Eu tinha que arrumar um jeito de ver a jornalista da festa, pois não parava de pensar nela e isso já estava me enlouquecendo.

–Enzo, essas planilhas estão erradas. - mamãe disse e pisquei confuso.

–O que disse mãe? - questionei perdido.

–Podem nos deixar a sós, por favor. - papai pediu para os conselheiros que saíram em seguida.

–Acho que nós 3 devemos conversar. - ela disse suave e se levantou de sua cadeira antes de me levar para o sofá.

–O que lhe perturba filho? - papai questionou sentando do meu outro lado.

–Não sei direito. Tem uma moça que conheci no baile e não consigo parar de pensar nela. - admite envergonhado e meus pais sorriram.

–Isso é bom não há o que se envergonhar em gostar de alguém. Ela é princesa de qual país? - mamãe questionou curiosa.

–Ai é que está o problema, ela não é uma princesa. Ela é uma jornalista, uma pessoa comum como você era.

–Isso não é bom Enzo, você sabe das leis.

–Eu sei mãe, mas não consigo parar de pensar nela. Juro que já tentei, me esforcei naquele baile para dá uma chance a todas, mas elas são diferentes de mim.

–Elas não são diferentes, você é o príncipe herdeiro do trono de Arrundall, assim como todas as moças que estiveram aqui são herdeiras de outro país. Vocês têm algo em comum, já aquela jornalista não serve para você. - mamãe disse seria e a olhei chocado.

Nunca tinha visto mamãe desmerecer alguém só por que ela era de uma classe social diferente da nossa, ela sempre foi gentil e amorosa e agora ela estava furiosa.

–Me desculpe, mas não posso escolher por quem me sentir atraído mãe.

–Pode e deve Lorenzo.

–Madeleine, amor seja razoável. Nosso filho não tem culpa.

–Há ele tem sim. Estou tentando abafar a notícia da prisão dos herdeiros mais velhos da coroa, e agora Enzo quer zombar das leis tendo um affair com uma jornalista?!Não mesmo meu rapaz, você é um príncipe haja como tal. - ela disse furiosa e saiu batendo a porta de seu gabinete com força.

–Sou um filho terrível e mamãe me odeia. - disse com pesar e coloquei minha cabeça no colo do meu pai que logo começou a acariciar meus cabelos de leve.

–Sua mãe não te odeia e você é um filho maravilhoso amor. O problema são as leis de Arrundall, elas não permitem casamentos de membros da família real com plebeus, o que acho um absurdo. - ele disse carinhoso. - Se fosse permitido seus avôs maternos teriam se casado e sua mãe nasceria nesse palácio.

–Então, meus avôs não puderam se felizes por causa de uma lei?!- questionei chocado.

–Sim. - ele confirmou e levantei a cabeça de seu colo para vê-lo.

–Pai, não quero passar por isso. - pedi desesperado olhando em seus olhos. - Você entendi tudo de leis, não teria alguma para burlar essa lei preconceituosa?

–Não que eu saiba...- ele disse pensativo e gemi angustiado. - Espera, você pode invocar seus direitos de nascença. Mas claro, como não pensei nisso antes?!

–Pai, do que você está falando?

–Talvez haja um jeito de burlarmos essa lei, mas para isso tenho que pesquisar e estudar, enquanto isso você pode conhecer sua jornalista. Se não dê certo com ela não “abalaremos” o país sem necessidades. - ele disse calmo e sorri antes de abraça-lo.

–Você é o melhor pai do mundo.

–Obrigado. Mais será um segredo nosso, não contaremos nada a sua mãe por enquanto. No devido momento ela irá saber. – ele me garantiu e me separei para vê-lo.

–Você guardando segredos e conspirando contra a mamãe?! Que progresso pai. - brinquei e esse corou envergonhado. - Está preparado para quando o furacão loiro vulgo rainha Madeleine souber disso?

–Estou casado há quase 25 anos com sua mãe, a conheço como ninguém e sei o que fazer no momento certo. Agora vá dá uma volta para relaxar e pensar um pouco, eu corrijo as planilhas.

–Posso levar Lyssa para o parque aquático se você quiser?! Ouvi ela lhe pedir a semana toda. - me ofereci ele sorriu.

–Seria maravilhoso. Apenas tome cuidado com ela, não a deixe nadar em piscinas fundas e leve sua bombinha.

–Pai, não precisa.

–Lorenzo, não estou sugerido estou mandando. - ele disse se levantando e indo recolher as planilhas que estavam erradas.

–Tudo bem. - disse suave antes de lhe dá um abraço. - Obrigado por me entender.

–Sou seu pai, é meu dever te entender. - ele disse suave e lhe dei mais um abraço antes de sair.

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–Por que você está fazendo isso? Está querendo limpar a sua barra com nossos pai? - Lyssa questionou enquanto lhe passava protetor solar.

Para uma criança de quase 8 anos minha irmã era esperta até demais.

–Claro que não, só quero ser legal com você. Poxa somos irmãos e você passa mais tempo grudada no papai que quase não a conhecemos direito mocinha. - disse apertando seu nariz de leve e ela sorriu.

A risada familiar do meu pai o que me fez rir junto.

–Agora vá lá se divertir.

–Posso tomar sorvete depois?

–Tudo que você quiser Lyssa, hoje é seu dia. - disse e ela sorriu antes de beijar minha bochecha e cair na piscina.

Fiquei olhando minha irmã nadar e interagir com as outras crianças até que escuto alguém falar comigo.

–Será que eu poderia me sentar ao seu lado? É que minha filha está ali. - a voz disse e virei para ver a jornalista da minha festa.

Obrigado Deus.

–Claro senhorita. - sussurrei e ela me olhou incrédula assim que me reconheceu.

–Você?!- ela sussurrou pasma e sorri suave.

–É sou eu. - disse e voltei minha atenção para Lyssa.

Hoje à tarde seria interessante.