendo meu corpo se arrepiar por inteiro.

.................................................................

–Ele é um gato. - Mari gritava enquanto eu lia um livro sobre política.

–É. Mais ele tem um defeito. - disse virando a página.

–Ele não te agarrou de primeira?!

–Não. Ele é um príncipe.

–Sabe Lene, ele é o seu tipo de homem. Você é toda fria e pratica quando se trata do coração, e ele é sensível e romântico. Acho que devagar Edward será capaz de furar essa barreira que você criou.

–Acho que você precisa sair com um cara Mari. - recomendei e ela jogou um travesseiro em mim.

Não demorou muito para começarmos uma guerra de travesseiro que foi interrompida por Simone que ao abrir a porta foi acertada por um travesseiro lançado por Mari.

–Desculpe. - ela sussurrou envergonhada.

–Essa atitude é intolerável para uma princesa. - ela me censurou seria. - Arrumem-se para o jantar.

–Claro Simone. - disse e ela saiu do quarto.

Assim que ela fechou a porta eu comecei a rir junto com Mari.

.................................................................

Durante o jantar conheci o resto da família real de Sophia, e todos eram tão gentis e adoráveis quanto Edward.

A rainha Alice era amável, gentil e simples, nem parecia uma rainha. O rei Richard era divertido e simples como sua esposa, e era perceptível o amor entre eles.

O irmão mais velho de Edward, o príncipe Raphael, era tão lindo quanto o irmão, mas ele era brincalhão como o pai. Ele e sua esposa safira me fizeram rir muito enquanto jantávamos. Já a princesa Antonella, irmã gêmea de Edward, era como a mãe.

O que me encantou naquela família era que apesar de terem títulos de nobreza e “sangue azul” eles eram simples e poderiam se passar facilmente por uma família comum.

–Gostei de você Madeleine, você não é como as outras princesas, o que é bom para o meu irmão. - Raphael disse antes de tomar seu vinho. - Já que ele não é um príncipe comum.

–Como assim ele não é um príncipe comum?!- questionei curiosa.

–Por acaso ele matou alguém?!

–Madeleine. - mamãe me repreendeu enquanto todos riam.

–Quem Edward?! Duvido. Ele não seria capaz de machucar uma mosca. - rei Richard disse sorrindo fazendo-nos sorrir também.

–Papai não duvide de seu caçula, afinal ele foi detido por ter se aliado aos ambientalistas para não derrubarem o carvalho secular de Sophia. - Raphael disse e vire para ver um Edward extremamente coado e sem graça.

–Raphael isso foi há anos e seu irmão só tinha 16 anos na época, ele não entendia e não aceitava seus deveres. - a rainha Alice defendeu o filho, enquanto olhava para ele surpresa.

–Parece que você e Madeleine têm muito mais em comum do que imaginam. - mamãe disse maternal e revirei os olhos.

Acho que mamãe só seria feliz de verdade quando me visse perdidamente apaixonada por Edward.

–Estou interrompendo? - Geovana questionou aparecendo na sala de jantar.

Pela sua cara ela odiou ser esquecida para nossa “pequena reuniãozinha”.