As Crônicas de Arrundall: a rainha e rei escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 60
O rei - Vigésimo oitavo Capitulo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capitulo por que adorei escrevê-lo.
Com vocês o que se passa pela cabeça da nossa doce Raina.....



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Saber que Enzo havia me traído me destruiu por dentro.

Eu havia sido fiel a ele, havia amando-o desde o primeiro momento que o vi. Suportei toda a sua hostilidade a mim e para que?!

Para ser humilhada em público por sua amante?! Eu não merecia isso.

Furiosa atirei o abajur contra a parede antes de cair no chão do meu quarto chorando de raiva.

–Querida? - Zunia chamou abrindo a porta do meu quarto devagar.

–Por que ele fez isso comigo Zunia?!- solucei com dor e ela me abraçou suave enquanto eu chorava em seu peito.

–Vai ficar tudo bem querida. - ela sussurrou enquanto acariciava minhas costas.

–Eu quero que ele morra. - solucei com raiva enquanto chorava sem parar.

–Não diga isso querida, você o ama não deseje algo assim a ele.

–Eu não o amo mais.

–Vamos Raina arrume suas coisas para sairmos daqui agora. - meu pai disse entrando em meu quarto sem bater. - Assim que chegarmos a Zarah mandarei você para um convento bem isolado, não quero que ninguém saiba desse escândalo.

–Ainda mais agora que o ex- noivo dela está entre a vida e a morte. – Hannah, minha madrasta disse sem importância e arfei sem ar.

–O que?!- sussurrei confusa olhando para ela e depois para Zunia.

–Parece que a amante dele lhe deu um tiro bem no coração. E ele não está nada bem. - meu pai disse sem importância.

–Ouvi dizer que ele já passou dessa para pior. O que seria um pecado. – Hannah disse maliciosa e olhei para os dois chocada.

Como eles podiam ser tão cruéis e egoístas?! Como podiam não sentir pena dos pais de Enzo por estarem perdendo o filho?! Ou de mim, por estar perdendo o único rapaz que amei na vida?!

–Eu preciso vê-lo.- sussurrei me levantando do chão para sair do quarto, mas fui impedida pelo meu pai.

–Você não vai a lugar algum Raina. Você irá arrumar suas coisas para irmos embora agora. - ele gritou furioso e olhou para Zunia. - Você não vem conosco, Raina não irá precisar de você.

–Pai, por favor, preciso ficar aqui. - implorei chorando e ele me ignorou.

–Arrume suas coisas e não mandarei de novo. - ele disse furioso antes de sair acompanhado de sua esposa.

Arrasada me sentei na cama chorando sem parar enquanto Zunia me consolava diante do meu futuro cruel.

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Assim que todas as minhas coisas estavam arrumadas sai do meu quarto de cabeça baixa andando atrás do meu pai e de Hannah.

Sabia o que me esperava em Zarah, uma vida em um convento onde minhas lembranças seriam meu único elemento para não enlouquecer com a falta que Enzo me faria.

Por que mesmo com raiva dele eu o amava, e isso era mais forte que tudo.

–O que está acontecendo aqui? - ouvi o rei Edward questionar com a voz triste e levantei a cabeça para olhá-lo.

Ele estava sem o paletó e a gravata, sua camisa estava toda suja de sangue e seus olhos estavam vermelhos, sua fisionomia não era nada boa. O que me fez soluçar.

Enzo havia me deixado.

–Isso rei consorte, sou eu levando minha filha embora. Afinal, seu filho a traiu e ainda a humilhou na frente de todos. Não quero mais que ela se una a casa real de Maxwell. - meu pai disse furioso e arrogante.

–As coisas não funcionam dessa forma rei Samuel. Meu filho errou sim, mas está pagando por seus erros em uma cama de UTI, e sei que tudo o que ele mais deseja nesse momento é ter sua noiva ao lado dele. Não pode negar o pedido de alguém que está morrendo.

–Posso e vou, afinal ela é minha filha. - meu pai gritou furioso.

–Abaixe o tom senhor. Onde pensa que está?! Esse palácio é meu e não vou permitir gritos aqui. Meu filho está em coma, minha esposa está a base de calmantes e meus outros filhos estão assustados com o que houve. E tudo que não preciso agora é de um rei histérico. - rei Edward disse frio e meu pai o olhou sério. - Raina é propriedade de Arrundall pois meu filho não desmanchou o noivado, e se você tirá-la daqui, o exército de Arrundall irá trazê-la a força.

–Raina é minha filha, só eu posso mandar nela. - meu pai disse louco de raiva por ser desafiado.

–Ela deixou de ser sua propriedade no momento que cruzou as portas de Arrundall. Henrik, providencie para que os pertences de Raina voltem aos seus devidos lugares.

–Sim majestade. - Henrik disse suave antes de cumprir as ordens do rei.

–Vamos minha filha, precisamos conversar. - rei Edward pediu estendendo sua mão para mim.

Assim que comecei a me afastar de meu pai ele segurou meu braço com força impedindo-me de continuar.

–Não vou deixar um rei consorte, que só serve para dá herdeiros a uma rainha, dizer ou exigir o que eu devo fazer. Eu sou um rei e você é apenas o reprodutor real.- meu pai gritou furioso enquanto me segurava.

–Se não me falha a memória, você também era um “reprodutor real”, só se tornou rei pro que a herdeira legal do trono morre e a filha dela era apenas um bebê, não podendo assim assumir o trono. Somos sim diferentes Samuel, eu me casei por que amava e ainda amo Madeleine, mesmo que ela continuasse sendo uma plebeia iria continuar amando-a da mesma forma, já você...Se casou apenas por interesse já que a rainha Irina amava você. – ele disse e meu pai tremeu de ódio. - Como vai ser Samuel? Você vai soltar Raina de livre e espontânea vontade, ou vou ter que chamar os guardas?

Sem dizer uma palavra meu pai me soltou e corri para os braços do rei Edward agradecendo em seguida.

–Não precisa voltar para Zarah nunca mais Raina. E esqueça que sou seu pai. - meu pai disse com ódio. - Nosso país tem vergonha de ter uma princesa como você que desonrou o nome da casa de Sforza.

As palavras do meu pai me fizeram chorar, por que ele estava me renegando para sempre, o que me impedia de voltar para o meu país só não me impedia de continuar usando o meu título por que eu era a única herdeira legitima do trono de Zarah. E esse direito jamais seria tirado de mim.

–Não se preocupe ela não irá voltar. Arrundall será seu novo lar. E a casa de Maxewell tem muito orgulho em ter uma princesa como ela em nossa família. Mas mandarei emissários e guardas para buscarem o que lhe é de direito. - rei Edward disse e meu pai saiu sem olhar para mim.

–Vamos querida precisamos conversar um pouco. Soldado Thomas? - ele chamou e logo um rapaz fez continência em sua frente.

–Sim majestade?

–Vá até a enfermaria e fique de guarda, qualquer alteração por menor que seja que meu filho apresentar venha imediatamente me avisar.

–Sim meu rei. - o soldado Thomas disse fazendo continência antes de sair.

–E então, vamos a nossa conversa?!- ele sugeriu e concordei antes de entramos no gabinete real da rainha.

–Sente-se Raina. - ele pediu indicando o sofá que havia no gabinete da rainha.

–O príncipe Lorenzo está bem? – questionei nervosa assim que rei Edward se sentou ao meu lado.

–Não muito querida, tudo que posso dizer é que nosso príncipe está lutando bravamente para sobreviver as terríveis 48 horas. - ele disse com pesar e comecei a chorar.

–Jamais desejei algo assim a ele, eu juro. Apesar de tudo que houve. - sussurrei chorando e ao olhar para o rei a angustia se apoderou de mim, afinal os dois eram muito parecidos.

–Raina, não precisa se desculpar. Você não teve culpa do que houve e sei que apesar de estar magoada com meu filho você ainda o ama, posso ver isso nos seus olhos querida. - ele disse compreensivo enquanto eu enxugava minhas lagrimas sem parar. - Me desculpe não ter um lenço para lhe oferecer, mas Madeleine acabou ficando com o meu.

–Tudo bem. - sussurrei e sorri sem humor.- Sabe, apesar de tudo o que houve eu o considero como um pai para mim majestade.

–Isso muito me orgulha minha querida. Por que ser considerado como seu pai é um presente para mim. Posso lhe dá um abraço querida? - ele pediu suave e concordei antes de abraça-lo com força.

–Sei que meu filho errou Raina, mas quem nunca errou?! Não estou aqui pedindo para você desculpá-lo, isso será você que terá que decidir. Apenas estou aqui para pedir perdão em nome dele. Enquanto estava agonizando, Enzo me pediu para dizer que a ama muito e que lhe pede perdão por tudo que lhe fez. - rei Edward sussurrou enquanto chorava em seu peito e ele acariciava meu cabelos suavemente.

Era um carinho de pai que jamais havia recebido na vida.

–E Madeleine me pediu para entregar isso a você. Ela disse que as enfermeiras lhe deram assim que terminou a cirurgia de Enzo, e que ele estava segurando isso em sua mão. - ele sussurrou e me afastei dele para ver meu anel de noivado na palma de sua mão.

Entre lágrimas peguei meu anel de sua mão e fiquei encarando-o.

–Me permite um conselho minha cara. - rei Edward pediu e concordei sem vê-lo.- Todo mundo erra nesse mundo, mas prova de amor maior é saber perdoar quem amamos.

Em silencio concordei com ele antes de colocar meu anel de volta ao seu lugar e levantar a cabeça para vê-lo.

–Posso vê-lo? - pedi com a voz embargada e rei Edward sorriu suave.

–Pode. Ele está aguardando você. - ele confidenciou e se levantou para pegar o telefone e pedir para Simone me acompanhar a ala hospitalar, já que o rei precisava trocar sua roupa suja de sangue.

Entrei em silencio na enfermaria e abracei a todos os familiares de Enzo que estavam no corredor, e depois segui o médico que me levou para um local onde vesti uma roupa especial para poder entrar na UTI.

Respirei fundo antes de abrir a porta e encontrar rainha Madeleine fazendo um leve carinho no rosto pálido do filho enquanto as lagrimas caiam de seu rosto. Tal cena me fez chorar novamente.

–Meu amor, seu amor veio ver você. – Rainha Madeleine sussurrou para Enzo assim que ela me viu na porta. - Venha Raina, ele precisa sentir que estamos com ele.

Devagar me aproximei da cama onde Enzo estava dormindo conectado a vários aparelhos, em seguida rainha Madeleine soltou a mão do filho e se afastou dele para que eu me aproximasse.

–Segure a mão dele querida, ele pode não vê-la mais pode senti-la e ouvi-la. Ele precisa saber que acreditamos nele, só assim meu pequeno pode voltar para nós. - ela sussurrou chorando. - Vou deixar vocês a sós.

–Oi estranho. - sussurrei entre lagrimas assim que segurei sua mão fria na minha. - Me desculpe pelas coisas horríveis que disse Enzo. Eu estava magoada pelo que você fez. Eu amo você, só não me deixe sozinha aqui pelo amor de Deus. Vou morrer sem você.

Sem poder mais reprimir as lagrimas que controlava chorei com toda dor que tinha em meu coração enquanto me inclinava para beijar a testa de Enzo e sussurrar em seu ouvido o quanto o amava.


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