Quando Amanhecer escrita por Clara Luar


Capítulo 21
Time Up


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho para o próximo não ficar muito grande. Boa leitura o/



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Ambos sentem o cheiro fresco de sangue no ar. O ser da noite resmunga que estava gostando de se divertir com o humano. Rose, porém, parece abalada. Emoções multiplicadas a atingem com a força do soco perdido de seu inimigo. O breve sentimento de afeição que roubou era algo quente e confortável no peito. Imaginou sentir outra vez depois que acabasse com o vampiro. Mas a ficha enfim caiu, só sentiu porque ele era um vivo. A afeição que possuiu por tão pouco tempo deixou um rastro de desejo, desejo de sentir. Krad percebe a fração de segundo em que o olhar vermelho tremeluziu com o violeta de sua amada.

A loucura volta logo em seguida. A água nos pés borbulha com a melancolia da mutante.

Aproveitando-se da distração emocional, ele volta ao ataque. A velocidade vampírica enfim supera os reflexos dela. Acerta um chute, despedaçando uma das asas. Ela cambaleia e tenta voltar ao controle da situação. Interrompe com as mãos em garra o soco que vem em seguida. As contínuas investidas não lhe dão tempo para reconstruir sua asa, portanto, descarta a outra e aproveita-se dos vidros afiados para ameaçá-lo de diversos ângulos. Krad não se esforça para evitar os arranhões, lança-se contra ela com socos e chutes; não evita os pontos vitais, mesmo que seja o corpo delicado de sua amada. Contra Rose, não se pode fraquejar.

E Rose percebe que está perdendo quando nota que está arfando. Embora com tamanho poder, o corpo humano não é indestrutível. Precisa de um plano mais eficaz para acabar rápido com aquele que Fay amou. A idéia surge desesperada como um raio.

— Não pensei que o humano serviria tão bem como distração.

— Cale-se.

O vampiro põe-se atento aos cacos, que antes voavam em sua direção e agora estão pairando ameaçadoras. Então surgem os canos que não havia visto aproximar. Elas fisgam suas pernas como cobras. Apressa-se em sair dali, contudo o material permanece firme. Luta contra os répteis de metal enquanto a louca concentra sua respiração e poder.

Os cacos de vidro de todos os cantos se unem sobre sua cabeça. Unir. Aquecer. Moldar. Uma lâmina. Uma grande e afiada lâmina para acertar o coração do vampiro. As pupilas dele dilatam em surpresa.

Ergue os braços para movimentar a lança de vidro. Rose mostra um último sorriso, vitoriosa: Acabou, vampiro.

E os cacos estilhaçam e caem como uma chuva brilhante sobre seus cabelos cor de rubi.

— O que...? — entre cortes e arranhões, ela não acredita que seu poder falhou.

— Já não era sem tempo. — Krad suspira de alívio.

— Do que está falando?

— Olhe para você, — indica as rachaduras e veias negras que rastejam sob o vestido perolado ensangüentado, por todo o corpo, dos pés a cabeça. — era só uma questão de tempo até esgotar o corpo de Fay.

Ele se liberta dos canos como se chutasse latas na rua. Antes de continuar, tenta limpar sua camisa e ajeita a gravata.

— Não...! – ela reclama em pânico.

A fatiga estava enraizada, o corpo dolorido bambeia, mas ainda lhe resta força para lançar alguns estilhaços. Não provoca se quer arranhões.

O vampiro retribui o gesto com o olhar gélido. As íris rubras observam a derrotada de cima a baixo. Mesmo fraca, a loucura ainda estava lá. Fay já deveria ter vindo à tona. A não ser que ela tivesse deixado o mundo sensível, para fugir definitivamente da realidade. A mera suposição faz correr “arrepio”. Não. Apesar de acorrentar seu verdadeiro poder, Fay não é fraca. E assim como ela não permite que ele morra, Krad não permitiu que ela morresse.

Em visível fúria, não espera outra reação por parte da garota rubra: surge de imediato, com sua velocidade vampírica, em frente à mutante, e seu braço atravessa brutalmente o corpo pequeno e desgastado de Fay.

— Sei que dói viver nesse mundo, Fay... Mas volte para mim.


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Notas finais do capítulo

Ta acabando.... (*w*)

Obrigada por ler ;)



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