–Mandou me chamar mãe? - questionei entrando em seu gabinete envergonhado por ontem.

–Mandei, sente-se. - ela disse apontando para a cadeira a sua frente. - Você sabe que fez Lorenzo Phellipe Maxwell de Monpezat? Você sabe o que causou a seu pai ou aos seus irmãos?

–Mãe me desculpe.

–Não é a mim que você deve desculpas seu moleque mimado se sim ao seu pai. Ao homem que salvou sua vida nos primeiros minutos dela. Ao homem que me deu você. Ao homem que passou a noite em claro chorando e se culpando por ter perdido a calma com o filho dele.- mamãe disse chorando e me senti o pior filho do mundo.

–Se você acha que vou ficar do seu lado depois disso, não vou. Eu amo você mais do que tudo no mundo. Mas amo muito mais seu pai, essa família e esse reino para deixar que você os destrua. - ela disse seria enquanto me olhava com frieza. - E para o bem de todos quero que você saia desse palácio agora.

–Mãe, por favor, a senhora não pode me expulsar. - implorei chorando.

–Eu posso sim, por que não estou aqui como sua mãe. Estou aqui como a Rainha Madeleine Grimaldi Maxwell de Monpezat e como tal, não vou deixar um fedelho mimado destruir meu reino. - ela disse severa. - Agora, saia daqui Lorenzo. Não quero mais ver você nesse palácio.

–Mãe. - implorei chorando e ela me deu as costas.

–Saia daqui agora. - ela ordenou severa e eu sai da sala chorando.

Assim que fechei a porta pode ouvir minha mãe chorando sem parar.

Eu havia acabado com a minha vida.

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–Não sei o que fazer Ian. - sussurrei ao telefone enquanto andava pelo parque rainha Susana, um dos mais lindos de Arrundall.

–Você é cego ou é burro mesmo primo?!- ele questionou furioso. - Aquela safada está te usando. Ela está te envolvendo com palavras doces e sexo e você está caindo na lábia dela.

–Isso não é verdade, Cami me ama. - disse e ele gargalhou.

–Tá bom. Conheço gente safada de longe. E ela é uma das boas.

–Liguei para você me ajudar e não para me chamar de otário.

–Tio Edward devia ter te dado uma surra para ver se você abria seus olhos seu idiota. - Ian disse com raiva do outro lado da linha e desligou na minha cara.

–Ótimo, todo mundo está contra mim. - disse furioso.

Mais me lembrei que tinha uma pessoa que jamais ficaria contra mim por mais errado que eu estivesse. Respire fundo e fui até a casa dela.

–Oi vó. - sussurrei assim que ela abriu a porta.

–Meu amor que saudade. - ela disse e me puxou para um abraço apertado. - Vem vamos entrar, está congelado ai fora. Está com fome?

–Sim. - disse enquanto ela me levava para dentro da sua casa, a qual minha mãe cresceu. - Staves, olha só quem veio nos ver.

–Enzo, que prazer em vê-lo.- ele disse e fui abraça-lo.

–Senti sua falta vô. - disse abraçando-o antes de começar a chorar.

–Querido o que houve? Por que está chorando Enzo? - vovó questionou nervosa.

–Por que meus pais me odeiam vó e mamãe me colocou para fora de casa. - solucei no peito do meu avô que começou a acariciar minhas costas tentando me acalmar.

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–Você não podia ter colocado seu filho para fora de casa Madeleine. - ouvi vovó dizer e abri os olhos confuso.

Eu havia dormido no sofá da sala após contar tudo que havia feito para meus avôs.

–Claro que sei o que ele aprontou, ele me contou. Se eu tivesse colocado você para fora de casa toda vez que aprontava você seria uma menina de rua. - ela disse furiosa ao telefone. - Não precisa vir busca-lo, Enzo vai ficar aqui comigo por um tempo. Talvez, esse castelo esteja sufocando ele, como sufocou você uma vez.

–Vó? - chamei aparecendo na cozinha envergonhado. - Não precisa brigar com a mamãe, ela teve toda razão em me colocar para fora de casa.

–Conversamos depois Madeleine e espero que você mude de ideia, pro que sei que isso é da sua autoria e não do Edward. - ela disse e desligou o telefone com força antes de virar para me ver.- Sua mãe não tem razão coisa nenhuma. Ela nunca foi santa quando tinha a sua idade. Se você é assim é por que puxou dela, dos eu pai é que não foi.

–Acho um pouco improvável meu pai ter namorado alguém além da minha mãe.

–Ele namorou sim Enzo, e foi a ciência. - meu avô brincou enquanto arrumava a mesa. - Por que você não vai tomar um banho e descer para o jantar?

–Não trouxe nenhuma roupa.

–Não se preocupe, ainda tem algumas roupas suas aqui para quando você saia da balada “alto” e não queria que seus pais vissem. - vovó disse amorosa e piscou para mim. - Agora vá lá e suba.

Sem reclamar fui para o quarto que sempre ocupava quando vinha dormir aqui. Tomei um bom banho para relaxar e coloquei uma roupa minha que havia no guarda roupa.

Estava indo em direção as escadas, mas parei em frente ao antigo quarto da minha mãe. Sem cerimônia rodei a maçaneta e ascendi a luz antes de entrar.

Era estranho entrar no quarto da minha mãe e ver todas as coisas dela de quando era jovem.

Sorri ao ver várias fotos de mamãe e tia Mari em todas as idade coladas de cima a baixo em uma parede e também havia várias fotos minhas e dos meus irmãos. Mas o que me deixou mais fascinado foi ver que no meio de várias fotos o único rapaz que se encontrava naquela coleção toda era meu pai.

–De vez em quando sua mãe vem aqui e adiciona algumas fotos no mural. A mais linda de todas é quando seu pai pegou você no colo no hospital. - vovó disse na porta e sorri assim que localizei a foto.

Meu pai estava com o sorriso mais lindo e feliz que já tinha visto alguém exibir.

–Vó, por que a mamãe não tem fotos dos outros namorados ela? Não que eu ache ruim só ter meu pai aqui, mas você disse que ela namorava bastante. - questionei confuso e ela sorriu.

–Madeleine só namorou de verdade um homem na vida, seu pai. Os outros ela dizia que era só passatempo, que eles não mereciam ficar eternizados nessa parede. Agora seu pai, era outra história. - ela disse e riu suave. - Seu pai deu um sentido a sua mãe. Deu a ela amor de verdade, e isso não se recebe de todo mundo.

–Não entendo vovó.

–No momento certo você irá entender. Agora vamos jantar, fiz sua sobremesa favorita querido. - ela disse amorosa e sorri antes de sair do quarto com ela.