“Caros mamãe e papai

Gostaria de notificar vocês de que Aly tes se controlado nos últimos tempos. Gostaria também de dizer que está mais estranha. Não sei se perceberam, mas ela vem agindo misteriosamente faz um bom tempo, porém, acredito que o livro das maldições imperdoáveis foi o ápice da esquisitice. Conhecemos ela e sabemos que nada a abala, e não seria uma garota metida a besta que iria fazê-la mudar assim, seria? Acho que ela está usando essa situação para esconder algo maior. Talvez relacionado, talvez não. Só vamos descobrir se a interrogarmos, e ela não vai ceder tão fácil. Principalmente se envolver o garoto Malfoy.

Contatarei vocês em breve.

James Sirius.

– Aly, pode me emprestar Hoggie? – Pediu James.

– Para que você precisa dele? – Questionou, acariciando a coruja. Depois do último ocorrido, Ginny decidiu que Aly deveria ter uma coruja, para ter contato sem necessidade de utilizar as da escola.

– Preciso que papai me mande penas novas. – Mentiu. Sabia que se a irmã descobrisse o real motivo, mandaria Hoggie bicá-lo.

– Hum... Ok. Pegue, mas se ele voltar machucado ou assustado, você vai ver. Nem que seja só uma pena faltando. – Respondeu, entregando a coruja relutantemente. – Vou dar uma volta.

– É desnecessário perguntar, mas aonde vai?

– Biblioteca. – Afirmou simplesmente.

Aly realmente estava mais estranha. No entanto, o motivo não é relacionado à Beverly. Honestamente, ela não dava a mínima. Acreditou que se ela “se sentisse afetada” pelos insultos, poderia se afastar de seus colegas de casa e, sem levantar suspeita, seguir suas pesquisas. O que ela não esperava era que Beverly se sentisse superior a ponto de agredir sua família também. Ela preferiu deixar sua família pensar que estava estudando maldições imperdoáveis por causa de uma “bully”, pois assim, eles nem cogitariam o real motivo, que era muito maior.

“Por cerca de duas semanas, os pesadelos de Scorpius haviam cessado. Mas de uns tempos pra cá, haviam retornado, e muito pior. Agora ele não só via todos que havia visto anteriormente sendo reféns, como os via sendo mortos. Mais uma vez, iam um por um. Ele implorara para Alyson não contar a ninguém sobre isso. E, sendo uma boa amiga, ela precisava de um jeito de investigar o que poderia ser, sem causar a desconfiança de sua família. Por enquanto, a história da Beverly funcionou. Infelizmente, para fazer com que parasse de afetar seu irmão e seus primos, ela teve de fazer um acordo com a pequena Brown.

– Beverly, preciso falar com você. – Disse Aly, puxando a garota para um canto.

– Que foi Pot... Não, Weasley. Esqueço que você mentiu sobre seu sangue.

– Para com isso um minuto e me escuta. Preciso que você pare de humilhar minha família e Scorpius. Eles não têm culpa, eles não mentiram, eu menti. Eles nem sabiam.

– Humpf, e o que eu ganho com isso? – Retrucou.

– Não posso garantir James, mas tenho uns primos muito lindos. Um deles é filho de uma meio-veela. Apesar de não poder ser um veela, é bem bonito.

– Huum... Ok, paro de humilhar seus parentes, mas você não escapa.

– Ééé... Imaginei que fosse acontecer. – E saiu andando, oprimindo uma risada. Não contara a Beverly que seu primo, Louis, tinha somente nove anos e, se quisesse sair com ele, teria de esperar. Mas, por enquanto, conseguira o que queria.

Com o passar dos dias, conseguiu com que sua família voltasse para a Torre. E, consequentemente, conseguiu ficar sozinha para realizar suas pesquisas. Infelizmente, nada indicava o que poderia ser. Em livro algum, era descrita esta situação.

Agora rumava até a sala da Diretora. Todos os alunos foram dispensados mais cedo, devido a uma reunião sobre medidas cautelares no perímetro escolar. O que era a oportunidade perfeita para Alyson.

Frequentara tanto aquela sala nos últimos meses que a Diretora não viu mal algum em garantir a senha para ela, caso fosse necessária a presença imediata dela no local. Ah, quem dera fosse verdade. Ela só pegou a Capa da Invisibilidade e se escondeu perto da estátua de acesso para ouvi-la ser pronunciada.

Chegando em frente a estátua, sem perigo de ser pega por algum professor, pois estavam todos no Salão Principal, pronunciou a senha:

– Glacius.

A gárgula começara a girar, revelando a escada que a levaria até a Diretoria. Entrando, começou a procurar a Penseira e, depois de encontrada, passou a analisar os frascos de memórias. Quando pensava que estava prestes a encontrar, ouviu uma voz falando:

– Não deveria estar em aula mocinha?

A voz surgiu tão repentinamente, que Aly quase derrubou algumas memórias. Porém, ao olhar em volta, não encontrou ninguém. Quando cogitara seguir sua procura, a voz tornou a falar:

– Estou um pouco mais acima.

Aly se virou em direção a voz e, não acreditava que pudesse ser verdade. Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore em... moldura estava falando com ela.

– Desculpe senhor. Sei que não devia estar aqui, mas meu amigo precisa de ajuda, e implorou que eu não falasse a ninguém.

– Acredito que tenha acabado de quebrar essa promessa. Tenho observado sua frequente visita a esta sala. E nunca veio sozinha. Penso que tudo começou com seu amigo Scorpius, estou certo? – Aly acenou positivamente. – Bom, não acho que seja possível você ajudá-lo sozinha. Deverá pedir ajuda, mesmo que ele possa ficar ressentido. Seja o que for que ele esteja lidando, é muito maior do que ele pode aguentar. Seu pai passou por isso, deve perguntar a ele se sabe algo sobre isso.

– Já perguntei diretor. Ele já tentou ajudar Scorpius antes e não surtiu resultado.

– Talvez eu possa ajudar se eu souber exatamente sobre a situação.

Aly sentou e começou a relatar cada detalhe do que acontecia com seu amigo. Eram duas situações absurdas. A primeira era que ela não conseguia ver como ele poderia ajudar. A segunda era que ela estava relatando o problema a um QUADRO. Após finalizar, ele a olhou e disse:

– O que posso dizer, de acordo com o que você me detalhou, é que seu amigo vem tendo pesadelos com Lorde Voldemort e seus Comensais da Morte. A traição de Draco foi ter abandonado ele e deixado de ser Comensal. De alguma forma, isso está refletindo em Scorpius. Só necessita descobrir a causa. – Finalizou o ex-diretor ternamente.

– Muito obrigada diretor. O senhor ajudou muito. – Respondeu Aly, saindo correndo da Sala.