Já fazia três semanas que eu tendo aulas sobre política e etiqueta, Staves e Simone dizem que eu já estava apta para assumir minha “casa” e para conhecer meu “noivo”, como se eu fosse casar com um cara mimado e engomado. Não mesmo.

Mamãe estava nervosa por voltar ao palácio, afinal a última vez que ela esteve lá era uma criada que ajudava a rainha a se vestir, e agora ela estava retornando como uma condessa (título que fora presente de Lorenzo após a sua morte) e mãe da herdeira legal do trono.

–Vou sentir falta daqui, fomos felizes aqui. - ela sussurrou enquanto olhávamos para nossa casa.

–Espero que eu esteja fazendo o que é certo mãe. Espero não envergonhar Lorenzo, onde quer que ele esteja.

–Isso jamais irá acontecer. - mamãe jurou abraçando-me pelos ombros.

–Sinto que começará uma nova era para Arrundall. Uma era de paz e prosperidade.

–Eu espero.

–Condessa, alteza está na hora. - Staves disse e concordamos antes de entrar na limusine indo para a nossa vida nova.

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O castelo de Arrundall era lindíssimo, havia um vasto jardim na frente com flores de todas as cores, além de ter um chafariz no meio do jardim.

–É lindo não é?!- mamãe sussurrou enquanto me via de boca aberta.

–É lindo. - sussurrei maravilhada.

Assim que entramos fiquei deslumbrada com a arquitetura do prédio, assim como suas obras de artes. O palácio era um lugar incrível. Assim que chegamos ao hall todos os funcionários estavam enfileirados perto da escada, logo Simone começou a apresentar cada um deles antes de me apresentar formalmente como princesa de Arrundall.

Após as apresentações Simone me levou em direção ao meu quarto, mas acabamos esbarando na rainha Geovana.

–Olhe só, as Grimaldi retornaram ao “lar”. – ela disse irônica enquanto me olhava de cima a baixo. - Parece que teremos que conviver no mesmo teto Clarissa.

–Você tem razão Geovana, mas não serei uma criada. E se você mexer com a minha filha serei uma leoa para protege-la. – mamãe jurou furiosa.

–Me desculpe, mas pensei que a antiga rainha seria destituída do seu título. - disse confusa para Simone e Geovana sorriu.

–É sim minha cara, mas como viúva do rei ainda posso viver aqui como rainha, só perderei o título quando você subir ao poder, mas ainda continuarei aqui. - ela jurou seria. - Sejam bem vindas.

–Cobra. - mamãe sussurrou assim que Geovana saiu.

Depois desse encontro tenso, fomos para nossos quarto. Afinal, eu precisava me preparar para conhecer os Monpezat.

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–Não sei você, mas algo me diz para você tomar cuidado com a rainha. - Mari disse ajudando Simone a escolher um vestido para a tarde de chá com os Monpezat.

–Ela não tem cara de que é a “bruxa da branca de neve”. - zombei e ela suspirou.

–Alteza, nem todos da monarquia são o que aparentam. - Simone disse sabia vindo com um vestido rosa pálido. - Este está ótimo para o chá.

–Não mesmo Simone. Se eu vou ter que me casar com esse “engomadinho” por que não posso usar uma roupa para seduzi-lo?!

–Por que esse tipo de roupa não condiz com sua posição. E pelo pouco que conheço do príncipe, esse tipo de atitude não o agrada. - ela disse seria.

–Oh meu Deus, ele é gay?!- brinquei e as duas reviraram os olhos.

–Simone quis dizer que ele é um cavalheiro Lene, ele irá querer saber o que você pensa e não agarra-la no primeiro encontro. - Mari me repreendeu furiosa.

–Muito bem Srta. Solaria, vejo que a princesa tem uma ótima dama de companhia.

–Estou mais para a consciência dela. - ela brincou e revirei os olhos.

Assim que soube que moraria no palácio pedi a Mari para ir comigo, afinal ela e minha mãe seriam a única coisa “comum” que teria naquele lugar. O convite para ser “dama de companhia” foi aceitado sem demora, seria a realização do sonho dela e o começo do meu pesadelo.

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–Aposto que ele deve ter uns 40 anos. - sussurrei para Mari enquanto andávamos em direção ao salão onde servia-se as refeições.

–E que deve ser careca.

–Lene. - ela sussurrou seria, mas logo começamos a rir.

Tinha que admitir que o vestido rosa me deixou linda e com ar de “ingênua”, como joia usava o medalhão que Lorenzo havia deixando para mim, na sua frente havia o símbolo da coroa de Arrundall.

–Muito bem moças. - Simone disse parando em frente a porta e virando para nos ver.- O príncipe se chama Edward William Grigori de Monpezat, ele é o terceiro na linha de sucessão do reino de Sophia. Ele tem 23 anos e é formado em medicina, com especialização em oncologia.

–Viu, ele têm a sua idade. - Mari disse empurrando meu ombro com o seu.

–Mais aposto que ele é feio e chato. - sussurrei de volta.

–A condessa achou melhor que os dois conversassem a sós, Mariana pode me acompanhar para o salão. - Simone pediu e ela concordou.

–Seja educada Lene, não seja grossa não o julgue por sua descendência. - ela pediu me abraçando.

–Vou tentar. - sussurrei antes de soltá-la.

–Boa sorte princesa. - Simone disse antes de me deixar a sós.

Respirei fundo antes que aquele lugar era uma biblioteca bem vasta.

Mas não foram os livros que chamaram a atenção e sim um homem que olhava pela janela.

Não demorou muito até que ele se vira-se para me ver, e devo confessar que ele não era nada daquilo que eu imaginava.