Por Violetta #

Eu estava com a Francesca dentro de uma loja, onde tinha vários vestidos de festas e bailes, tudo uma graça. Francesca vai levar Marco para o baile, mesmo ele não podendo concorrer à coroa, por conta de não estudar no nosso colégio.

_Amiga, o que você achou desse? – perguntou puxando um vestido verde.

_Ai Fran, eu acho que não combina muito com você. – falei e ela fez uma careta. – Você é branquinha, e esse verde é muito claro, você vai sumir neste vestido. – continuei soltando uma risada ao imaginá-la vestindo aquilo.

_Ai tá bom. – resmungou guardando o vestido de volta onde ele estava. – Mas e você? Não vai escolher um vestido? – perguntou me olhando estranhamente. – Você não olhou nada ainda.

_O León não me convidou Francesca. – suspirei ao dizer isso.

_Pra que ele vai te convidar? Vocês dois são namorados, é meio óbvio que vocês têm que ir juntos a esta comemoração.

_Mas eu gosto das coisas assim. – dei de ombros. – Queria que ele fizesse o convite. – murmurei. – Acho isso tão romântico nos filmes.

_Violetta Castillo, acorda! Nós estamos na vida real, amiga. – Francesca disse rindo e eu não ousei a me pronunciar. – Você tem que entender que as coisas não são um conto de fadas, mesmo que você queira. Bom, mas sonhar não custa nada.

León e Marco estavam em uma loja e vídeo game. Eles não estavam nem interessados nesse baile, e eu aqui, sofrendo por um convite. Francesca estava muito animada, e aquilo me irritava, porque ela fica estressante quando está animada com alguma coisa.

***

Eu e Francesca saímos daquela loja, depois de aproximadamente duas horas lá dentro. Ela comprou três vestidos, pois não sabia qual levar e acabou comprando os três. Isso é verdade. Enquanto eu não tinha comprado nada.

Assim que pisamos o pé lá fora, avistei León e Marco. Mas eles não estavam sozinhos. Estavam com duas garotas. E uma delas eu conhecia muito bem. Kate. Lá estava ela com seus cabelos ondulados e incrivelmente loiros, jogando-os de cada lado do ombro, claramente para chamar atenção.

Puxei o braço de Francesca e fomos para trás de uma pilastra que tinha no shopping, tentar ouvir o que eles falavam. E eu estava muito curiosa por conta dos sorrisos que ela e o León trocavam a cada palavra que aquela demente proferia.

“_Já tem par para o baile?” – escutei ela perguntar e meu sangue ferveu. Só não fui lá quebrar a cara dela, porque Francesca segurou meu braço com força me impedindo de fazer qualquer besteira. – “Se não tiver, posso me voluntariar.” – mais oferecida do que ela não existe.

“_Bom, eu acho que vou com a minha namorada.” – León disse sorrindo nervoso e eu quase o esfolei mentalmente. Como assim ele achava que ia me chamar?

“_Será que ela quer is mesmo ao baile com você?” – perguntou colocando as mãos para trás, fazendo uma carinha ridícula. – “Acho que a Violetta não gosta muito dessas coisas.”

Soltei meu braço de Francesca e fui até lá o mais depressa que consegui. Eu adoro bailes, como essa criatura diz uma coisa dessas. Aproximei-me dos quatro e León me olhou sério, acho que ele não esperava que eu aparecesse.

_Olá Violetta – sempre bancando a santinha quando eu estou com o León ao meu lado. – Como vai? – super educada não?

_Vou muito bem Kate. – falei pegando a mão de León, que já entendeu aquilo como um sinal e enlaçou minha cintura com o seu braço.

_Bom, então é isso León, qualquer coisa me procure. – disse dando uma piscadinha misteriosa para o meu namorado. León sorriu, mas assim que viu que eu estava o observando fechou a cara. – Vamos Ágata?

A garota que a estava acompanhando assentiu, e assim as duas se retiraram de lá. Soltei-me da cintura dele e me pus a encará-lo, cruzando os braços, mostrando a minha indignação com as atitudes daquela ousadia de Kate, que parecia que o León gostava.

_Antes que você surte... Eu não aceitei o convite dela para o baile. – León disse risonho. – E eu aposto que você ouviu tudo que ela disse, então não tenho que me preocupar, pois eu não aceitei nada que ela propôs, e o Marco está de prova aqui. – falou apontando para o amigo, que assentiu prontamente.

_Não se preocupe, você estava livre para aceitar. Só não aceitou por que não quis, porque que eu saiba você não vai com ninguém ao baile. – Falei como quem não queria nada com nada.

_Viol... – ele parou para pensar um pouco. – Ok. Já saquei seu joguinho.

_Não tem joguinho nenhum León. – falei fingindo-me de inocente, totalmente irônica. – Fran. Vamos ali naquela loja de sapatos, achei um salto lindo. – chamei puxando o braço de Francesca até uma loja qualquer.

Por León *

_A Violetta é uma comédia. – Marco dizia enquanto eu observava Francesca e Violetta em frente a uma vitrine de saltos altos. – E eu saquei a diretinha que ela mandou para você. – riu.

_Não entendi o porquê, se ela é a minha namorada obviamente nós vamos juntos ao baile. – falei cruzando os braços.

_Acho que ela quer que seja que nem naqueles filmes sabe? – neguei. – Já assistiu High School Music? – perguntou.

_Já, e eu não vi muita graça. Só assisti porque a Violetta disse que amava aquele filme desde que entrou na adolescência. – falei me lembrando deste dia.

_Eu também fui obrigado, mas pela Francesca. – riu. – Então, acho que ela quer que você faça o convite.

_Eu não vou levar ela para o telhado da escola, e dançar com a mesma na chuva, e depois perguntar se ela quer ou não quer ir ao baile comigo. Não vou fazer como no filme. – suspirei.

_Não to falando pra você fazer isso – Marco bateu na minha cabeça. – Estou falando para você fazer um convite romântico.

_Ah Claro... Sou romântico sempre que estou com ela, vou virar mel se colocar mais romantismo na nossa relação. – Marco riu e eu cruzei os braços.

Por Violetta *

Depois de tudo que ocorreu no shopping, eu e os garotos voltamos para o colégio. Eu estava exausta, e León estava esquisito, tentarei não ser tão direta na próxima vez, se ele não agüenta... O que eu posso fazer?

Ele fez uma ceninha no shopping, dizendo que eu era ciumenta demais. E eu fiquei indignada. Nós estávamos na frente dos nossos amigos, e ele dizendo que eu era: ciumenta, fresca e que a Kate não era tudo aquilo que eu falava. Claro que não ela não era, era muito pior.

Francesca foi com o Marco para a biblioteca, pois disse que queria pegar um livro qualquer de Willian Shakespeare para ler, ela gostava muito dos contos dele, e também dos poemas e sonetos.

Eu e León fomos para o meu dormitório. Ele ainda estava com a cara esquisita, e eu não estava mais suportando aquilo.

Assim que entramos em meu quarto, olhei bem nos olhos dele, e como se eu fosse atraída como um imã... Colei meus lábios nos dele, iniciando um beijo, que prontamente ele correspondeu. Era para eu estar brava por ele não ter falado nada sobre o baile, e não ao contrário.

Ele prensou-me na parede e eu sorri. León era fraco quando estava junto comigo, não resistia a nada. E isso era bom? Óbvio que era. Sentia-me a pessoa mais forte do mundo quando ele não resistia aos meus “encantos”.

_É melhor pararmos por aqui... – sussurrou ofegante.

_Claro que é. – falei me afastando e acendendo a luz de meu dormitório, que até então se encontrava na escuridão total. – Agora pode me explicar que ceninha ridícula foi aquela no shopping? – perguntei cruzando os braços e fazendo a cara mais brava que eu conseguiria fazer.

_Que ceninha Violetta? – perguntou cruzando os braços na altura do peito. – E você é bipolar agora? Uma hora me beija e depois vem querer discutir?

_Só te beijei pra desfazer aquela sua cara feia, agora vamos falar o que está acontecendo. – falei.

_Sabe o que está acontecendo? – perguntou e eu neguei. – Você está ficando louca, e eu não posso fazer nada.

_Não me chame de louca, idiota! – irritei-me. – Não estou com paciência para agüentar suas criancices León.

_Criancice? Agora eu sou criança Violetta? Suas atitudes mostram que você que é, e não eu. – alterou o tom de voz.

_O que?! – praticamente gritei com raiva.

_É isso que você ouviu. – não repetiu sua fala. – Não pense que eu não sei das suas intenções para que eu te chame para o baile. Não vejo necessidade disso. Aliás, não vejo nenhuma necessidade de estar discutindo com você por causa de uma festa idiota do colégio. Poxa Violetta, nós somos namorados, não preciso ficar fazendo esses tipos de convite a você.

_Quem te disse isso? – perguntei.

_Não interessa. – disse.

_Eu só queria que você fosse um pouco tradicional, só isso. – murmurei.

_Não tem como ser tradicional Violetta, essas coisas são meio óbvias, meu amor. Eu não vou te convidar para uma coisa, sendo que eu sou seu companheiro e amigo em todas as ocasiões. – disse abaixando o tom e segurando minha cintura.

_Tem razão. – suspirei.

***